segunda-feira, 2 de junho de 2014

LOCAIS ASSOMBRADOS
Estudo com base in Allan Kardec, O Livro dos Médiuns,
Segunda Parte - Capítulo IX: Locais Assombrados, item 132.
Pesquisa: Elio Mollo
Em 30/05/2014 
 
As manifestações espontâneas verificadas em todos os tempos, e a insistência de alguns Espíritos em mostrarem a sua presença em certos lugares, são a origem da crença nos locais assombrados.  Este é o tema deste nosso estudo:
 
O apego dos Espíritos a pessoas ou a alguma coisa depende da elevação moral do Espírito. Certos Espíritos podem apegar-se às coisas terrenas. Os avarentos, por exemplo, que viveram escondendo as sua riquezas e não estão suficientemente desmaterializados, podem ainda espreitá-los e guardá-los.
 
A predileção dos Espíritos errantes por certos lugares, trata-se ainda do mesmo princípio. Os Espíritos já desapegados das coisas terrenas preferem os lugares onde são amados. São mais atraídos pelas pessoas do que pelos objetos materiais. Não obstante, há os que podem momentaneamente ter preferência por certos lugares, mas são sempre Espíritos inferiores.
 
Desde que o apego dos Espíritos por um local é sinal de inferioridade, não significa que também sejam maus espíritos. Um Espírito pode ser pouco adiantado sem que por isso seja mau. É o que acontece também entre os homens.
 
A crença de que os Espíritos frequentam, de preferência, as ruínas não tem fundamento. Os Espíritos vão a esses lugares como a toda parte. Mas a imaginação é tocada pelo aspecto lúgubre de alguns lugares e atribui aos Espíritos efeitos na maioria das vezes muito naturais. Quantas vezes o medo não nos fez tomar a sombra de uma árvore por um fantasma, o grunhido de um animal o sopro do vento por um gemido? Os Espíritos gostam da presença humana e por isso preferem os lugares habitados aos abandonados.
 
Entretanto, pelo que sabemos da diversidade de temperamento dos Espíritos, devem existir misantropos entre eles, que podem preferir a solidão. Por isso dissemos que podem ir aos lugares abandonados como a toda parte. É evidente que os que se mantêm afastados é porque isso lhes apraz. Mas isso não quer dizer que as ruínas sejam forçosamente preferidas pelos Espíritos, pois o certo é que eles se acham muito mais nas cidades e nos palácios do que no fundo dos bosques.
 
Dizem que as crenças populares, em geral, têm um fundo de verdade a existência de lugares assombrados. Então, o fundo de verdade, nesse caso, é a manifestação dos Espíritos em que o homem acreditou, por instinto espiritual, desde todos os tempos. Mas, como já dissemos, o aspecto dos lugares lúgubres toca a imaginação humana e ele os povoa naturalmente com os seres que considera sobrenaturais. Essa crença supersticiosa é entretida pelas obras dos poetas e pelos contos fantásticos com que lhe embalaram a infância. (1)
 
Os Espíritos que se reúnem não escolhem para isso dias e horas de sua predileção. Os dias e as horas são usados pelo homem para controle do tempo, mas os Espíritos não precisam disso e não se inquietam a respeito.
 
A origem da ideia de que os Espíritos aparecem de preferência à noite é a impressão produzida na imaginação pelo escuro e o silêncio. Todas essas crenças são superstições que o conhecimento racional do Espiritismo deve destruir. O mesmo se dá com a crença em dias e horas mais propícias. A influência da meia-noite jamais existiu a não ser nos contos.
 
Certos Espíritos anunciam a sua chegada e a sua manifestação para a meia-noite e em dias determinados, como a sexta-feira, por exemplo, mas estes são Espíritos que se aproveitam da credulidade humana para se divertirem. É pela mesma razão que uns se fazem passar pelo diabo ou por nomes infernais. Se demostrarmos a esta categoria de Espíritos que não somos tolos eles não voltarão mais para se manifestar com essas intenções esdrúxulas.
 
Os Espíritos podem comparecer aos seus túmulos em atenção aos seus entes queridos e amigos. Entendem que o corpo lhe era apenas uma veste. Eles não ligam mais para o envoltório que os fez sofrer do que o prisioneiro para as algemas. A lembrança das pessoas que lhes são caras é a única coisa a que dão valor. É a prece que santifica o ato de lembrar, daqueles que visitam seus túmulos, pouco importa o lugar se a lembrança é ditada pelo coração. (2)
 
A prece é uma evocação que atrai os Espíritos. A prece tem tanto maior ação, quanto mais fervorosa e mais sincera. Ora, diante de um túmulo venerado as pessoas se concentram mais e a conservação de relíquias piedosas é um testemunho de afeição que se dá ao Espírito, ao qual ele é sempre sensível. É sempre o pensamento que age sobre o Espírito e não os objetos materiais. Esses objetos influem mais sobre aquele que ora, fixando-lhe a atenção, do que sobre o Espírito.
 
Certos Espíritos podem ser atraídos por coisas materiais, também, podem sê-lo por certos lugares, que parecem escolher como domicílio até que cessem as razões que os levaram a isso. As razões que podem levá-los a isso são a simpatia por algumas das pessoas que frequentam os lugares ou o desejo de se comunicarem com elas. Entretanto, suas intenções nem sempre são tão louváveis. Quando se trata de maus Espíritos, podem querer vingar-se de certas pessoas das quais têm queixas. A permanência em determinado lugar pode ser também, para alguns, uma punição que lhe foi imposta, sobretudo se ali cometeram um crime, para que tenham como expiação esse crime diante dos olhos. (3)
 
Os locais podem ficar assombrados, algumas vezes, por seus antigos moradores, mas não sempre, pois se o antigo morador for um Espírito elevado não ligará mais à sua antiga habitação do que ao seu corpo. Os Espíritos que assombram certos locais quase sempre o fazem só por capricho. Também, pode acontecer de serem atraídos pela simpatia por alguma pessoa. Se são Espíritos bons, eles poderão fixar-se no local para proteger uma pessoa ou sua família, mas nesse caso jamais se manifestam de maneira desagradável.
 
Estórias como a Dama Branca, geralmente, são contos extraídos de mil fatos que realmente se verificaram. (4)
 
Os Espíritos que assombram certos lugares e os põem em polvorosa procuram antes divertir-se à custa da credulidade e da covardia das criaturas, do que fazer mal. Não podemos esquecer que existem Espíritos por toda parte e de que onde estivermos, teremos Espíritos ao nosso lado, mesmo nas mais agradáveis casas. Eles só parecem assombrar certas habitações porque encontram nelas as condições e as oportunidades para manifestarem as suas presenças. (5)
 
Existe meio de afastá-los, mas quase sempre o que se faz para afastá-los serve mais para atrai-los. O melhor meio de expulsar os maus Espíritos é atraindo os bons. Os bons pensamentos e as boas ações naturalmente atraem os bons Espíritos, sendo assim, fazendo o maior bem possível, os maus Espíritos não terão condições de permanecer no local e naturalmente se afastarão, pois o bem e o mal são incompatíveis. Se praticarmos sempre o bem só teremos bons Espíritos ao nosso lado e estes não praticam assombrações, ao contrário, agem como protetores promovendo um clima saudável e agradável nos lares como em qualquer outro local.
 
Dizem que existem pessoas muito boas que vivem às voltas com as tropelias dos maus Espíritos. Se essas pessoas forem realmente boas, isso pode ser prova para exercitar-lhes a paciência e incitá-las a serem ainda melhores. Mas há também aqueles parecem bons por fora e tentam mostrar virtudes que ainda não possuem, pois, os que possuem qualidades reais quase sempre o ignoram ou nada falam a respeito.
 
A prática do exorcismo para expulsar os maus Espíritos dos locais assombrados, na maioria das vezes tem resultados contrários, as tropelias dos Espíritos, podem redobrar-se após essas cerimônias de exorcismo. E eles se divertem ao serem tomados pelo diabo. A força, para afastar os maus espíritos, está na autoridade que se pode exercer sobre eles e tal autoridade está subordinada à superioridade moral. É como o sol, dissipa o nevoeiro pela força de seu raios. Assim, é bom esforçarmo-nos, tornando-nos melhores a cada dia, numa palavra, elevarmo-nos moralmente o mais possível. Tal é o meio de adquirir o poder de comandar os Espíritos inferiores, para afastá-los. Do contrário zombarão de nossas injunções. (6)
 
Os Espíritos que não têm más intenções podem também manifestar a sua presença por meio de ruídos ou mesmo tornar-se visíveis, mas não fazem jamais tropelias incômodas. São quase sempre Espíritos sofredores, que podemos aliviá-los fazendo preces por eles. De outras vezes são mesmo Espíritos benevolentes que desejam provar a sua presença junto a nós, ou, por fim, Espíritos levianos que se divertem. Como os que perturbam o repouso com barulhos são quase sempre Espíritos brincalhões, o que melhor se tem a fazer é rir do que fazem.  Eles se afastam ao verem que não conseguem amedrontar ou impacientar.
 
Resulta das explicações acima que há Espíritos que se apegam a certos locais e neles permanecem de preferência, mas não têm necessidade de manifestar a sua presença por efeitos sensíveis. Qualquer local pode ser a morada obrigatória ou de preferência de um Espírito, mesmo que seja mau, sem que jamais haja produzido alguma manifestação.
 
Os Espíritos que se ligam a locais ou coisas materiais nunca são superiores, mas por não serem superiores não têm de ser maus ou de alimentar más intenções. São mesmo, algumas vezes, companheiros mais úteis do que prejudiciais, pois caso se interessem pela pessoas podem protegê-las.
 
NOTAS:
 
(1) O instinto a que o Espírito se referiu não é o biológico, mas o espiritual: a lembrança instintiva do Outro Mundo, de que ele veio para a Terra.  er, no capitulo IX da segunda parte de O Livro dos Espíritos, o número 522, e na edição da LAKE, a nota do tradutor no fim do capitulo. Deve-se ainda observar, na resposta acima, o problema psicológico da influência dos contos infantis, acentuada pelo Espírito, e a rejeição ao supersticioso e sobrenatural. (Nota de J. Herculano Pires)
 
(2) Ver Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, livro segundo, Cap. VI, Comemoração dos Mortos - Funerais, questão 323.
 
(3) Ver Revista Espírita de fevereiro de 1860: História de um danado (N. de Kardec). - O caos mencionado não só confirma a explicação acima, como também representa um dos episódios mais instrutivos da pesquisa espírita realizada por Kardec.  Indispensável a sua leitura para a boa compreensão do problema tratado neste capítulo. (Nota de J. Herculano Pires)
 
(4) A Dama de Branca é uma figura das antigas mitologias escocesas e alemãs que aparece em lendas populares. (Nota de J. Herculano Pires)
 
(5) O filósofo grego Tales de Mileto dizia: O mundo é cheio de deuses. Os deuses antigos eram Espíritos, segundo explica o Espiritismo. A afirmação de Tales concorda com a resposta acima. Há Espíritos por toda parte. Ver em O Livro dos Espíritos o cap. IX segunda parte: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corpóreo. (Nota de J. Herculano Pires)
 

(6) Ver Allan Kardec, Revista Espírita, dezembro 1862, Causas da Obsessão e meios de Combate (Estudos sobre os possessos de Morzine).
LOCAIS ASSOMBRADOS
Estudo com base in Allan Kardec, O Livro dos Médiuns,
Segunda Parte - Capítulo IX: Locais Assombrados, item 132.
Pesquisa: Elio Mollo
Em 30/05/2014 
As manifestações espontâneas verificadas em todos os tempos, e a insistência de alguns Espíritos em mostrarem a sua presença em certos lugares, são a origem da crença nos locais assombrados.  Este é o tema deste nosso estudo:
O apego dos Espíritos a pessoas ou a alguma coisa depende da elevação moral do Espírito. Certos Espíritos podem apegar-se às coisas terrenas. Os avarentos, por exemplo, que viveram escondendo as sua riquezas e não estão suficientemente desmaterializados, podem ainda espreitá-los e guardá-los.
A predileção dos Espíritos errantes por certos lugares, trata-se ainda do mesmo princípio. Os Espíritos já desapegados das coisas terrenas preferem os lugares onde são amados. São mais atraídos pelas pessoas do que pelos objetos materiais. Não obstante, há os que podem momentaneamente ter preferência por certos lugares, mas são sempre Espíritos inferiores.
Desde que o apego dos Espíritos por um local é sinal de inferioridade, não significa que também sejam maus espíritos. Um Espírito pode ser pouco adiantado sem que por isso seja mau. É o que acontece também entre os homens.
A crença de que os Espíritos frequentam, de preferência, as ruínas não tem fundamento. Os Espíritos vão a esses lugares como a toda parte. Mas a imaginação é tocada pelo aspecto lúgubre de alguns lugares e atribui aos Espíritos efeitos na maioria das vezes muito naturais. Quantas vezes o medo não nos fez tomar a sombra de uma árvore por um fantasma, o grunhido de um animal o sopro do vento por um gemido? Os Espíritos gostam da presença humana e por isso preferem os lugares habitados aos abandonados.
Entretanto, pelo que sabemos da diversidade de temperamento dos Espíritos, devem existir misantropos entre eles, que podem preferir a solidão. Por isso dissemos que podem ir aos lugares abandonados como a toda parte. É evidente que os que se mantêm afastados é porque isso lhes apraz. Mas isso não quer dizer que as ruínas sejam forçosamente preferidas pelos Espíritos, pois o certo é que eles se acham muito mais nas cidades e nos palácios do que no fundo dos bosques.
Dizem que as crenças populares, em geral, têm um fundo de verdade a existência de lugares assombrados. Então, o fundo de verdade, nesse caso, é a manifestação dos Espíritos em que o homem acreditou, por instinto espiritual, desde todos os tempos. Mas, como já dissemos, o aspecto dos lugares lúgubres toca a imaginação humana e ele os povoa naturalmente com os seres que considera sobrenaturais. Essa crença supersticiosa é entretida pelas obras dos poetas e pelos contos fantásticos com que lhe embalaram a infância. (1)
Os Espíritos que se reúnem não escolhem para isso dias e horas de sua predileção. Os dias e as horas são usados pelo homem para controle do tempo, mas os Espíritos não precisam disso e não se inquietam a respeito.
A origem da ideia de que os Espíritos aparecem de preferência à noite é a impressão produzida na imaginação pelo escuro e o silêncio. Todas essas crenças são superstições que o conhecimento racional do Espiritismo deve destruir. O mesmo se dá com a crença em dias e horas mais propícias. A influência da meia-noite jamais existiu a não ser nos contos.
Certos Espíritos anunciam a sua chegada e a sua manifestação para a meia-noite e em dias determinados, como a sexta-feira, por exemplo, mas estes são Espíritos que se aproveitam da credulidade humana para se divertirem. É pela mesma razão que uns se fazem passar pelo diabo ou por nomes infernais. Se demostrarmos a esta categoria de Espíritos que não somos tolos eles não voltarão mais para se manifestar com essas intenções esdrúxulas.
Os Espíritos podem comparecer aos seus túmulos em atenção aos seus entes queridos e amigos. Entendem que o corpo lhe era apenas uma veste. Eles não ligam mais para o envoltório que os fez sofrer do que o prisioneiro para as algemas. A lembrança das pessoas que lhes são caras é a única coisa a que dão valor. É a prece que santifica o ato de lembrar, daqueles que visitam seus túmulos, pouco importa o lugar se a lembrança é ditada pelo coração. (2)
A prece é uma evocação que atrai os Espíritos. A prece tem tanto maior ação, quanto mais fervorosa e mais sincera. Ora, diante de um túmulo venerado as pessoas se concentram mais e a conservação de relíquias piedosas é um testemunho de afeição que se dá ao Espírito, ao qual ele é sempre sensível. É sempre o pensamento que age sobre o Espírito e não os objetos materiais. Esses objetos influem mais sobre aquele que ora, fixando-lhe a atenção, do que sobre o Espírito.
Certos Espíritos podem ser atraídos por coisas materiais, também, podem sê-lo por certos lugares, que parecem escolher como domicílio até que cessem as razões que os levaram a isso. As razões que podem levá-los a isso são a simpatia por algumas das pessoas que frequentam os lugares ou o desejo de se comunicarem com elas. Entretanto, suas intenções nem sempre são tão louváveis. Quando se trata de maus Espíritos, podem querer vingar-se de certas pessoas das quais têm queixas. A permanência em determinado lugar pode ser também, para alguns, uma punição que lhe foi imposta, sobretudo se ali cometeram um crime, para que tenham como expiação esse crime diante dos olhos. (3)
Os locais podem ficar assombrados, algumas vezes, por seus antigos moradores, mas não sempre, pois se o antigo morador for um Espírito elevado não ligará mais à sua antiga habitação do que ao seu corpo. Os Espíritos que assombram certos locais quase sempre o fazem só por capricho. Também, pode acontecer de serem atraídos pela simpatia por alguma pessoa. Se são Espíritos bons, eles poderão fixar-se no local para proteger uma pessoa ou sua família, mas nesse caso jamais se manifestam de maneira desagradável.
Estórias como a Dama Branca, geralmente, são contos extraídos de mil fatos que realmente se verificaram. (4)
Os Espíritos que assombram certos lugares e os põem em polvorosa procuram antes divertir-se à custa da credulidade e da covardia das criaturas, do que fazer mal. Não podemos esquecer que existem Espíritos por toda parte e de que onde estivermos, teremos Espíritos ao nosso lado, mesmo nas mais agradáveis casas. Eles só parecem assombrar certas habitações porque encontram nelas as condições e as oportunidades para manifestarem as suas presenças. (5)
Existe meio de afastá-los, mas quase sempre o que se faz para afastá-los serve mais para atrai-los. O melhor meio de expulsar os maus Espíritos é atraindo os bons. Os bons pensamentos e as boas ações naturalmente atraem os bons Espíritos, sendo assim, fazendo o maior bem possível, os maus Espíritos não terão condições de permanecer no local e naturalmente se afastarão, pois o bem e o mal são incompatíveis. Se praticarmos sempre o bem só teremos bons Espíritos ao nosso lado e estes não praticam assombrações, ao contrário, agem como protetores promovendo um clima saudável e agradável nos lares como em qualquer outro local.
Dizem que existem pessoas muito boas que vivem às voltas com as tropelias dos maus Espíritos. Se essas pessoas forem realmente boas, isso pode ser prova para exercitar-lhes a paciência e incitá-las a serem ainda melhores. Mas há também aqueles parecem bons por fora e tentam mostrar virtudes que ainda não possuem, pois, os que possuem qualidades reais quase sempre o ignoram ou nada falam a respeito.
A prática do exorcismo para expulsar os maus Espíritos dos locais assombrados, na maioria das vezes tem resultados contrários, as tropelias dos Espíritos, podem redobrar-se após essas cerimônias de exorcismo. E eles se divertem ao serem tomados pelo diabo. A força, para afastar os maus espíritos, está na autoridade que se pode exercer sobre eles e tal autoridade está subordinada à superioridade moral. É como o sol, dissipa o nevoeiro pela força de seu raios. Assim, é bom esforçarmo-nos, tornando-nos melhores a cada dia, numa palavra, elevarmo-nos moralmente o mais possível. Tal é o meio de adquirir o poder de comandar os Espíritos inferiores, para afastá-los. Do contrário zombarão de nossas injunções. (6)
Os Espíritos que não têm más intenções podem também manifestar a sua presença por meio de ruídos ou mesmo tornar-se visíveis, mas não fazem jamais tropelias incômodas. São quase sempre Espíritos sofredores, que podemos aliviá-los fazendo preces por eles. De outras vezes são mesmo Espíritos benevolentes que desejam provar a sua presença junto a nós, ou, por fim, Espíritos levianos que se divertem. Como os que perturbam o repouso com barulhos são quase sempre Espíritos brincalhões, o que melhor se tem a fazer é rir do que fazem.  Eles se afastam ao verem que não conseguem amedrontar ou impacientar.
Resulta das explicações acima que há Espíritos que se apegam a certos locais e neles permanecem de preferência, mas não têm necessidade de manifestar a sua presença por efeitos sensíveis. Qualquer local pode ser a morada obrigatória ou de preferência de um Espírito, mesmo que seja mau, sem que jamais haja produzido alguma manifestação.
Os Espíritos que se ligam a locais ou coisas materiais nunca são superiores, mas por não serem superiores não têm de ser maus ou de alimentar más intenções. São mesmo, algumas vezes, companheiros mais úteis do que prejudiciais, pois caso se interessem pela pessoas podem protegê-las.
NOTAS:
(1) O instinto a que o Espírito se referiu não é o biológico, mas o espiritual: a lembrança instintiva do Outro Mundo, de que ele veio para a Terra.  er, no capitulo IX da segunda parte de O Livro dos Espíritos, o número 522, e na edição da LAKE, a nota do tradutor no fim do capitulo. Deve-se ainda observar, na resposta acima, o problema psicológico da influência dos contos infantis, acentuada pelo Espírito, e a rejeição ao supersticioso e sobrenatural. (Nota de J. Herculano Pires)
(2) Ver Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, livro segundo, Cap. VI, Comemoração dos Mortos - Funerais, questão 323.
(3) Ver Revista Espírita de fevereiro de 1860: História de um danado (N. de Kardec). - O caos mencionado não só confirma a explicação acima, como também representa um dos episódios mais instrutivos da pesquisa espírita realizada por Kardec.  Indispensável a sua leitura para a boa compreensão do problema tratado neste capítulo. (Nota de J. Herculano Pires)
(4) A Dama de Branca é uma figura das antigas mitologias escocesas e alemãs que aparece em lendas populares. (Nota de J. Herculano Pires)
(5) O filósofo grego Tales de Mileto dizia: O mundo é cheio de deuses. Os deuses antigos eram Espíritos, segundo explica o Espiritismo. A afirmação de Tales concorda com a resposta acima. Há Espíritos por toda parte. Ver em O Livro dos Espíritos o cap. IX segunda parte: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corpóreo. (Nota de J. Herculano Pires)

(6) Ver Allan Kardec, Revista Espírita, dezembro 1862, Causas da Obsessão e meios de Combate (Estudos sobre os possessos de Morzine).

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