domingo, 20 de novembro de 2016


13 maio, 2016

Pai Antonio foi o primeiro Preto Velho a se manifestar na Religião de Umbanda em seu médium Zélio Fernandino de Morais onde se estabeleceu a Tenda Nossa Senhora da Piedade. Assim, ele abriu esta “linha” para nossa religião, introduzindo o uso do cachimbo, guias e o culto aos Orixás.
O “Preto Velho” está ligado à cultura religiosa afro brasileira em geral e à Umbanda de forma específica, pois dentro da religião umbandista este termo identifica um dos elementos formadores de sua liturgia; representa uma “linha de trabalho”, uma “falange de espíritos”, todo um grupo de mentores espirituais que se apresentam como negros anciões, ex-escravos, conhecedores dos Orixás Africanos.
São trabalhadores da espiritualidade, com características próprias e coletivas, que valorizam o grupo em detrimento do ego pessoal, ou seja, são simplesmente Pretos e Pretas Velhas como Pai João e Vó Maria, por exemplo.
Milhares de Pais João e de Avós Maria mostram um trabalho despersonalizado do elemento individual, valorizando o elemento coletivo identificado pelo termo genérico “Preto Velho”. Muitos até dizem “nem tão preto e nem tão velho” ainda assim “Preto Velho fulano de tal”. 
A falta de informação é a mãe do preconceito e, no caso do “Preto Velho”, muitos que são leigos da cultura religiosa umbandista ou de origem africana desconhecem seu valor dentro das mesmas.
Preto é Cor e Negro é Raça. 
Logo, o termo “Preto Velho” torna-se característico e com sentido apenas dentro de um contexto, já que fora de tal contexto o termo de uso amplo e irrestrito seria “Negro Velho”, “Negro Ancião” ou ainda “Negro de idade avançada” para identificar o homem da raça negra que encontra-se já na “terceira idade” (a melhor idade). 
Por conta disso, alguns sentem-se desconfortáveis em utilizar um termo que à primeira vista pode parecer desrespeitoso ao citar um amável senhor negro, já com suas madeixas brancas, cachimbo e sorriso fácil, por trás do olhar de homem sofrido, que na humildade da subjugação forçada e escrava encontrou a liberdade do espírito sobre a alma, através da sabedoria vinda da Mãe África, na figura de nossos Orixás, vindo ao encontro à imagem e resignação de nosso senhor Jesus Cristo.
Alguns preferem chamá-los apenas de “Pais Velhos” o que é bonito ao ressaltar a paternidade, mas ao mesmo tempo oculta a raça que no caso é motivo de orgulho. São eles que souberam passar por uma vida de escravidão com honra e nobreza de caráter, mais um motivo de orgulho em se auto-afirmar “nêgo véio” e ex-escravo; talvez assim se mantenham para que nunca nos esqueçamos que em qualquer situação temos ainda oportunidade de evoluir. Quanto mais adversa maior a oportunidade de dar o testemunho de nossa fé.
O “Preto Velho” é um ícone da Umbanda, resumindo 
em si boa parte da filosofia umbandista. 
Assim, os espíritos desencarnados de ex-escravos se identificam e muitos outros que não foram escravos, nesta condição, assim se apresentam também em homenagem a eles, por tê-los como mestres no astral.
No imaginário popular, por falta de informação ou por má fé de alguns formadores de opinião, a imagem do “Preto Velho” pode estar associada por alguns a uma visão preconceituosa; há ainda os que se assustam “com estas coisas”, pois não sabem que a Umbanda é uma religião e, como tal, tem a única proposta de nos religar a Deus, manifestando o espírito para a caridade e desenvolvendo o sentimento de amor ao próximo. 
Não existe uma Umbanda “boa” e uma Umbanda “ruim”, existe sim única e exclusivamente uma única Umbanda que faz o bem, caso contrário não é Umbanda e assim é com os “Preto Velho”: todos fazem o bem sem olhar a quem. Caso contrário, não é de fato um “Preto Velho”. Pode ser alguém disfarçado de “velho-negro”. 
“Preto Velho” trabalha única e exclusivamente para a caridade espiritual.
São espíritos que se apresentam desta forma e que sabem que em essência não temos raça nem cor, pois a cada encarnação, temos uma experiência diferente. 
Os Pretos Velhos trazem consigo o “mistério ancião”, pois não basta ter a forma de um velho: antes, precisam ser espíritos amadurecidos e reconhecidos como irmãos mais velhos na senda evolutiva.
Quanto menos valor se dá à forma, mais valor se dá à mensagem, e “Preto Velho” fala devagar, bem baixinho; quando assim se pronuncia, todos se aquietam para ouvi-lo. Parece-nos ouvir na língua Yorubá a palavra “Atotô”, saudação a Obaluayê que quer dizer exatamente isso: “silêncio”.
Nas culturas antigas o “velho” era sempre respeitado e ouvido como fonte viva do conhecimento ancestral. 
Hoje ainda vemos este costume nas culturas indígenas e ciganas. 
Algumas tradições religiosas mantêm esta postura frente o sacerdote mais velho, pois trata-se de uma herança cultural religiosa tão antiga quanto nossa memória ou nossa história pode ir buscar; tão antigos também são alguns dos pretos velhos que se manifestam na Umbanda.
Muitos já estão fora do ciclo reencarnacionista, estão libertos do karma, já desvendaram o manto da ilusão da carne que nos cobre com paixões e apegos que inexoravelmente ficarão para trás no caminho evolutivo.
Por tudo isso e muito mais, no dia 13 de Maio, dia em que se comemora a libertação dos escravos negros no Brasil eu os saúdo:
“Salve os Pretos Velhos! Salve as Pretas Velhas! Adorei as Almas! Salve nosso Amado Pai Obaluayê, Atotô meu Pai! Salve nossa Amada Mãe Nanã Buroquê, Saluba Nana!”
Usamos para eles velas brancas ou bicolores, metade preta e metade branca; tomam café e fumam cachimbo.

23 junho, 2015
CATEGORIA COTIDIANO
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Acredito que somos todos intolerantes. Por mais que nós, praticantes e adeptos da Umbanda, sofremos por discriminação, preconceito e intolerância, muitas vezes não somos diferentes dos intolerantes do lado de lá.  Recentemente, as agressões e atos de intolerância estão alcançando os católicos com agressão e destruição de imagens. Então, os católicos começam a sentir na pele esta intolerância e, diante disso, a postura de alguns “católicos” mudou com relação aos atos de intolerância religiosa que agora os atinge. E não escrevo isso para “agredir” ou apontar o dedo aos católicos simplesmente porque somos todos iguais. O fato de pertencer a uma minoria não nos difere da maioria.
O que será que eu quero dizer com isso ou onde quero chegar?
Antes de responder esta pergunta lhe convido a refletir uma frase de Martin Luther King:
“O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons.”
E para conduzir esta reflexão, um conto do pastor Niemöller, que apoiou o nazismo e depois se arrependeu, lutou contra, mas era tarde e foi parar no campo de concentração.  Às vezes, se atribui autoria deste texto abaixo, de forma equivocada, a Maiakóvski ou a Brecht. Para ver e refletir:
“Um dia, vieram e levaram meu vizinho, que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho, que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. No terceiro dia, vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram. Já não havia mais ninguém para reclamar.”
Pois bem: o nosso silêncio também é uma forma de intolerância passiva!  Somos todos preconceituosos passivos, intolerantes passivos e hipócritas passivos. Sim, porque silenciamos quando poderíamos falar e agimos como se nada pudesse nos atingir.  Algumas pessoas se movimentam contra a intolerância, mas também acabamos intolerantes contra os intolerantes.  Há muitas formas de preconceito, no entanto, o pior preconceito é contra si mesmo. Quando alguém oculta sua religião por medo do preconceito está aceitando esta situação é está apoiando de forma passiva.  É muito difícil encontrar o ponto de equilíbrio, neutralidade ou simplesmente ter uma consciência real do que está acontecendo em nossa sociedade.
Quando boa parte da sociedade não se incomoda com as minorias que sofrem agressão por razões diversas como sua raça, credo ou opção sexual, então esta grande massa que silencia também está participando de forma passiva da intolerância.  E assim, de forma passiva, estamos participando de todos os atos de agressão aos quais cremos que em nada temos a ver com isso.
Certa vez ouvi o “Sr. Sete”, que trabalha com meu amigo Alexandre Meireles, dizer que o que se faz a uma pessoa está fazendo a todas as outras pessoas. O que quer dizer que somos todos responsáveis por tudo o que acontece nesta sociedade hipócrita; logo, se a sociedade é assim é porque somos assim. Somos todos UM, o que deveria ser a lição número UM da UM+banda.
Queremos “democracia” quando estamos em minoria e nos tornamos “ditadores” ao liderar uma maioria.  Por isso se diz que “o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente”. Que o diga a era do Absolutismo e os acordos entre o clero e a monarquia.  Continuamos procurando por onde dominar e assumir o poder, isto está incutido em nós e é algo cultural profundamente enraizado. Na infância, já queremos agradar, ser aceito e liderar, o que é recompensado com elogios e presentes por parte dos pais.  Como mudar isso? Apenas o tempo pode mudar, talvez já esteja mudando e não nos damos conta.
Certa vez um homem velho, ao ver uma criança pegando estrelas do mar na praia e jogando de volta a água lhe questionou o que estava fazendo. Ela, a criança, respondeu que estava salvando estas estrelas. Então ele lhe disse que não fazia nenhuma diferença; afinal, haviam milhares de estrelas fora do mar. E ela lhe responde que “para esta aqui eu fiz a diferença” e a jogou de volta ao mar…  A gente pode pensar que não vai fazer a diferença, no entanto, cada um de nós é único como a estrela do mar da criança. Assim como uma criança faz a diferença para a estrela, as estrelas podem fazer a diferença para a criança.
Martin Luther King, que era um pastor negro norte-americano na época da luta pelos direitos civis dos negros e do apartheid (na África do Sul)  também disse que tinha um sonho de um mundo onde todos pudessem conviver juntos sem diferenças. O branco e o negro e com certeza o católico, o judeu, protestante, muçulmano, evangélico, candomblecista, umbandista, budista e etc.  Não sei bem o que dizer ou por onde começar, mas sei que também somos omissos e intolerantes com o que cremos que não nos afeta. Precisamos mais que um movimento ou denúncia, precisamos de conscientização.
Mas como a consciência real do mundo que vivemos é quase impossível por conta das ilusões desta sociedade de espetáculo e consumo, creio que devemos começar por chamar a atenção ou simplesmente apontar para o que está acontecendo e claro devemos manter um movimento de denúncia, compartilhamento e divulgação dos atos de intolerância. Não temos as grandes mídias, mas podemos ser fortes na internet com e-mail e redes sociais no momento em que dermos a cara e mostrar quem somos e quantos somos. 
Mas lembre-se: não se apegue ao dedo que aponta e sim para o que está sendo apontado.
Neste áudio, Ricardo Boechat, jornalista, radialista e âncora da Band, também estravaza sua intolerância e nós vamos apoiá-lo por que fazemos parte das minorias que sofrem intolerância. No entanto, uma guerra e a troca de insultos não é um bom caminho. Precisamos respeitar para ser respeitados. Sou a favor de um grande movimento cultural a favor do respeito às diferenças de forma pacífica; claro que os atos de agressão e vandalismo devem ser devidamente julgados. No entanto, precisamos de consciência e amor para olhar ao próximo e dizer que somos iguais. No entanto, antes de dizer isso precisamos saber se realmente nos sentimos iguais ou se este é nosso discurso de “minoria”.  Espero que toda a sociedade consiga nos próximos anos dar um salto de consciência e aprender o que é respeito às diferenças.  Nesta matéria, do respeito às diferenças, há poucos mestres como Gandhi, por exemplo; quanto a nós, estamos aprendendo ainda a conviver uns com os outros.  
Eu repudio toda forma de preconceito e apoio todos os movimentos de conscientização, mas sou contra todas as formas de guerra e agressão como luta contra a intolerância. Creio e tenho fé no amor e no poder maior como fonte de paz e vida. Isso não justifica impunidade para criminosos e sim que podemos ser melhores do que isto que estamos vendo ou “sendo”.  E, especialmente à comunidade umbandista, bastaria todos assumirem que são umbandistas e já faríamos a diferença. Seria muito importante os “consulentes” sentirem que são umbandistas também e não apenas os que vestem o branco. Afinal, se alguém deposita, coloca ou investe sua fé na Umbanda deveria se considerar umbandista e não católico, espírita ou sem religião.
O nosso silêncio ou omissão ao simples fato de pertencer à Umbanda já é um apoio a todos que agridem a Umbanda. Não posso falar pelo Candomblé e outras vertentes mas creio que a situação é similar.
Quer mudar o mundo? Então comece mudando a si mesmo!
Foto: Reprodução

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