Ex seminarista, com estudos, cursos diversos na amada UMBANDA incluindo o de teologia, praticante desde 1978; vi a necessidade de poder repassar o que aprendo todos dias, quer sejam textos, cursos, vídeos, e-books, aos que possam desejar, sem compromisso algum com quem quer que seja a não ser a DIVULGAÇÃO DE NOSSA AMADA UMBANDA. Se desejarem contato: acevangel@gmail.com
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Achando o culpado | Minha Umbanda
Achando o culpado | Minha Umbanda: Axééé… Creio que não é impressão só minha, mas o post de quinta-feira (dia 25 de outubro) “O “erro” é dos Homens e não da Umbanda” provocou muitas reflexões, avaliações e talvez, até certo desconforto, não é mesmo? Para mim, esses ...
Fantasma, aqui?!?
Fantasma, aqui?!?: A expectativa era grande. Iniciaram-se as preces. Todos orando com fervor. No centro do salão estavam os médiuns. De re...
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Domingo na igreja, sexta-feira no terreiro: as dis...
Domingo na igreja, sexta-feira no terreiro: as dis...: Sessão de descarrego na IURD Este trabalho de dissertação de mestrado pretende investigar algumas das relações que se estabelecem, no c...
: Para ser um bom médium devo estudar?
Para ser um bom médium devo estudar?: “Discerni tudo e ficai com o que é bom” (1 Ts 5:21) Paulo de Tarso Várias ordens religiosas e monásticas recomendam que seus me...
domingo, 25 de novembro de 2012
SINTESE: SAUL - SEM VOCÊS, O DESPERTAR EM MASSA NÃO PODERIA...
SINTESE: SAUL - SEM VOCÊS, O DESPERTAR EM MASSA NÃO PODERIA...: SEM VOCÊS, O DESPERTAR EM MASSA NÃO PODERIA OCORRER Mensagem de Saul Por John Smallman Em 25 de novembro de 2012 A intensi...
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Por quais motivos Ramatis atua na Umbanda?
Por quais motivos Ramatis atua na Umbanda?: Conheça a verdade, e a verdade vos libertará (João 8:32) O médium Norberto Peixoto, escritor e sacerdote dirigente do Grupo de Umb...
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
AMACI abre a mente, os sentidos, o espirito e a alma | Minha Umbanda
AMACI abre a mente, os sentidos, o espirito e a alma | Minha Umbanda: Axé a todos! A Umbanda é realizadora e transformadora por excelência. É uma religião que nos aproxima do Sagrado e que permite adentrarmos em nós mesmos para assim, de forma mais verdadeira e intensa, nos colocarmos à “disposição” do próximo, seja ...
Eu não quebro porque sou macio, viu… | Minha Umbanda
Eu não quebro porque sou macio, viu… | Minha Umbanda: Axé a todos! Hoje quero, com muito carinho, falar um pouco das entidades espirituais que incorporam nos médiuns de nossa Umbanda como baianos. Sim, quero saudar todo o Povo da Bahia e dizer que ainda não conheci forma mais espetacular de ...
O erro é dos Homens e não da Umbanda | Minha Umbanda
O “erro” é dos Homens e não da Umbanda | Minha Umbanda: Axé a todos! Sem nenhuma conotação de superioridade me sinto uma pessoa muito privilegiada. Vivencio com centenas e centenas de pessoas, espíritos e situações diariamente, fato que me proporciona um intenso aprendizado, que exige muita disciplina e muita capacidade de ...
O erro é dos Homens e não da Umbanda | Minha Umbanda
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Achando o culpado | Minha Umbanda
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Será exagero? | Minha Umbanda
Será exagero? | Minha Umbanda: Axééé… Saudade. Trabalho. Estudo. Descobertas. Giras, engiras e muitas surpresas. Assim passaram esses dias… Quanto tempo, sentimentos, pensamentos e tentativas. Metas, provas e paciência. Tudo ainda pulsando, acontecendo e abrilhantando nosso Terreiro. Agradeço o carinho de todos que se mostraram ...
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Preceitos na Umbanda
Como em todo e qualquer dogma, a Umbanda também faz uso de preceitos
específicos e predeterminados. Na Umbanda os preceitos são, abstenções
voluntárias, em benefício da positivação ou negativação de cada um, e se dividem
em 3 grupos distintos, à saber:
Primordial
Opcional
Ocasional
Opcional
Ocasional
PRIMORDIAL: É o preceito indispensável à todos os médiuns sem exceção, como preparativo para os trabalhos mediúnicos na sessões de terreiro, e se dividem em 7 itens:
Isenção de sexo, pelo menos, 8 horas antes do início dos trabalhos mediúnicos.
Isenção de ingestão de produto animal que dependa do sacrifício do mesmo, inclusive peixes, isenção esta à partir de 24 horas antes do trabalho mediúnico.
Isenção nas 12 horas anteriores ao trabalho mediúnico, de maus pensamentos, (ódio, orgulho, inveja, vaidade)
Uso de roupa apropriada e pré determinada para o trabalho mediúnico.
Banho de descarga, conforme determinado à cada um.
Pontualidade ao início da corrente fraterna.
Entregar-se ao trabalho espiritual, sem a preocupação com a hora do término do mesmo.
OPCIONAL: É o preceito que, em adendo ao primordial, é determinado pelo Orientador Espiritual ou pelo Chefe do terreiro, para determinados médiuns:
Isenção de produtos animais, mesmo que não dependam do sacrifício dos mesmos. Exemplo: Manteiga, queijo, ovos, leite, etc.
Banhos de descarga especiais e específicos.
Firmeza extraordinária do Anjo de Guarda.
OCASIONAL: É o preceito de emergência, o que é praticado em caso de emergência, quando necessário ao trabalho mediúnico, fora da corrente fraterna.
Firmar os Anjos de Guarda; o seu e da pessoa à ser atendida.
Exigir no local o mais absoluto silêncio e concentração
Pedir licença e salvar o Orixá TEMPO.
Mentalizar o Divino Nazareno, invocando à Ele a permissão do trabalho sem os preceitos normais e rogando-lhe o auxílio do Astral Superior.
Independente de todos estes preceitos, todo o médium deve abster-se durante o trabalho mediúnico, de jóias, bijuterias, objetos metálicos e dinheiro; enfim o médium deve procurar estar o mais puro possível para ingressar na corrente fraterna.
HORAS NA UMBANDA
Todas as horas da Umbanda, são controladas por um Orixá independente dos demais, pouco conhecido, chamado ORIXÁ TEMPO, que é o determinante do envio das vibrações cósmicas, assim como o momento exato da utilização do ritual necessário. Como estamos encarnados no terceiro planeta, do sistema solar, controlado por uma estrela de 5a grandeza, da 2a Galáxia, um planeta presídio por nós chamado de Terra, temos que nos atentar ao sistema de contagem de tempo do mesmo, embora que não muito consonante com o Tempo Real. Baseados na nossa forma de contagem de Tempo, a Umbanda divide as horas de um dia em três tipos diferentes, a saber:
Horas Abertas
Horas Fechadas
Horas Neutras
HORAS ABERTAS
São consideradas horas abertas na Umbanda, as não classificadas como neutras ou negativas, portanto, positivas para a feitura de qualquer dos trabalhos abaixo enumerados:
Mentalização
Vidência
Irradiação
Jogo de Búzios
Agrados
Amalás
Amacís
HORAS FECHADAS
São aquelas que, nenhum dos atos ritualísticos ou litúrgicos descritos acima podem ser efetuados. São consideradas horas fechadas, os 15 minutos anteriores e posteriores à HORA PEQUENA e à HORA GRANDE, ou seja de 11:45hs às 12:15hs, assim como também de 23:45hs às 00:15hs, horas que são destinadas à entrega de EBÓS, DESCARREGOS, ou o emprego da Força Negativa para a prática do bem. Nestas Horas Fechadas, não se deve praguejar, amaldiçoar, discutir, entrar ou sair de lugares cobertos e freqüentar locais espúrios.
HORAS NEUTRAS
São aquelas em que qualquer tipo de Ato Litúrgico ou Ritualístico, é dado à cada um segundo o seu mérito. Estas Horas Neutras da Umbanda são muito utilizadas no Esoterismo e classificadas como HORAS TERÇAS e HORAS NONAS (6hs e 18hs).
NOTA
Excetuando-se as Horas Negativas e Neutras, todas as outras horas do dia são consideradas como positivas.
Das 7 Linhas da Umbanda, apenas três podem interferir e alterar o ritual praticado em todas as horas:
Linha de Oxalá
A Linha das Senhoras (OXUM, IEMANJÁ, IANSÃ e NANÃ)
IBEJI
HORAS SEMANA
- Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Observ.
Espaço de 15 minutos após às 0hs até 00:15hs Negativa
Até 1h Almas Ogum Xango Oxóssi Oxalá Senhoras Ibeji Positiva
De 1 às 2hs Oxóssi Xango Ibeji Ogum Almas Oxalá Senhoras Positiva
De 2 às 3hs Ogum Ibeji Senhoras Xango Oxóssi Almas Oxalá Positiva
De 3 às 4hs Xango Senhoras Oxalá Ibeji Ogum Oxóssi Almas Positiva
De 4 às 5hs Ibeji Oxalá Almas Senhoras Xango Ogum Oxóssi Positiva
De 5 às 6hs Senhoras Almas Oxóssi Oxalá Ibeji Xango Ogum Neutra
De 6 às 7hs Oxalá Oxóssi Ogum Almas Senhoras Ibeji Xango Positiva
De 7 às 8hs Almas Ogum Xango Oxóssi Oxalá Senhoras Ibeji Positiva
De 8 às 9hs Oxóssi Xango Ibeji Ogum Almas Oxalá Senhoras Positiva
De 9 às 10hs Ogum Ibeji Senhoras Xango Oxóssi Almas Oxalá Positiva
De 10 às 11hs Xango Senhoras Oxalá Ibeji Ogum Oxóssi Almas Positiva
De 11 às 11:45hs Ibeji Oxalá Almas Senhoras Xango Ogum Oxóssi Positiva
De 11:45hs às 12:15hs Espaço de tempo de hora fechada Negativa
De 12:15hs às 13hs Senhoras Almas Oxóssi Oxalá Ibeji Xango Ogum Positiva
De 13 às 14hs Oxalá Oxóssi Ogum Almas Senhoras Ibeji Xango Positiva
De 14 às 15hs Almas Ogum Xango Oxóssi Oxalá Senhoras Ibeji Positiva
De 15 às 16hs Oxóssi Xango Ibeji Ogum Almas Oxalá Senhoras Positiva
De 16 às 17hs Ogum Ibeji Senhoras Xango Oxóssi Almas Oxalá Positiva
De 17 às 18hs Xango Senhoras Oxalá Ibeji Ogum Oxóssi Almas Neutra
De 18 às 19hs Ibeji Oxalá Almas Senhoras Xango Ogum Oxóssi Positiva
De 19 às 20hs Senhoras Almas Oxóssi Oxalá Ibeji Xango Ogum Positiva
De 20 às 21hs Oxalá Oxóssi Ogum Almas Senhoras Ibeji Xango Positiva
De 21 às 22hs Almas Ogum Xango Oxóssi Oxalá Senhoras Ibeji Positiva
De 22 às 23hs Oxóssi Xango Ibeji Ogum Almas Oxalá Senhoras Positiva
De 23 às 23:45hs Ogum Ibeji Senhoras Xango Oxóssi Almas Oxalá Positiva
De 23:45hs às 00:15hs Espaço de tempo de hora fechada Negativa
Cruzamento com Pemba
O Cruzamento com Pemba, é um ritual utilizado na Umbanda, para melhor proteção dos médiuns, que já contam com uma incorporação definida, e que por esta razão, tomam também parte ativa em descargas fluídicas negativas. Em todas as Nações que praticam a Umbanda, não é permitido a um médium de incorporação, iniciar o seu trabalho, sem que antes, para isso, não houvesse se cruzado.
O Cruzamento deve ser feito da seguinte forma: Segurando a Pemba com a mão direita, fazer uma cruz na fronte, depois cruzar a palma da mão esquerda e descendo, cruzar também o peito do pé direito. Após isto, passar a pemba para a mão esquerda e com ela fazer uma cruz na nuca, depois cruzar a palma da mão direita e descendo cruzar o peito do pé esquerdo.
Os Pontos na Umbanda
Na Umbanda, o ponto é o elo de ligação entre o mundo espiritual e o mundo material, e se subdivide em dois tipos, à saber:
PONTOS RISCADOS ou ZIMBAS
PONTOS CANTADOS ou CURIMBAS
Tanto o Ponto Riscado como o Ponto Cantado têm sua primeira divisão como:
Ponto da tribo ou Clã
Ponto de trabalho
Em ambas subdivisões acima, os pontos podem novamente se subdividir em:
Ponto de chamada
Ponto de apresentação (ou identificação)
O Ponto de apresentação pode ser dado, da mesma forma, de duas maneiras diferentes e aceitos como certos
Ponto da tribo ou Clã
Ponto de trabalho
Ponto de falange
Ponto cruzado
Defumador
Ordenação
Cruzamento de Pemba
Batismo
Confirmação
Amacís
Casamento
Retirada de Vume
Ponto de demanda
Ponto de Maleime (pedido de perdão)
Ponto de subida
IMPORTANTE
Ponto Riscado ou o Ponto Cantado, nunca deve ser interrompido no meio, principalmente por terceiras pessoas. Os comentários sobre o Ponto Riscado ou sobre a inconveniência do Ponto Cantado, deverão ser postas ou comentadas por quem de direito, após o término dos mesmos.
domingo, 18 de novembro de 2012
ABRAM ESTE LINK E OBTERÃO MUITAS INFORMAÇÕES, CURSOS, PALESTRAS.
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Fitoenergética – Equação vibracional
Fitoenergética – Equação vibracional: Fitoenergética – Equação vibracional
por Manoel Lopes
Seguimos no Núcleo Mata Verde uma doutrina chamada Umbanda Os Sete Reinos Sagrados, e para que possamos entender os conceitos da Fitoenergética que iremos abordar neste texto é muito Leia mais...
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
QUAL EXPLICAÇÃO DE FRACASSOS EM CURAS NA UMBANDA?
Qual a explicação para esses fracassos?
Retirado do livro “UMBANDA - Perguntas & Respostas” J. Edson Orphanake – Tríade Editorial
Não se trata de fracassos
da Umbanda ou dos guias, mas de fatores alheios ou falhas dos próprios doentes.
Conversando com o preto-velho, esclareceu-me algumas dúvidas. Em princípio por
que, algumas vezes, previsões, remédios, oferendas, conselhos dos guias não são
eficazes, não surtem os efeitos desejados. “Ora” disse-me, “a Umbanda não é
limitada a certas classes de espíritos. Nos terreiros, se o médium quiser e for
permitida, dar-se-á a incorporação de toda espécie de desencarnados, desde os
imperfeitos até sábios Instrutores do Espaço, e muitos deles, de más intenções,
se apresentam como pretos-velhos, caboclos, marinheiros e outros, a fim de serem
aceitos, isto é, mistificam. Pois bem, não é pelo simples fato de serem
espíritos fora da matéria que sabem tudo. Não. Eles sabem somente aquilo que
aprenderam e mais nada”. Então, há mistificação na Umbanda? Sim e bastante.
Contudo, a existência de perucas não quer dizer que todo mundo seja careca… O
fato de haver muleta, não implica que todos sejam aleijados. Ademais, a cura de
uma doença, por exemplo, pode não se dar por vários motivos, quando o guia é
autêntico. Também a Umbanda não é panacéia para todos os males, principalmente
as doenças de origem física, pois para isso existem médicos, embora muitas
possam ser curadas. Voltando ao caso da mistificação, este fator negativo não é
privilégio da Umbanda. Mistificação há em toda atividade humana e é inerente à
humanidade, visto esta não ser perfeita. É um dos erros dos homens, não da
Religião.
É verdade. Existem pessoas
que, embora tratadas espiritualmente em centros kardecistas e umbandistas, não
se curam, enquanto a maioria obtém êxito no tratamento e a consequente cura. Por
que isso acontece, quando os mentores espirituais de Umbanda são autênticos?
Bem, vários são os motivos para que tal ocorra:
1º – As pessoas não
são máquinas, nem iguais umas às outras, razão por que as curas em algumas não
se efetivam.
2º – A pessoa tem no
perispírito (corpo astral) bastante substância tóxica astral, adquirida em vidas
anteriores, que é expelida em forma de doenças nesta
existência.
3º - Falta de Fé
(confiança), elemento que muito ajuda (embora não seja essencial) na cura, por
ser fator de sugestão.
4º - Há indivíduos
que gostam de suas doenças e as usam como argumento em suas conversas (fato
curioso, mas verdadeiro). São os masoquistas (sentem prazer no próprio
sofrimento).
5º - Existem aqueles
que opõem resistência inconsciente, não acreditando que possam ficar curados
espiritualmente.
6º - Há os que são
doentes por força de seus próprios hábitos ou vícios, e não se curam por não
abandonarem o hábito (fumar, beber em demasia, comer demais, odiar, brigar,
enervar-se, abusar do sexo etc).
7º - Há pessoas boas
condutoras de energia e capazes de armazená-la, enquanto outras são péssimas
condutoras de fluidos vibratórios de cura, bloqueando o fluxo energético e,
portanto, incapazes de conservá-la.
8º - Quando da
aplicação de passes, às vezes reclama-se resultado imediato, quando o tratamento
deveria ser mais longo.
9º - No início da
enfermidade, a possibilidade de cura é maior do que quando já adiantada. Mesmo
que o doente morra, a morte não significa que a cura não se efetuou. A
eliminação ou alívio da dor e da angúsl isento dos males que o atormentavam, reencarnando futuramente sem o carma doloroso da moléstia.tia pode se considerado bom resultado e o
doente ingressar na vida espiritua
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
SOU UMBANDISTA, APENAS UMBANDISTA!!!
ESTA É A MINHA VERDADE!!!
Por Alexandre Cumino
Não vemos católicos que são judeus, não vemos muçulmanos
pentecostais, não vemos budistas jainistas. No entanto, vemos umbandistas que são
candomblecistas, umbandistas católicos, umbandistas espíritas, umbandistas
evangélicos e etc. Muito curioso, praticar duas religiões que
tenham fundamentos totalmente diversos.
Sou umbandista, apenas umbandista, pois a Umbanda me basta em
todos os sentidos e expectativas.
Pertencer a uma religião é ter seus valores como valores de
sentido para nossa vida. Viver com valores dissonantes é ter uma vida com
caminhos dissonantes. Cada religião tem uma egrégora de energia própria e nem
sempre as egrégoras se complementam. Pelo contrário, muitas vezes se chocam, por
conta de seus valores e convicções diversos.
Pertencer a muitas religiões não é como
fazer muitos cursos e pendurar seus diplomas na parede. Cada religião chama, e
algumas exigem, que seu adepto assuma seus valores em um caráter confessional,
ou seja, confissão de fé, aceitação de que ali está a sua verdade. Fica a
pergunta: onde está a sua verdade, onde está seu coração?
Pertencer a muitas religiões pode criar uma hipocrisia
religiosa, pois num dia da semana você nega os valores que prega no outro dia da
semana.
Múltipla pertença religiosa tem sido usado como rótulo para
dizer que é mais descolado, mais espiritualizado. O que não corresponde a
verdade. O mais espiritualizado é aquele que vai mais fundo dentro de si mesmo
para vencer suas dores e dificuldades, e logo se torna melhor para todos ao seu
redor, por se tornar alguém mais bacana, mais agradável, mais feliz, mais
realizado.
Usamos palavras como humildade, paciência e desprendimento
para rotular quem é mais espiritualizado. Talvez por isso, os interessados em
serem mais espiritualizados vão forjando uma imagem de si mesmos, forjando uma
máscara social de mocinhos e mocinhas da luz... este é o “ego
espiritualizado”, uma hipocrisia espiritual.
Ser espiritualizado é ser você mesmo antes de tudo e tomar
consciência da vida material, espiritual, mental e emocional, tudo junto. Mesmo
porque, querer ser espiritual, negando o corpo e a mente, é um erro cometido por
religiões repressoras que prometiam o céu a quem negasse tudo que existe no
mundo.
Mesmo nos dedicando muito a uma única religião, ainda assim
não é fácil ter um aprofundamento da mesma em nossa alma e espírito, o que dirá
praticando muitas. Não se consegue ter profundidade em nenhuma, fica sendo algo
superficial. Nos enchemos de coisas e elementos externos para tentar tapar um
buraco existencial: nossos medos e fraquezas.
Existem muitas religiões, porque existem muitas formas
diferentes de entrar em contato com o sagrado, com o divino, e cada grupo de
pessoas se identifica com uma forma, ou cria uma nova forma de sentir e
expressar sua espiritualidade.
A Umbanda, por se tratar de uma religião nova, que nasceu no
mundo moderno e se desenvolve no mundo pós-moderno e contemporâneo, é muito
moderna, inovadora, aberta, evolucionista e inclusiva. A Umbanda nos oferece uma
quantidade infinita e inesgotável de recursos. A incorporação e o passe
mediúnico são apenas dois dos inesgotáveis recursos da religião. O fato é que
subestimamos a Umbanda e muitos, na primeira dificuldade, procuram uma outra
religião, ou o sacerdote de outra religião para lhe orientar e este vai lhe
cuidar segundo fundamentos de outra religião. O correto seria ter paciência e
confiar em seus guias de Umbanda. Se aprofundar e buscar respostas no lugar onde
mora a sua verdade. Descobrir que a Umbanda tem fundamentos e recursos que vão
se abrindo e se apresentando de acordo com nossas necessidades. Ao longo de
muitos anos, vários recursos vão se abrindo dentro da religião, muitos mistérios
se descortinam, mas primeiro é preciso aprender o básico.
O que é Umbanda?
Qual é a minha religião?
Quais seus fundamentos básicos?
Qual o por quê de cada gesto ritual, de sua
liturgia?
Qual é a sua magia, por que tantos elementos?
Dentro da umbanda, existe um ambiente mais interno de
iniciações na força dos Orixás, existe uma apresentação formal de muitas linhas
de trabalho (caboclos, pretos velhos... etc), que se apresentam a quem queira se
aprofundar no conhecimento sacerdotal. Por isso e muito mais, estudamos Teologia de
Umbanda Sagrada e Sacerdócio de Umbanda Sagrada. Porque queremos mais, muito
mais, da NOSSA RELIGIÃO, da religião de UMBANDA. Queremos muito, mas muito mais
mesmo, que apenas ir ao terreiro uma vez por semana “fazer nossa obrigação”, ou
“fazer a caridade”. Tudo rotulado, bonitinho, mecanicamente autômato. Estamos e
continuamos comprando um pedaço do céu, agora chamado Aruanda. Muitos continuam
católicos, no inconsciente, continuam espíritas, continuam com velhos paradigmas
e perdem a oportunidade de ir mais fundo na Umbanda, estão presos na margem, na
superfície, no raso. Vamos fundo na Umbanda, com a Umbanda e para
a Umbanda.
EU SOU UMBANDISTA. ALEXANDRE CUMINO
"Umbanda é Linda;
Umbanda é Tudo de Bom;
Umbanda é Religião,
Portanto Só Pode Praticar o BEM!!!"
Alexandre Cumino
Na Umbanda todos são iguais
Na Umbanda todos são iguais: No meio das atividades espiritual e material dos terreiros de Umbanda que pregam a igualdade, a fraternidade, o amor, um fato, dentre de ...
Soraya, não desista!
Soraya, não desista!: "Que farei para herdar a vida eterna?" Foi a pergunta que um intérprete da Lei fez a Jesus, em Lucas 10:25. Jesus...
SINTESE: MIGUEL - VOCÊS ESTÃO MUDANDO UM MUNDO
SINTESE: MIGUEL - VOCÊS ESTÃO MUDANDO UM MUNDO: VOCÊS ESTÃO MUDANDO UM MUNDO Miguel Canalizado por Ron Head Em 13 de novembro de 2012 É praticamente desnecessário destaca...
terça-feira, 13 de novembro de 2012
CONVITE A TODOS UMANDISTAS OU NÃO!!!
Meus Amados Irmazinhos, e Irmazinhas que se dedicam a essa amada Umbanda. as postagens colocadas embora o número esteja repleto, não consigo que haja por parte dos leitores, comentários, ou assertivas que venha me informar sobre algo que acreditam não ser o que está escrito.
Por isto existe a parte de comentários e desejo que sejamos um grupo coeso com muito e muito componentes deste grupo, o que certamente iremos aprender juntos muito do que ainda não sabemos e certamente muitos dos leitores saibam e possam inserir neste Blog.
Na tecnologia de hoje, nós umbandistas temos que nos comunicar seja do extremo sul até o último ponto deste Brasil informando, e destacando nossa amada Religião que tendo suas alternâncias de rituais todas levam somente para o mesmo lugar: Humildade, Amor ao Próximo e a Tudo que nos Cerca nos legado emprestado pelo Pai Criador.
Vamos portanto, deixar um pouco a preguiça de lado e vamos empreender uma amizade sólida , eficaz em que todos sairemos um pouco mais evoluidos naquilo que praticamos, a nossa Amada UMBANDA.
Sarava a Todos com muita Paz, Harmonia e Amor em seus corações.
Antonio Carlos Evangelista de Ogum Beira Mar.
Por isto existe a parte de comentários e desejo que sejamos um grupo coeso com muito e muito componentes deste grupo, o que certamente iremos aprender juntos muito do que ainda não sabemos e certamente muitos dos leitores saibam e possam inserir neste Blog.
Na tecnologia de hoje, nós umbandistas temos que nos comunicar seja do extremo sul até o último ponto deste Brasil informando, e destacando nossa amada Religião que tendo suas alternâncias de rituais todas levam somente para o mesmo lugar: Humildade, Amor ao Próximo e a Tudo que nos Cerca nos legado emprestado pelo Pai Criador.
Vamos portanto, deixar um pouco a preguiça de lado e vamos empreender uma amizade sólida , eficaz em que todos sairemos um pouco mais evoluidos naquilo que praticamos, a nossa Amada UMBANDA.
Sarava a Todos com muita Paz, Harmonia e Amor em seus corações.
Antonio Carlos Evangelista de Ogum Beira Mar.
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade: Ensaio curimba - salve os pretos (as) velhos (as)
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domingo, 11 de novembro de 2012
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Matéria não existe, tudo é energia: O título deste artigo diz uma obviedade para quem entendeu minimamente a teoria da relatividade de Einstein pela qual se af...
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sábado, 10 de novembro de 2012
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sexta-feira, 9 de novembro de 2012
REPÚBLICA DOS ESPIRITOS: O Perispírito
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REPÚBLICA DOS ESPIRITOS: Origem do Espiritismo: Poucos sabem sobre a origem do espiritismo, pensa a maioria que o espiritismo foi uma invenção de Alan Kardec. Entretanto, Kardec apenas ...
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Elemental virulento no perispírito
Elemental virulento no perispírito: Repetimos: a recidiva cancerosa só ocorre quando ainda continua a circular o elemental virulento no perispírito do operado e...
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Estudo sistematizado da Umbanda: Diga SIM ao estudo! Salve a Umbanda! Em breve, estaremos iniciando o estudo sistematizado da Umbanda e espiritualismo com a publicação ...
Um estudo sobre os Orixás na Umbanda - parte 2.
Um estudo sobre os Orixás na Umbanda - parte 2.: O planeta em que vivemos e todos os mundos dos planos materiais se mantêm vivos através do equilíbrio entre as energias da natureza...
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
A origem do carnaval
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Carnaval, retrato do inferno de Dante?!?
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A garota das flores
“Digo-te que dali não sairás enquanto não tiveres pago até o último ceitil!” Jesus. Podemos e temos o direito e o livre-arbítrio d...
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Jurema
A Jurema é uma árvore que floresce no
agreste e na caatinga nordestina; da casca de seu tronco e de suas raízes se faz
uma bebida mágico-sagrada que alimenta e dá força aos encantados do
"outro - mundo". É também essa bebida que permite aos homens entrar em contato
com o mundo espiritual e os seres que lá residem. Tal árvore se constitui
enquanto símbolo mágico-sagrado e é núcleo de várias práticas mágico-religiosas
de origem ameríndia. De fato, entre os diversos dos povos indígenas que
habitaram ou habitam o nordeste, se fazia e em alguns deles ainda se faz uso
ritual desta bebida1.
No ano de 1938, Curt Nimendaju obtém, entre os
índios de Santa Rosa – BA, descendentes de Tupiniquins e Kamuru-Kariri um
interessante depoimento; uma "visagem" do mundo espiritual conseguida por
aqueles que bebem da sagrada bebida feita com partes da Mimosa Nigra
Hub.
"A Jurema mostra o mundo inteiro a quem bebe:
Vê-se o céu aberto, cujo fundo é inteiramente vermelho; vê-se a morada luminosa
de Deus; vê-se o campo de flores onde habitam as almas dos índios mortos,
separada das almas dos outros. Ao fundo vê-se uma serra azul; vêem-se as aves do
campo de flores: beija-flores, sofrês e sabiás. À sua entrada estão os rochedos
que se entrechocam esmagando as almas dos maus quando estas querem passar entre
eles. Vê-se como o sol passa por debaixo da terra. Vê-se também a ave do trovão,
que é desta altura (um metro). Seus olhos são como as da arara, suas penas são
vermelhas e no alto da sua cabeça ela traz um enorme penacho. Abrindo e fechando
este penacho, ela produz o raio e, quando corre para lá e para cá, o trovão."
(Numendaju, 1986: 53)
Contudo, este culto este se difundiu dos Sertões
e Agrestes nordestino em direção às grandes cidades do litoral, onde elementos
das outras matrizes étnicas entraram em cena. Desse modo, o símbolo da árvore
que liga o mundo terreno ao além e, embora amargo2, dá sapiência3 aos
que dela se alimentam, ganha novos significados, surgindo um mito com traços
cristãos. Neste sentido, a Jurema surge como a árvore que escondeu a sagrada
família, dos soldados de Herodes, durante a fuga para o Egito, ganhando
desde então suas propriedades mágico-religiosas (Cf. Cascudo, 1931; Bastide,
1945).
A jurema é um pau sagrado
Onde Jesus descansou
Que dá força e "ciência"
Ao bom mestre curador.
Onde Jesus descansou
Que dá força e "ciência"
Ao bom mestre curador.
Ainda nessa perspectiva, juntaram-se na
constituição desta forma de religiosidade popular, outros elementos de origem
européia como a magia e o culto aos santos do catolicismo popular. Da matriz
africana, incorporou o sacrifício de animais, como realizado entre os Xangôs
nordestinos, além de algumas divindades do panteão Yorubá. As constantes ondas
migratórias entre o interior e o litoral devem ter influenciado nestes
intercâmbios de elementos simbólicos no culto. E com esta configuração ele se
espalha em algumas capitais nordestinas, como Recife, Paraíba, Maceió e
Natal.
Na década de 20 os jornais já anunciavam a
presença "dos baixos e barulhentos espíritos" do primitivo
"Catimbau",entre os ditos civilizados das pacatas cidades 4. A partir desta época encontramos referências sobre
a Jurema em autores como Cascudo (1931), Fernandes (1940), Bastide (1945) e
Vandezande (1975).
A Jurema que passaremos a apresentar é a
encontrada na cidade do Recife, em terreiros localizados em sua grande maioria
nos bairros periféricos da cidade. Dimensionado os limites espaços-temporais do
presente trabalho, um primeiro ponto a ser considerado é que o culto à Jurema
não se dá de forma padronizada entre os diversos grupos existentes. Como dizem
os juremeiros: "Jurema? Cada uma tem a sua, a minha eu cultuo como aprendi
com fulano... (sic.)" "A Jurema de sicrano..., ele dá bode ao mestre dele, na
minha eu não cultuo com sangue... (sic.)". Contudo, em meio às diferenças,
existe um complexo de ritos e crenças que os juremeiros compartilham e que
permite distinguir o culto à Jurema de outras formas concorrentes de
religiosidade popular, em especial do Xangô e da Umbanda como praticadas no
Recife. O que chamaremos aqui, complexo mágico-religioso da Jurema, envolve como
padrão a ingestão da bebida feita com partes da Jurema, o uso ritual do
tabaco 5,o transe de possessão por seres
encantados, além da crença em um mundo espiritual onde as entidades
residem.
Passaremos então a buscar, dentre os rituais
observados em várias casas religiosas do Recife, os elementos que possibilitem
melhor caracterizar o complexo mágico-religioso do Culto à Jurema. Enfocaremos,
então, o mundo espiritual e o panteão de encantados, os artefatos religiosos, os
rituais, enfim, a visão de mundo existente entre os juremeiros.
O Mundo Espiritual e Sua Representação no Mundo dos
Vivos
"Abrindo a Mesa, com Luz e Amor
Abrindo as Portas do Juremá
Chamando os Guias
Para trabalhar."
Abrindo as Portas do Juremá
Chamando os Guias
Para trabalhar."
Quem já assistiu uma reunião de Jurema, deve
lembrar-se dessa toada, cantada no início das sessões, para convidar os
"Senhores Mestres do outro - mundo" a participarem do mundo dos vivos. Para os
juremeiros paraibanos e pernambucanos este mundo espiritual tem o nome de Juremá
e é composto por reinados, cidades e aldeias. Nestes Reinos e Cidades residem os
encantados: os Mestres e os Caboclos. Diz-nos Cascudo (1931: 43):
"Cada aldeia tem três `mestres'. Doze aldeias
fazem um Reino com 36 `mestres'. No reino há cidades, serras, florestas, rios.
Quanto são os Reinos? Sete, segundo uns. Vajucá, Tigre, Candindé, Urubá,
Juremal6, Fundo do Mar, e Josafá. Ou cinco,
ensinam outros. Vajucá, Juremal, Tanema, Urubá e Josafá".
A Jurema é a cidade-estado deste mundo
espiritual. Em Alhandra, localidade do litoral paraibano, considerada por muitos
o berço de uma grande linhagem de catimbozeiros e mestres do além, como Manoel
Inácio e Maria do Acais, que como nos conta Vandezande (1975) lá formaram escola
quando em vida; as árvores de Jurema cultivadas pelos catimbozeiros são
consideradas as próprias cidades espirituais.
"A `cidade' mais antiga de jurema, cujo pé de
jurema teria sido plantado pelo `mestre Inácio', regente dos índios, é o arbusto
velho e enorme que se encontra na atual propriedade `Estiva'... O arbusto é
sempre venerado, e muitas vezes há velas acesas ao anoitecer... O lugar é
chamado pelos entendidos de `cidade do Major do Dias'... Mestre Inácio e o
mestre Major do Dias foram proprietários de Estiva. O atual proprietário, o
mestre Adão, um dia tornar-se-á também `mestre' do além depois que o seu
espírito for lavado7."(Vandezande, 1975:
129)
Entre os recifenses, talvez pela falta de espaço
nos locais de culto, troncos da planta sãoassentados 8 em recipientes de barro e simbolizam as cidades dos
principais mestres das casas. Estes troncos, juntamente com as princesas e
príncipes, com imagens de santos católicos e de espíritos afro-ameríndios,
maracás e cachimbos, constituirão as Mesas de Jurema. Chama-se
Mesa o altar junto ao qual são consultados os espíritos e onde são oferecidas
as obrigações que a eles se deva.
As princesas são vasilhas redondas de vidro ou de
louça dentro das quais são preparadas a bebida sagrada e, em ocasiões especiais,
onde são oferecidos alimentos ou bebidas aos encantados. Os príncipes são taças
ou copos, que normalmente estão cheios com água e eventualmente com alguma
bebida do agrado da entidade. É comum vê-se nas mesas mais elaboradas uma
complexa arrumação onde entram na composição príncipes, princesas e
trocos.
O príncipe ou a princesa é a menor unidade de
simbolização de uma entidade espiritual. Todo Juremeiro deve ter, ao menos um
destes dedicado ao seu mestre e assentado em sua mesa. Contudo, de acordo com a
disponibilidade financeira, pode-se constituir todo um "estado
espiritual– as cidades dominadas por uma determinada entidade.
Confecciona-se um estado através do uso de uma princesa tendo ao seu centro um
príncipe e em seu derredor mais seis deles. Para complementar este artefato,
entraria o tronco da árvore sagrada, que pode ficar no centro da mesa ou em
baixo dela.
Para alguns entendidos no culto, é no troco –
junto com outros apetrechos que a entidade que o domina solicita que seja nele
depositado –, onde estaria o verdadeiro segredo de uma "Jurema
plantada". Portanto, eles argumentam que este deveria ficar longe dos
olhos dos curiosos, normalmente em baixo da mesa. Como adverte uma das toadas:
"A Ciência da Jurema / Todos querem saber / Mas é feito casa de abelha /
Trabalha que ninguém vê." Em cima do tronco, sobre a mesa, ficaria, a vista
de todos, o jogo de príncipes e princesas.
Os Habitantes do Juremá
Duas categorias de entidades espirituais têm seus
assentamentos nas mesas de Jurema, os Caboclos e os Mestres.
Os Caboclos e Índios
"Fui pra mata, fui caçar
Atirei no que não vi
Acertei passo sagrado,
Era um Pitiguarí.
Atirei no que não vi
Acertei passo sagrado,
Era um Pitiguarí.
*
Mas, Tupã me perdoou
Hoje eu não caço mais
Me chamoFlecha Dourada,
Protetor dos animais."
(Jurema de mesa)
Hoje eu não caço mais
Me chamoFlecha Dourada,
Protetor dos animais."
(Jurema de mesa)
*
Os Caboclos são identificados como entidades
indígenas que trabalham principalmente com a cura através do conhecimento das
ervas (Pinto, 1995). Durante a estada destas entidades nos terreiros,
incorporadas nos médiuns, dão passes e realizam benzeduras com ervas e
folhagens. São associados às correntes espirituais mais elevadas, as que
trabalham para o bem, mas que também podem ser perigosas quando usados contra
alguém. Por isso são muito temidos. Diz um informante de Pinto (op. cit.:
53-54):
"... na antiguidade se tina muito medo dos
caboclos por causa das flechadas. A flechada de um índio é pior que o trabalho
de um mestre... só algumas pessoas que sabem mexer e botar a mão ali
dentro"
Nas Mesas o caboclo é simbolizado por príncipes,
estátuas de índios e apetrechos confeccionados por ameríndios ou inspirados
neles como cocas, flechas, preiacas, colares, etc.
Os caboclos comem frutas, flores, mel, carne
bovina ou peixe, que pode ser crua, cozida no vinho, ou assada na brasa. Com a
introdução de sacrifício de animais nas práticas juremistas, é comum
oferecer-lhes pequenos animais como passarinhos, preás, coelhos e
outro "bichos de caça". São oferecidos ainda raízes como a mandioca, a
batata doce e alimentos confeccionados a partir delas. Alguns juremeiros
oferecem vinho branco a estas entidades, outros apenas sucos de frutas e
refrigerantes como o guaraná. Normalmente os caboclos não fumam e no momento das
reuniões e giras a eles destinadas não se deve fumar; contudo alguns caboclos se
utilizam destes elementos. No caso dos caboclos que utilizem do tabaco em seus
trabalhos, nas oferendas estes devem se fazer presentes na forma em que o
caboclo em questão mais se agradar (cachimbo ou cigarro de palha ou charuto).
Completam as oferendas as bugias ou inãs, as velas.
Na incorporação vêem-se três estereótipos
relacionados ao gênero e a faixa etária destas entidades: Os caboclos
crianças, sejam de um sexo ou de outro, descem pedindo mel, balas e frutas.
São pouco ascéticos quando comem estes alimentos, depositando e misturando os
ingredientes no próprio chão dos terreiros. É costume, ainda, lambuzarem a si e
aos com que compartilham de seu alimento. Muitas vezes querem comer pequenos
insetos e répteis que encontrem nas casas de culto, sob o argumento de que nas
matas comem destes animais. São brincalhões e falam uma linguagem infantilizada
do tipo tati-bi-tati.
Os caboclos adultos do
sexo masculino têm o semblante carrancudo. Sua voz, normalmente faz-se
ouvir claramente. Descem em geral estalando os dedos e emitindo um som
sibilante. Quando em reuniões, onde não haja o batuque dos tambores, dançam em
círculo, dobrando um joelho e deixando a outra perna atrás (Pinto, 1995). Nas
festas a sua coreografia muda assumindo os passos dançados pelos "caboclinhos"
dos folguedos populares do carnaval pernambucano. As caboclas têm uma
expressão facial de maior suavidade e, normalmente, falam uma linguagem onde se
intercala no início das palavras a sílaba si
Os Mestres
É morão que não bambeia
É morão que não bambeia
Os Mestres da Jurema
É morão que não bambeia.
(Gira de Jurema)
É morão que não bambeia
Os Mestres da Jurema
É morão que não bambeia.
(Gira de Jurema)
Outra categoria de entidades que recebem culto na
Jurema é a dos Mestres. Ao que parece o termo mestre é de origem portuguesa,
onde tinha o sentido tradicional de médico (Motta, 1985), ou segundo Cascudo
(1931) de feiticeiro. De forma geral, os mestres são descritos como espíritos
curadores de descendência escrava ou mestiça (índio com negro ou branco com uma
das duas outras raças). Dizem os juremeiros que os mestres foram pessoas que,
quando em vida, trabalharam nas lavouras e possuíam conhecimento de ervas e
plantas curativas. Por outro lado, algo trágico teria acontecido e eles
teriam "se passado" (morrido), se encantando, podendo assim voltar
para "acudir"os que ficaram "neste vale de lágrimas". Alguns deles
se iniciaram nos mistérios e "ciência" da Jurema antes de morrer, como o mestre
Inácio ou Maria do Acais e toda a linhagem de catimbozeiros de Alhandra, que
após um ritual denominado "lavagem" ganham um lugar nas cidades
espirituais e passam a incorporar nos discípulos que formaram (Vandezande,
1975). Outros adquiriram esse conhecimento no momento da morte, pelo fato desta
ter acontecido próximo a um espécime da árvore sagrada.
No panteão juremista, existem vários mestres e
mestras, cada qual responsável por uma atividade relacionada aos diversos campos
da existência humana (cura de determinadas doenças, trabalho, amor...). Há ainda
aqueles especialistas em fazer trabalhos contra os inimigos. Nas mesas, as
representações das entidades relacionadas nesta categoria são as mais
elaboradas, geralmente possuindo o estado completo e a "jurema
plantada"; em especial a do "mestre da casa", aquele que incorpora no
juremeiro, faz as consultas e iniciam os afilhados nos segredos do culto.Por
tudo isso esse mestre é carinhosamente chamado de "meu padrinho".
Cada mestre está associado a uma cidade
espiritual e a uma determinada planta de"ciência"(angico, vajucá, junça,
quebra-pedra, palmeira, arruda, lírio, angélica,imburana de cheiro e a própria
Jurema, entre outros vegetais), existindo ainda alguns relacionados a fauna
nordestina (mamíferos – guará, preá –; aves – gavião, periquito, arara,
pitiguarí –; insetos – abelhas, besouro mangangá; répteis – cobras). Para os
mestres relacionados à outra planta que não a Jurema, são estas plantas (quando
arvores) que tem seus trocos plantados nas mesas dos discípulos.
No outro mundo, do lado de lá!
No outro mundo, do lado de cá!
Tem um pé de árvore, Angico real.
Tem um pé de Jurema, tem um pé de Jucá,
Tem um pé de árvore, Angico Real.
No outro mundo, do lado de cá!
Tem um pé de árvore, Angico real.
Tem um pé de Jurema, tem um pé de Jucá,
Tem um pé de árvore, Angico Real.
Ai meu Deus, Mestre Angico sou eu.
Ai meu Deus, Mestre Angico será.
Os anjinhos tão no céu, a sereia no mar.
Ai meu deus mestre Angico Reá.
(Jurema de Mesa)
Ai meu Deus, Mestre Angico será.
Os anjinhos tão no céu, a sereia no mar.
Ai meu deus mestre Angico Reá.
(Jurema de Mesa)
Por exemplo, a cidade de Mestre Angico deve ser
plantada em um troco da árvore do mesmo nome; as cidades das mestras geralmente
são plantadas em trocos de imburana de cheiro. No caso dos mestres que tem
relação com vegetais, são daquelas espécies que tiram a força e
a "ciência" para trabalhar. Os que têm relação com animais acredita-se
que eles possam encantar-se em animais das espécies referidas, aparecendo em
sonhos, visagens e, muitas vezes, assim metamorfoseados quando incorporados em
seus discípulos.
Nesta categoria, como entre os caboclos, há uma
distinção do gênero das entidades. Distinção que irá determinar seus atributos e
como devem ser cultuadas.
O símbolo dos mestres masculinos é o
cachimbo ou "marca", cujo poder está na fumaça que tanto mata como cura,
dependendo se a fumaçada é "as esquerdas" ou "as direitas" (Pinto,
1995). Essa relação com a "magia da fumaça" é expressa nos assentamentos
dos mestres, onde sempre se encontra presente "rodias" de fumo de rolo,
nos cachimbos e nas toadas:
Setenta anos,
Passei no pé da Jurema.
Mas eu não tenho pena
De quem me faça o mal.
Passei no pé da Jurema.
Mas eu não tenho pena
De quem me faça o mal.
Se eu me zangar
Eu toco fogo no rochedo
Meu cachimbo é um segredo
Agora vou me vingar.
Eu toco fogo no rochedo
Meu cachimbo é um segredo
Agora vou me vingar.
(Jurema de Mesa e Gira de Jurema)
Como oferendas, os mestres recebem a cachaça, que
nunca deve faltar quando estão presentes nos cultos, o fumo, seja nos charutos
ou os utilizados nos cachimbos, alimentos preparados com crustáceos e moluscos
diversos. Com essas iguarias, agrada-se e fortificam-se os mestres. A bebida
feita com a entrecasca do caule ou raiz da Jurema e outras ervas
de "ciência" (Junça, Angico, Jucá, entre outras) acrescidas à aguardente,
é, entretanto, a maior fonte de força e "ciência", para estas entidades.
Nos terreiros que sofreram maior influência dos cultos africanos, é comum o
mestre receber sacrifícios de galos vermelhos, bodes e, muitas vezes, até de
novilhos.
Quando em terra, incorporados, os mestres já
chegam embriagados, tombando de lado a lado e falando embolado. São brincalhões,
chamam palavrões, mas o que falam é respeitado por todos. Durante o transe os
mestres apresentam-se com o corpo ligeiramente voltado para frente. Na dança as
pernas tem os joelhos ligeiramente flexionados, o pé direito vai à frente e dá
dois passos para o mesmo lado, o pé esquerdo é arrastado; é então a vez do pé
esquerdo ir à frente ao mesmo estilo de dança; variações vão sendo executadas
tendo como base o ritmo dos Ilus9 e a letra das
toadas.
Quanto as Mestras, reconhecem-se seus
assentamentos pela presença de leques, bijuterias, piteiras, cigarros e
cigarrilhas. Como no caso dos mestres, existe uma infinidade destas entidades,
com atributos e especialidades nas questões mundanas e espirituais. Algumas
casas fazem uma distinção entre as mestras que trabalham "nas
esquerdas" e "nas direitas". Nesta última categoria, encontram-se
mestras como a Gertrudes e a Lorinda, ambas parteiras na vida material e hoje
ajudam as mulheres no dar a luz a mais um "ser vivente".
Algumas mestras morreram virgens, por isso
ganharam o estatuto de princesas quando ingressaram nas moradas do além. Vale
lembrar os nomes de algumas princesas como a Mestra Marianinha, a Princesa
Catarina e a Princesa da Rosa Vermelha.
"Sou Princesa da Rosa
Vermelha
Sou Princesa que venho ajudar
Sou Princesa dos campos de Anadir
O meu ponto venho afirmar
Sou Princesa que venho ajudar
Sou Princesa dos campos de Anadir
O meu ponto venho afirmar
Vinde, vinde, vinde minhas irmãs
Vinde, vinde, vinde me ajudar
Eu sou a Princesa Elisa
O meu ponto venho afirmar
Vinde, vinde, vinde me ajudar
Eu sou a Princesa Elisa
O meu ponto venho afirmar
(Jurema de Mesa)
Contudo, não é fácil encontrar, atualmente, a
manifestação de tais mestras; encontramos bem mais as chamadas "mestras das
esquerda", entidades que em vida material foram "mulheres de vida
fácil"; mulheres das ruas e dos cabarés nordestinos.
Homem pequeno
na minha cama não dormia,
Servia de cafetão,
nas horas que eu queria.
na minha cama não dormia,
Servia de cafetão,
nas horas que eu queria.
Mulher sozinha
é mulher de opinião,
É mulher de muitos homens
más só um no coração.
é mulher de opinião,
É mulher de muitos homens
más só um no coração.
Eu vou dá uma,
vou da duas, vou dá três,
Se você me arretar,
eu dou quatro, cinco, seis.
vou da duas, vou dá três,
Se você me arretar,
eu dou quatro, cinco, seis.
Lembremos das Mestras Paulina e Juvina, inimigas
desde as "bandas de Maceió"; Mestra Ritinha que se passou com quinze anos
na Rua da Guia, antigamente uma das mais populares zonas de baixo meretrício
recifense e que hoje abriga bares freqüentados pela alta sociedade da cidade;
Mestra Severina que residia no bairro do Pina e passeava no bonde do Loré quando
este percorria as velhas ruas da capital pernambucana; Júlia Galega da Zona do
Sul...
Tava na beira do Cais
Quando um naviu apitou
Um marinheiro me deu um abraço,
Apertou minha mão, minha boca beijou.
Quando um naviu apitou
Um marinheiro me deu um abraço,
Apertou minha mão, minha boca beijou.
Ela é Julia Galega,
Foi num cabaré onde se passou
Seus cabelos loiros,
Na Jurema ela deixou.
Foi num cabaré onde se passou
Seus cabelos loiros,
Na Jurema ela deixou.
É Julia Galega da Zona do Sul
Ela da lapada, tira o couro e come cru.
Ela da lapada, tira o couro e come cru.
(Gira de Jurema)
Tais mestras são peritas nos "assuntos do
coração", são elas que dão conselhos as moças e rapazes que queiram
casar-se, que realizam as amarrações amorosas, que fazem e desfazem
casamentos.
Todo jardim tem que ter uma flor,
Onde tem paz, tem que ter amor.
Home prá ser home, tem que ter mulher,
Dai-me um cigarro quem quiser Amélia chegou.
Onde tem paz, tem que ter amor.
Home prá ser home, tem que ter mulher,
Dai-me um cigarro quem quiser Amélia chegou.
(Mesa de Jurema)
Muito vaidosas, quando incorporadas elas
travestem os seus discípulos de forma a melhor aclimatar a "matéria" as
suas performances femininas. Quanto à mudança corporal característica da
incorporação das mestras, observamos que quando estão dançando geralmente mantém
uma ou as duas mãos dobradas com a palma para fora, na altura da cintura ou
quadris. Quando seguram um cigarro, a palma da mão fica sempre distendida e a
mostra. Na dança os braços fazem arcos; ficam distendidos ao longo do contorno
da roupa; em alguns momentos, geralmente quando se cantam toadas que falam do
corpo ou da sensualidade feminina, as mãos passeiam pelo contorno da silhueta
corporal.
Quando entre seus afilhados e discípulos no mundo
material, bebem cerveja, cidra e champanhe, embora não rejeitem outras bebidas
que se lhes ofereça. Gostam de comer peixe assado que é depositado em suas
princesas para lhes dar força para trabalhar. Algumas casas, as que se utilizam
de sacrifícios a estas entidades, elas recebem galinhas, cabras e
novilhas.
Além dos caboclos e dos mestres, vem na jurema,
mas com menos freqüência, os Pretos e Pretas Velhas. Espíritos de velhos
escravos africanos, peritos em benzeduras e nos conselhos que dão a
seus "netinhos" dos terreiros. Temos aqui, talvez, uma influência da
Umbanda sobre o culto Juremista.
Contudo a influência dos cultos africanos é
melhor expressa na incorporação dos Exus e Pomba Giras ao panteão
juremista. Na Jurema eles aparecem como os servos dos mestres ou como mestres
menos esclarecidos e mais propícios aos trabalhos para o mal.
Junta-se a este panteão os Santos da Igreja
Católica, que são cumprimentados pelos mestres e caboclos, e os quais
encontramos referências nas toadas e nas orações utilizadas nos fazeres mágicos
ensinados pelos espíritos.
Minha Santa Terazinha,
Vós queira me ajudar.
Os trabalhos que eu fizer,
Outros não possam desmanchar.
Vós queira me ajudar.
Os trabalhos que eu fizer,
Outros não possam desmanchar.
Sou massapê,
Barrostroá!
Sou caboclo da Jurema,
Só faço o bem, não faço o mal.
Barrostroá!
Sou caboclo da Jurema,
Só faço o bem, não faço o mal.
(Jurema de Mesa)
Também encontramos em algumas Juremas
os Orixás do Xangô. Em algumas casas se abre as giras de jurema cantando
para os Deuses de origem africana depois de saudar Exu. Entretanto as toadas
são, geralmente, em português como na Umbanda.
Caboclo Oxossi entrou na Jurema,
Mamãe Oxun levou para criar.
Mas ele é um rei caçador,
É filho da índia da cobra coral.
Mamãe Oxun levou para criar.
Mas ele é um rei caçador,
É filho da índia da cobra coral.
(Gira de Jurema e Jurema de Mesa)
Além disso, é comum os mestres indicarem serviços
a serem feitos com o "povo da bunda grande"(modo como as entidades de
jurema se referem ao culto dos Orixás), além de saberem quais os seus próprios
Orixás de cabeça. Junte-se ainda o Deus Supremo, que é sempre saudado
pelos mestres e caboclos: "quem pode mais do que Deus?" "Salve
Deus!"
Os Ritos
Juremação e Tombo de Jurema
Olha o tombo na Jurema
No terreiro Juremar
Vou pedir força a meu pai
Licença pra trabalhar.
No terreiro Juremar
Vou pedir força a meu pai
Licença pra trabalhar.
(Juremação)
Muitos juremeiros dizem que "um bom mestre já
nasce feito"; contudo alguns ritos são utilizados para "fortificar as
correntes" e dar mais conhecimento mágico-espiritual aos discípulos. O
ritual mais simples, porem de "muita ciência" é o conhecido
como "juremação", "implantação da semente", ou"Ciência
da Jurema". Este ritual consiste em plantar no corpo do discípulo, por baixo
de sua pele, uma semente da árvore sagrada10
Existem três procedimentos para se chegar
a "juremação" dos discípulos. Em um primeiro, o próprio mestre espiritual
é o responsável pela implantação da semente. Esse mestre promete ao discípulo e
após algum tempo, misteriosamente, surge a semente em uma parte qualquer do
corpo11. Um segundo procedimento é aquele em que
o líder religioso (o juremeiro) realiza um ritual especial, onde dá a seus
afilhados a semente e o vinho de Jurema para beber. Após este rito, o iniciante
deve abster-se de relações sexuais por sete dias consecutivos, período em que
todas as noites ele deverá ser levado em sonhos, por seus guias espirituais,
para conhecer as cidades e aldeias onde aqueles residem. Ao final deste período,
a semente ingerida deverá reaparecer em baixo de sua pele. Caberá, ainda, ao
iniciante contar ao seu iniciador o que viu em sonho para que este reconheça ou
não a validade de suas viagens espirituais e, por conseguinte, da juremação. Num
terceiro procedimento, o juremeiro implanta a semente da Jurema, através de um
corte realizado na pele do braço.
Há ainda, geralmente concomitante a ciência de
Jurema, um ritual conhecido como a "Ciência do
Cachimbo". Este dará, ao iniciante, força em
suas "cachimbadas". Tal "ciência" é dada através do sopro
invertido do cachimbo, onde a fumaça é jogada pelo tubo do mesmo, diretamente
sobre a pele do braço do iniciante, até que o calor queime o local.
O "Tombo de Jurema" se constitui no
processo pelo qual muitos dos mestres, que hoje estão no mundo espiritual,
passaram para ganhar a "Ciência". "Tombam" no pé da jurema e ao
acordar estão prontos para trabalhar. Foi o caso do Mestre Carlos, famoso por
seu dom de cura nas mesas de Jurema de todo o nordeste.
Ôh de casa Ôh de fora,
Quem é que me bate aí?
É Jesus, Nossa Senhora
As portas me vai abrir.
Quem é que me bate aí?
É Jesus, Nossa Senhora
As portas me vai abrir.
Ôh de casa Ôh de fora
Louvado seja meu deus!
Com Jesus, Nossa Senhora
Mestre Carlos apareceu.
Louvado seja meu deus!
Com Jesus, Nossa Senhora
Mestre Carlos apareceu.
Mestre Carlos é um bom mestre
Que nasceu sem se incinar
Três dias levou caido
Narama do juremá
Quando se alevantou
Foi mestre prá trabalhar.
Que nasceu sem se incinar
Três dias levou caido
Narama do juremá
Quando se alevantou
Foi mestre prá trabalhar.
(Jurema de Mesa)
Contudo, nos terreiros, o rito foi tornado bem
mais complexo que sua referência mítica. O tombamento consiste, então, no
oferecimento de alimentos e sacrifícios às correntes espirituais do iniciante.
Nele comem o Caboclo, o Mestre, a Mestra, o Exu e a Pomba Gira do iniciante.
Acontece ainda a juremação, com a implantação da semente através do corte na
pele e a viagem espiritual. A viagem deve acontecer no período que se intercala
entre a oferta dos sacrifícios ao caboclo e a preparação das comidas oferecidas
em banquete ritual. Ainda durante o sacrifício, o iniciante é levado, durante o
transe, para "correr as cidades espirituais". O interessante e singular
neste transe é que os adeptos acreditam que enquanto a pessoa (Ego) é levada
para realizar a viagem espiritual, o caboclo permanece no corpo do
iniciante.
Concluído o sacrifício, passa-se a preparação das
carnes dos animais e a partição das frutas e alimentos oferecidos aos
encantados. O caboclo é alimentado com uma pequena porção de tudo que foi
oferecido. Findo o banquete, o caboclo é então mandado de volta a sua cidade e o
filho deverá contar ao seu iniciador o que viu. Se sua viagem for considerada
válida segue-se os sacrifícios às demais entidades: o Mestre, a Mestra, o Exu e
a Pomba Gira.
No dia posterior, em animada festa, o caboclo,
vestido a caráter, deverá, como na iniciação do Candomblé, gritar o seu nome e
também cantar sua toada. O Iniciante também poderá vestir as demais entidades a
quem "deu de comer". A riqueza deste ritual completo está intrinsecamente
ligada às condições financeiras do iniciante.
Reuniões e Festas
Sexta-feira, 19h30min, seu
Malunguinho já está em terra. Os seus afilhados cantam para agradá-lo. A uma
ordem do Mestre-Caboclo-Exu, cachaça para os homens, vinho para as mulheres.
Eventualmente a bebida feita com a Jurema também é compartilhada pelos
presentes.
Ninguém consegue ficar parado. A reunião
prossegue e a vontade de dançar aumenta. Muitos ensaiam algumas das coreografias
próprias dos toques de macumba. O espaço é mínimo, mas a vontade vence as
limitações. O primeiro andar da casa da mãe carnal de Gilmar se transforma em um
verdadeiro terreiro.
Outras entidades seguem o caminho aberto por seu
Malunguinho e também se comunicam com os presentes através do corpo dos
Juremeiros. Em Gilmar vêm o Mestre Junqueiro e a Mestra Paulina. Figuras
consagradas dentro da "Sagrada Jurema". Uns ou outros vem, vez e outra,
às reuniões semanais na casa/terreiro de Pai Gil no bairro de Brasília Teimosa,
Zona Sul da cidade. Assim também é na casa de Pai Carlitos, no bairro do IPSEP,
onde é a vez do Mestre Cibamba e da Mestra Severina tomarem a cena e comandarem
os "trabalhos espirituais".
Nos terreiros menores, como os supracitados, onde
os pais de santo ainda lutam para conquistar um espaço de destaque no concorrido
mercado religioso da cidade, são os mestres e outras entidades dos próprios pais
de santo que fazem a cena das noites de reunião. Nos terreiros já consolidados,
os filhos com "mediunidade desenvolvida", Jurema plantada e cidades
assentadas dividem e compartilham com os seus "Padrinhos de Jurema" os
trabalhos e consultas a serem realizadas.
"CadaJurema é uma Jurema"; existem muitas
formas de se "trabalhar dentro da Ciência espiritual". Existem aqueles
que realizam a Jurema de Mesa em seus terreiros. Os discípulos
sentam ao redor de uma mesa, em cima destas alguns príncipes e princesas. Após
louvar-se o nome do Nosso Senhor Jesus Cristo, exaltar-se a força da Jurema
Sagrada e de outras Árvores encantadas, recitar-se uma oração Católica ou a
"Prece de Cáritas", abre-se as sessões.
Uma "Mesa" pode ser aberta "pelas
direitas" ou "pelas esquerdas". Nas abertas "pelas direitas",
só as entidades mais elevadas devem se fazer presentes: Caboclos, Índios,
Princesas e Mestres que já estão "perto de subir", todas"entidades de
muita luz".Incorporadas elas dão passes, receitam banhos de ervas e
defumações, além de cantarem seus pontos, afirmando assim sua força na Sagrada
Jurema.
Quando se abre uma mesa "pelas
esquerdas" qualquer tipo de entidade espiritual pode vir. Os trabalhos não
precisam, necessariamente, visar o mal de alguém, contudo, aberto os trabalhos
por este lado da "ciência", já é possível devolver aos inúmeros inimigos,
que estão sempre à espreita, os males que estes possam estar fazendo.
Campos verdes, Campos verdes
Campos verdes do Senhor
Vamos virar os contrários
Pra cima de quem Mandou
Com as forças da Jurema
De Jesus Nosso Senhor
Campos verdes do Senhor
Vamos virar os contrários
Pra cima de quem Mandou
Com as forças da Jurema
De Jesus Nosso Senhor
Em algumas casas as reuniões nãoocorrem em redor
de uma mesa, mas perto da "mesa/altar" onde se encontram assentados os
encantados da casa. Por vezes isso acontece pela falta de espaço no cômodo onde
acontece a reunião, em outros casos deve-se ao fato do terreiro não possuir
médiuns desenvolvidos, em número o suficiente para compor "a corrente" de
uma mesa. Contudo as entidades são chamadas, quase sempre, na mesma seqüência
quando as reuniões acontecem com os discípulos sentados ao redor de uma
mesa.
Orações e saudações feitas cantam-se para abrir
a "mesa" e chamar os guias. Em algumas casas estes dão sua presença,
afirmando que protegerão seus discípulos durante a realização dos trabalhos.
Canta-se então para Malunguinho, o caboclo que pode vir como Mestre ou também
como Exu. Para alguns ele é o verdadeiro Exu da Jurema. Em seguida canta-se para
os demais caboclos do Juremá: Cabocla Aurora, Índio Tupi, Sete Flechas, Caboclo
Guarací, os Tapuias e os Canidés, a própria Cabocla Jurema e
seus "Capangueiros" do Além. Incorporando ou não eles são homenageados
com toadas próprias.
Subindo o último Índio ou Caboclo, é o momento de
todos, exceto o juremeiro-mor, se prostrarem de joelhos no chão e pedir ao
Juremá licença para entrar em seus domínios; é que os "Senhores Mestres" já vem
chegando...
Ôh, Jurema encantada!
Que nasceu em frio chão!
Daí-me força e ciência.
Como destes a Salomão!
Que nasceu em frio chão!
Daí-me força e ciência.
Como destes a Salomão!
Rei Salomão bem que dizia
A seus filhos juremados
Para entrar na jurema, mestre!
Tem que Ter muito cuidado!
A seus filhos juremados
Para entrar na jurema, mestre!
Tem que Ter muito cuidado!
Rei Salomão bem que dizia
A seus filhos juremeiros
Para entrar na Jurema, mestre!
Tem que pedir licença primeiro
A seus filhos juremeiros
Para entrar na Jurema, mestre!
Tem que pedir licença primeiro
Vamos salvar a
Jurema, Mestre!
Vamos salvar Salomão
Vamos salvar a Jurema, Mestre!
Que é de nossa Obrigação.
Vamos salvar Salomão
Vamos salvar a Jurema, Mestre!
Que é de nossa Obrigação.
Rei Salomão, Rei Salomão!
Arreia, Rial!
Rei Salomão do Juremá!
Arreia, Rial!
Eu vou chamar senhores Mestres!
Arreia, Rial!
Para com eles triunfar!
Arreia, Rial!
Arreia, Rial!
Rei Salomão do Juremá!
Arreia, Rial!
Eu vou chamar senhores Mestres!
Arreia, Rial!
Para com eles triunfar!
Arreia, Rial!
Os discípulos pedem benção aos Juremeiros mais
velhos na casa. Saúdam com benzenções a Mesa da Jurema e os artefatos dos
Mestres. A Jurema é dita aberta. Os Senhores Mestres começam a chegar.
Parece ser este o momento que todos esperam, a
chega dos Mestres e, quando estes se forem, a presença das Mestras. É o momento
das consultas que sempre têm clientela certa. Momento onde coisas sérias são
tratadas com irreverência, sem que, no entanto percam a gravidade e o apresso
dos mestres e mestras, sempre prontos a ajudar a seus afilhados. Nos casos mais
graves, entretanto, o mestre logo marca um dia mais conveniente, onde poderá
realizar "trabalhos em particular". É assim que o mestre traz os recursos
financeiros necessários para a manutenção da casa de culto e do seu
discípulo.
As ocasiões de festa, os "toques de
Jurema" ou "Macumbas", têm inicio com cantigas para Exu e em seguida
para as Pomba Giras. Despachado os Exus, segue cantigas para Malunguinho e
posteriormente para os outros Caboclos. Voltando os Caboclos para as suas
aldeias, saúda-se a Sagrada Jurema e os mestres começam a chegar. Canta-se para
que os mestres subam e iniciam-se as toadas das mestras. Após a subida destas,
um Pai Nosso seguido de uma Ave Maria encerra o culto aos espíritos. Seguem-se,
então, os festejos com o Ajeum12, por vezes
acompanhado de um "Coco de Roda" 13.
A Jurema e o Campo Religioso Afro-brasileiro
Senhores Mestres do Outro Mundo
Do Outro Mundo e deste também
Quero fechar meus trabalhos, senhores mestres!
Nas horas de Deus, Amém.
Do Outro Mundo e deste também
Quero fechar meus trabalhos, senhores mestres!
Nas horas de Deus, Amém.
(Jurema de Mesa, Toada de
encerramento)
A literatura clássica sobre o Xangô do Recife
tende a colocar como distintas e incompatíveis o Culto à Jurema e o Xangô
Tradicional. A tendência é tomar como um dos critérios para identificar o grau
de tradicionalidade das casas de santo, a realização ou não de tal culto. Os que
cultuam o panteão juremista são logo caracterizados como sincréticos (Umbanda e
Xangô-Umbandizado). Entretanto, Pinto (1995) traz para a literatura
antropológica a importante constatação de que a Jurema, mesmo que muitas vezes
esteja discursivamente invisível, está presente em todos aqueles espaços
religiosos.
Mesmo nos Terreiros de Xangô mais tradicionais do
Recife, alguns dos quais sem nenhum espaço ritualmente constituído para cultuar
os espíritos da Jurema, estes reaparecem nas residências dos filhos de santo ou
em terreiros afiliados (para os filhos que alcançaram a senioridade e abriram
casas), recebendo culto de diversas formas.
Desse modo,
não podemos entender a Jurema como uma forma secundária de religiosidade ou
prática mágico-curandeirística. Embora, não possua ela uma existência autônoma,
ou seja, ela apareça quase sempre relacionada a outras formas religiosas como o
Xangô e a Umbanda, vemos a Jurema como tendo uma importância fundamental dentro
dessas formas de religiosidade.
Nas conversas com o povo de santo, as pessoas
falam que "A Jurema é quem dá o pão de cada dia", ou seja, é das
consultas dadas pelas entidades e dos trabalhos por elas recomendados que vem
grande parte do dinheiro para a manutenção da casa e de seus sacerdotes.
Além disso, mesmo
almejando iniciar-se no culto aos Orixás e/ou aprofundar-se em seus
"fundamentos" (para os que já tenham se iniciado), a grande maioria dos pais de
santo iniciam sua carreira espiritual consultando seus clientes e filhos com as
entidades de Jurema.
"Que a Jurema é quem traz para o Candomblé.
Porque você não vai virar com (...) Oxum pra fazer uma consulta. Totalmente
errado (...) Agora receber Pomba Gira, Exu, Luziara (...) Ela consulta o
consulente e ele sai alegre e satisfeito. Mas já o Orixá, de maneira alguma. É
uma coisa totalmente fina (...) Então a Jurema é mais tranqüila para esse tipo
de coisa." (Pai de Santo, Nação Gêge)
Pensando na
clientela, juntem-se outros fatores que contribuem para a presença da Jurema
nestes diversos espaços religiosos. Para uma pessoa que esteja entrando em
contato com a religiosidade afro-brasileira, a Jurema causa menor estranhamento
do que o culto aos Orixás. As entidades são brasileiras e foram quando em vida
pessoas do povo, as toadas são em português e tanto elas como as conversas com
as entidades versam sobre problemas inerentes ao dia-a-dia: dinheiro, trabalho,
sexo, amor, saúde, etc.. Isso em um contato direto, face a face, com um ser
sagrado14. Além disso, dizem os fieis os
resultados dos trabalhos feitos com as entidades da Jurema, além de mais
baratos, tem um sucesso mais rápido.
"Eu já sou mais apegado com a Jurema, sabe? Não
sou muito apegado com Orixás não. Eu gosto mais do Orixá, mas na hora do
aperreio mesmo eu procuro mais a Jurema. Não sei se eu sinto mais força na
Jurema ou se é a questão que eles falam, né? Sabem conversar então o santo em si
não conversa, o santo chega, faz o que ele tem que fazer e vai se embora. Então,
pra mim, o santo não ajuda outra pessoa, só ajuda os seus próprios filhos.
Agora, a jurema não, a jurema dá pra encarar de um modo diferente. Que ela...
você pede pra falar com um mestre, você concentra, chama o mestre, o mestre vai
ver o que está acontecendo, às vezes não precisa nem falar, se é um bom médium
mesmo. (..) Ele já fala o que é que tá acontecendo e o que precisa ser feito.
Então é isso que me apega mais com a Jurema." (Filho de Santo, Nação
Angola)
Também o uso da bebida, que circula entre homens
e seres divinos, todos bebendo de uma mesma taça, num crescendo de animação,
promovidas pela própria bebida atrelada aos cânticos e danças e pelo contexto
próprio, ou seja, um culto de religação como o mundo espiritual (e com tudo o
que isso possa significar para cada um dos presentes), leva a mobilização da
energia que faz de um aglomerado de pessoas um grupo.
Nesta perspectiva, é de se ressaltar que é o
Culto a Jurema entra como um dos elementos que atrai adeptos para os terreiros
de Xangô e de Umbanda. Não é apenas o brilho das festas que atrai as pessoas
para estas formas de religiosidade. A assistência prestada pelos encantados aos
que a eles recorrem, já levou muitos católicos e mesmo protestantes a, em busca
de alívio para as "mazelas do mundo", se tornarem juremeiros ou
filhos-de-santo. Por outro lado, é nessa rotinização do pensar do grupo - os
ritos - que os padrões de pensar e se comportar são passados para as pessoas que
buscam o culto. A periodicidade com que acontecem, o fato de serem momentos de
sociabilidade, faz das reuniões de Jurema a primeira instância de socialização
dos grupos afro-brasileiros do Recife. É através dela que surge o sentimento de
pertencimento que mantém as pessoas nos grupos. A nosso ver, atrair pessoas e
manter vivo os grupos são o papel destas pequenas festas que são cada uma das
reuniões de Jurema. Momento em que se vem fumar, beber e trocar idéias com os
seres encantados do "outro mundo".
Citações
- Para maiores informações sobre a Jurema entre os povos indígenas do Nordeste, ver Koster, 1972;Hohenthal, 1954; Pinto, 1954; Pirson, 1972; Pereira, 1988; Ferreira, 1989; Pinto,1995.
- Dizem que a Jurema Amarga,
Mas pra mim é um licor
A Jurema e seus frutos
Sempre nos alimentou. - A Jurema, é um pau encantado!
É um pau de `ciência', que todos querem beber.
E se você quer Jurema.
Eu dou Jurema a você! - Cf. Fernandes (1940)
- Salientamos que o tabaco é utilizado no culto não apenas para o fumo, mas igualmente para banhos, ou ainda mascado e aspergido sobre partes do corpo ou objetos rituais, entre outros usos.
- Se para Cascudo (1931) o Juremal é um dos Reinos que compõe o além, para alguns juremeiros de Pernambuco e da Paraíba o Juremal é o conjunto de Reinos que formam o além.
- Ritual que acontece após a morte do juremeiro, quando seu espírito conhece sua moradia nas cidades do outro mundo e tem a permição para baixar nas sessões (Vide Vandazante, 1975).
- Este termo, usado pelos juremeiros para se referir às representações dos encantados no mundo dos vivos, é o mesmo usado pelos xangozistas para se referir às representações materiais dos Orixás nos quartos de santo.
- Tambores.
- Cascudo (1931) interpreta a semente da Jurema como sobrevivência dos sinais das feiticeiras, próprio da magia européia.
- Para uma descrição mais detalhada cf. Cascudo (1931).
- O banquete "profano"
- Dança popular cujo ritmo é próximo, se não o mesmo, do das toadas dos Mestres. As festas dos Mestres masculinos geralmente são denominadas "Coco" (p. ex. "O coco de seu Zé"), enquanto as das Mestras são camadas "Cabarés" (p.ex. "O Cabaré de Carmem").
- No caso do culto aos orixás, o contato com os deuses é mediado pelo sacerdote, em estado de vigília, e seu oráculo de búzios.
Referências
- Maria do Carmo Tinôco Brandão
- Luís Felipe Rios do Nascimento
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