sexta-feira, 16 de setembro de 2016



                                          Médium de Umbanda 


Por RUBENS SARACENI – 
Contato: contato@colegiodeumbanda.com.br 


O médium de Umbanda, ainda que muitos não o valorize, é o ponto chave do ritual de Umbanda no plano material. 

E, por sê-lo, deve merecer dos filhos de Fé já maduros (iniciados) toda atenção, carinho e respeito quando adentram no espaço interno das Tendas, pois é mais um filho da Umbanda que é “dado” à luz. 

E tal como quando a generosa mãe dá à luz mais um filho, onde tanto o pai quanto os irmãos se acercam do recém-nascido e o cobrem de bênçãos, amor, carinho e compreensão para com seus choros, o novo filho de Fé ainda é uma criança que veio à luz e precisa de amparo e todos os cuidados devido à sua ainda frágil constituição íntima e emocional. 

Do lado espiritual, todo o apoio lhe é dado, pois nós, os espíritos guias deles, sabemos que este é o período em que mais frágil se sente um ser que traz a mediunidade. 

Para um médium iniciante, este é um momento único em sua vida e também um período de transição, onde todos os seus valores religiosos anteriores de nada lhe valem, pois outros valores lhe estão sendo apresentados. 

Para todos os seres humanos este é um período extremamente delicado em suas vidas. 

E não são poucos os médiuns que se decepcionam com a falta de compreensão para com sua fragilidade diante do novo e do ainda desconhecido. 

É comum uma pessoa dotada de forte mediunidade e de grandes medos ser vista como “fraca” de cabeça pelos já “tarimbados” médiuns. 

Mas estes não param para pensar um pouco no que realmente incomoda o novo irmão e, com isto, o Ritual de Umbanda Sagrada vê mais um dos seus recém-nascidos filhos perecer na maior angústia, e socorre-se a outros rituais que primam pela ignorância do mundo espiritual e sufocam nos seus fiéis seus mais elementares dons naturais. (...) 

Despertem para esta verdade, pais e mães de Santo! 

Olhem para todos os que chegam até vocês, não como seres perturbados, mas sim como irmãos em Oxalá que desejam dar “passagem” às forças da natureza que lhes chegam, mas encontram seus templos (mediunidade) ocupados por escolhos inculcados neles, através de séculos e séculos que estiveram afastados de seus ancestrais Orixás. 

Não inculquem mais escolhos dizendo a eles que tem Orixá brigando pela cabeça deles, ou que Exu está cobrando alguma coisa… 

Tratem os filhos que Olorum, o Incriado, lhes envia com o mesmo amor, carinho e cuidados que devotam a seus filhos encarnados. 

Cuidem deles; transmitam a eles amor aos Orixás, pois Orixá é o amor do Criador às Suas criaturas. 

Ensinem-lhes que, na Lei de Oxalá, ninguém é superior a ninguém, pois na banda do “Um”, mais um todos são. 

Mostrem-lhes que Orixá é um santo, mas é mais do que isso: Orixá é a natureza divina se manifestando de forma humana, para os espíritos humanos. 

Ensinem aos médiuns que eles trazem consigo mesmo todo um templo já santificado e que nele se assentam os Orixás sagrados. 

E que através desse templo muitas vozes podem falar, e serem ouvidas pois Umbanda provém de Embanda: sacerdote! E o médium é um sacerdote, um embanda, um Umbanda, ou mais um na banda do um, a Umbanda! 

Texto retirado do livro “O Código de Umbanda”, Editora Madras. 

Este texto foi editado livremente por Alexandre Cumino para melhor se adequar ao formato do Jornal.

                  Desabafo de um Médium


Por Gabriel Huff Marques

Escrevo este texto com o intuito de expressar as dificuldades que um médium iniciante passa no decorrer de seu caminho espiritual dentro da nossa Umbanda tão querida.
Cresci na religião, desde pequeno. Sabe quando as criancinhas ficam dentro da corrente, num cantinho? Pois é, era eu!

A fase de início de um médium talvez seja a fase mais difícil no seu caminho dentro da espiritualidade. Tudo é novidade, o médium tende a ficar ansioso, com medo e receio.

Passa um turbilhão de coisas na cabeça de um médium iniciante e ele ainda precisa manter a concentração, saber a hora certa de se entregar e manter o laço espiritual criado firme e forte.

Nossa! Quanta coisa, né!?

Se todos soubessem como é difícil passar por esse momento, não fariam cara feia para o médium depois que ocorre a desincorporação, não olhariam torto para ele.

É um momento de descoberta, novidades, onde, aos poucos, ele vai se doando cada vez mais, deixando o guia tomar conta da matéria e mostrar sua personalidade, jeito de agir, caminhar, tom de voz, etc.

Um médium iniciante tem de lidar com tantas coisas em sua cabeça ao mesmo tempo, que, às vezes, é preciso ter uma maneira mais delicada, sutil ao dar um conselho, até mesmo repreender alguma atitude do médium ou da própria entidade.

É preciso ter paciência com médiuns novos, não importa se você
tem que ter uma conversa, duas ou quantas vezes forem necessárias.

Se o erro não acontece por “maldade” do médium, é preciso
ter paciência por parte dos irmãos e dirigentes da Casa.

Muitas são as razões que fazem um médium iniciante deixar o seu
caminho espiritual de lado: medo de estar se passando pela entidade, confusão em função da incorporação ser praticamente consciente, represálias, pressões e até mesmo inveja.

Sim. Inveja!
E de onde ela vem?
Dos próprios elos dessa corrente mediúnica.

Ao passo que um médium vai se “firmando” com determinada entidade, essa vai agindo de acordo com seu modo específico de “trabalhar”.

Algumas entidades são mais quietas, reservadas, outras são mais agitadas, se movimentam mais, estalam dedos, puxam Pontos e etc.
Infelizmente alguns médiuns não entendem que o modo particular de trabalho de seu Guia é o que o torna tão especial e bonito, e acabam por desejar, inconscientemente, que seu guia fosse como o do seu irmão.

Já pensou passar por tudo isso sem estremecer?

É praticamente impossível.

Por último, vou encerrar dizendo que a Umbanda é muito mais do que se pode ver e sentir.
Enviado por Colégio de Umbanda Sagrada Pena Branca

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