quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O CONSELHO DOS MORUBIXABAS – O PRIMEIRO ENCONTRO

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O Conselho dos Morubixabas – O primeiro encontro

“Estamos quase chegando!
Ouvi a voz firme me guiando.
No breu da noite nos deslocávamos muito rápido, quase que voando.
Na escuridão aos poucos comecei a visualizar ao meu redor uma espessa mata.
Comecei a sentir a umidade da floresta, o cheiro da mata e da terra, o som dos insetos e dos animais.
Uma  sensação muito forte.
Com uma rapidez incrível nos deslocávamos no meio daquela mata fechada, é como se estivéssemos voando entre as arvores numa velocidade surpreendente.
Quando de repente, enxerguei uma enorme clareira.
Olhei para cima e tive uma das mais intensas sensações da minha vida.
O céu negro, com milhares de estrelas brilhantes e no horizonte uma enorme lua cheia.
A lua prateada era enorme, maravilhosa.
Por  alguns segundos fiquei hipnotizado pela sua beleza, tive a sensação que foram horas olhando fixamente para aquela enorme lua prateada.
Quando ouvi novamente a voz a dizer: Chegamos!
Voltei minha visão para o solo, quando pude perceber uma grande fogueira com algumas pessoas sentadas ao seu redor.
Estavam sérias, tinham a aparência de pessoas do campo, fisionomias rudes, a maioria era de homens adultos, mas ao observa-las tive a impressão de serem muito velhas e sábias.
Contei, eram em número de sete, entre eles uma mulher e um de cabelos brancos, que parecia ser o mais velho de todos.
Estavam em silêncio sentados no chão ao redor da fogueira e banhados pela luz daquela enorme lua cheia.
Novamente ouvi aquela voz a me dizer: Venha vamos nos juntar aos outros para ouvirmos as orientações.
Outros? Perguntei.
Sim, olhe ao seu redor, respondeu.
Fixei minha atenção ao redor da clareira e então percebi que existiam centenas, talvez milhares de pessoas em pequenos grupos ao nosso redor.
Nesse momento perdi a consciência…”
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Prezados amigos umbandistas que acompanham nossos textos.
Descrevi acima, de forma sucinta, um desdobramento ou projeção astral ocorrido comigo há muito tempo, há mais de 40 anos.
Nesta época ainda não tinha entrado para a umbanda, mas me interessava muito pelas coisas do espírito.
Esta passagem me marcou profundamente e nunca mais esqueci os detalhes deste desdobramento astral.
Foi  a primeira, de muitas outras  onde entrei em contato consciente com o Conselho dos Morubixabas.
Vou detalhar um pouco mais cada etapa desta viagem.
Comecei o texto acima com aquela voz que me marcou profundamente:
Vem, é por aqui!”
Naquele momento não me preocupei em saber de quem era a voz, somente ouvia de forma firme e intensa, mas não enxergava mais ninguém me acompanhando e sentia uma segurança muito grande naquele ser que estava me acompanhando.
Após muitos anos, fiquei sabendo, que era do Caboclo Mata Verde.
Outro momento marcante foi caminhar ligeiro no meio do desconhecido.
No breu da noite nos deslocávamos muito rápido, quase que voando.”
Foi uma sensação muito estranha e marcante.
A sensação era que estava caminhando a uma velocidade enorme, poderia até dizer que estava voando, me deslocando a uma velocidade muito grande e totalmente no escuro.
Quando falo no escuro, é no escuro mesmo, sem nenhuma referência.
Sentia uma sensação de frio, é como se a umidade daquela região, o ar frio soprasse sobre meu corpo.
Aos poucos fui ficando mais consciente e comecei a visualizar algumas referências.
“Na escuridão aos poucos comecei a visualizar ao meu redor uma espessa mata, comecei a sentir a umidade da floresta, o cheiro da mata e da terra, o som dos insetos e dos animais.”
Tudo era muito real, as sensações eram muito reais.
Embora aquela mata fosse real para mim, estava me deslocando no meio daquela floresta numa velocidade incrível e sem trombar em nenhuma arvore ou cipó existente; é como se eu passasse por dentro da matéria que formava aquela região.
Olhei para cima e tive uma das mais intensas sensações da minha vida, o céu negro, com milhares de estrelas brilhantes e no horizonte uma enorme lua cheia.”
Esta visão marcou minha vida.
Ainda hoje quando olho para a lua cheia, sinto uma força interior que me incomoda, uma alegria intensa, misturada com muita saudades daquele lugar e daquele momento.
Uma visão maravilhosa que eu nunca havia visto antes; o céu era negro e nuvens de estrelas brilhavam formando uma imagem que lembrava o leito de um rio iluminado.
A lua era muito grande e brilhante, no momento que olhei para aquela lua enorme foi como se eu me juntasse a ela; perdi por alguns instantes a noção de tudo o que existia ao meu redor, me senti nas entranhas daquele astro.
A sensação durou segundos, mas pareceu uma eternidade, foi um momento de arrebatamento.
Voltei minha visão para o solo, quando pude perceber uma grande fogueira com algumas pessoas sentadas ao seu redor.”
Até aquele momento não tinha notado a presença de mais nada, somente a mata e o céu.
Quando despertado pela voz, daquele momento de êxtase, pude perceber as sete pessoas que estavam ao redor da fogueira.
Lembraram-me índios, mas não os índios brasileiros; tinham traços fortes em sua fisionomia.
Transmitiam muita seriedade e força espiritual.
Olhei, um por um, notando suas diferenças individuais e pude perceber a presença de uma mulher e do mais velho do grupo.
De forma instintiva contei quantos eram, e pude confirmar que eram em número de sete, naquele momento não significou nada para mim.
Estavam em silêncio sentados no chão, ao redor da fogueira e banhados pela luz daquela enorme lua cheia.”
Isso também chamou minha atenção.
Estavam sentados ao redor da fogueira, todos em silêncio, os olhares se perdiam no infinito, mas tive a impressão que estavam se comunicando entre si.
É como se todos estivessem conectados mentalmente, o luar que iluminava aquela reunião  dava a impressão de trazer vibrações espirituais que vinham do espaço cósmico.
A sensação era de que estavam todos em transe mediúnico recebendo mensagens das esferas superiores.
Fixei minha atenção ao redor da clareira e então percebi que existiam centenas, talvez milhares de pessoas em pequenos grupos ao nosso redor.”
Quando a voz me orientou a olhar ao redor notei que não estávamos sozinhos, mas acompanhados por muitos espíritos, eram centenas de grupos.
Notei que em cima de cada grupo de espíritos, havia um ponto luminoso de luz tênue, que posteriormente fiquei sabendo que era a luz do mentor espiritual de cada grupo.
Semelhante àquela voz que me acompanhava e me orientava naquela viagem astral.
Novamente ouvi aquela voz a me dizer: Venha vamos nos juntar aos outros para ouvirmos as orientações.”
Passados muito anos, fiquei sabendo que diariamente me deslocava para aquela região e sempre acompanhado pelo Caboclo Mata Verde.
Da mesma forma, outras pessoas, durante o sono, eram encaminhadas aquela região para receberem ensinamentos e orientações sobre a espiritualidade e a umbanda.
Estávamos em Aruanda e aqueles sete espíritos formavam o Conselho dos Morubixabas.

São Vicente, 13/08/2015
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