terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Estalar de Dedos na Incorporação Umbandista

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Espiritualizando...: Por que as entidades estalam os dedos, assobiam e ...: Quem nunca viu caboclos assobiarem ou darem aqueles brados maravilhosos, que parecem despertar alguma coisa em nós? Muitos pensam que é a...

Quantas Correntes existe na Umbanda segundo Rubens Saraceni !




                     Rubens Saraceni
>    As quatro quatro correntes de Umbanda
Se a Umbanda é uma religião nova, seus valores religiosos fundamentais são ancestrais e foram herdados de culturas religiosas anteriores ao Cristianismo.


A Umbanda tem na sua base de informação os cultos afros, os cultos nativos, a doutrina espírita kardecista, a religião católica e um pouco da religião oriental (budismo e hinduísmo) e também da magia, pois é uma religião magística por excelência o que a distingue e a honra, porque dentro dos seus templos a magia é combatida e anulada pelos espíritos que neles se manifestam incorporando nos seus médiuns.
Dos elementos formadores das bases da Umbanda surgiram as sua principais correntes religiosas, as quais interpretamos assim:
1ª Corrente: Formada pelos espíritos nativos que aqui viviam antes da chegada dos estrangeiros conquistadores. Esses espíritos já conheciam o fenômeno da mediunidade de incorporação, pois o xamanismo multimilenar já era praticado pelos seus pajés em suas cerimônias. Eles já acreditavam na imortalidade do espírito, na existência do mundo sobrenatural e na capacidade de “os mortos” interferirem na vida dos encarnados. Também acreditavam na existência de divindades associadas a aspectos da natureza e da Criação Divina. Tinham um panteão ao qual temiam, respeitavam e recorriam sempre que se sentiam ameaçados pela natureza, pelos inimigos ou pelo mundo sobrenatural. Também acreditavam na existência de espíritos malignos e de demônios infernais, mas sem a elaboração da religião cristã que aqui se estabeleceu.
2ª Corrente: Os cultos de nação africana, sem contato com os nativos brasileiros, tinham essas mesmas crenças, só que mais elaboradas e muito bem definidas. Seus sacerdotes praticavam rituais e magias para equilibrar as influências do mundo sobrenatural sobre o mundo terreno e também para equilibrar as pessoas.
Acreditavam na imortalidade dos es­píritos e no poder deles sobre os encarnados, chegando mesmo a criar um culto para eles (o culto de egungum dos povos nigerianos).
Também cultuavam os ancestrais por meios de ritos elaboradíssimos e que perduram até hoje, pois são um dos pilares de suas crenças religiosas.
Sua cultura era transmitida oralmente de pai para filho, na forma de lendas, preservando conhecimentos muito antigos, como a criação do mundo, dos homens e até eventos análogos ao dilúvio bíblico.
A Umbanda herdou dos cultos de nação afro o seu vasto panteão Divino e tem no culto às divindades de Deus um dos seus fundamentos religiosos, tendo desenvolvido rituais próprios do religamento do encarnado com sua divindade.
O panteão Divino dos cultos afros era pontificado por um Ser Supremo e povoado por divindades quês são os executores e manifestadores Dele junto aos seres humanos, assim como são seus auxiliares Divinos que o ajudaram na concretização do mundo material, demonstrando-nos que, de forma simples, tinham uma noção exata, ainda que limitada por fatores culturais, da forma como se nos mostra Deus e seu universo Divino.
3ª Corrente: Formada pelos kar­decistas de mesa, que incorporavam espíritos de índios, de ex-excravos negros, de orientais, etc. Criaram a corrente denominada “Umbanda Branca”, nos moldes espíritas, mas na qual aceitavam a manifestação de caboclos, pretos-velhos e crianças.
Esta corrente pode ser descrita como um meio termo entre o espiritismo, os cultos nativos e os afros, pois se fundamenta na doutrina cristã, mas cultua valores religiosos herdados dos índios e negros.
Não abre seus cultos com cantos e atabaques, mas sim com orações a Jesus Cristo. As suas sessões são mais próximas dos kardecistas que das um­bandistas genuínas, que usam cantos, palmas e atabaques. Seus membros se identificam como Espíritas de Umbanda.
4ª Corrente: A magia é comum a toda a humanidade e as pessoas recorrem a ela sempre que se sentem ameaçadas por fatores desconhecidos ou pelo mundo sobrenatural, principalmente pela atuação de espíritos malignos e por processos de magia negra ou negativa.
Dentro da Umbanda, o uso da magia branca ou magia positiva se disseminou de forma tão abrangente que se tornou parte da religião, sendo impossível separar os trabalhos religiosos espirituais puros dos trabalhos espirituais mágicos. Muitas pessoas desconhecem a magia classificada como magia religiosa. Mas esta nada mais é que a fusão da religião com a magia.
Estas são as principais correntes religiosas e doutrinarias que formam as bases da Umbanda. E isso sem falarmos do sincretismo religioso, pela qual a religião católica nos forneceu as suas imagens que, colocadas em nossos altares, facilitaram o processo de transição de católicos para a Umbanda.
A estrutura religiosa espiritual da Umbanda já está pronta e só falta ser estruturada aqui, no plano material, para dar-lhe uma feição uniforme, quando seus valores religiosos e seus fundamentos Divinos serão definitivos, deixando de mudar ao sabor das suas correntes mais expressivas.
Os mensageiros espirituais nos alertam que esta estruturação deve ser feita de forma lenta e muito bem pensada. Nós temos certeza de que no futuro a Umbanda terá uma feição religiosa muito bem definida, pois suas correntes formadoras se unificarão e se uniformizarão, fortalecendo a Umbanda como religião.
Texto extraído do livro do autor “Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada - A Religião dos mistérios - Um hino de amor à vida”. - Editora Madras
Rubens Saraceni, Umbanda 
Fonte: http://povodeluz.blogspot.com/2009/05/as-quatro-correntes-de-umbanda.html

Rubens Saraceni Orixás universais Artigos, teses e publicações.

                                           Rubens Saraceni                 
            
           Orixás universais

Oxalá
Oxalá é o Trono Natural da Fé e seu campo de atuação preferencial é a religiosidade dos seres, aos quais ele envia o tempo todo suas vibrações estimuladoras da fé individual e suas irradiações geradoras de sentimentos de religiosidade.
Fé! Eis o que melhor define o Orixá Oxalá. Sim, amamos irmãos na fé em Oxalá. O nosso amado Pai da Umbanda é o Orixá irradiador da fé em nível planetário e multidimensional. Oxalá é sinônimo de fé. Ele é o Trono da Fé que, assentado na Coroa Divina, irradia a fé em todos os sentidos e a todos os seres. Comentar Oxalá é desnecessário porque ele é a própria Umbanda. Logo, vamos nos afixar nas suas qualidades, atributos e atribuições.
QUALIDADES: As qualidades de Oxalá são, todas elas, mistérios da Fé, pois ele é o Trono Divino irradiador da Fé. Nada ou ninguém deixa de ser alcançado por suas irradiações estimuladoras da fé e da religiosidade. Seu alcance ultrapassa o culto dos Orixás, pois a religiosidade é comum a todos os seres pensantes. Jesus Cristo é um Trono da Fé de nível intermediário dentro da hierarquia de Oxalá. E o mesmo acontece com Buda e outras divindades manifestadoras da fé, pois muitos Tronos Intermediários já se humanizaram para falar aos homens como homens e , assim, melhor estimularem a fé em Deus. Todas as divindades irradiam a fé. Mas os Tronos da hierarquia de Oxalá são mistérios da Fé e irradiam-na o tempo todo.
ATRIBUTOS: Os atributos de Oxalá são cristalinos, pois é através da essência cristalina que suas irradiações nos chegam, imantando-nos e despertando em nosso íntimo os virtuosos sentimentos de fé. Saibam que a essência cristalina irradiada pelo Divino Trono Essencial da Fé é neutra quando irradiada. Mas como tudo se polariza em dois tipos de magnetismos, então o pólo positivo e irradiante é Oxalá e o pólo negativo e absorvente é Oiá. Oxalá irradia fé o tempo todo e Oiá absorve as irradiações religiosas desordenadas vibradas pelos religiosos deseiquilibrados. Ela se contrapõe a ele porque a atuação dela é no sentido de absorver os excessos religiosos vibrados pelos seres que se excedem nos domínios da fé. Já Oxalá irradia fé e estimula a religiosidade o tempo todo, a todos.
ATRIBUIÇÕES: As atribuições de Oxalá são as de não deixar um só ser sem o amparo religioso dos mistérios da Fé. Mas nem sempre o ser absorve suas irradiações quando está com a mente voltada para o materialismo desenfreado dos espíritos encarnados. É uma pena que seja assim, porque os próprios seres se afastam da luminosa e cristalina irradiação do divino Oxalá... e entram nos gélidos domínios da divina Oiá, a Senhora do Tempo e dos eguns negativados nos aspectos da fé.
OFERENDAS: Oxalá é oferendado com velas brancas, frutas, côco verde, mel e flôres. Os locais para oferendá-lo são aqueles que mais puros se mostram, tais como: bosques, campinas, praias limpas, jardins floridos, etc. Já os regentes dos pólos negativos da linha da Fé não se abrem ao plano material e não são invocados ou oferendados.

Oxum

Oxum é o Trono irradiador do Amor Divino e da Concepção da Vida em todos os sentidos. Como “Mãe da Concepção” ela estimula a união matrimonial, e como Trono Mineral ela favorece a conquista da riqueza espiritual e a abundância material.
A Orixá Oxum é o Trono Regente do pólo magnético irradiante da linha do Amor e atua na vida dos seres estimulando em cada um os sentimentos de amor, fraternidade e união.
Seu elemento é o mineral e, junto com Oxumaré, forma toda uma linha vertical cujas vibrações, magnetismo e irradiações planetárias multidimensionais atuam sobre os seres e os estimula os sentimentos de amor e acelera a união e a concepção.
Na Coroa Divina, a Orixá Oxum e o Orixá Oxumaré surgem a partir da projeção do Trono do Amor, que é o regente do sentido do Amor.
Oxum assume os mistérios relacionados à concepção de vidas porque o seu elemento mineral atua nos seres estimulando a união e a concepção.
Todos devem saber que a água é o melhor condutor das energias minerais e cristalinas. Por esta sua qualidade única, surgem diversos tipos de água, sendo que a água “doce” dos rios é a melhor rede de distribuição de energias minerais que temos na face da Terra. E o mar é o melhor irradiador de energias cristalinas.
Saibam que a energia irradiada pelo mar é cristalina e a energia irradiada pelos rios é mineral. E justamente neste ponto, surgem confusões quando confundem a Orixá Oxum com Yemanjá.
A energia mineral está presente em todos os seres e também em todos os vegetais. E por isto Oxum também está presente na linha do Conhecimento, pois sua energia cria a “atração” entre as células vegetais carregadas de elementos minerais. Já em nível mental, a atuação pelo conhecimento é uma irradiação carregada de essências minerais ou de sentimento típicos de Oxum, a concepção em si mesma.
Saibam que a Ciência dos Orixás é tão vasta quanto divina, e está na raiz do todo o saber, na origem de todas as criações divinas e na natureza de todos os seres. É na Ciência dos Orixás que as lendas se fundamentam, e não o contrário. Leiam e releiam estes comentários até entenderem esta magnífica ciência divina e apreenderem suas chaves interpretadoras da ciência dos entrecruzamentos. Se conseguirem estas duas coisas, temos certeza que daí por diante entenderão porque a rosa vermelha é usada como presente pelos namorados e a rosa branca é usada é usada pelos filhos quando presenteiam suas mães. Ou porque se oferece rosas vermelhas para oferendar pomba-gira, rosas brancas para Yemanjá e rosas amarelas para oferendar Oxum, ou rosas “cor de rosa” para as crianças (Erês).
Saibam que, se todas são rosas, no entanto os pigmentos que as distinguem são os condutores de “minerais” e de energias minerais. Para um leigo, todas são rosas. Mas para um conhecedor, cada rosa é um mistério em si mesma. E o mesmo acontece com cada cor, certo?
Logo, o mesmo acontece com cada Orixá Intermediário, que são mistérios dos Orixás Maiores.Saibam também que todo jardim com muitas roseiras é irradiador de essências minerais que tornam o ambiente um catalisador natural das irradiações de amor da divindade planetária que, amorosamente, chamamos de Mamãe Oxum.Outra coisa que recomendo aos Umbandistas é: por que vocês, ao invés de oferecerem rosas às suas Oxuns, não plantam perto das cachoeiras mudas de roseiras? As rosas murcham e logo apodrecem. Mas uma muda de roseira cresce, floresce, embeleza e vivifica o santuário natural dessas nossas mães do Amor.
Oferenda: Velas brancas, azuis e amarelas; flores, frutos e essência de rosas; champagne e licor de cereja, tudo depositado as pé de uma cachoeira.

OXÓSSI
Oxóssi é o caçador por excelência, mas sua busca visa o conhecimento. Logo, é o cientista e o doutrinador, que traz o alimento da fé e o saber aos espíritos fragilizados tanto nos aspectos da fé quanto do saber religioso.
O Orixá Oxóssi é tão conhecido que quase dispensa um comentário. Mas não podemos deixar de fazê-lo, pois falta o conhecimento superior que explica o campo de atuação das hierarquias deste Orixá regente do pólo positivo da linha do Conhecimento.
O fato é que o Trono do Conhecimento é uma divindade assentada na Coroa Divina, é uma individualização do Trono das Sete Encruzilhadas e em sua irradiação cria os dois pólos magnéticos da linha do Conhecimento. O Orixá Oxóssi rege o pólo positivo e a Orixá Obá rege o pólo negativo.
Oxóssi irradia o conhecimento e Obá o concentra.
Oxóssi estimula e Obá anula.
Oxóssi vibra conhecimento e Obá absorve as irradiações desordenadas dos seres regidos pelos mistérios do Conhecimento.
Oxóssi é vegetal e Obá é telúrica.
Oxóssi é de magnetismo irradiante e Obá é de magnetismo absorvente.
Oxóssi está nos vegetais e Obá está em sua raiz, como a terra fértil onde eles crescem e se multiplicam.
Oxóssi é o raciocínio hábil e Obá é o racional concentrador.
OFERENDA: Velas brancas, verdes e rosa; cerveja, vinho doce e licor de caju; flores do campo e frutas variadas, tudo depositado em bosques e matas

Xangô
Xangô é o Orixá da Justiça e seu campo preferencial de atuação é a razão, despertando nos seres o senso de equilibrio e eqüidade, já que só conscientizando e despertando para os reais valores da vida a evolução se processa num fluir contínuo.
O Trono Regente Planetário se individualiza nos sete Tronos Essenciais, que projetam-se energética, magnética e vibratoriamente e criam sete linhas de forças ou irradiações bipolarizadas, pois surgem dois pólos diferenciados em positivo e negativo, irradiante e absorvente, ativo e passivo, masculino e feminino, universal e cósmico.
Uma dessas projeções é a do Trono da Justiça Divina que, ao irradiar-se, cria a linha de forças da Justiça, pontificada por Xangô e Egunitá (divindade natural cósmica do Fogo Divino).
Na linha elemental da Justiça, ígnea por excelência, Xangô e Egunitá são os pólos magnéticos opostos. Por isto eles se polarizam com a linha da Lei, que é eólica por excelência.
Logo, Xangô polariza-se com a eólica Iansã e Egunitá polariza-se com o eólico Ogum, criando duas linhas mistas ou linhas regentes do Ritual de Umbanda Sagrada.
O Orixá Xangô é o Trono Natural da Justiça e está assentado no pólo positivo da linha do Fogo Divino, de onde se projeta e faz surgir sete hierarquias naturais de nível intermediário, pontificadas pelos Xangôs regentes dos pólos e níveis vibratórios intermediários da linha de forças da Justiça Divina.
Estes sete Xangôs são Orixás Naturais; são regentes de níveis vibratórios; são multidimensionais e são irradiadores das qualidades, dos atributos e das atribuições do Orixá maior Xangô.
Eles aplicam os aspectos positivos da justiça divina nos níveis vibratórios positivos e polarizam-se com os Xangôs cósmicos, que são os aplicadores dos aspectos negativos da justiça divina. Como, na Umbanda, quem lida com os regentes desses aspectos são os Exús e as Pomba-Giras.
Os Xangôs intermediários, tal como todos os Orixás Intermediários, possuem nomes mântricos que não podem ser abertos ao plano material. Muitos os chamam de Xangô da Pedra Branca, Xangô Sete Pedreiras, Xangô dos Raios, etc. Enfim, são nomes simbólicos para os mistérios regidos pelos Orixás Xangôs Intermediários. Só que quem usa estes nomes simbólicos não são os regentes dos pólos magnéticos da linha da Justiça, e sim os seus intermediadores, que foram “humanizados” e regem linhas de caboclos que manifestam- se no Ritual de Umbanda Sagrada comandando as linhas de trabalhos de ação e reação. Eles são os aplicadores “humanos” dos aspectos positivos da justiça divina.
Logo, se alguém disser: “Eu incorporo o Xangô tal”, com certeza está incorporando o seu Xangô individual, que é um ser natural de 6° grau vibratório, ou um espírito reintegrado às hierarquias naturais regidas por estes Xangôs. Nem no Candomblé se incorpora um Xangô de nível intermediário ou qualquer outro Orixá desta magnitude. O máximo que se alcança, em nível de incorporação, é um Orixá de grau intermediador. Mas no geral, todos incorporam seu Orixá individual natural, ou um espírito reintegrado às hierarquias naturais e, portanto, um irradiador de um dos aspectos do seu Orixá maior.
Temos, na Umbanda, os:
Xangôs da Pedra Branca, Xangôs da Pedra Preta, Xangôs das Sete Pedreiras, Xangô das Sete Montanhas, etc.
Que são todos eles, Orixás Intermediadores e regentes de subníveis vibratórios ou regentes de pólos energo-magnéticos cruzados por muitas correntes eletromagnéticas, onde atuam como aplicadores dos mistérios maiores, mas já em pólos localizados em subníveis vibratórios. E todos estes Xangôs intermediadores são regentes de imensas linhas de trabalho, ação e reação. Ou não é verdade que temos caboclos da Pedra Branca, da Pedra Preta, do Fogo, etc.?
Meditem muito sobre o que aqui comentei, pois em se tratando de Orixás, é preciso conhecê-lo a partir da ciência divina ou nos perdemos no abstracionismo e na imaginação humana. Reflitam bastante e depois consultem seus mentores espirituais acerca do que aqui estou ensinando, irmão em Oxalá.
Oferenda: Velas brancas, vermelhas e marrom; cerveja escura, vinho tinto e licor de ambrosia; flores diversas, tudo depositado em uma cachoeira, montanha ou pedreira.

OGUM
Ogum é o Orixá da Lei e seu campo de atuação é a linha divisória entre a razão e a emoção. É o Trono Regente das milícias celestes, guardiãs dos procedimentos dos seres em todos os sentidos.
Ogum é sinônimo de lei e ordem e seu campo de atuação é a ordenação dos processos e dos procedimentos. O Trono da Lei é eólico e, ao projetar-se, cria a linha pura do ar elemental, já com dois pólos magnéticos ocupados por Orixás diferenciados em todos os aspectos. O pólo magnético positivo é ocupado por Ogum e o pólo negativo é ocupado por Iansã. Esta linha eólica pura dá sustentação a milhões de seres elementais do ar, até que eles estejam aptos a entrar em contato com um segundo elemento. Uns têm como segundo elemento o fogo, outros têm na água seu segundo elemento, etc.
Portanto, na linha pura do “ar elemental” só temos Ogum e Iansã como regentes.
Mas se estes dois Orixás são aplicadores da Lei (porque sua natureza é ordenadora), então eles se projetam e dão início às suas hierarquias naturais, que são as que nos chegam através da Umbanda. Os Orixás regentes destas hierarquias de Ogum e Iansã são Orixás Intermediários ou regentes dos níveis vibratórios da linha de forças da Lei.
Saibam que Oxalá tem sete Orixás Intermediários positivos e tem outros sete negativos, que são seus opostos, e tem sete Orixás neutros; Oxum tem sete Orixás intermediárias positivas e tem outras sete negativas, que são suas opostas; Oxóssi tem sete Orixás intermediários positivos, sete negativos, que são seus opostos, e tem sete outros que formam uma hierarquia vegetal neutra e fechada ao conhecimento humano material; Xangô tem sete Orixás intermediários positivos e tem sete negativos, que são seus opostos.
E o mesmo acontece com Obaluayê e Yemanjá. Agora, Ogum e Iansã são os regentes do mistério “Guardião” e suas hierarquias não são formadas por Orixás opostos em níveis vibratórios e pólos magnéticos opostos, como acontece com outros. Não, senhores! Ogum e Iansã formam hierarquias verticais retas ou seqüenciais, sem quebra de “estilo” , pois todos os Oguns, sejam os regentes dos pólos positivos, dos neutros ou tripolares, ou dos negativos, todos atuam da mesma forma e movidos por um único sentido: aplicadores da Lei!
Todo Ogum é aplicador natural da Lei e todos agem com a mesma inflexibilidade, rigidez e firmeza, pois mão se permitem uma conduta alternativa. Onde estiver um Ogum, lá estarão os olhos da Lei, mesmo que seja um “caboclo” de Ogum, avesso às condutas liberais dos freqüentadores das tendas de Umbanda, sempre atento ao desenrolar dos trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos incorporadores.
Dizemos que Ogum é, em si mesmo, os atentos olhos da Lei, sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for ordenado.
OFERENDA: Velas brancas, azuis e vermelhas; cerveja, vinho tinto licoroso; flores diversas e cravos, depositados nos campos, caminhos, encruzilhadas, etc.

Obaluaiyê
Obaluaiyê é o Orixá que atua na Evolução e seu campo preferencial é aquele que sinaliza as passagens de um nível vibratório ou estágio da evolução para outro.
O Orixá Obaluaiyê é o regente do pólo magnético masculino da linha da Evolução, que surge a partir da projeção do Trono Essencial do Saber ou Trono da Evolução.
O Trono da Evolução é um dos sete Tronos essenciais que formam a Coroa Divina regente do planeta, e em sua projeção faz surgir, na Umbanda, a linha da Evolução, em cujo pólo magnético positivo, masculino e irradiante, está assentado o Orixá Natural Obaluaiyê, e em cujo pólo magnético negativo, feminino e absorvente está assentada a Orixá Nanã Buruquê. Ambos são Orixás de magnetismo misto e cuidam das passagens dos estágios evolutivos.
Ambos são Orixás terra-água (magneticamente, certo?). Obaluaiyê é ativo no magnetismo telúrico e passivo no magnetismo aquático. Nanã é ativa no magnetismo aquático e passiva no magnetismo telúrico. Mas ambos atuam passivamente, o outro atua ativamente
Nanã decanta os espíritos que irão reencarnar e Obaluaiyê estabelece o cordão energético que une o espírito ao corpo (feto), que será recebido no útero materno assim que alcança o desenvolvimento celular básico (órgãos físicos).
É o mistério “Obaluaiyê” que reduz o corpo plasmático do espírito até que fique do tamanho do corpo carnal alojado no útero materno. Nesta redução, o espírito assume todas as características e feições do seu novo corpo carnal, já formado.
Muito associam o divino Obaluaiyê apenas com o Orixá curador, que ele realmente é, pois cura mesmo! Mas Obaluaiyê é muito mais do que já o descreveram. Ele é o “Senhor das Passagens” de um plano para outro, de uma dimensão para a outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa.
Espero que os Umbandistas deixem de temê-lo e passem a amá-lo e adorá-lo pelo que ele realmente é: um Trono Divino que cuida da evolução dos seres, das criaturas e das espécies, e que esqueçam as abstrações dos que se apegaram a alguns de seus aspectos negativos e os usam para assustar seus semelhantes.
Estes manipuladores dos aspectos negativos do Orixá Obaluaiyê certamente conhecerão os Orixás cósmicos que lidam com o negativo dele. Ao contrário dos tolerantes Exús da Umbanda, estes Obaluaiyês cósmicos são intolerantes com quem invoca os aspectos negativos do Orixá maior Obaluaiyê para atingir seus semelhantes. E o que tem de supostos “pais de Santo” apodrecendo nos seus pólos magnéticos negativos só porque deram mau uso aos aspectos negativos de Obaluaiyê... Bem, deixemos que eles mesmos cuidem de suas lepras emocionais. Certo?
Oferenda: Velas brancas e brancas/pretas; vinho rosé licoroso, água potável; coco fatiado coberto com mel e pipocas; rosas, margaridas e crisântemos, tudo depositado no cruzeiro do cemitério, á beira-mar ou á beira de um lago.

Yemanjá
Yemanjá é o Trono feminino da Geração e seu campo preferencial de atuação é no amparo à maternidade.
Yemanjá é por demais conhecida e não nos alongaremos ao comentá-la.
O fato é que o Trono Essencial da Geração assentado na Coroa Divina projeta-se e faz surgir, na Umbanda, a linha da Geração, em cujo pólo magnético positivo está assentada a Orixá Natural Yemanjá, e em cujo pólo magnético negativo está assentado o Orixá Omulu.
Yemanjá, a nossa amada Mãe da Vida é a água que vivifica e o nosso amado pai Omulu é a terra que amolda os viventes. Como dedicamos um comentário extenso ao Orixá Omulu, vamos nos concentrar em Yemanjá.
Yemanjá rege sobre a geração e simboliza a maternidade, o amparo materno, a mãe propriamente. Ela se projeta e faz surgir sete pólos magnéticos ocupados por sete Yemanjás intermediarias, que são as regentes dos níveis vibratórios positivos e são as aplicadoras de seus aspectos, todos positivos, pois Yemanjá não possui aspectos negativos.
Estas sete Yemanjás são intermediárias e comandam incontáveis linhas de trabalho dentro da Umbanda. Suas Orixás intermediadoras estão espalhadas por todos os níveis vibratórios positivos, onde atuam como mães da “criação”, sempre estimulando nos seres os sentimentos maternais ou paternais.
Todas atuam a nível multidimensional e projetam-se também para a dimensão humana, onde têm muitas de suas filhas estagiando. Todas têm suas hierarquias de Orixás Yemanjás intermediadoras, que regem hierarquias de espíritos religados às hierarquias naturais.

OFERENDA: Velas brancas; azuis e rosas; champagne, calda de ameixa ou de pêssego, manjar, arroz-doce e melão; rosas e palmas brancas, tudo depositado à beira-mar.

      ORIXÁS CÓSMICOS
  
Oiá
Oiá é a orixá do Tempo e seu campo preferencial de atuação é o religioso, onde ela atua como ordenadora do caos religioso
O “Tempo” é a chave do mistério da Fé regido pela nossa amada mãe Oiá, porque é na eternidade do tempo e na infinitude de Deus que todas as evoluções acontecem. A orixá Oiá forma um pólo magnético vibratório e energético oposto ao do orixá Oxalá, e ambos regem a linha da Fé, que é a primeira das Sete Linhas de Umbanda, que são as sete irradiações divinas do nosso Criador. Logo, o campo de atuação de nossa amada mãe Oiá é o campo da fé, onde flui a religiosidade dos seres, todos em continua evolução.
Oiá é a regente cósmica da linha da Fé, e tempo é o vazio cósmico onde são retidos todos os espíritos que atentam contra os princípios divinos que sustentam a religiosidade na vida dos seres.
“Tempo”, eis as qualidades, atributos e atribuições negativas de Oiá, de que tanto falamos e alertamos aos supostos pais de Santo ou magos negros que recorrem ao “Tempo” para prejudicar seus semelhantes com seus ebós sujos e suas magias negras. Oiá é a orixá regente do pólo negativo da linha da Fé, que é a primeira das Sete Linhas de Umbanda e, com Oxalá assentado em seu pólo positivo, dão sustentação a todas as manifestações da fé e dão amparo a todos os “sacerdotes” virtuosos e guiados pelos princípios divinos estimuladores da evolução religiosa dos seres.
Quando Oiá “vira no tempo”, seja contra um seu filho direto quanto um seu filho indireto (que têm a coroa regida por outros orixás), então sua vidaentra em parafuso e só deixará de rodar quando esgotar tudo de desregrado e desvirtuado que nela existia. Isto é Oiá, amados filhos dos orixás! Mãe religiosa por sua excelência divina, mas mãe rigorosa por sua natureza cósmica, cujo principal atributo junto dos espíritos humanos é o de esgotar o lobo sanguinário que oculta-se por baixo da pele de cordeiro.
Enquanto Oxalá é irradiante, Oiá é absorvente, e enquanto os filhos de Oxalá são extrovertidos, os de Oiá são introspectivos e até um tanto tímidos, pois a natureza forte de sua mãe divina exige deles uma certa “beatitude” 9já que, das mães divinas, ela é a mais ciumenta por seus filhos amados e a mais rigorosa com os seus filhos relapsos. Isto é Oiá, amados filhos das nossas amadas mães divinas!
Se ela é assim, é porque ela é a orixá que, junto com Oxalá, rege a primeira linha de Umbanda, que é a linha da Religiosidade. Logo, os filhos de Umbanda, que têm em Oxalá o divino Pai da Fé, também devem cultuar a divina mãe Oiá. Com ele no pólo positivo e ela no pólo negativo, forma-se o par dos orixás excelsos que regem a linha da Fé e estimulam a religiosidade nos seres.

Oxumaré
Oxumaré é o orixá que rege sobre a sexualidade e seu campo preferencial de atuação é o da renovação dos seres, em todos os aspectos.
Oxumaré é um dos orixás mais conhecidos, e no entanto é o mais desconhecido dos orixás dentro da Umbanda, pois os médiuns só cultuam a orixá Oxum, que na linha do Amor ou da Concepção forma com ele a segunda linha de Umbanda. O aspecto positivo de Oxumaré, que nos chega através das lendas dos orixás, é que ele simboliza a renovação. Isto é verdadeiro. E o aspecto mais negativo é que ele é andrógino, ou parte macho e parte fêmea. Mas isto não é verdade. É inadmissível que uma divindade planetária tenha essas qualidades bissexuais, que só acontecem em seres com disfunções genéticas que provocam má formação, ou dupla formação, dos órgãos sexuais, e em seres com desequilíbrios emocionais ou conscienciais que fazem com que, psiquicamente, eles troquem seus sinais mentais e invertam sua sexualidade.
Portanto, não tem sustentação alguns médiuns, com seus sinais sexuais trocados, alegarem que são homossexuais porque são filhos de Oxumaré e que ele é um orixá que por seis meses é macho e por seis meses é fêmea.
Seres humanos com má-formações emocionais, mentais, genéticas ou conscienciais, no afã de se justificarem, passam às divindades suas vicissitudes humanas e não atentam para um detalhe fundamental: com seus desequilíbrios, estão desfigurando divindades planetárias que existem no mundo desde que Deus o criou, que são imutáveis em sua natureza, seja ela masculina ou feminina, e que regem alguns sentidos dos seres humanos, mas também regem outras dimensões planetárias paralelas à dimensão humana da vida.
Logo, desumanizaram uma divindade que humanizou algumas de suas qualidades, atributos e atribuições somente para acelerar nossa evolução e nos conduzir pelo caminho reto. Bastará um pouco de bom senso para detectar, nesta caracterização negativa de Oxumaré, uma justificativa de seres com desequilíbrios emocionais, mentais, conscienciais ou genéticos, já que uma divindade é de natureza positiva ou negativa, ativa ou passiva e masculina ou feminina, mas nunca possui as duas em si mesma.
Logo, que cultue um Oxumaré andrógino aquele que é desprovido do bom senso, certo? “Quem não souber valorizar a religiosidade que o libertará da terra, então que pague caro pela religiosidade que o aprisionará num diletantismo materialista!” Saibam que é isto que tem feito, e muito bem, este nosso irmão cósmico encarnado que, após ser afastado da Umbanda, criou todo um culto cuja doutrina, ao invés de pregar os valores maiores de Jesus Cristo, tem pregado, religiosamente, os seus próprios valores da “mais valia”. E também tem cobrado de seus fiéis seguidores o justo preço que ele estipulou: tudo o que puder tirar deles para usar em seu próprio benefício, ou de sua “igreja. Que pague para cultuar Deus quem não aprendeu a amá-Lo e adorá-Lo de graça! Certo?
Oxumaré, tal como revela a lenda dos orixás , e a renovação continua, mas em todos os aspectos e em todos os sentidos da vida de um ser. Sua identificação com Dá, a Serpente do Arco-íris, não aconteceu por acaso, pois Oxumaré irradia as sete cores que caracterizam as sete irradiações divinas que dão origem às Sete Linhas de Umbanda. E ele atua nas sete irradiações como elemento renovador. Oxumaré é a renovação do amor na vida dos seres. E onde o amor cedeu lugar à paixão, ou foi substituído pelo ciúme, então cessa a irradiação de Oxum e inicia-se a dele, que é diluidora tanto da paixão como do ciúme.
Ele dilui a religiosidade já estabelecida na mente de um ser e o conduz, emocionalmente, a outra religião, cuja doutrina o auxiliará a evoluir no caminho reto. Ou não é comum os testemunhos dados pelos neo-convictos no púlpito dos pastores mercantilistas, que dizem quase todos isto:
“Irmãos, quando eu freqüentava a Umbanda, eu fornicava, traia minha esposa e irmãos, gastava meu ordenado no jogo e nas bebidas, mentia, mas desde que me converti e me entreguei a Jesus, tudo em minha vida mudou. Hoje vivo para minha esposa e filhos, e para Jesus!”. Sem dúvida, concordamos nós. Mas... porque o mesmo irmão não ouviu os conselhos recebidos nos centros de Umbanda, que, se seguidos corretamente, o teriam conduzido pelo caminho reto? Não, ele não só não deu ouvidos às orientações dos guias e dos pais e mães espirituais, como deu vazão ao seu emocional e deu início ao mau uso do que aprendia dentro de uma religião magística por excelência, quando solicitava aos exus que fechassem os caminhos de seus desafetos em todos os campos da vida, além de pedir outras coisas, tais como: mulher, dinheiro, posses, etc. E ele não diz que nasceu numa família católica e cristã, mas porque era um relapso para as coisas da fé, foi até a Umbanda para ver se nela se emendava. Como não conseguiu, logo acabou retomando ao reformatório religioso de Jesus Cristo.
Pois é isto o que são as igrejas evangélicas: reformatórios religiosos onde nosso amado mestre Jesus recolhe os que nasceram sob sua irradiação luminosa, mas não souberam captá-la da forma passiva como ela é passada pela Igreja Católica. Ele, que é bondade, amor e misericórdia, os conduz às divindades naturais (que são os orixás), os conduz ao espiritismo e a muitas outras doutrinas para ver se encontram uma onde suas naturezas ativas absorvam irradiações luminosas.
Mas, quando vê que eles não se adaptam em nenhuma delas, ativa seu pólo cósmico, e um de seus aspectos negativos logo os arrasta para um de seus reformatórios religiosos, para que eles voltem a trilhar o caminho reto. E se o aspecto negativo ativado não conseguir reconduzi-los ainda na carne, não desistirá, mesmo depois de desencarnar.
Renovação, eis a palavra chave que bem define o divino Oxumaré que, em seu aspecto negativo, tem um mistério escuro chamado por nós de “Sete Cobras” ou “Sete Caminhos Tortuosos”, que é por onde transitam todos os seres que saíram do caminho reto e entraram nos desvios da vida, que sempre conduzem aos caminhos da morte. Bem, já falamos sobre vários aspectos do nosso pai Oxumaré e de nossa amada mãe Oxum, que formam um par energético, magnético, vibratório que dá formação à segunda linha de Umbanda, que é a linha do Amor ou da Concepção.

Obá
Obá é a orixá que aquieta e densifica o racional dos seres, já que seu campo preferencial de atuação é o esgotamento dos conhecimentos desvirtuados.
Comentar sobre nossa amada mãe Obá é motivo de satisfação, pois, nas lendas, resumem sua existência ao papel de esposa repudiada por Xangô. Mas, justiça lhe seja feita, as lendas vêm sendo repetidas a tanto tempo, e às vezes de forma tão empobrecida pelas transmissões orais que, até como lendas, deixam a desejar e mostram como é deficiente o conhecimento sobre o campo de ação dos orixás.
Saibam que a orixá Obá que nós conhecemos e aprendemos a amar e reverenciar é uma divindade regida pelos elementos terra e vegetal, e forma com Oxóssi a terceira linha de Umbanda Sagrada, que rege o Conhecimento. Oxóssi está assentado no pólo positivo e irradiante desta linha e Obá está assentada em seu pólo negativo ou cósmico, que é absorvente.
Esta lenda, na verdade, refere-se a um rei que, como herdeiro das qualidades de Xangô, tinha várias esposas, que também se apresentavam como herdeiras das qualidades das orixás femininas. E, se o que esta lenda conta é verdade, no entanto só se refere a personagens humanos que eram tidos na conta de semideuses. Mas é só, porque esta história de orixá disputar pelejas tipicamente humanas e carnais, está mais para coisas humanas de que mistérios divinos. E, não tenham dúvidas de que os orixás são mistérios divinos que foram, em muitos casos, descaracterizados pelas próprias lendas, que visam eternizá-los na mente e nos corações humanos.
Saibam que Obá é uma orixá cósmica cujo elemento original é a terra, pois ela é orixá telúrica por excelência e atua nos seres através do terceiro sentido da vida, que é o Conhecimento, que desenvolve o raciocínio e a capacidade de assimilação mental da realidade visível, ou somente perceptível, que influencia nossa vida e evolução continua. Já o seu segundo elemento é o vegetal. Enquanto o orixá Oxóssi, o mitológico caçador, estimula a busca do conhecimento (evolução), Obá atrai e paralisa o ser que está se desvirtuando justamente porque assimilou de forma viciada os conhecimentos puros.
O culto à orixá Obá iniciou-se a quatro milênios atrás com a irradiação simultânea de uma de suas qualidades ou aspectos, a várias partes do mundo, quando, então, ela se humanizou.
E se nossa amada mãe Obá já recolheu boa parte de seus filhos encantados que se espiritualizaram, muitos ainda estão evoluindo nos dois lados da dimensão humana.
Muitos dos seus filhos são, hoje e na Umbanda, alguns dos mais silenciosos exus e das mais discretas pomba-giras, dos mais aguerridos caboclos e caboclas, resolutos nas suas ações, precisos nos seus conselhos, e não são de muita conversa quando sentem que o conhecimento que trazem não é assimilado por seus médiuns ou pelas pessoas que os consultam.
Agora, deixando os aspectos individuais ou comentários de apoio, o fato é que nossa amada mãe Obá é uma divindade planetária, regente do pólo negativo da linha do Conhecimento, que é a terceira linha de forças de Umbanda Sagrada.
Ela e Oxóssi formam esta linha e atuam em pólos opostos: enquanto ele estimula a busca do conhecimento, ela paralisa os seres que se desvirtuaram justamente porque adquiriram conhecimentos viciados, distorcidos ou falsos.
O campo onde Obá mais atua é o religioso. Como divindade cósmica responsável por paralisar os excessos cometidos pelas pessoas que dominam o conhecimento religioso, uma de suas funções é paralisar os conhecimentos viciados e aquietar os seres antes que cometam erros irreparáveis.
O ser que está sendo atuado por Obá começa a desinteressar-se pelo assunto que tanto o atraia e torna-se meio apático, alguns até perdendo sua desvirtuada capacidade de raciocinar.
Então, quando o ser já foi paralisado e teve seu emocional descarregado dos conceitos falsos, ai ela o conduz ao campo de ação de Oxóssi, que começará a atuar no sentido de redirecioná-lo na linha reta do conhecimento.
É certo que esta atuação que descrevemos é a que Obá realiza através do seu aspecto positivo ou luminoso, por onde fluem suas qualidades, atributos e atribuições positivas.
Mas como todo orixá cósmico, ela também possui seus aspectos negativos, que ativa sempre que é preciso acelerar a paralisação de um ser que, com seus conhecimentos, está prejudicando muitas pessoas e atrapalhando suas evoluções pois está induzindo-as a seguirem em uma direção contrária à que a Lei Maior reservou-lhes.
Saibam que todas as doutrinas religiosas rígidas e rigorosas com seus adeptos têm a sustentá-las a silenciosa atuação de nossa amada mãe Obá.
Vasto é o campo de atuação de nossa amada mãe Obá e aqui não dá para mostrá-lo todo. Mas acreditamos que os filhos de Umbanda já entenderam onde e quando ela atua.
E, porque ela atua de forma silenciosa e vai paralisando os seres que dão mau uso ao dom do raciocino e aos conhecimentos adquiridos, e atua preferencialmente no campo religioso, então está na hora de resgatar os aspectos luminosos dessa amada mãe cósmica e lançar no lixo religioso a lenda que denigre sua imagem humana, pois foi por amor a nós, espíritos humanos, que ela se humanizou e ajudou a acelerar nossa evolução.
Que fiquem propagando sua falsa humanização os que um dia haverão de conhecer as verdades sobre Obá, mas nos domínios de seus aspectos negativos

Egunitá
Egunitá é o Orixá Cósmico aplicador da Justiça Divina na vida dos seres racionalmente desequilibrados
Fogo, eis o mistério de nossa amada mãe Egunitá, regente cósmica do Fogo e da Justiça Divina que purifica os excessos emocionais dos seres desequilibrados, desvirtuados e viciados. Os hindus nos legaram uma divindade cósmica do fogo, punidora das falhas, dos erros e das paixões humanas por excelência. Kali, no panteão hindu, é uma divindade temida e evitada por todos os que desconhecem seu mistério e o porquê de sua existência em oposição à de Agni, o Senhor do Fogo Divino, do fogo da Fé.?
O fato é que todas as irradiações divinas, enquanto são apenas essências, são neutras. Mas quando se condensam e dão origem aos elementos, ai se polarizam em todos os sentidos e assumem naturezas bem distintas. Pois aí, no fogo, surgem Agni e Kali. Ele é o fogo em seu aspecto positivo e ela o é em seu aspecto negativo, ou o fogo da purificação das ilusões humanas. Agni é o fogo da fé e Kali é o fogo das paixões humanas. Agni é pólo masculino e Kali é pólo feminino. Agni é passivo e irradiante e Kali é ativa e atratora. Agni ilumina o ser e Kali o toma rubro. Agni é o raio dourado e Kali é o raio rubro. Agni é a serpente flamigea da Fé e Kali é a serpente rubra da paixão. Agni é a chama que aquece e Kali é o braseiro que queima.
Esperamos que tenham entendido que, se recorremos às divindades hindus Agni e Kali, foi para mostrar como um mesmo elemento possui dois pólos, duas naturezas, duas formas de nos alcançar e de nos estimular ou de nos paralisar; de acelerar ou paralisar nossa evolução; de estimular nossa fé ou de esgotar nossos emocionais desequilibrados.
Agora, coloquem no lugar de Agni o nosso amado orixá Xangô e no lugar de Kali a nossa amada mãe Egunitá e teremos os mesmos aspectos divinos, mas irradiados por divindades humanizadas em solo africano. Teremos a linha pura do fogo elemental, cujas energias incandescentes e flamejantes tanto consomem os vícios quanto estimulam o sentimento de justiça, que são as qualidades, atributos e atribuições de Xangô e Egunitá: aplicar a Justiça Divina em todos os sentidos da vida!
Afinal, ou entendemos as divindades a partir da ciência ou até o ano 3000 d.C. ainda estaremos adorando-as somente através dos fenômenos da natureza. E não é isto que elas desejam de nós, e não foi para isto que deram inicio à sua renovação através da Umbanda, certo? Nossa mãe Egunitá é fogo puro e suas irradiações cósmicas absorvem o ar pois seu magnetismo é negativo e atrai este elemento, com o qual se energiza e se irradia até onde houver ar para dar-lhe esta sustentação energética e elemental.
Como Egunitá (fogo) é feminina, ela se polariza com Ogum (ar), que é masculino e lhe dá a sustentação do elemento que precisa, mas de forma passiva e ordenada. Só assim suas irradiações acontecem de forma ordenada e alcançam apenas o objetivo que ela identificou. Se ela polarizasse com Iansã, suas energias não seriam irradiadas porque aconteceria uma propagação delas na forma de labaredas, já que as duas são de magnetismo e elemento feminino. Eis ai a chave das polarizações, que obedecem a uma ordenação das irradiações através dos magnetismos.
O inverso acontece com Ogum, que é passivo e só se torna ativo em seu segundo elemento, que é o fogo que o alimenta, aquecendo-o e energizando suas irradiações. Ogum, enquanto aplicador da Lei, atua nos campos da justiça como aplicador das sentenças.
Logo, se Ogum absorver o fogo de Xangô, que também é passivo em seu magnetismo, este fogo só irá consumir o ar de Ogum e não irá gerar a energia ígnea que fluiria como calor através das irradiações retas do seu magnetismo, que é passivo. Ogum é passivo no magnetismo eólico e ativo em seu segundo elemento, que é o fogo que energiza (aquece) o ar. Ogum irradia em linha reta (irradiação continua). Xangô irradia em linha reta (irradiação continua). Iansã irradia em espirais (irradiação circular). Egunitá irradia por propagação (irradiação propagada). Xangô polariza com Iansã, e suas irradiações passivas se tornam ativas no ar (raios); Egunitá polariza com Ogum, e suas irradiações por propagação magnética assumem a forma de fachos flamejantes.
Observem que Lei e Justiça são inseparáveis e para comentarmos Egunitá temos de envolver Ogum, Xangô e Iansã, que são os outros três orixás que também se polarizam e criam campos específicos de duas das Sete Linhas de Umbanda. Ela é cósmica (negativa) e seu primeiro elemento é o fogo, que se polariza com seu segundo elemento que é o ar. Portanto, como o fogo é o elemento da linha da Justiça, ela é uma divindade que aplica a Justiça Divina na vida dos seres. E, porque o ar é o seu segundo elemento, que a alimenta e energiza e é o elemento da linha da Lei, ela é uma divindade que aplica a justiça como agente ativa da Lei e consome os vícios emocionais e os desequilíbrios mentais dos seres.
Os vícios emocionais tornam os seres insensíveis à dor alheia. Os desequilíbrios mentais transformam os seres em tormentos para seus semelhantes. As divindades têm uma função a realizar e nós sempre seremos beneficiários de sua atuação. Quando nos paralisam, também estão nos ajudando, pois estão evitando que continuemos trilhando um caminho que nos conduzirá a um ponto sem retorno. Ela é a executora da Justiça Divina nos campos da Lei, regidos por Ogum no pólo positivo da linha pura da Lei.

Iansã
Iansã é a aplicadora da Lei na vida dos seres emocionados pelos vícios. Seus campo preferencial de atuação é o emocional dos seres: ela os esgota e os redireciona, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão de forma menos “emocional”.
No comentário sobre o orixá Egunitá já abordamos nossa amada mãe lansã. Logo, aqui seremos breves em nosso comentário sobre ela, que também foi analisada no capitulo reservado ao orixá Ogum. Como dissemos antes, lansã, em seu primeiro elemento, e ar e forma com Ogum um par energético onde ele rege o pólo positivo e é passivo pois suas irradiações magnéticas são retas. lansã é negativa e ativa, e suas irradiações magnéticas são circulares ou espiraladas. Observem que lansã se irradia de formas diferentes: é cósmica (ativa) e é o orixá que ocupa o pólo negativo da linha elemental pura do ar, onde polariza com Ogum. Já em seu segundo elemento ela polariza com Xangô, e atua como o pólo ativo da linha da Justiça, que é uma das sete irradiações divinas.
Na linha da Justiça, lansã é seu aspecto móvel e Xangô é seu aspecto assentado ou imutável, pois ela atua na transformação dos seres através de seus magnetismos negativos.
lansã aplica a Lei nos campos da Justiça e é extremamente ativa. Uma de suas atribuições é colher os seres fora-da-Lei e, com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional, mental e consciência, para, só então, redirecioná-lo numa outra linha de evolução, que o aquietará e facilitará sua caminhada pela linha reta da evolução.
As energias irradiadas por lansã densificam o mental, diminuindo seu magnetismo, e estimulam o emocional, acelerando suas vibrações. Com isso, o ser se torna mais emotivo e mais facilmente é redirecionado. Mas quando não é possível reconduzi-lo à linha reta da evolução, então uma de suas sete intermediárias cósmicas, que atuam em seus aspectos negativos, paralisam o ser e o retém em um dos campos de esgotamento mental, emocional e energético, até que ele tenha sido esgotado de seu negativismo e tenha descarregado todo o seu emocional desvirtuado e viciado.
Nossa amada mãe Iansã possui vinte e uma lansãs intermediárias, que são assim distribuídas: Sete atuam junto aos pólos magnéticos irradiantes e auxiliam os orixás regentes dos pólos positivos, onde entram como aplicadoras da Lei segundo os princípios da Justiça Divina, recorrendo aos aspectos positivos da orixá planetária Iansã. Sete atuam junto aos pólos magnéticos absorventes e auxiliam os orixás regentes dos pólos negativos, onde entram como aplicadoras da Lei segundo seus princípios, recorrendo aos aspectos negativos da orixá planetária Iansã. Sete atuam nas faixas neutras das dimensões planetárias, onde, regidas pelos princípios da Lei, ou direcionam os seres para as faixas vibratórias positivas ou os direcionam para as faixas negativas.
Enfim, são vinte e uma orixás lansãs intermediárias aplicadoras da Lei nas Sete Linhas de Umbanda. Como seus campos preferenciais de atuação são os religiosos, não é de se estranhar que nossa amada mãe lansã intermediária para a linha da Fé nos campos do Tempo seja confundida com a própria Oiá, já que é ela quem envia ao tempo os eguns fora-da-Lei no campo da religiosidade. lansã do Tempo, não tenham dúvidas, tem um vasto campo de ação e colhe os espíritos desvirtuados nas coisas da Fé, enviando-os ao Tempo onde serão esgotados.
Mas, não tenham dúvidas, antes ela tenta reequilibrá-los e redirecioná-los, só optando por enviá-los a um campo onde o magnetismo os esvazia quando vê que um esgotamento total em todos os sete sentidos é necessário. E isto o Tempo faz muito bem! Já lansã Bale, do Bale, ou das Almas, é outra intermediária de nossa mãe maior lansã que é muito solicitada e muito conhecida, porque atua preferencialmente sobre os espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que dão sustentação à vida e, como vida é geração e Omulu atua no pólo negativo da linha da Geração, então ela envia aos domínios de Tatá Omulu todos os espíritos que atentaram contra a vida de seus semelhantes ao desvirtuarem os princípios da Lei e da Justiça Divina.
Logo, seu campo escuro localiza-se nos domínios do orixá Omulu, que rege sobre o lado de “baixo” do campo santo. Mas também são muito conhecidas as lansãs intermediárias Sete Pedreiras, dos Raios, do Mar, das Cachoeiras e dos Ventos (lansã pura). As outras assumem os nomes dos elementos que lhes chegam através das irradiações inclinadas dos outros orixás, quando surgem as Iansãs irradiantes e multicoloridas. Temos: • uma Iansã do Ar. • uma Iansã Cristalina. • uma lansã Mineral. • uma Iansã Vegetal. • uma lansã Ígnea. • uma lansã Telúrica. • uma lansã Aquática. Bom, só por esta amostra dos múltiplos aspectos de nossa amada regente feminina do ar, já deu para se ter uma idéia do imenso campo de ação do mistério “Iansã”.
O fato é que ela aplica a Lei nos campos da Justiça Divina e transforma os seres desequilibrados com suas irradiações espiraladas, que o fazem girar até que tenham descarregado seus emocionais desvirtuados e suas consciências desordenadas! Não vamos nos alongar mais, pois muito já foi dito e escrito sobre a “Senhora dos Ventos”.

Nanã
A orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres. Atua decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova “vida”, já mais equilibrada.
A orixá Nanã Buruquê rege uma dimensão formada por dois elementos, que são: terra e água. Ela é de natureza cósmica pois seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres que, quando recebem suas irradiações, aquietam-se, chegando até a terem suas evoluções paralisadas. E assim permanecem até que tenham passado por uma decantação completa de seus vícios e desequilíbrios mentais. Nanã forma com Obaluaiyê a sexta linha de Umbanda, que é a linha da Evolução. E enquanto ele atua na passagem do plano espiritual para o material (encarnação), ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que irá encarnar. Saibam que os orixás Obá e Omulu são regidos por magnetismos “terra pura”, enquanto Nanã e Obaluaiyê são regidos por magnetismos mistos “terra-água”. Obaluaiyê absorve essência telúrica e irradia energia elemental telúrica, mas também absorve energia elemental aquática, fraciona-a em essência aquática e a mistura à sua irradiação elemental telúrica, que se torna “úmida”. Já Nanã, atua de forma inversa: seu magnetismo absorve essência aquática e a irradia como energia elemental aquática; absorve o elemento terra e, após fracioná-lo em essência, irradia-o junto com sua energia aquática.
Estes dois orixás são únicos, pois atuam em pólos opostos de uma mesma linha de forças e, com processos inversos, regem a evolução dos seres. Enquanto Nanã decanta e adormece o espírito que irá reencarnar, Obaluaiyê o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético, já adormecido, até o tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado .
Este mistério divino que reduz o espírito ao tamanho do corpo carnal, ao qual já está ligado desde que ocorreu a fecundação do óvulo pelo sêmen, é regido por nosso amado pai Obaluaiyê, que é o “Senhor das Passagens” de um plano para outro.
Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal. Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação.
Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos. Nas “linhas da vida”, encontramos os orixás atuando através dos sentidos e das energias. E cada um rege uma etapa da vida dos seres.
Logo, quem quiser ser categórico sobre um orixá, tome cuidado com o que afirmar, porque onde um de seus aspectos se mostra, outros estão ocultos. E o que está visível nem sempre é o principal aspecto em uma linha da vida. Saibam que Nanã em seus aspectos positivos forma pares com todos os outros treze orixás, mas sem nunca perder suas qualidades “água-terra”. Já em seus aspectos negativos, bem, como a Umbanda não lida com eles, que os comente quem lidar, certo?

Omulú
Omulú é o orixá que rege a morte, ou no instante da passagem do plano material para o plano espiritual (desencarne)
É com tristeza que temos visto o temor dos irmãos umbandistas quando é mencionado o nome do nosso amado Pai Omulu. E no entanto descobrimos que este medo é um dos frutos amargos que nos foram legados pelos ancestrais semeadores dos orixás em solo brasileiro, pois difundiram só os dois extremos do mais caridoso dos orixás, já que Omulu é o guardião divino dos espíritos caídos. O orixá Omulu guarda para Olorum todos os espíritos que fraquejaram durante sua jornada carnal e entregaram-se à vivenciação de seus vícios emocionais. Mas ele não pune ou castiga ninguém, pois estas ações são atributos da Lei Divina, que também não pune ou castiga. Ela apenas conduz cada um ao seu devido lugar após o desencarne. E se alguém semeou ventos, que colha sua tempestade pessoal, mas amparado pela própria Lei, que o recolhe a um dos sete domínios negativos, todos regidos pelos orixás cósmicos, que são magneticamente negativos. E Tatá Omulu é um desses guardiões divinos que consagrou a si e à sua existência, enquanto divindade, ao amparo dos espíritos caídos perante as leis que dão sustentação a todas as manifestações da vida..
Esta qualidade divina do nosso amado pai foi interpretada de forma incorreta ou incompleta, e o que definiram no decorrer dos séculos foi que Tatá Omulu é um dos orixás mais “perigosos” de se lidar, ou um dos mais intolerantes, e isto quando não o descrevem como implacável nas suas punições.
Ele, na linha da Geração, que é a sétima linha de Umbanda, forma um par energético, magnético e vibratório com nossa amada mãe Yemanjá, onde ela gera a vida e ele paralisa os seres que atentam contra os princípios que dão sustentação às manifestações da vida. Em Tatá Omulu descobri o amor de Olorum, pois é por puro amor que uma divindade consagra-se por inteiro ao amparo dos espíritos caídos. E foi por amor a nós que ele assumiu a incumbência de nos paralisar em seus domínios, sempre que começássemos a atentar contra os princípios da vida. Enquanto a nossa mãe Yemanjá estimula em nós a geração, o nosso pai Omulu nos paralisa sempre que desvirtuamos os atos geradores.
Mas esta “geração” não se restringe só à hereditariedade, já que temos muitas faculdades além desta, de fundo sexual. Afinal, geramos idéias, projetos, empresas, conhecimentos, inventos, doutrinas, religiosidades, anseios, desejos, angústias, depressões, fobias, leis, preceitos, princípios, templos, etc. Temos a capacidade de gerar muitas coisas, e se elas estiverem em acordo com os princípios sustentados pela irradiação divina, que na Umbanda recebe o nome de “linha da Geração” ou “sétima linha de Umbanda”, então estamos sob a irradiação da divina mãe Yemanjá, que nos estimula.
Mas, se em nossas “gerações”, atentarmos contra os princípios da vida codificados como os únicos responsáveis pela sua multiplicação, então já estaremos sob a irradiação do divino pai Omulu, que nos paralisará e começará a atuar em nossas vidas, pois deseja preservar-nos e nos defender de nós mesmos, já que sempre que uma ação nossa for prejudicar alguém, antes ela já nos atingiu, feriu e nos escureceu, colocando-nos em um de seus sombrios domínios. Ele é o excelso curador divino pois acolhe em seus domínios todos os espíritos que se feriram quando, por egoísmo, pensaram que estavam atingindo seus semelhantes. E, por amor, ele nos dá seu amparo divino até que, sob sua irradiação, nós mesmos tenhamos nos curado para retomarmos ao caminho reto trilhado por todos os espíritos amantes da vida e multiplicadores de suas benesses.
Todos somos dotados dessa faculdade, já que todos somos multiplicadores da vida, seja em nós mesmos, através de nossa sexualidade seja nas idéias, através de nosso raciocínio, assim como geramos muitas coisas que tornam a vida uma verdadeira dádiva divina. Tatá Omulu, em seu pólo positivo, é o curador divino e tanto cura alma ferida quanto nosso corpo doente. Se orarmos a ele quando estivermos enfermos ele atuará em nosso corpo energético, nosso magnetismo, campo vibratório e sobre nosso corpo carnal, e tanto poderá curar-nos quanto nos conduzir a um médico que detectará de imediato a doença e receitaria medicação correta.
O orixá Omulu atua em todos os seres humanos, independente de qual,. seja a sua religião. Mas esta atuação geral e planetária processa-se através de, uma faixa vibratória especifica e exclusiva, pois é através dela que fluem as irradiações divinas de um dos mistérios de Deus, que nominamos de “Mistério da Morte”. Tatá Omulu, enquanto força cósmica e mistério divino, é a energia que se condensa em torno do fio de prata que une o espírito e seu corpo físico, e o dissolve no momento do desencarne ou passagem de um plano para o outro.
Neste caso ele não se apresenta como o espectro da morte coberto com manto e capuz negro, empunhando o alfanje da morte que corta o fio da vida. Esta descrição é apenas uma forma simbólica ou estilizada de se descrever a força divina que ceifa a vida na carne. Na verdade, a energia que rompe o fio da vida na carne é de cor escura, e tanto pode parti-lo num piscar de olhos quando a morte é natural e fulminante, como pode ir se condensando em torno dele, envolvendo-o todo até alcançar o espírito, que já entrou em desarmonia vibratória porque a passagem deve ser lenta, induzindo o ser a aceitar seu desencarne de forma passiva.
O orixá Omulu atua em todas as religiões e em algumas é nominado de “Anjo da Morte” e em outras de divindade ou “Senhor dos Mortos”. No antigo Egito ele foi muito cultuado e difundido e foi dali que partiram sacerdotes que o divulgaram em muitas culturas de então. Mas com o advento do Cristianismo seu culto foi desestimulado já que a religião cristã recorre aos termos “anjo” e “arcanjo” para designar as divindades. Logo, nada mais lógico do que recorrer ao arquétipo tão temido do “Anjo da Morte”, todo coberto de preto e portando o alfanje da morte, para preencher a lacuna surgida com o ostracismo do orixá ou divindade responsável por este momento tão delicado na vida dos seres.
O culto a Tatá Omulu surgiu entre os negros levados como escravos ao antigo Egito, que o identificaram como um orixá e o adaptaram às suas culturas e religiões. Com o tempo, ele foi, a partir desse sincretismo, assumindo sua forma definitiva, até que alcançou o grau de divindade ligada à morte, à medicina e às doenças. Já em outras regiões da África, este mistério foi assumindo outras feições e outros orixás semelhantes surgiram, foram cultuados e se humanizaram. “Humanizar-se” significa que o orixá ou a divindade assumiu feições humanas, compreensíveis por nós e de mais fácil assimilação e interpretação. Tatá Omulu não vibra menos amor por nós do que qualquer um dos outros orixás e está assentado na Coroa Divina, pois é um dos Tronos de Olorum, o Divino Criador. Atotô, meu pai!

                                          OUTROS

OS PRETOS VELHOS
São espíritos de velhos africanos que foram trazidos para o Brasil como escravos e que trabalham na Umbanda como símbolos da fé e da humildade. Seus trabalhos são de ajuda aqueles que estão em dificuldade material ou emocional, sendo que, o seu trabalho se desenvolve mais para o lado emocional e físico, das pessoas que os procuram, sendo chamados, carinhosamente de psicólogos dos aflitos.
Sua paciência em escutar os problemas e aflições dos consulentes, fazem deles as entidades mais procuradas na Umbanda, são chamados de Vovôs e Vovós da Umbanda.
Também usam ervas em seus trabalhos de magia e principalmente para rezar pessoas doentes e crianças que estão com mal olhado, suas rezas são conhecidas como poderosas, usam também de patuás, saquinhos que são depositados elementos de magia e que os consulentes usam no corpo para proteção.
Da mesma forma que os Caboclos, os Pretos Velhos usam cachimbos para limpeza espiritual, jogando sua fumaça sobre a pessoa que esta recebendo o passe

BAIANOS:
...Os fundadores da Umbanda são caboclo e preto-velho, que no astral fizeram escola, com o tempo se assentaram ao seu lado outros povos de trabalho, vemos hoje muito bem assentados dentro do contexto Umbandista as figuras do boiadeiro, marinheiro, baiano e cigano além das crianças, exú e pomba-gira.
... Todos são excelentes trabalhadores e cada “grupo de trabalho” tem a sua maneira de atuar, no astral a linha de trabalho (povo a que pertence) e o nome que eles carregam representa respectivamente o grau e a força em que a entidade guia está assentada.
...
No caso os Baianos formam uma corrente de entidades que ao desencarnar, apesar da afinidade com o culto ao Orixá (muitos foram sacerdotes), não tinham o grau de preto-velho, estabeleceram uma egrégora de trabalhadores do astral que com o tempo reconhecida pela Umbanda passaram a ter a oportunidade do trabalho ativo e incorporante, acharam por bem batizar como linha dos Baianos como homenagem a origem dos primeiros formadores desta corrente e a Terra que tão bem acolheu o Orixá no Brasil.
... São muito ativos, despachados e descontraídos. Bons orientadores e doutrinadores, tem facilidade em lidar com o desmanche dos trabalhos de kimbanda e magia negra. Usam colares de cocos e sementes. Tendo na sua forma de trabalhar muito das qualidades de Iansã, por serem movimentadores e irrequietos, combinam esta forma de trabalhar com sua natureza onde cada um se mostra regido por um Orixá diferente assim trazendo para a gira a força das sete linhas da Umbanda.
...Suas oferendas podem ser feitas ao pé de um coqueiro ou no ponto de força do Orixá que rege o baiano a ser oferendado. Gostam de festas e comidas típicas da Bahia e batida de coco.
...Como comprimento dizemos simplesmente: “É da Bahia meu Pai... Salve a Bahia” ou simplesmente “Salve os baianos”.
Texto Extraído Do Jus – Jornal De Umbanda Sagrada

BOIADEIROS
Para algumas correntes de pensamento umbandista, esses espíritos já foram Exus e, numa transição dos seus graus evolutivos, hoje se manifestam como caboclos boiadeiros.

...Essa é a interpretação mais aceitável, pois muitos desse espíritos que hoje se manifestam nesta linha de trabalhos espirituais realmente já trabalharam sob a irradiação do mistério Exu,que os acolheu e direcionou, pois na Umbanda Sagrada Exu é mais um dos seus graus evolutivos.
...Mas muitos desses caboclos boiadeiros nunca foram Exus e sim, atuam nas linhas cósmicas dos sagrados orixás e são regidos por Ogum e por Oyá e seus campos de ação são os caminhos (Ogum) e o tempo ou as Campinas (Oiá).
...São espíritos hiper-ativos que atuam como refreadores do baixo-astral e são aguerridos, demandadores e rigorosos quando tratam com espíritos trevosos.
...O símbolo dos boiadeiros é o laço e o chicote, que são suas armas espirituais e são verdadeiros mistérios, tal como são as espadas, as flechas e outras “armas” usadas pelos espíritos que atuam como refreadores das investidas das hostes sombrias formadas por espíritos do baixo-astral.
...É uma linha muito poderosa e muito numerosa no mundo espiritual e seus caboclos atuam nas sete linhas de Umbanda.
...Os Orixás que regem o mistério boiadeiros são Ogum e Oyá.

...Eles são descritos como Caboclos da Lei que atuam no tempo ou Caboclos do Tempo que atuam na irradiação da lei.
Os Boiadeiros fazem parte de um dos “Povos de Umbanda” que se apresentam nos terreiros. É uma linha de trabalho tão importante quanto caboclos, pretos-velhos, baianos, ciganos, marinheiros, etc.
...Constituem uma linha intermediária e uma homenagem ao povo sofrido que vivem nos campos. Muitas entidades em sua fase de evolução, transitando das linhas de trabalho da esquerda para a direita, encontram na forma de atuação como boiadeiros um ótimo recurso para fazerem essa transição. Podemos assim dizer que alguns boiadeiros já estiveram atuando como exús no passado.
...É uma linha muito amparada pelos Orixás Yansã e Oiá-Tempo, pois, na sua forma de apresentação os boiadeiros costumam com seus laços criar verdadeiras espirais nas quais “laçam” eguns e quiumbas paralisados em seus negativos e que perturbam a paz dos encarnados.
...Os boiadeiros em geral são alegres e costumam com seus brados de “ô boi” trazerem a descontração e fazem poderosos descarregos enquanto dançam.
...A saudação aos boiadeiros é “marranbá che tuá”, ou simplesmente “salve os boiadeiros”.
...Por ser uma linha diversa, muitos praticantes não obtém o conhecimento de seus trabalhos e procedimentos pautados no bom senso, conta-se que em alguns terreiros menos esclarecidos alguns médiuns na manifestação desta linha “incorporam” o “boi”, outros o “boiadeiro” e então o terreiro torna-se um verdadeiro “rodeio” com os médiuns laçando-se uns aos outros numa verdadeira pantomima!!!
...O importante é que em todas as práticas mediúnicas nos pautemos pela ética, onde as entidades manifestantes como Guias Espirituais sempre vem para trabalhar prestando a caridade e os médiuns sempre devem poder se responsabilizar por todo o trabalho que suas entidades realizam em terra.
...Os Boiadeiros respondem à todo terreiro que traz uma doutrina voltada para a prática do amor e da caridade com humildade e devoção, e o que existir de ruim por aí, boiadeiro aparecerá apenas para laçar e levar embora...
....Salve todos os Boiadeiros!
Texto Extraído Do Jus – Jornal De Umbanda Sagrada
(Christiane Pastor E Alexandre Cumino )

AS CRIANÇAS
Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa, atuam em qualquer tipo de trabalho, mas, são mais procurados para os casos de família e gravidez.

                   OS EXUS

OS MISTÉRIOS “EXU” E “POMBAGIRA”:

O MISTÉRIO EXU
Trazido da África como Orixá, logo se destacou como o mensageiro dos outros Orixás, sendo oferendado sempre em primeiro lugar para que não atrapalhasse e nem criasse confusão durante a engira, tinha na África como símbolo um falo ereto, representando o seu vigor, sim esta é a chave da correta interpretação de seu mistério pois enquanto “elemento” é ele quem vitaliza os demais, não se assenta exatamente em uma linha de Umbanda, mas para ela se manifesta em todas dando a sustentação para as linhas de esquerda masculina pois todos Orixás e Guias tem seus Exús correspondentes, Exús de Oxalá , de Oxúm, de Yansã, de Omulú...., logo são vitalizadores ou desvitalizadores da fé , do amor, da ordem, da geração......e pasmem não trabalham por “desejo” ou “vontade própria” e sim pela vontade da lei maior e de seus consulentes, e é aí que entra seu par natural Pomba-Gira esbanjando desejos e vontades, que por si só não se realizam sem a vitalidade. Elas trazem este elemento do desejo para nossas vidas, desejo de viver, trabalhar, estudar....
Cada um de nós médiuns tem pelo menos três Exús , um Guardião da nossa esquerda que raramente se manifesta e tem relação com nosso Orixá Ancestral, um Exú de trabalho que normalmente incorporamos com relação ao Orixá de Juntó , e um natural que nunca incorporamos relacionado ao Orixá de Frente.
Já quem não trabalha tem apenas o natural que não incorpora e atua através de terceiros pela lei maior . Campo de atuação de Exú é vasto, visto que responde religiosamente e magisticamente.
“Sem Exú na Umbanda não se faz nada” uma vez que não aprendemos a lidar com as forças das trevas, para o nosso próprio bem, por vez quem as manipula é Exú e Pomba-gira através da Lei Maior .
Respondem por nomes simbólicos, das suas linhas de trabalho, os quais revela seu campo de atuação e a qual Orixá respondem através da Lei onde:
Exú 7montanhas, 7= sete linhas, montanha = xangô, trabalha nos sete sentidos da vida pela justiça de xangô.
Exú corta-fogo, corta = espada, fogo = xangô, ordenando os campos da justiça.
Exú sete encruzilhadas, sete encruzilhadas é fator de oxalá para as sete linhas, logo é um Exú que trabalha nos sete sentidos da vida através da sua fé e convicções.
Todos eles atuando no sentido de vitalizar ou desvitalizar o que se encontra em seu campo de atuação.
Texto Extraído Do Jus – Alexandre Cumino

O MISTÉRIO POMBAGIRA
Com a permissão da Divina Mahor-yê, Trono Guardião do Mistério Pomba-Gira no Ritual de Umbanda Sagrada.
O mistério Pomba-Gira é regido por uma divindade cósmica que tanto gera quanto irradia o fator desejo.
Saibam que esses fatores, vigor (Exu) e desejo (Pomba-Gira), se completam e criam as condições ideais para que a Umbanda tenham seus recursos mágicos e cármicos, também eles, atuando através de linhas de força horizontais ou inclinadas, e dispensa a ativação direta dos Tronos Cósmicos ou dos aspectos negativos dos regentes das linhas de Umbanda.
Saibam também que nem Exu natural nem Pomba-Gira Natural seguem a mesma linha de direção evolutiva dos espíritos, pois eles seguem outra orientação e direcionamento.
Pomba-Gira natural é um ser cuja presença desperta o desejo, porque é irradiadora natural desse fator divino. Só que esse fator não se limita ao sexo, e destina-se a todos os sentidos da vida, pois só desejando, um ser empreende alguma coisa ou toma alguma iniciativa em algum sentido.
Portanto, o desejo, é um fator divino fundamental em nossa vida, pois nós o absorvemos por todos os setes chacras principais e também pelos secundários.
O desejo só existe porque Deus assim quis e ele não se manifesta só através do sexo, pois sentimos o desejo de aprender, de viajar, de conversar, de nos divertir, de comer determinado alimento ou de vestir determinada roupa, etc.
O mistério Pomba-Gira se manifesta na Umbanda através de seres naturais ou de espíritos incorporados às suas hierarquias ativas, pois são elementos mágicos que podem ser ativados por qualquer pessoa, desde que o faça dentro de um ritual codificado como correto pelo Ritual de Umbanda Sagrada, assim como são agentes cármicas, pois podem ser ativadas pela Lei Maior.
O mistério Pomba-Gira é em si neutro, e pode ser ativada com oferenda ritual, pois é elemento mágico, assim como pode ser ativada pela Lei Maior porque é agente cármica, esgotadora de emocionais apassionados ou despertadora de desejo em seres apáticos.
Entendam que Deus criou tudo, também gerou o desejo como uma de suas qualidades ou fatores, pois sem vibrarmos o desejo, nada desejaremos e nos tornaremos apáticos, desinteressados e nos paralisaremos.
Logo, Deus, que tudo sabe, cuidou deste aspecto de nossa vida e gerou o desejo como um de seus fatores, assim como gerou uma divindade cósmica que tanto o gera como o irradia a tudo e a todos.
Essa divindade de Deus também formou sua hierarquia divina, que chega até nós no nosso nível terra como as exuberantes Pomba-Giras, que são regidas por um Trono Cósmico feminino cujo nome mântrico é Ma-hor-iim-yê, ou Mahór yê, Senhora Guardiã dos Mistérios do desejo, que polariza horizontalmente com o Trono Cósmico Guardião dos Mistérios do Vigor.
Logo Pomba-Gira polariza com Exu. E o desejo, unindo-se com o vigor, cria nos seres as condições ideais que os ativarão em todos os sentidos e os induzirão a assumir com vigor e paixão as empreitadas mais temerárias.]
Mas, caso sejam ativados e usados indevidamente, ai perdem suas grandezas e se tornam paixões devastadoras e vigores atormentadores para quem der uso a eles, pois são em si mistérios, e, como tal, voltam-se contra quem lhes der mau uso. Aí subjugam essa pessoa, induzem-na aos maiores destinos e aberrações até lançá-la num tormento alucinante, delirante e bestificante, cuja finalidade é levá-la à loucura em todos os sentidos.
Saibam que muitas pessoas que abandonaram a Umbanda e o Candomblé e, todos confusos, atrapalhados e perseguidos por hordas de espíritos obsessores, estão entre as que achavam que Pomba-Gira e Exu eram seus escravos e os atenderiam inconseqüentemente. Mas como começaram a pagar o preço ainda aqui, correram para o abrigo das seitas salvacionistas, e dali se voltam contra estes mistérios cósmicos, acusando-os de “demônios”.
Pomba-Gira não se auto ativa contra ninguém, ou alguém a ativa ou isso quem faz é a Lei Maior.
E tanto pode ser ativada para ajudar quanto para esgotar o desejo em todos os sentidos da vida de uma pessoa, quanto só num sentido onde está se excedendo e se desviando de sua evolução reta e contínua.
Não foi aberto para a dimensão material o mistério Exu feminino. Logo, quem descreve Pomba-Gira como Exu fêmea não sabe nada sobre este outro mistério da Umbanda.
Parte do texto retirado do Livro: “ UMBANDA SAGRADA” - Rubens Saraceni.
São entidades em evolução, seu trabalho é dirigido, principalmente a defesa dos seus médiuns e a defesa do terreiro, porém, são muito procurados para resolver os problemas da vida sentimental e material.
Costumam trabalhar com velas, charutos, cigarros, bebidas fortes, punhais em seus pontos riscados, pembas brancas, pretas e vermelhas . Devido ao seu temperamento forte e alegre costumam atrair bastante os consulentes , principalmente pôr que quando falam que vão ajudar certamente o farão.

Ciganos
Os mistérios desse povo nômade, ronda também as Giras de Umbanda. A presença dessas entidades é rara, mas quando chegam trazem com eles todos os mistérios da magia. Mas não uma magia trabalhada apenas nas ervas e sim na destreza com que lidam com o astral, com seus punhais, suas cartas, bola de cristal, adivinhações, são verdadeiramente os "mágicos" da Umbanda, que em seus atendimentos conseguem hipnotizar seu consulente. São sutis, delicados, amorosos, práticos.

Gostam da dança embaladas pelos Banjos, da comida farta, gostam de reunir sua "Compania" em volta de suas fogueiras, ou seja, gostam da fartura e da liberdade.
Não criam raiz, vão onde está a fortuna.

Por não criar raízes, o povo cigano existe inclusive nos dias de hoje, em diversas partes do mundo. Na Umbanda, se manifestam ciganos que são de origem oriental, como também ciganos de outras partes do mundo, inclusive brasileiros.
São especialistas em resolver problemas financeiros e também amorosos.
Uma dica para que sempre haja fartura. : Pegue uma taça grande, e preencha ela com grãos de arroz, milho, sementes de gira sol, folhas de louro, moedas douradas. Depois de enfeitado acenda uma vela amarela ao lado do copo, e batize o copo com o nome de um (a) cigano(a), e peça que haja sempre muita fartura e muita riqueza em sua vida. E sempre que tiver moedas douradas, complete o copo.
Fonte: texto retirado do Livro: “ UMBANDA SAGRADA” - Rubens Saraceni.ubens Saraceni Orixás universais Artigos, teses e publicações... Espiritualidade e Sociedade ...:::

Religião x Dinheiro

Sabemos que muitos se  embrenham nas Religiões, parcialmente ou unicamente visando o interesse financeiro. Nestes longos anos de aprendizado...