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Ex seminarista, com estudos, cursos diversos na amada UMBANDA incluindo o de teologia, praticante desde 1978; vi a necessidade de poder repassar o que aprendo todos dias, quer sejam textos, cursos, vídeos, e-books, aos que possam desejar, sem compromisso algum com quem quer que seja a não ser a DIVULGAÇÃO DE NOSSA AMADA UMBANDA. Se desejarem contato: acevangel@gmail.com
domingo, 14 de fevereiro de 2016
Livros editados por Rubens Saraceni
OS MÉDIUNS DESISTENTES E O MENOSPREZO PELOS GRUPOS...
OS MÉDIUNS DESISTENTES E O MENOSPREZO PELOS GRUPOS...: O programa redentor de um médium é esquematizado no Espaço, antes de sua reencarnação, conforme as suas pesadas dívidas com as leis div...
As Flores na
Fitoterapia Brasileira
Rosa
Da família das rosáceas, o chá das pétalas é indicado na falta de regras (mas não é abortivo), nos distúrbios menstruais em geral e na hemorragia uterina. É útil também no tratamento das inflamações dos olhos, vertigens, dores de cabeça, dor de garganta, amígdalas inflamadas. A famosa água de rosas alivia o calor, a congestão do sangue e acalma as superfícies inflamadas. As pétalas frescas da rosa podem ser amassadas no mel e usadas para dor de garganta ou dores na boca. A rosa pode ser preparada fervendo-se as pétalas frescas e condensando o seu vapor em outra vasilha.. O xarope feito com rosas vermelhas facilita a concepção. A água destilada das flores é boa para os fluxos venéreos anormais, sendo menstruais em caso de leucorreia.
Sabugueiro
Esta planta da família das caprifoliáceas foi trazida para o Brasil, procedente da Europa. Na extremidade dos ramos formam-se grandes ramalhetes ou cachos de flores brancas, que exalam um suave aroma, porém não totalmente agradável. As flores são coletadas na primavera e devem ser colocadas para secar à sombra e em local ventilado. Na medicina doméstica e popular, o chá das folhas e/ou das flores do sabugueiro é famoso pela sua ação sudorífica, sendo muito indicado nas viroses infantis, para promover a exteriorização mais rápida dos sinais ou para fazer surgir uma condição incubada. É também empregado contra as gripes, tosses, bronquites, defluxos e, principalmente, para debelar a escarlatina. A decocção das flores é também útil nas hemorroidas, em banhos mornos locais. O óleo tirado das suas sementes é bom contra a gota e as queimaduras (em aplicações locais para ambos os casos). O visco (parasita) que nasce perto da flor do sabugueiro era usado pela medicina alquímica antiga contra a epilepsia. No Brasil é uma tradição na medicina doméstica a indicação do popular chá de sabugueiro para combater o sarampo.
Saudade
Flor da família das Dipsáceas e originária da Ásia. É usada desde a antiguidade para a confecção de coroas e palmas para funerais, daí o seu nome.São flores miúdas representadas por pétalas. Uma flor é na verdade um agrupamento de pequeninas flores. No Brasil estas flores são usadas na medicina doméstica e popular para a preparação de um xarope contra as tosses, bronquites e outros males do aparelho respiratório. O chá das flores é considerado bom depurativo do sangue.
Tília
É uma árvore da família das tiliáceas. As flores, muito perfumadas, nascem ao lado do pecíolo da folha e são de cor esbranquiçada, devendo ser coletadas quando acabam de abrir-se, em dia seco e de sol. As flores constituem um dos melhores sudoríficos e antiespasmódicos do reino vegetal. Sua principal virtude é a de acalmar a excitação nervosa e proporcionar um sono tranqüilo aos que sofrem de insônia. As flores também são tônicas, digestivas, expectorastes e diuréticas.
Violeta
Existem mais de cem espécies de violetas; pertencem à família das violáceas, sendo a mais comum e famosa a violeta odorata. Esta possui dois tipos de cores diferentes: a violeta propriamente dita, que é a mais comum, e a branca. Há também um tipo de violeta de cor amarela, não tão graciosa, conhecida como goivo amarelo, cujo chá é utilizado contra a apoplexia.A violeta tradicional tem o caule frágil, e numerosas folhas cordiformes, serrilhadas; as flores nascem nas extremidades de pedúnculos, têm cor violeta intensa e são delicadamente aromáticas — exalam um aroma suavíssimo. As pétalas das flores são coletadas no princípio da primavera. Esta é uma planta que se presta a expressivas interpretações e interessantes lendas. Simboliza a simplicidade, a castidade, a austeridade e a virgindade.Na medicina natural, as flores em forma de chá têm ação emoliente e diaforética. Empregam-se contra o sarampo, tosses, bronquites, dores de garganta, artritismo, conjuntivite, olhos lacrimejantes, e outros casos.
Karma
O silêncio não pode ser cultivado , não pode ser produzido
deliberadamente; não pode ser procurado, pensado , nem meditado. O cultivo
deliberado do silêncio é como a fruição de um prazer longamente desejado ; o
desejo de silenciar a mente é apenas uma sensação. Um tal silencio é apenas uma
forma de resistência , um isolamento que leva à decomposição. O silencio que é
comprado é produto do mercado, e está rodeado de barulho e atividade. O
silêncio vem na ausência do desejo. O desejo é veloz , sutil , e profundo. A memória impede a vinda do silêncio , e a mente que está presa na experiencia ,
não pode ser silenciosa. O tempo, o movimento de ontem que flui para hoje e
para amanhã , não ;e silencio. Coma cessação desse movimento , vem o silêncio ,
e só então pode despontar na existência aquilo a que se não pode dar nome.
"Vim para conversar sobre Karma. Tenho
naturalmente certas opiniões a esse respeito, mas gostaria de conhecer a
vossa."
Uma
opinião nunca é a Verdade ; temos que lançar fora todas as
opiniões , para acharmos a Verdade . Opiniões , as há inumeráveis, mas a verdade não é nem deste nem daquele grupo. Para a
compreensão da Verdade , todas as idéias , conclusões e
opiniões devem cair por terra, como as folhas secas de uma arvore. A Verdade
não pode ser achada nos livros, no saber, na experiencia. Se estais colecionando
opiniões, aqui não achareis nenhuma.
"Mas podemos falar sobre Karma e buscar
compreender seu significado, não?"
Isso,
naturalmente , é outra coisa. Para a compreensão, as opiniões e as conclusões
têm de cessar.
"Por
que afirmais isso com tanta insistência? "
Podeis
compreender uma coisa , se já tendes uma opinião formada a seu respeito , ou
se repetis as conclusões de outro? Para acharmos a verdade relativa a uma
questão , não devemos abeirar-nos da questão como coisa nova, com a mente não
enevoada por preconceito algum? Que é mais importante, estar-se livre de todas as conclusões e preconceitos, ou especular a respeito de uma dada abstração?
Não é mais importante, achar a verdade do que discutir sobre o que seja a
verdade ? Uma opinião sobre a verdade não é a verdade. Não importa descobrir a
verdade , a respeito do Karma? Ver o falso como falso ,
é começar a compreendê-lo, não ? Como podemos perceber o verdadeiro ou o falso,
se nossa mente está encastelada na tradição, em palavras e explicações?
Se a mente está acorrentada a uma crença, como poderá ir longe? Para viajar
para longe, a mente precisa estar livre. A liberdade não é uma coisa que se
ganhará no fim de um longo esforço, ela deve existir justamente no começo da
jornada.
"Desejo saber o que Karma significa
para vós."
Senhor
, façamos juntos a viagem de descobrimento. O mero repetir das palavras de
outro não pode ter significação profunda . É o mesmo que tocar um disco de
gramofone ( o equivalente do atual CD ). A repetição ou a imitação não faz
nascer a liberdade. Que entendeis vós por Karma?
"É uma palavra sânscrito , que significa
"fazer", "ser " , "agir", etc . Karma é ação , e toda ação é resultado do passado . Não pode haver ação que não seja
condicionada pelo fundo já existente. Através de uma série de experiencias, de
condicionamento e conhecimentos, forma-se o fundo tradicional, não só na vida
presente do individuo e do grupo , mas através de muitas encarnações. A
constante ação e a ação reciproca entre o fundo , que é o "eu", e a
sociedade , a vida , é Karma : e Karma aprisiona a
mente, o "eu ". O que pratiquei na minha vida passada, ou ainda ontem
, me prende , me molda , causando dor ou prazer no presente. Há Karma coletivo
, bem como Karma individual. Tanto o grupo como o individuo se acham presos à
cadeia de causa e efeito. Haverá sofrimento ou alegria , punição ou recompensa
, conforme o que pratiquei no passado."
Dizeis
que a ação é resultado do passado. Mas tal ação não é ação, porém apenas reação
, não é assim? O condicionamento, o fundo , reage aos estímulos; esta reação é
a "resposta" da memória, e isso não é ação , porém Karma.
Por ora, não estamos examinando o que é ação. Karma é a reação
resultante de certas causas e produtivas de certos efeitos. Karma
é esta cadeia de causa e efeito. Essencialmente, o processo do tempo é Karma,
não ?. Enquanto existir passado, tem de existir presente e futuro. Hoje e
amanhã são os efeitos de ontem; ontem , em conjunção com hoje faz o amanhã.. Karma,
como é geralmente entendido, é um processo de compensação.
"Como dizeis , Karma é um
processo de tempo, e a mente é resultado do tempo. Só uns poucos felizes podem
libertar-se dos tentáculos do tempo; nós outros estamos aprisionados no tempo.
O que fizemos no passado , bom ou mau, determina o que somos no presente."
O
fundo, o passado, é um estado estático? Ele não está a sofrer modificação
constante? Não sois hoje o mesmo que fostes ontem; tanto fisiológica como psicologicamente há uma modificação constante, não há?
"Decerto"
Por
conseguinte , a mente não é um estado fixo . Nossos pensamentos são
transitórios, modificando-se incessantemente; são a reação proveniente do
fundo. Se fui criado numa certa classe social, num certo meio cultural,
reagirei a todos os desafios e estímulos de acordo com meu
condicionamento.
Na maioria de nós esse condicionamento tem raízes tão profundas que a reação é quase sempre de acordo com o padrão. Nossos
pensamentos são a reação do fundo. Nós somos o fundo; esse condicionamento não
é separado ou dissimilar de nós. Com as variações do fundo, os nossos
pensamentos também variam.
"Mas
sem dúvida o pensador é todo diferente do fundo, não ? "
É mesmo? O pensador não é produto dos seus pensamentos?
Existe uma entidade separada , um pensador distinto dos seus pensamentos? O
pensamento não criou o pensador, dando-lhe permanecia, em meio à impermanência dos pensamentos?
O pensador é o refugio do pensamento, e o pensador se coloca
em diferentes níveis de permanência.
"Vejo
que isso é exato; mas choca-me um tanto perceber os ardis com que o pensamento
engana a si mesmo."
O pensamento é a reação do fundo , da memória ; a memória é
conhecimento, resultado da experiencia. Essa memória, graças a novas
experiencias e novas reações , torna-se mais vigorosa, mais ampla, mais aguçada
e eficiente. Pode-se substituir uma forma de condicionamento por outra, mas
esta é ainda condicionamento.
A reação desse condicionamento é Karma,
não ? A reação da memória é chamada ação, mas é apenas reação; esta "ação"
gera nova reação , formando-se, assim, uma cadeia a que chamamos causa
e efeito. Mas a causa não é também efeito? Nem causa nem efeito é
estático. Hoje é o resultado de ontem e hoje é a causa de amanhã; o que foi
causa se torna efeito, e o efeito , causa. As duas coisas se interpenetram ..
Não há momento em que a causa não seja também efeito. Só o que está
"especializado" se acha fixado na sua causa e portanto no seu efeito.
Uma bolota não pode tornar-se outra coisa senão um carvalho . Na especialização
existe morte; mas o homem não é uma entidade especializada, ele é livre para ser o que deseja ser. Pode romper as cadeias de seu condicionamento
--- e deve fazê-lo , se deseja descobrir o Real.
Deveis deixar de ser brâmane, como vos denominais para "realizar"
Deus. . Karma é o processo do tempo , o
passado se movimentando através do presente em direção ao futuro; esta corrente
é a via do pensamento.. Este é o produto do tempo, e aquilo que é imensurável ,
atemporal , só pode surgir depois de desaparecer o processo do pensamento. A
tranquilidade da mente não pode ser provocada ou produzida por nenhuma prática
ou disciplina. Se fazemos a mente tranquila , então tudo o que nela se
manifestar será simples "autoprojeção" , reação da memória.
Com a compreensão de seu condicionamento, com o percebimento imparcial de suas
próprias reações, como pensamento e como sentimento , a mente encontra a
tranquilidade . Essa quebra da cadeia de Karma não depende do tempo, pois não
se pode chegar ao atemporal através do tempo.
Karma tem de ser
compreendido como processo total ( holístico ) e não apenas como coisa relativa
ao passado. O passado é tempo, como o é também o presente e o futuro. O tempo é
memória, palavra, ideia. Quando não existe mais a palavra, o nome , a
associação , a experiencia , só então a mente está tranquila , não apenas nas
suas camadas superficiais , mas completamente, integralmente.
Extraido do livro Reflexões sobre a Vida de J. Krishnamurti - Editôra Cultrix - 1971
O individuo e a coletividade
O caminho , áspero e poeirento , levava a uma cidade situada
embaixo. Restavam umas poucas arvores esparsas, na encosta, pois a maioria
delas havia sido cortada para lenha e era necessário subir uma certa altura
para se achar uma boa sombra. No alto do monte já não se encontravam árvores
atrofiadas e mutiladas pelo homem ; lá elas cresciam livremente , até
alcançarem sua altura completa, e tinham galhos grossos e folhagem normal.
Ás vezes cortavam-lhes um galho , para as cabras comerem as folhas ,e esse galho, depois de desfolhado , era reduzido a lenha. O mato já era muito
escasso nas partes mais baixas, de modo que a devastação ia alcançando cada vez
mais para o alto; as chuvas já não eram tão abundantes como outrora ; a
população crescia e o povo precisava viver. Padecia-se fome , e a cada um era
tão indiferente viver como morrer. Não se viam nas cercanias animais selvagens,
que deviam ter-se retirado para os pontos mais altos. Havia algumas aves a
mariscar entre as moitas, mas até estas pareciam depauperadas e tinham penas
quebradas. Um gaio preto e branco gritava muito excitado e rouco, saltando de
galho em galho , numa arvore solitária.
Começava a fazer calor e a tarde ia ser muito quente. Não
chovia suficientemente havia anos. A terra estava torrada e fendida, as poucas
árvores cobertas de uma poeira marrom, e de manhã não havia sequer orvalho . O
sol dardejava impedioso, dia após dia, messes a fio , e a duvidosa estação das
chuvas ainda estava muito longe. Algumas cabras subiam o monte , guardadas por
um menino, que se mostrou muito espantado por achar gente ali; mas não sorriu ,
e com ar muito grave lá se foi , atrás das cabras. Era um sítio solitário,
aquele , e sobre ele se abatia o silencio do calor que vinha chegando. Duas
mulheres vieram descendo pelo atalho com feixes à cabeça. Uma era velha e
a outra muito nova ainda. As cargas que transportavam pareciam muito pesadas.
Cada uma delas equilibrava na cabeça , protegida por uma rodilha de pano, um
longo molho de ramos secos atado com cipós verdes , o qual segurava com uma das
mãos . Seus corpos gingavam , desembaraçados, ao descerem a ladeira, a passos
ligeiros . Nenhum calçado tinham , embora fosse áspero o caminho. Os pés
pareciam achar o próprio caminho, pois as mulheres nunca olhavam para o chão .
Seguiam erectas , a cabeça erguida , os olhos congestionados perdidos na
distancia . Eram muito magras , com as costelas à mostra, e a mulher mais velha
tinha os cabelos emaranhados e sujos . Os cabelos da moça deviam ter sido
untados e penteados recentemente, pois ainda se notavam algumas adeixas
reluzentes; também ela se mostrava esgotada , cansada. Não devia fazer muito
tempo , ela ainda cantava e brincava com as outras crianças, mas agora tudo
isso estava acabado. Sua vida agora era apanhar lenha nos montes e assim havia
de ser até morrer, com uma pausa, de tempos a tempos , para parir um filho.
Fomo-nos todos, ladeira abaixo. A várias milhas de distancia
achava-se a pequena cidade provinciana onde as mulheres iam vender a sua lenha
por uma insignificância, só para começarem tudo de novo no dia seguinte.
Conversavam , com longos intervalos de silencio . Em dado momento, a moça disse
para a mãe que estava com fome , ao que a velha respondeu que ali todos nasciam
com fome, viviam com fome e morriam com fome; era a sina de todos eles .
Isso era a expressão da verdade , mas não se lhe notava na voz nem censura ,
nem ressentimento , nem esperança. Continuamos descendo por aquele caminho
pedregoso . Não caminhava atrás delas um "observador" , a
ouvi-las e a compadecer-se delas. Ele não se tornara parte delas por amor e
piedade ; ele era elas ; deixara de existir e elas existiam . Não eram os
estranhos que ele encontrara lá em cima; eram ele próprio .. Dele eram as mãos
que seguravam os feixes. E o suor, a exaustão , o cheiro , a fome , não eram
delas, para serem compartilhados e lamentados. O tempo e o espaço tinham
deixado de existir . Não havia pensamentos em nossas cabeças, cansadas demais
para pensar; e se algum pensamento surgia, era o de vender a lenha , comer,
descansar , e começar de novo. Os pés que pisavam as pedras do caminho , não doíam , nem doía a cabeça ao sol. Só dois de nós descíamos aquele morro familiar, parando na fonte , onde bebemos como de costume, e atravessando o leito seco de
um córrego de que nos lembrávamos.
Interrogante: Não sei exatamente como formular esta pergunta mas tenho o forte sentimento
de que as relações entre o individuo e a coletividade
--- duas entidades opostas ---- têm
sido, até hoje , um longo desfile de males . A história do mundo , do
pensamento , da civilização é , afinal de contas , a história das relações
entre essas duas entidades opostas. Em toda as sociedades , o individuo é mais
ou menos suprimido; ele tem de obedecer e adaptar-se ao padrão que os teóricos
determinaram. O individuo está sempre tentando libertar-se desses padrões , e o
resultado é uma batalha continua entre ambas as entidades . As religiões falam
da alma individual como coisa separada da alma coletiva . Põem em relevo o
individuo. Na moderna sociedade --- que se tornou tão mecânica e padronizada , e coletivamente atuante
--- o individuo anda à procura de sua própria
identidade, a indagar o que é ele , a afirmar-se . A luta nunca leva a parte
alguma. O que pergunto é : Que é que está errado em tudo isso?
Krishnamurti:
A unica coisa que realmente importa é que, no viver, haja uma ação proveniente
da bondade , do amor e da inteligencia. A bondade é individual ou coletiva, o
amor pessoal ou impessoal, a inteligencia vossa , minha ou de outro ? Se
é vossa ou minha , nesse caso não é inteligencia , nem amor , nem bondade.. Se
a bondade é uma coisa relacionada com o individuo ou com a coletividade,
conforme a preferencia ou o julgamento pessoal de cada um , então já não é
bondade. A bondade não se encontra no quintal do do individuo, nem no vasto
campo da coletividade; a bondade só floresce livre de ambos. Quando há essa
bondade, esse amor e essa inteligencia , a ação não tem então referencia ao
individuo ou à coletividade. Como nos falta a bondade, dividimos o mundo em indivíduos e coletividade, dividindo ainda a coletividade em inúmeros grupos,
conforme a religião, a nacionalidade e a classe. Depois de criarmos essas
divisões tentamos promover a união mediante a formação de novos grupos que, por
sua vez , são separados de outros grupos. Supõem-se que as grandes
religiões existem para promover a fraternidade humana; entretanto , na
realidade , a impedem .. Estamos sempre tentando reformar o que já se acha
corrompido. Não erradicamos a corrupção fundamentalmente, mas tratamos ,
simplesmente , de reajusta-la.
Interrogante: Quereis dizer que não devemos desperdiçar tempo em
intermináveis especulações sobre o individuo e a coletividade, ou em
provar. que são entidades diferentes ou idênticas? Quereis dizer que só a
bondade , o amor e inteligencia são importantes e se encontram fora da esfera
do individuo ou da coletividade?
Krishnamurti:
Exatamente.
Interrogante: A verdadeira questão parece ser, então: Como podem o
amor , a bondade e a inteligencia atuar no viver de cada dia?
Krishnamurti:
Se atuam , então a questão do individuo e da coletividade é acadêmica.
Interrogante: Como podem atuar ?
Krishnamurti Só podem atuar no estado de relação. Toda existência é
relação. O principal , portanto, é nos tornarmos cônscios de nossas relações
com todas as coisas e pessoas e vermos como , nessas relações , o
"eu" nasce e atua .. Esse "eu" tanto é coletivo como
individual. É o "eu" que atua, coletivamente ou individualmente ; o
eu que cria o céu e o inferno. Estar cônscio dele é compreende-lo. E a
compreensão dele é o seu fim . Seu findar é bondade, amor e inteligencia..
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