domingo, 10 de janeiro de 2016




      OS FUNDAMENTOS DIVINOS DAS LINHAS              DE UMBANDA SAGRADA


 por Rubens Saraceni

A Umbanda, ainda que não evidencie isso à primeira vista, é uma religião muito rica em fundamentos divinos.

E, se isso acontece, é porque é nova, não foi codificada totalmente e não tínhamos um indicador seguro que nos auxiliasse na decodificação dos seus mistérios.

Atualmente, quase um século após sua fundação por Zélio Fernandino de Moraes e o senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas, espíritos mensageiros têm nos transmitido algumas chaves-mestras que têm aberto vastos campos para decodificarmos seus mistérios e iniciarmos sua verdadeira codificação, tornando-a tão bem fundamentada que talvez, no futuro, outras religiões recorram a estas chaves para interpretarem seus próprios mistérios.

Se não, vejamos:

1º) Na Umbanda, as linhas de trabalhos espirituais, formadas por espíritos incorporadores, têm nomes simbólicos.

2º) Os guias incorporadores não se apresentam com outros nomes, e só se identificam por nomes simbólicos.

3º) Todos eles são magos consumados e têm na magia um poderoso recurso, ao qual recorrem para auxiliarem as pessoas que vão aos templos de Umbanda em busca de auxílio.

4º) Um médium umbandista recebe em seus trabalhos vários guias espirituais cujas manifestações ou incorporações são tão características que só por elas já sabemos a qual linha pertence o espírito incorporado.

5º) As linhas são muito bem definidas e os espíritos pertencentes a uma linha falam com o mesmo sotaque, dançam e gesticulam mais ou menos iguais e realizam trabalhos mágicos com elementos definidos como deles e mais ou menos da mesma forma.

6º) Cada linha está ligada a alguns orixás e podemos identificar nos seus nomes simbólicos a qual dos espíritos de uma mesma linha são ligados.

7º) Isto acontece tanto com as linhas da direita quando com as da esquerda, todas regidas pelos sagrados orixás.

Com isso, temos chaves importantes para avançarmos no estudo dos fundamentos da Umbanda Sagrada até chegarmos ao âmago do mistério dos seus nomes simbólicos.

Mas para chegarmos ao âmago, antes temos que saber qual é o meio ou a diretriz que nos guiará nesta busca, já que temos linhas de Caboclos, Pretos-velhos, Crianças, Baianos, Boiadeiros, Marinheiros, Exus, Pomba-giras etc.

E esta chave-mestra se chama “Fatores de Deus”. 

Antes de falarmos sobre fatores ou sobre o que eles significam, precisamos abrir um pouco mais o leque de assuntos desse nosso comentário para fundamentarmos os mistérios da Umbanda Sagrada. 

Voltemo-nos para a Bíblia Sagrada e nela vamos ler algo semelhante a isso: 

E no princípio havia o caos. 

E Deus ordenou que do caos nascesse a luz, e a luz se fez. 

E Deus ordenou tudo e tudo foi feito segundo suas determinações verbais e o “verbo divino”, realizados por sua excelência sagrada. 

Identificou nas determinações dadas por Deus a essência de suas funções ordenadoras e criacionistas. 

Assim explicado, o “verbo divino” é uma função e cada função é uma ação realizadora. 

Mas, se assim é, tem que haver um meio através do qual o verbo realizador faça sua função criadora. 

E esse meio não pode ser algo comum mas sim extraordinário, divino mesmo, já que é através dele que Deus realiza. 

E se cada verbo é uma função criadora em si mesmo, e muitos são os verbos, então esse meio usado por Deus tem que ter em si o que cada verbo precisa para se realizar enquanto função divina criadora de ações concretizadoras do seu significado excelso. 

Nós sabemos que a alusão ao verbo divino na Bíblia Sagrada não teve até agora uma explicação satisfatória pelos estudiosos dela e pelos seus mais renomados intérpretes, relegando-o apenas às falas ou pronunciamentos de Deus. 

Mas isto também se deve ao fato de seus intérpretes não terem atinado com a chave-mestra que abre o mistério do “verbo divino” mas que agora, de posse da Umbanda Sagrada, explica-nos tudo, desde o caos bíblico ao big-bang dos astrônomos e desde o surgimento da matéria até o estado primordial da criação, tão buscado atualmente pela física quântica. 

Sim, o verbo divino e seu meio de realizar suas ações tanto está na concretização da matéria quanto no mundo rarefeito da física quântica. 

E está desde a reprodução celular até a geração dos corpos celestes. 

O verbo divino é a ação! 

E o meio que ele usa para realizar-se enquanto ação, denominamos de fatores de Deus. 

Por fatores, entendam as menores coisas ou partículas criadas por Deus, e elas são vivas, e são o meio do verbo divino realizar-se enquanto ação, já que cada fator é uma ação realizadora em si mesmo e faz o que o verbo que o identifica significa. 

Assim, se o verbo acelerar, significa agilizar o movimento de algo, o fator acelerador é o meio usado por Deus para acelerar o movimento ou o deslocamento do que criou e deve evoluir. 

E o mesmo acontece, ainda que em sentido contrário, com o verbo desacelerar e com o seu fator identificador, que é o fator desacelerado. 

Já o verbo movimentar, cujo significado é dar movimento a algo, tem como meio de realizar-se enquanto ação o fator movimentador. 

O mesmo acontece com o verbo paralisar, cuja função é oposta e que tem como meio de se realizar como ação o fator paralisador. 

E o verbo abrir tem como meio de se realizar como ação o fator abridor. 

Já o verbo fechar, cuja função é oposta ao verbo abrir, tem como meio de se realizar como ação o fator fechador. 

E o verbo trancar, cujo significado é o de prender, tem como meio de se realizar enquanto ação o fator trancador. 

E o verbo abrir, cujo significado é o de liberar, tem como meio de se realizar enquanto ação o fator abridor. 

E o verbo direcionar, cujo significado é dar rumo a algo, tem como meio de se realizar enquanto ação o fator direcionador. 

Já o verbo desviar, cujo significado é o de desviar do alvo, tem como meio de se realizar enquanto ação o fator desviador. 

E o verbo gerar, cujo significado é fazer nascer algo, tem como meio de se realizar enquanto ação realizadora o fator gerador. 

E o verbo esterilizar, cuja função é oposta, tem como meio para se realizar enquanto ação o fator esterilizador. 

E o verbo magnetizar, cujo significado e função é dar magnetismo a algo, tem como meio para se realizar enquanto ação o fator magnetizador. 

Já o verbo desmagnetizar, cuja função e significado são opostos, tem como meio para se realizar enquanto ação o fator desmagnetizador. 

E o verbo cortar, cujo significado e função é partir algo, tem como meio para se realizar enquanto ação o fator cortador. 

Já o verbo unir, cujo significado e função é juntar algo, tem como meio para se realizar enquanto ação o fator unidor. 

Muitos são os verbos e cada um é em si a ação que significa e muitos são os meios existentes no que denominamos por fatores de Deus. 

Aqui, neste comentário, já citamos os verbos: 

Acelerar e Desacelerar; Movimentar e Paralisar; Abrir e Fechar; Trancar e Abrir; Direcionar e Desviar; Gerar e Esterilizar; Magnetizar e Desmagnetizar; Cortar e Unir. 

São poucos verbos se comparados aos muitos que existem, mas são suficientes para os nossos propósitos. 

Tomemos como exemplo o verbo trancar e o fator trancador e vamos transportá-los para uma linha de trabalhos espirituais e mágicos de Umbanda, a dos Exus trancadores, onde temos estes nomes simbólicos: Exu Tranca-ruas, ligados a Ogum. Exu Tranca-tudo, ligados a Oxalá. Exu Tranca-giras, ligados a Oyá. Exu Sete Trancas, ligados a Obaluayê. Exu Tranca Fogo, ligados a Xangô. Exu Tranca Rios, ligados a Oxum. Exu Tranca Raios, ligados a Yansã. Exu Tranca Matas, ligados a Oxossi. 

Se o verbo trancar significa prender, e se o fator trancador é o meio pelo qual ele se realiza enquanto ação, então todo exu que tenha em seu nome simbólico a palavra tranca é um gerador desse fator e que, quando o irradia, tranca algo, certo? 

E, se tomarmos o verbo abrir e o fator abridor, temos uma linha de trabalhos espirituais e mágicos de Umbanda, a dos Exus abridores, onde temos estes nomes simbólicos: Exu abre tudo – ligado a Oxalá. Exu abre caminhos – ligado a Ogum. Exu abre portas – ligado a Obaluayê. Exu abre matas – ligado a Oxossi. Exu abre tempo – ligado a Oyá. 

E se tomarmos o verbo romper, aqui não citado, e o fator através do qual sua ação se realiza, temos estas linhas de trabalhos espirituais e mágicos: Ogum rompe tudo – ligado a Oxalá. Ogum rompe matas – ligado a Oxossi. Ogum rompe nuvens – ligado a Yansã. Ogum rompe solo – ligado a Omulú. Ogum rompe águas – ligado a Yemanjá. Ogum rompe ferro – ligado a Ogum. E temos linhas de Caboclos e de Exus com estes mesmos nomes: Caboclos e Exus rompe tudo. Caboclos e Exus rompe matas. Caboclos e Exus rompe nuvens. Caboclos e Exus rompe solo. Caboclos e Exus rompe águas. Caboclos e Exus rompe ferro. 

Muitos são os verbos e cada um tem um meio ou fator através do qual se realiza enquanto ação. 

Por isto, afirmamos que a Umbanda é riquíssima em fundamentos e não precisa recorrer aos fundamentos de outras religiões para explicar suas práticas ou os nomes simbólicos dados aos Orixás, que são as divindades realizadoras do verbo divino ou as suas linhas de trabalhos espirituais e mágicos, que são manifestadores espirituais dos mistérios do verbo divino. 

Se atinarem bem para a riqueza contida no simbolismo da Umbanda Sagrada, poderão dispensar até as interpretações antigas herdadas do culto ancestral aos Orixás praticado em solo africano, porque Deus, ao criar uma religião, dota-a de seus próprios fundamentos divinos e espera que seus adeptos os descubram e os aplique à sua Doutrina e práticas, aperfeiçoando sua concepção do divino existente nos seus mistérios.


                            O Mistério das Energias Básicas 


por Rubens Saraceni


Nosso planeta é formado por muitos tipos de compostos energéticos: 

Aquáticos: água doce, salgada, mineral etc. 

Minerais: minérios, metais, silicatos etc. 

Ígneos: magma, carvões minera e vegetal etc. 

Telúricos: areia, saibro, terra etc. 

Vegetais: madeira, folhagens, gramíneas etc. 

Eólicos: ar, gases etc. 

Cristalinos: pedras, gemas, cristais etc. 

Enfim, nosso planeta é energia condensada em estado de repouso, mas que também energiza o meio ambiente, tornando-o próprio para a vida como a conhecemos. 

Mas esse nosso planeta não se resume só à sua dimensão material, porque temos uma contraparte espiritual, onde tudo o que existe obedece a outro padrão vibratório, ainda que tudo seja sustentado pelo mesmo tipo de magnetismo do plano material. 

Se a dimensão humana tem sua base no plano material, cujo amálgama energético é gerador de uma energia classificada como sétupla, existem outras dimensões onde a base é formada de energias puras, energias estas que estão na origem do nosso “mundo” material. 

Nós já comentamos sobre as sete dimensões básicas e não vamos nos repetir aqui. 

Apenas vamos mostrar onde as energias delas atuam na vida e evolução dos seres humanos, que estão espalhados nesse composto energético que os hindus chamam de “prana”, outros chamam de éter, energia vital etc. 

Sim, este nosso “prana” é um amálgama energético formado de muitos tipos de energias. 

E, ainda que na origem de tudo só exista uma energia viva que denominamos de divina, dependendo do padrão vibratório por onde Deus a emana, então vão surgindo energias puras, já passíveis de classificação como fatores, ou energias fatorais. 

Nós temos sete energias básicas formando nosso composto sétuplo, as quais já comentamos diversas vezes. 

Vamos aqui mostrar onde elas atuam em nossa vida: 

1ª Energia Básica Cristalina: 

Esta energia é fundamental às operações no campo religioso e é a energia básica da Fé. Ela alimenta nossos sentimentos religiosos e sustenta nossa evolução nesse sentido da Vida. 

2ª Energia Básica Mineral: 

Esta energia é fundamental às operações no campo do amor. Ela alimenta nossos sentimentos fraternais e sustenta nossas concepções, servindo-nos com seu magnetismo agregador. 

3ª Energia Básica Vegetal: 

Esta energia é fundamental às operações mentais no campo do raciocínio. Sua expansividade serve para alimentar nosso raciocínio e aguçar nossa percepção, dando leveza e agilidade à nossa mente. O intelecto absorve esta energia, pois é ela que o alimenta. 

4ª Energia Básica Ígnea: 

Esta energia é fundamental ao equilíbrio mental no campo da razão. A absorção dela é vital para que alcancemos um ponto de equilíbrio em todos os sentidos da Vida. Assim como cada substância tem seu ponto de equilíbrio, medido em graus Celsius ou Fahrenheit, nós também temos esse ponto. E dependendo da absorção dessa energia ígnea, tanto podemos acelerar quanto paralisar nosso racional, deixando de usar a razão e recorrer à emoção ou aos instintos. 

5ª Energia Básica Eólica: 

Esta energia é fundamental ao arejamento mental e ao equilíbrio emocional. Se absorvemos muito, tornamo-nos emotivos e “aéreos”, mas se absorvemos pouco, tornamo-nos densos e “bitolados”. Ela areja nossa mente, direciona nossa evolução e fortalece nossos sentimentos virtuosos. 

6ª Energia Básica Telúrica: 

Esta energia é fundamental para a estabilidade do ser. Se absorvemos muito, nos “petrificamos”, tornando-nos conservadores, ou dogmáticos; se absorvemos pouco, aí nos desestabilizamos e nos tornamos muito liberais ou libertinos.

 7ª Energia Básica Aquática: 

Esta energia é fundamental à criatividade do ser, se absorvida na quantidade certa. Se absorvemos pouco, deixamos de ser criativos; se absorvemos demais, nos tornaremos devaneadores. 

Aí têm uma descrição sucinta das sete energias que formam o composto energético sétuplo que todas as pessoas absorvem aqui no plano material, energias estas que estão diluídas no “prana”, o qual é absorvido pelos nossos chakras e é internalizada e armazenada nos órgãos energéticos dos sentidos, os quais são usados em nossas operações mentais relativas aos sete sentidos da Vida, que são estes: 

Sentido da Fé ou religiosidade 

Sentido do Amor ou concepção 

Sentido do Conhecimento ou raciocínio 

Sentido da Justiça ou razão 

Sentido da Lei ou ordenação 

Sentido da Evolução ou saber 

Sentido da Geração ou criatividade 

Esses sentidos estão relacionados com os Tronos de Deus, que são manifestadores divinos dessa qualidade d’Ele. 

Portanto, quando se sentirem fragilizados em algum desses sentidos, é recomendado que oferendem aos Sagrados Orixás relacionados a ele e clamem pela sua atuação direta e ostensiva, pois assim logo será alcançado um reequilíbrio energético. 

Este reequilíbrio é condição básica para a elevação do ser e para a aceleração da evolução espiritual. 

Texto extraído do livro “Gênese Divina de Umbanda Sagrada”, psicografado por Rubens Saraceni, Editora Madras

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