terça-feira, 17 de maio de 2016



                                                A FÉ NA UMBANDA 


Rubens Saraceni

A Umbanda é uma religião eminentemente espiritista e espiritualizadora. Portanto, a fé professada pelos seus praticantes, médiuns em sua maioria, exige uma crença forte em Deus e na existência do mundo espiritual que interage o tempo todo com o plano material. 

Analogicamente, podemos comparar a crença umbandista à do cristianismo, que tem em Deus o Criador Supremo (Olodumare ou Olorum) e em Jesus o seu maior mistério (sincretizado com Oxalá). 

Mas, tal como no cristianismo há as coortes de anjos, arcanjos, querubins, serafins, etc., na Umbanda há hierarquias de Orixás (Ogum, Xangô, Oxóssi, Iemanjá, Oxum, Iansã, etc.) que têm funções análogas, ainda que sejam enfocadas e cultuados segundo rituais próprios. 

Para entender a fé na Umbanda é preciso mergulhar fundo em sua essência religiosa, porque um umbandista convicto não é uma pessoa contemplativa e interage o tempo todo com o mundo espiritual e também com o universo divino, já que é, em si um templo vivo e através do qual os Sagrados Orixás manifestam Suas vontades. 

A fé, na Umbanda, é mais que uma questão de crença. 

É um verdadeiro ato de fé, pois um umbandista é o meio natural por onde a religião flui com intensidade e mostra-se em toda a sua grandeza e divindade, ainda que de forma simples e adaptável às condições do seu adepto. 

A fé, na Umbanda, transcende e torna-se um estado de espírito através do qual são realizadas as engiras ou sessões de atendimento das pessoas necessitadas de auxílio espiritual e de orientação doutrinária e religiosa. 

Fé, na Umbanda é sinônimo de trabalho em prol do próximo, de evolução consciencial e transcendência espiritual para os seus adeptos e seus médiuns praticantes. 

A fé é ensinada como a integração da pessoa ao seu Orixá Regente, que é sua ligação superior com Deus, com Oludumare, o Senhor do nosso destino e da nossa vida. 

Crer em Deus e nos Seres Divinos manifestadores dos Seus Mistérios Sagrados é natural nos umbandistas e dispensa maiores esforços nesse sentido, já que a mediunidade é o meio mais rápido de integração com Ele e Seus manifestadores, os Orixás. 

A Umbanda é Sagrada porque é uma religião onde os mistérios de Deus têm uma feição humanitária e estão voltados para nossa evolução e nosso amparo espiritual, assim como de todas as pessoas que frequentam seus templos, também denominados de tendas. 

Cremos em um Criador Supremo; cremos na existência das hierarquias divinas; cremos na manifestação dos Sagrados Orixás através da incorporação de suas vibrações mentais; cremos na existência do mundo espiritual; cremos na interação deste mundo superior com o nosso mundo material. 

Enfim, a fé, na Umbanda é mais que uma questão de crença, é um estado de espírito e é muito mais que o ato de crer em Deus, é o ato de realizar-se Nele, enquanto seres espirituais gerados por Ele, o Senhor Olorum, o nosso Divino Criador
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Comportamentos e necessidades
na relação com o espiritual
Este insight diz respeito a sua relação com a parte espiritual, espiritualista ou o invisível. Todos os dias eu recebo e-mails, mensagens por inbox ou outros canais... a pessoa tem um problema e ela pergunta “mas o que eu faço?” ou “o que eu posso fazer?”.

O que eu posso fazer é um clássico. A espiritualidade tornou-se um balcão de atendimento, um mercado com prateleiras e quando eu tenho uma necessidade, vou lá e pego um produto. Não é bem por aí.

Aqui, vou usar alguns exemplos:

“Estou desempregado! O que posso fazer?” – Claro, procurar um emprego. Isso é o óbvio. Mas e em relação à parte espiritual? Talvez nada! Porque hoje, além do mercado nacional e do aspecto financeiro do país, talvez você esteja desempregado por falta de capacitação, por falta de melhoria dos seus recursos pessoais.  Às vezes,  vejo um currículo e percebo que ali tem o mínimo. Um currículo ou uma pessoa com capacidade mínima sempre estará atrelada ao mínimo, à parte mais baixa da escala de todas as coisas.

Essa pessoa está no mínimo, não procura capacitação, não procura um curso. Hoje, existem muitas atividades gratuitas na Internet, para você melhorar, melhorar sua linguagem e postura, sua capacidade técnica... mas ela quer um recurso espiritual para isso acontecer. Não vai rolar.

“Roubaram meu carro! O que posso fazer?” – Você deve abrir um Boletim de Ocorrência e você precisa usar os meios virtuais que existem hoje para mobilizar o maior número de pessoas possível.

Não adianta acender uma vela, fazer uma oração,”eu tenho fé!”, não tem problema nenhum em você ter fé. O problema é você atrelar a sua fé a todas as suas necessidades, fazendo com que a parte espiritual se torne um estalar de dados para  FAÇA! ABRACADABRA! REALIZE! E não é assim que funciona.

Se você está desempregado, precisa se capacitar. Você precisa olhar para outras áreas, olhar para si mesmo e se perguntar o que você quer, com o que e como você quer trabalhar. Se você sofreu algum tipo de perda, você precisa repensar os seus contatos, a média de pessoas com quem você vive, a maneira que você vai se comunicar com o mundo.

“Eu vendo um produto e minha empresa está mal!” – O que é a sua empresa? O que é o seu produto? O que você vende? Como alguém vai poder fazer algo espiritual se você não tem projeção no mercado,  se você não se reinventa,  se não há inovação no seu produto ou na sua linguagem ou naquilo que você faz.

As pessoas estão procurando muito amém para pouca realização! Muito amém para pouca iniciativa! Posicionamento, principalmente esclarecimento, sobre quem é você e o que você faz!


Confira os vídeos e demais textos na minha página: www.facebook.com/jorgescritorioficial.

Jorge Scritori

A DESOBSESSÃO NA UMBANDA.

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