segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

QUAL O SIGNIFICADO DE SUICÍDIO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

O SUICÍDIO

A PALAVRA SUICÍDIO ETIMOLOGICAMENTE QUER DIZER:SUI = SI MESMO; CAEDES = AÇÃO DE MATAR.
O SUICÍDIO,DESDE A ANTIGUIDADE ,SEMPRE FOI PUNIDO SEVERAMENTE. EM TEBAS E CHIPRE , O MORTO ERA PRIVADO DAS HONRAS FÚNEBRES. EM ATENAS, NO SÉCULO IV, CORTAVA-SE A MÃO DIREITA DAQUELE QUE COMETERA O SUICÍDIO. ESTA ERA ENTERRADA DISTANTE DO RESTO DO CORPO DO INDIVIDUO. NA IDADE MÉDIA, O SUICIDA NÃO RECEBIAM A BENÇÃO DA IGREJA. AO LONGO DOS TEMPOS TIVEMOS SUICIDAS QUE FICARAM NA HISTÓRIA, COMO: CLEÓPATRA, JUDAS, GETÚLIO VARGAS E OS KAMIKAZES.
O CONCEITO DE SUICÍDIO É RELATIVO A CULTURA E RELIGIÃO, NO CONCEITO HUMANO TEMOS A AÇÃO PELO QUAL ALGUÉM PÕE INTENCIONALMENTE TERMO A PRÓPRIA VIDA E NO CONCEITO ESPÍRITA SERIA TUDO QUE FAÇA CONSCIENTEMENTE PARA APRESSAR A EXTINÇÃO DAS FORÇAS VITAIS.
NO MUNDO SUICIDAM-SE DIARIAMENTE 2000 PESSOAS, APROXIMADAMENTE 90% DE QUEM TENTA, AVISA ANTES E EM TORNO DE 70% DOS SUICÍDIOS OCORREM EM DECORRÊNCIA DE UMA FASE DEPRESSIVA. 
AS CAUSAS DA ATITUDE DE SAIR DO MUNDO PELA PORTA DO SUICÍDIO SÃO MUITO DISCUTIDAS, MAS DE 
FORMA GERAL TEMOS:
 
BIOLÓGICAS LIGADO AO FATOR GENÉTICO COMO A ESQUIZOFRENIA
PSICOLÓGICA ANSIEDADE, DEPRESSÃO, SOLIDÃO.
DESEJO VINGANÇA: FANTASIAM AS REAÇÕES DOS VIVOS
SOCIOLÓGICA EGOISTA: PARA NÃO SOFRER
ALTRUISTA: PARA NÃO DAR TRABALHO
ANÔNIMO: DESEQUILÍBRIO
ESPIRITA RELACIONADO A FATORES OBSESSIVOS LEVANDO A VÍTIMA AO GRAU DE SUBJUGAÇÃO.
POR QUE AS PESSOAS SE MATAM?
O QUE PODERÁ LEVAR O HOMEM A RECORRER A ESSE ATO TÃO IRRACIONAL?
FALTA DE FÉ? - É A TOTAL DESCRENÇA DE UMA OUTRA VIDA APÓS A MORTE. TEM A ILUSÃO DE QUE, PROVOCANDO A PRÓPRIA MORTE, SERÁ O FIM DE TODO O SOFRIMENTO E O INÍCIO DE UM ETERNO SONO PROFUNDO. É A FALTA DE ESPIRITUALIDADE E DA CRENÇA NAS OBRAS DO CRIADOR.
ORGULHO FERIDO? - PODE SER CONSIDERADO, TAMBÉM, COMO FALTA DE FÉ, PORQUE A FÉ CONDUZ À HUMILDADE, E ESTA É INIMIGA DO ORGULHO.
TÉDIO DA VIDA? MUITAS VEZES, AS PESSOAS NÃO CONSEGUEM DEFINIR UM OBJETIVO EM SUA VIDA. NO FUNDO, É AUSÊNCIA DA FÉ PARA SUPORTAR AS PROVAS QUE A VIDA LHE IMPÕE. AS DIFICULDADES SÃO TANTAS, E NÃO ENCONTRANDO FORÇAS PARA SAIR DO MARASMO, A PESSOA ACABA SE ENTEDIANDO. QUEM TEMFÉ NÃO DESERTA DA VIDA, POIS SABE QUE OS RECURSOS DIVINOS SÃO INESGOTÁVEIS. E A ORAÇÃO É O MAIOR DOS INSTRUMENTOS PARA SE CONSEGUIR QUE ESSA AJUDA VENHA DOS PLANOS MAIS ALTOS
MEDO DO FRACASSO? - MEDO DE SER HUMILHADO, IRONIZADO POR NÃO TER SIDO UM VENCEDOR. NO FUNDOTODOS OS PROBLEMAS QUE LEVAM AS PESSOAS AO SUICÍDIO É A FALTA DE FÉ, É A FRAGILIDADE ESPIRITUAL.
FALTA DE DINHEIRO?  A FALTA DE CONDIÇÕES FINANCEIRAS NÃO ESTÃO RELACIONADAS DIRETAMENTE COMO SUICÍDIO.
KARDEC EXPLICA QUE OS PRINCIPAIS FATORES RELACIONADOS AO SUICÍDIO SÃO: 
OCIOSIDADE E FALTA DE FÉ POIS ONDE TEM O TRABALHO E A FÉ NASCE O PROGRESSO.
NO MEIO SOCIAL OBSERVAMOS ALGUNS SINTOMAS QUE PODE SUGERIR UMA TENDÊNCIA SUICIDA:
DEPRESSÃO: TRISTEZA CONSTANTE, ANSIEDADE, INSÔNIA, PERDA DE APETITE, PESSIMISMO, 
DIFICULDADE DE SE CONCENTRAR FALTA DE PERSPECTIVA: O QUE É DIFERENTE DE UMA TRISTEZA 
TEMPORÁRIA FICAR ATENTO A FATOS IMPORTANTES DA VIDA DA PESSOA. GRANDES PERDAS OU MUDANÇAS 
PODEM PRECIPITAR UMA TENTATIVA AO SUICÍDIO.
VERIFICAR SE A PESSOA JÁ TENTOU SE MATAR ANTES. ESTAS PESSOAS TÊM MAIOR TENDÊNCIA A REPETIR A TENTATIVA. 
FICAR ATENTO PARA ANÚNCIOS ESPONTÂNEOS DE SUICÍDIO.
FALAR CLARAMENTE SOBRE O TEMA. PERGUNTE DIRETAMENTE SE A PESSOA PENSA EM SE MATAR. 
NA VISÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA E RECORRENDO AO O LIVRO DOS ESPÍRITOS TEMOS AS QUESTÕES:
P-944: O HOMEM TEM O DIREITO DE DISPOR DA SUA PRÓPRIA VIDA?
R: NÃO;SOMENTE DEUS TEM ESSE DIREITO. O SUICÍDIO VOLUNTÁRIO É UMA TRANSGRESSÃO DA LEI.
P-946:QUE PENSAR DO SUICIDA QUE TEM POR FIM ESCAPAR ÀS MISÉRIAS E ÀS DECEPÇÕES DESTE MUNDO?

R: POBRES ESPÍRITOS QUE NÃO TIVERAM A CORAGEM DE SUPORTAR AS MISÉRIAS DA EXISTÊNCIA! DEUS AJUDA AOS QUE SOFREM E NÃO AOS QUE NÃO TÊM FORÇAS, NEM CORAGEM. AS TRIBULAÇÕES DA VIDA SÃO PROVAS OU EXPIAÇÕES. FELIZES OS QUE SUPORTAM SEM SE QUEIXAR, PORQUE SERÃO RECOMPENSADOS!...
P-948: O SUICIDA QUE TEM POR FIM ESCAPAR À VERGONHA DE UMA AÇÃO MÁ É TÃO REPREENSÍVEL COMO O QUE É LEVADO AO DESESPERO?
R: O SUICÍDIO NÃO APAGA A FALTA. PELO CONTRÁRIO, COM ELE APARECEM DUAS EM LUGAR DE UMA...
P-949: O SUICÍDIO É PERDOÁVEL QUANDO TEM POR FIM IMPEDIR QUE A VERGONHA ENVOLVA OS FILHOS 
OU A FAMÍLIA?
R: AQUELE QUE ASSIM AGE NÃO PROCEDE BEM, MAS ACREDITA QUE SIM E DEUS LEVARÁ EM CONTA A SUA INTENÇÃO, PORQUE SERÁ UMA EXPIAÇÃO QUE A SI MESMO SE IMPÔS. ELE ATENUA A SUA FALTA PELA INTENÇÃO, MAS NEM POR ISSO DEIXA DE COMETER UMA FALTA. PROVA QUE TEM MAIS EM CONTA A ESTIMA 
DOS HOMENS QUE A DE DEUS
P-956: OS QUE, NÃO PODENDO SUPORTAR A PERDA DE PESSOAS QUERIDAS, SE MATAM NA ESPERANÇA DE SE JUNTAREM A ELAS, ATINGEM SEUS OBJETIVOS?
R: O RESULTADO PARA ELAS É BASTANTE DIVERSO DO QUE ESPERAM, POIS EM VEZ DE SE UNIREM AO OBJETO DE SUA AFEIÇÃO, DELE SE AFASTAM POR MAIS TEMPO.
NO ESPIRITISMO CLASSIFICAMOS O SUICÍDIO COMO DIRETO OU INTENCIONAL OU CONSCIENTE E INDIRETO
OU NÃO INTENCIONAL OU INCONSCIENTE. ASSIM TEMOS COMO SUICÍDIO DIRETO AQUELE QUE DIRETAMENTEPÕE FIM A VIDA FÍSICA, COMO: TIRO NO PEITO, CORTAR OS PULSOS, ATIRAR-SE DE UM EDIFÍCIO E MUITAS OUTRAS. NO INDIRETO TEMOS:
ALCOOLISMO
TABAGISMO
ALUCINÓGENOS
GASTRONÔMICOS
ALTAS VELOCIDADES
SEXO DESREGRADO
MÁGOA, DESESPERO, IRRITAÇÃO E PROBLEMAS DE DESEQUILIBRIO EMOCIONAL 
QUE LEVAM A LESÕES MENTAIS ACARRETANDO PATOLOGIAS ORGÂNICAS.  NO EXEMPLO ABAIXO TEMOS UM CASO DE SUICÍDIO INDIRETO:

ANALISANDO OS RELATOS DOS ENCARNADOS NOS INSTANTES ANTES DO SUICÍDIO OBSERVAMOS QUE O INDIVIDUO ESTÁ EM DESEQUILÍBRIO E QUE INCONSCIENTEMENTE SABE DO EQUIVOCO QUE VAI COMETER E ATÉ 
MESMO AGRADECE A DEUS ESPERANDO ALCANÇAR O CRIADOR COM O FATO DE ENTRAR NO MUNDO DOS MORTOS.
Sexo/Idade: M, 22
Cor: branca
Meio: ingestão de veneno
Forma da mensagem: escrito
Essa atitude foi muito bem analisada e achei que a hora era essa. Não chorem por mim...
Deus é grandioso; eu espero poder ajoelhar-me em seus pés no dia do juízo final, pois sei que só assim serei perdoado e reintegrado com os meus. Eu estou feliz, não chorem.
Tudo será mais belo. 
Meus dias neste planeta chegaram ao fim. Estou contente.
Mãe eu te amo
Eu amo todos vocês
Não chorem
 
NOS RELADOS DOS DESENCARNADOS TEMOS O ARREPENDIMENTO E SOFRIMENTO COMO ATO DE ABANDONAR O 
MUNDO PELO SUICÍDIO. VEJAMOS ABAIXO ESSES RELATOS:  

Sra. F. : 32 anos
suicídio devido cíumes do marido
tomou formicida
relata ter vido a própria autópsia
espíritos inferiores abusaram da condição de mulher sem respeito ou piedade
LUIS ALVES
Enfermeiro Tiro no coração devido pobreza
Indigente Escola de Medicina
Sentia a própria degradação
Médicos diziam que os seus tecidos eram mais consistentes 
O QUE FAZER SE PARENTE OU AMIGO QUISER SE MATAR?
OFEREÇA AJUDA MÉDICA OU PSIQUIÁTRICA. SE NECESSÁRIO, LEVE-A MESMO A CONTRAGOSTO.
MANTENHA-A LONGE DE ARMAS DE FOGO, OBJETOS CORTANTES, REMÉDIOS COMO CALMANTES E DE LUGARES ALTOS CONVERSE SOBRE A SITUAÇÃO QUE ELA VIVE. LEMBRE-SE DE QUE A DEPRESSÃO TEM CURA E É PASSAGEIRA, COM TRATAMENTO ADEQUADO ESSES PROBLEMAS TENDE A MELHORAR. PARA A PESSOA DEPRIMIDA,ENTRETANTO, A SENSAÇÃO É DE QUE JAMAIS HAVERÁ SOLUÇÃO. 
NEM A DEIXE SOZINHA, NEM DURANTE A NOITE. ALÉM DE TER SEUS ATOS VIGIADOS, ELA SE SENTIRÁ QUERIDA E ESTIMULADA. 
TRATE O TEMA COM CLAREZA E SEM PRECONCEITOS.
DESENVOLVER A RELIGIOSIDADE ORIENTANDO:
A VIDA NÃO ACABA COM A MORTE.
OS PROBLEMAS NÃO ACABAM COM A MORTE.
O SOFRIMENTO NÃO ACABA COM A MORTE.
A MORTE NÃO APAGA AS NOSSAS FALTAS.
A DOUTRINA ESPÍRITA PROPICIA ESPERANÇA E CONSOLAÇÃO, QUANDO DÁ A 
CERTEZA DA CONTINUIDADE INFINITA, QUE SERÁ TANTO MAIS FELIZ, QUANTO MELHOR SUPORTARMOS AS PROVAS DO PRESENTE.
ASSIM PARA TRANSFORMAR AS TEMPESTADES DO MAL EM ATITUDES DO BEM 
DEVEMOS TER:
- VIGILÂNCIA
- ORAÇÃO
- PRÁTICA DO BEM E DA CARIDADE
- NÃO À FOFOCA E A MALIDISCÊNCIA
- NÃO AOS VÍCIOS E AS DROGAS
- NÃO AO ÓDIO E A RAIVA
- CORRIGIR IMEDIATAMENTE QUALQUER ERRO COMETIDO
- LUTAR CONTRA AS INJUSTIÇAS E NÃO SE OMITIR
- PENSAMENTO CONSTANTE NO BEM
- EVOLUIR A CADA DIA

"Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir sempre, tal é ¡ lei"
Allan Kardec.

O DESEJO DE MORRER !!!!

O DESEJO DE MORRER
A ideia do suicídio é uma grande consolação: ajuda a suportar muitas noites más.....

Suicídio
Os comportamentos suicidários constituem um flagelo da nossa sociedade contemporânea.
Contudo, na maioria dos casos, a pessoa escolheria outra forma de solucionar os problemas se não se encontrasse numa tal angústia que a impossibilita de considerar outras opções paraalém do suicídio. A intenção é geralmente parar a dor e não pôr termo à vida!
Acabar com os mitos!
Porque existem ainda muitas ideias erradas, importa desmistificar alguns mitos que existem na nossa sociedade acerca do suicídio.
MITO: Tem que se ser louco para se pensar no suicídio!

FACTO: De tempos a tempos, a maioria das pessoas tem pensamentos suicidas. A maioria dos
suicídios e das tentativas de suicídio é feita por pessoas inteligentes, temporariamente   confusas, que exigem muito delas próprias, especialmente se estiverem em crise.
MITO: Apenas certo tipo de pessoas comete suicídio.
FACTO: Todo o tipo de pessoas comete suicídio  homens e mulheres, novos e velhos, ricos e pobres, pessoas de meios rurais e meios urbanos; ocorre em todos os grupos raciais, étnicos e religiosos.
MITO: As pessoas que falam sobre o suicídio não o cometem.

FACTO: 8 de 10 pessoas que se mataram verbalizaram a sua intenção previamente.
Falar acerca do suicídio diminui o risco?
Estudos mostram que discutir pensamentos suicidas com alguém (p.e. familiar ou profissional de ajuda) pode ajudar a solucionar os problemas que contribuem para o pensamento suicida, contudo, não garante a redução do risco de suicídio.

MITO: As pessoas que tentam suicidar-se estão apenas a chamar a atenção.
FACTO: As pessoas que ameaçam ou tentam suicídio estão na verdade à procura de ajuda.
Considerar este comportamento manipulativo não diminui de forma alguma o potencial letal das suas ações.
As tentativas de suicídio seguidas de procura de ajuda não são sérias?
Embora possa existir ambivalência no suicídio (desejo de viver e morrer simultâneos), isto não garante que a situação esteja livre de risco. Importa lembrar que a maioria das pessoas que cometem suicídio dá um aviso prévio.
Serão as tentativas de suicídio apenas gritos de ajuda?
Se a tentativa de suicídio for encarada como apenas um grito de ajuda, pode falhar-se em perceber a gravidade do problema. Geralmente, uma tentativa representa mais do que um pedido.
MITO: Uma pessoa que tenha tentado suicidar-se não volta a tentá-lo.
FACTO: O oposto é frequentemente verdade. As pessoas que fizeram tentativas prévias podem estar em maior risco de cometer o suicídio; numa segunda ou terceira vez, as tentativas de suicídio podem parecer mais fáceis para algumas pessoas.
MITO: Discutir ou questionar acerca do suicídio pode sugeri-lo à pessoa?

FACTO: Discutir intenções suicidas com a pessoa de uma forma sensível e directa pode diminuir o risco de suicídio. A abertura e preocupação dos outros em perguntar sobre o suicídio a uma pessoa vulnerável, vai permitir-lhe experienciar dor ao falar no seu problema, o que pode ajudar a reduzir a sua ansiedade. Isto pode também permitir à pessoa com pensamentos suicidas sentir-se menos só e isolada, e talvez um pouco aliviada.

MITO: Quando uma pessoa que tentou suicidar-se se começa a sentir melhor, o perigo acaba.

FACTO: A maioria dos suicídios ocorre 90 dias após a melhoria do estado mental da pessoa.
A probabilidade de cometer suicídio diminui à medida que a depressão diminui?
Pelo contrário, à medida que a pessoa fica menos deprimida desenvolve mais energia psíquicae física, que pode ser focada no comportamento suicida.

MITO: Se uma pessoa está seriamente a considerar suicidar-se, não há nada que se possa 
fazer.

FACTO: A maioria das crises suicidas tem uma duração limitada e baseia-se em pensamentos confusos. As pessoas que tentam suicidar-se querem livrar-se dos seus problemas. No entanto, é necessário que se confrontem diretamente com os mesmos para que possam encontrar outras soluções, o que pode ser feito com a ajuda de pessoas que as apoiem durante o período crítico, até que consigam pensar mais claramente.
A medicação pode parar o comportamento suicida?
Embora potencialmente útil para o tratamento a longo-prazo, a medicação pode não ser 
efetiva para a depressão imediata do paciente. De facto, alguns anti-depressivos 
(designados tricíclicos) podem mesmo ser letais em sobredosagem.
Sou um potencial alvo?
Conhecer o suicídio implica reconhecer os factores de risco. Destacam-se os seguintes:
Psicopatológicos  sofrer de depressão, esquizofrenia, alcoolismo, toxicodependência ou distúrbios de personalidade; estar sujeito a modelos suicidários: familiares ou amigos; ter tido comportamentos suicidários prévios; e demonstrar intenção suicida.
Demográficos  ter entre 15 e 24 anos ou mais de 45; pertencer ao sexo masculino; ter ocorrido a morte de pessoas significativas (p.e. pais, conjugue, etc.); ter escolaridade elevada;apresentar doenças terminais (HIV, cancro, etc.); E ter uma família desagregada (por separação, divórcio ou viuvez).
Psicológicos  desesperança (sensação de nada valer a pena); culpabilidade por atos praticados; e perda de pessoas significativas.
Sociais  habitar em meio urbano; estar desempregado; ter emigrado; ter falta de apoio familiar e/ou social; e ser reformado.

Importa, contudo, considerar que cada indivíduo lida com a tensão e o sofrimento de formas diferentes e a presença de múltiplos factores de risco não implica necessariamente que a 
pessoa cometa suicídio. Na maioria das vezes, é a junção de alguns dos factores supra mencionados que despoletam uma sensação de desespero suficientemente intensa para colocar a ideia de suicídio, daí, ser importante estar atento aos sinais que as pessoas podem emitir em relação à ideia de poder pôr termo à vida.
Como conhecer o risco?
Reconhecer o risco de suicídio envolve conhecer os sinais de alarme. Conhecê-los e intervirde forma eficaz é uma tarefa importante que poderá salvar vidas.
Alguns sinais de alarme que frequentemente são exibidos pelas pessoas deprimidas com 
intenção suicida são: sofrimento psicológico (tristeza intensa); perda de auto-estima; constrição (redução dos horizontes a um simples tudo-ou-nada); isolamento (sensação de vazio e de falta de amparo); desesperança; mudanças rápidas de humor; e egressão (fuga como única solução para acabar com a dor intolerável). 
Também a impulsividade é um dos factores importantes, pois ela modela a rapidez com que se passa do pensamento ao ato. Sinais como comentários acerca da morte ou suicídio podem 
expressar intenções suicidas e não devem ser desvalorizados. Os preparativos para a morte 
como escrever cartas aos amigos/familiares ou dar objetos pessoais de valor sentimental sãopor vezes, um dos sinais mais preocupantes. Se forem detectados alguns sinais de alerta é 
importante não deixar a pessoa sozinha e procurar ajuda profissional.
O que fazer?
Considere-se a utilidade de algumas pistas sobre como DEVE reagir nesta situação:
É importante levar a pessoa a sério, mantendo-se calmo e essencialmente escutando.
Importa saber se a pessoa possui planos específicos e qual o método de suicídio que está a ser considerado.
É igualmente importante não prometer confidencialidade, pois poderá ser necessário falar com amigos, familiares ou técnicos de saúde.
Reconhecer os sentimentos da pessoa, oferecer confiança, ser empático e não crítico é fundamental.
Realçar o facto de o suicídio constituir uma solução permanente para um problema que, aindaque parecendo irreversível, pode ter saída, lembrando a pessoa de que existe ajuda.
Estabelecer um pacto de não-suicídio pedindo à pessoa que garanta que quando sentir vontadede se magoar não vai cometer suicídio, mas antes procurar ajuda (p.e. contatar alguém previamente acordado).
Encaminhar e falar sobre a importância de ter o apoio de alguém com habilitações para o ajudar (p.e. médico ou psicólogo).
Considerando que o suicídio é um ato tendencialmente impulsivo e que corresponde a um período em que a pessoa está mais confusa e fragilizada, é importante não deixá-la sozinha (p.e.junto de alguém familiar). Caso não exista essa possibilidade, deve ponderar-se a hipótese de internamento, que poderá ser contextualizada à pessoa, não como se algo de profundamenteerrado se estivesse a passar com ela, mas simplesmente como um modo de se proteger dela própria, enquanto a ideação suicida estiver ativa.
Não menosprezar o papel que certas crenças religiosas ou morais podem ter no desenrolar da situação. Certas pessoas podem ver nestas dimensões a última barreira a ultrapassar para cometer suicídio. Assim, devemo-nos aliar às forças da vida, e neste caso, promover uma empatia com as crenças da pessoa e utilizá-la em prol do objetivo: diminuir a probabilidade de apessoa pôr termo à vida.
Importa lembrar que há sempre uma linha telefônica ou Número Nacional de Socorro 112, que 
funciona 24 horas por dia com pessoal habilitado na prevenção do suicídio que poderá ajudar.
Também os familiares ou amigos de vítimas de suicídio podem procurar ajuda nos grupos de 
sobrevivência, onde encontrarão pessoas com os mesmos problemas e experiências semelhantes à sua, onde não correm o risco de ser julgados e/ou condenados.
Para-suicídio
Arriscar morrer para sobreviver
Como nem todos os atos que parecem pôr em risco a vida do próprio correspondem a tentativassuicidas, convém distingui-los. Uma das principais diferenças é o nível de intencionalidade

. Enquanto que a tentativa de suicídio é entendida como o ato levado a cabo por um indivíduo que visa a sua morte, mas que por razões diversas não é alcançada; o para-suicídio consiste num ato não fatal, através do qual o indivíduo protagoniza um comportamento invulgar semintenção clara de morrer.
Ainda assim, arrisca danos a si próprio, através de comportamentos auto-destrutivos, muitasvezes com vista a conseguir modificações reais imediatas desejadas. Estes comportamentos relacionam-se com alguns comportamentos de risco, tais como o abuso de substâncias tóxicas, álcool ou psicoestimulantes; conduzir em excesso de velocidade, alcoolizado, drogado ou em 
contra-mão; vivência de uma sexualidade não controlada ou com relações de risco; escolha dealguns desportos demasiado perigosos; adoção de comportamentos mais arriscados tornando-se o próprio propício a distrações ou acidentes; alteração súbita de peso, na maneira de agir; etc.

Comportamentos de Auto-Mutilação
O desejo de silenciar a dor Sem o desejo de morrer
Os comportamentos de auto-mutilação estão associados a um conjunto de perturbações emocionais e caracterizam-se pela prática de diversos atos que procuram provocar dor ou desconfortofísico intenso. Embora alguns desses atos se aparentem com ações perpetradas por quem tem vontade de terminar a vida, não servem esse o objectivo, sendo utilizados métodos de baixa letalidade (p.e. cortes superficiais nos pulsos ou braços), que frequentemente deixam marcasvisíveis que se procuram esconder. É importante estar atento a essas marcas, pois são pistas que podem ajudar a perceber que aquela pessoa precisa de apoio e até mesmo evitar situações acidentais em que a morte possa decorrer das suas ações, ainda que inadvertidamente. Estes fenômenos complexos são multideterminados e surgem, habitualmente, em situações de elevada ansiedade, tensão e fúria, tendo um elevado efeito tranquilizante que incita o indivíduoa repetir o gesto mesmo quando, após a auto-lesão, sente culpa e/ou vergonha. 
São as mulheres, em especial na sua juventude, que mais adotam este tipo de comportamento, que constitui uma forma de lidar com o seu sofrimento psicológico  o controlo da dor físicatraz-lhes um sentimento de alívio relativamente à dor psicológica, transmitindo-lhes uma 
sensação de controlo sobre si próprias que não conseguem obter de nenhuma outra forma. Paraessas pessoas, há que vencer a barreira da vergonha para procurar ajuda. Para quem vive comelas, há que tomar atenção e tentar perceber a diferença e que apoio será melhor  a sua 
deteção e encaminhamento pode evitar um gesto fatal, pois infelizmente, este tipo de comportamentos e situações nem sempre é descoberto a tempo.
Encontrar apoio
É nos momentos de crise e grande dificuldade, em que frequentemente todos pensam não haver qualquer solução e os próprios familiares e outros elementos de apoio sentem necessitar de ajuda, que a procura de apoio pode fazer toda a diferença, ajudando a pessoa a encontrar 
outras formas de viver.
Se pretendes explorar o assunto, podes encontrar resposta para outras questões na SociedadePortuguesa de Suicidologia (www.spsuicidologia.pt).
The Student Counseling Virtual Pamphlet Collection, http://counseling.uchicago.edu/vpc/, adaptado por Carolina Ferreira, Psicóloga Estagiária no GAPsi - FCUL

"Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir sempre, tal é ¡ lei"
Allan Kardec.

SUICÍDIO- DESGOSTO DA VIDA

Estudando a Doutrina Espírita
Tema: Suicídio
1. Desgosto da vida  Suicídio
943. Donde nasce o desgosto da vida, que, sem motivos plausíveis, se apodera de certos indivíduos?
Efeito da ociosidade, da falta de fé, e também, da saciedade. Para aquele que usa de suas faculdades com fim útil e de acordo com as suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente. Ele lhe suporta as vicissitudes com tanto mais paciência, quanto obra com o fito da felicidade mais sólida e mais durável que o espera.
944. Tem o homem o direito de dispor da vida?
Não; só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário importa numa transgressão desta lei.
a) Não é sempre voluntário o suicídio?
O louco que se mata não sabe o que faz.
949. Será desculpável o suicídio, quando tenha por fim obstar a que a vergonha caia sobre os filhos, ou sobre a família?
O que assim procede não faz bem. Mas, como pensa que o faz, Deus lhe leva isso em conta, pois que é uma expiação que ele se impõe a si mesmo. A intenção lhe atenua a falta; entretanto, nem por isso deixa de haver falta. Demais, eliminai da vossa sociedade os abusos e os preconceitos e deixará de haver desses suicídios.
Aquele que tira a si mesmo a vida, para fugir à vergonha de uma ação má, prova que dá mais apreço à estima dos homens do que à de Deus, visto que volta para a vida espiritual carregado de suas iniqüidades, tendo-se privado dos meios de repará-las durante a vida corpórea. Deus, geralmente, é menos inexorável do que os homens. Perdoa aos que sinceramente se arrependem e atende à reparação. O suicida nada repara.
a) Os que hajam conduzido o desgraçado a esse ato de desespero sofrerão as conseqüências de tal proceder?
Oh! Esses, ai deles! Responderão como por um assassínio.
953. Quando uma pessoa vê diante de si um fim inevitável e horrível, será culpada se abreviar de alguns instantes os seus sofrimentos, apressando voluntariamente sua morte?
É sempre culpado aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a existência. E quem poderá estar certo de que, mau grado às aparências, esse termo tenha chegado; de que um socorro inesperado não venha no último momento?.
a) Concebe-se que, nas circunstâncias ordinárias, o suicídio seja condenável; mas, estamos figurando o caso em que a morte é inevitável e em que a vida só é encurtada de alguns instantes.
É sempre uma falta de resignação e de submissão à vontade do Criador.
b) Quais, nesse caso, as conseqüências de tal ato?
Uma expiação proporcionada, como sempre, à gravidade da falta, de acordo com as circunstâncias.
952. Comete suicídio o homem que perece vítima de paixões que ele sabia lhe haviam de apressar o fim, porém a que já não podia resistir, por havê-las o hábito mudado em verdadeiras necessidades físicas?
É um suicídio moral. Não percebeis que, nesse caso, o homem é duplamente culpado? Há nele então falta de coragem e bestialidade, acrescidas do esquecimento de Deus.
954. Será condenável uma imprudência que compromete a vida sem necessidade?
Não há culpabilidade, em não havendo intenção, ou consciência perfeita da prática do mal. 
955. Podem ser consideradas suicidas, e sofrem as conseqüências de um suicídio as mulheres que, em certos países, se queimam voluntariamente sobre os corpos dos maridos?
Obedecem a um preconceito e, muitas vezes, mais à força do que por vontade. Julgam cumprir um dever e esse não é o caráter do suicídio. Encontram desculpa na nulidade moral que as caracteriza, em a sua maioria, e na ignorância em que se acham. Esses usos bárbaros e estúpidos desaparecem com o advento da civilização.
951. Não é, às vezes, meritório o sacrifício da vida, quando aquele que o faz visa salvar a de outrem, ou ser útil aos seus semelhantes?
Isso é sublime, conforme a intenção, e, em tal caso, o sacrifício da vida não constitui suicídio. Mas, Deus se opõe a todo sacrifício inútil e não o pode ver de bom grado, se tem o orgulho a manchá-lo Só o desinteresse torna meritório o sacrifício e, não raro, quem o faz guarda um pensamento, que lhe diminui o valor aos olhos de Deus.
Todo sacrifício que o homem faça à custa da sua própria felicidade é um ato soberanamente meritório aos olhos de Deus, porque resulta da prática da lei de caridade. Ora, sendo a vida o bem de seus semelhantes: cumpre um sacrifício. Mas, antes de o cumprir, deve refletir se sua vida não será mais útil do que sua morte.
957. Quais, em geral, com relação ao estado do Espírito, as conseqüências do suicídio?
Muito diversas são as conseqüências do suicídio. Não há penas determinadas e, em todos os casos, correspondem sempre às causas que o produziram. Há, porém, uma conseqüência a que o suicida não pode escapar; é o desapontamento. Mas, a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias. Alguns expiam a falta imediatamente, outros em nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam.
A observação realmente, mostra que os efeitos do suicídio não são idênticos. Alguns há, porém, comuns a todos os casos de morte violenta e que são a conseqüência da interrupção brusca da vida. Há, primeiro, a persistência mais prolongada e tenaz do laço que une o Espírito ao corpo, por estar quase sempre esse laço na plenitude de sua força no momento em que é partido, ao passo que, no caso de morte natural, ele se enfraquece gradualmente e muitas vezes se desfaz antes que a vida se haja extinguido completamente. As conseqüências deste estado de coisas são o prolongamento da perturbação espiritual, seguindo-se à ilusão em que, durante mais ou menos tempo, o Espírito se conserva de que ainda pertence ao número dos vivos. (155 e 165)
A afinidade que permanece entre o Espírito e o corpo produz, nalguns suicidas, uma espécie de repercussão do estado do corpo no Espírito, que, assim, a seu mau grado, sente os efeitos da decomposição, donde lhe resulta uma sensação cheia de angústias e de horror, estado esse que também pode durar pelo tempo que devia durar a vida que sofreu interrupção. Não é real este efeito; mas, em caso algum, o suicida fica isento das conseqüências da sua falta de coragem e, cedo ou tarde, expia, de um modo ou de outro, a culpa em que incorreu. Assim é que certos Espíritos, que foram muito desgraçados na Terra, disseram ter-se suicidado na existência precedente e submetido voluntariamente a novas provas, para tentarem suportá-las com mais resignação. Em alguns, verifica-se uma espécie de ligação à matéria, de que inutilmente procuram desembaraçar-se, a f
 im de voarem para mundos melhores, cujo acesso, porém, se lhes conserva interdito. A maior parte deles sofre o pesar de haver, feito uma coisa inútil, pois que só decepções encontram.
A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário às leis da Natureza.
Todas nos dizem, em princípio, que ninguém tem o direito de abreviar voluntariamente a vida. Entretanto, por que não se tem esse direito? Por que não é livre o homem de por termo aos seus sofrimentos? Ao Espiritismo estava reservado demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é uma falta, somente por constituir infração de uma lei moral, consideração de pouco peso para certos indivíduos, mas também um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica, antes o contrário é o que se dá, como no-lo ensinam, não a teoria, porém os fatos que ele nos põe sob as vistas.
O Livro dos Espíritos  Allan Kardec  parte 4ª - cap. I
146. É fatal o instante da morte?
Com exceção do suicídio, todos os casos de desencarnação são determinados previamente pelas forças espirituais que orientam a atividade do homem sobre a Terra.
Esclarecendo-vos quanto a essa exceção, devemos considerar que, se o homem é escravo das condições externas da sua vida no orbe, é livre no mundo íntimo, razão por que, trazendo no seu mapa de provas a tentação de desertar da vida expiatória e retificadora, contrai um débito penoso aquele que se arruína, desmantelando as próprias energias.
A educação e a iluminação do íntimo constituem o amor ao santuário de Deus em nossa alma.
Quem as realiza em si, na profundeza da liberdade interior, pode modificar o determinismo das condições materiais de sua existência, alçando-a para a luz e para o bem. Os que eliminam, contudo, as suas energias próprias, atentam contra a luz divina que palpita em si mesmos. Daí o complexo de suas dívidas dolorosas.
E existem ainda os suicídios lentos e gradativos, provocados pela ambição ou pela inércia, pelo abuso ou pela inconsideração, tão perigosos para a vida da alma, quanto os que se observam, de modo espetacular, entre as lutas do mundo.
Essa a razão pela qual, tantas vezes se batem os instrutores dos encarnados, pela necessidade permanente de oração e de vigilância, a fim de que os seus amigos não fracassem nas tentações.
O Consolador  Emmanuel
"Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir sempre, tal é ¡ lei"
Allan Kardec.

DEPOIMENTOS DE SUICIDAS DENTRO DA DOUTRINA ESPÍRITA

Estudando a Doutrina Espírita
Tema: Suicídio
4. Depoimentos de suicidas
MESMO DESILUDIDOS, É PRECISO VIVER
NO HOSPITAL DE MARIA, NO PLANO ESPIRITUAL
Não existe olhar mais tristonho que o de remorsos, e por ali era só o que víamos. Aproximei-me de uma jovem que se havia atirado do alto de um edifício. Ela caminhava devagar; observando-a, pareceu-me estranha: era como se ela fosse de porcelana e houvesse trincado. Nas partes em que sofrera fratura no corpo físico, apresentava ainda dificuldade de movimentos.
Sorri. Meio envergonhada, retribuiu-me o sorriso, iniciando a conversação:
- És suicida?
- Não , não sou. Aqui me encontro em estudo.
Com triste expressão, falou:
- Deve ser muito bom vir até aqui na condição de estudante.
- Por que se suicidou?
- Fui abandonada pelo namorado e julguei que sem ele não suportaria viver.
- Irmã, há quanto tempo isso aconteceu?
- Há dez anos. O remorso me corrói o espírito. Muitas vezes me apalpo, procurando em mim algo que possa interromper a vida. Parece-me que desde aquele terrível dia jamais minha mente cessou de trabalhar; é um desespero constante. Por mais que eu receba ajuda, sinto-me consciente a cada momento do meu gesto impensado. Como é mesmo o teu nome?
- Luiz Sérgio  falei, estendendo minha mão em sinal de sincera amizade.
- Luiz Sérgio, não sei porque não existe na Terra campanhas de esclarecimento sobre o suicídio.
Fala-se tanto em aborto, em assassinato, em furto, mas ninguém se lembra de alertar sobre o pior dos crimes. Vamos até o jardim, sinto-me ainda muito cansada, lá saberás tudo.
Bem alojados sob um belo caramanchão florido, esperei pacientemente que ela iniciasse o relato:
- Tinha eu quinze anos quando conheci Alexandre. Foi amor à primeira vista: apaixonamo-nos, um pelo outro. Inebriante, entregamos-nos intimamente e, quando percebi, eu não era mais a querida namorada e sim a mulher da qual ele vinha se cansando. Fui ficando ciumenta, desesperada, insegura, e as minhas reclamações o cansavam cada vez mais. Um dia ameacei-o de contar tudo a meu pai. Olhando- me firmemente, redargüiu: Não foste forte e cuca livre para assumir um caso? Então, tem agora dignidade pra compreender que tudo acabou. Foi belo enquanto durou. Nem podes, Luiz, imaginar o que me aconteceu.
Ele tinha razão: eu não estava preparada para uma entrega tão íntima. Qualquer mulher, quando chega a uma situação como essa, precisa estar despojada de preconceitos e eu sempre sonhara entrar de braços dados com meu pai em uma igreja florida e o meu príncipe me esperando no altar com o olhar de homem apaixonado.
- Então, por que você iniciou essa aventura?
- Paixão e falta de coragem para negar.
- Mas hoje, Lucy, as menininhas estão indo nessa e, muitas casando-se apenas por casar. Nem sempre a orientação sobre liberdade é a correta e assim vários jovens estão se vendo presos em uma rede de remorsos. Mas e depois? Conte, minha irmã, eu a interrompi.
- Alexandre começou a me evitar. Bastava eu chegar onde ele estivesse, para que se retirasse. Um dia fui procurá-lo em sua casa e lá encontrei uma jovem de minha idade, que me foi apresentada como sua noiva. Abafei um grito em meu peito, tal a minha dor. Quando de lá saí, só desejava morrer. Chegando em casa, tomei a decisão e saltei, à procura da morte. Mas ela não existe e me vi estirada, toda moída, lá no asfalto. Perdi a noção do tempo; lembro-me apenas que uma velhinha sempre ficava ao meu lado, dando-me forca através da prece: era minha avozinha. Muitas vezes desejei levantar, mas podes imaginar alguém todo quebrado? Assim era a minha realidade. Pensei demais, ate que um dia minha avó ajudou-me a me erguer e, com dificuldade, conseguimos dali sair, chegando até um centro espírita. Graças às preces aos suicidas, recebemos um cartão que nos permitia um tratamento na própr
 ia casa. O meu sofrimento só cessaria quando eu tivesse setenta e cinco anos, época em que estava programado o meu desencarne natural.
- Irmã, por que tudo isso? Temos presenciado suicidas já conscientes, que não padeceram tanto.
- Luiz, muitos aprenderam a desencarnar, e depois, cada caso é um caso.
- E daí, Lucy? Pode continuar...
- Sim, faz-me muito bem recordar, principalmente os tratamentos nos grupos especializados. Ah, isso é ótimo! Gostaria de relatar. Éramos levados até o grupo mediúnico, pois que internados nos encontrávamos naquele Centro. Quando entrávamos na sala, muitos sentiam o odor forte, nós, principalmente, éramos atormentados com o cheiro dos nossos próprios corpos putrificados e, muitas vezes, tínhamos a impressão de que os vermes nos corroíam. O grupo mediúnico que prestava auxilio era composto de pessoas muito equilibradas, já que nós nos perdêramos por fraqueza. Não podes imaginar o alivio que experimentava o espírito de um suicida ao contato com um médium amoroso. Quando o mentor nos aproximava do médium, era como se o nosso espírito adormecesse, anestesiado pelos fluídos bons do encarnado, afastando-se de nós aquela desagradável sensação que vínhamo
 s experimentando desde o instante do ato impensado. Muitos choravam quando eram retirados de juntos do médium; era como se nos tirassem o oxigênio. Luiz Sérgio, existem tão poucos grupos que prestam ajuda aos suicidas! Para esses grupos, não são necessários médiuns de psicofonia, pois muitas vezes o suicida não deseja falar, almeja, apenas, deixar de sentir o desespero. Enganam-se aqueles que organizam grupo de auxilio ao suicidas, somente com o chamados médiuns de incorporação. Os encarregados devem aproveitar aqueles que são ótimos auxiliares do Cristo, mas ainda esquecidos na Doutrina  os médiuns doadores. Só o contato do doente com um médium equilibrado já o beneficia. E ali, Luiz Sérgio, permaneci muitos meses, até que um dia fui trazida até aqui, onde já me sinto curada. Sei, entretanto, que levarei de volta, quando reencarnar, um corpo doente, porque eu mesma o d
 estruí e só o meu coração regenerado poderá curar-me.
Esforçava-se para não chorar. Segurei a mão de Lucy e, com os olhos orvalhados de lágrimas, fale-ilhe:
- Minha querida irmã, jamais a esquecerei; sempre que eu puder, virei revê-la. Você representa também para mim uma não estendida. Mão esta que precisou ser marcada pela dor, para voltar à vida.
- Obrigada, Luiz Sérgio, fico contente por ter-te conhecido. És muito bacana; a tua alegria me fez lembrar o passado, quando eu sonhava em ser feliz.
- Sonhava não, Lucy, sonha, porque como diz Ocaj: Não assassinemos as nossas realidades para não distanciarmos nossos sonhos.
Ela me fitou e pela primeira vez vi a esperança naqueles belos olhos azuis. Apertando bem forte sua mão, despedi-me. Caminhei, pensando: Deus, como sois poderoso em tão bem nos compreender. Se hoje nada desejamos, amanhã, em busca de algo nos encontraremos e assim, Pai, ides compreendendo as nossas fraquezas e não nos ofertando por ofertar e sim, quando , quando já adultos, soubermos o que desejamos. Hoje, Senhor, peço-Vos por todos aqueles que vivem duras e cruéis realidades e estão em vias de deixar tudo para trás através do suicídio. Fortalecei, Senhor, os Seus protetores para que possam segurar bem firme essas almas em desespero.
Que estas linhas possam chegar às mãos de todos aqueles que desesperados se encontram e que eles saibam que deste lado do horizonte existe alguém que todos os dias pede a Deus muita paz e muito amos para todos os seus irmãos.
Eu amos todos vocês, meus queridos amigos.
Mãos Estendidas  Luiz Sérgio  cap. V  pág. 29
"Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir sempre, tal é ¡ lei"
Allan Kardec.

estudando sobre Doutrina Espírita - SUICÍDIO

             Estudando a Doutrina Espírita
Tema: SUICÍDIO
3. Em torno do suicídio
Suicídio...
Uma das mais terríveis palavras nos dicionários humanos...
Pronunciada, afunda o chão sete palmos, como diziam os mais antigos, ao se referirem às coisas mais sinistras da vida.
Só Deus dispõe do direito à vida, por intermédio de suas leis, lembram os Instrutores Espirituais, ao ser ventilado, na Codificação, o assunto.
Estudaremos o doloroso tema com a esperança de que seja ele um incentivo à vida, por mais difícil se nos afigure ela, partindo dos seguintes pontos:
·  Causas freqüentes do suicídio.
·  Quadro geral da situação dos desertores da vida, no plano espiritual.
·  Conseqüências em futuras reencarnações.
Difícil seria abranger, no simples capítulo de um livro, problema tão angustioso e sombrio, que se tem agravado, ultimamente, nas comunidades terrestres, elevando as estatísticas mundiais.
Que poderá levar o homem a recorrer ao gesto extremo?
Eis a pergunta, inquietante, que a mente humana formula, em todos os continentes, em face da incidência de suicídios em milhares e milhares de lares do mundo  em lares humildes, em lares de mediana condição, em palácios suntuosos!...
Anotaríamos, em tese, as principais motivações, crendo, no entanto, que outros estudiosos do assunto possam aduzir novas razões, às quais acrescentaríamos, evidentemente, as por nós relacionadas:
·  Falta de fé.
·  Orgulho ferido.
·  Esgotamento nervoso.
Guarda, pois, a existência como dom inefável, porque teu corpo é sempre instrumento divino, para que nele aprendas a crescer para a luz e a viver para o amor, ante a glória de Deus  Emmanuel
·  Loucura.
·  Tédio da vida.
·  Moléstias consideradas incuráveis.
·  Indução de terceiros, encarnados ou desencarnados.
Acreditamos, firmemente, que a falta de fé responde pela quase totalidade dos suicídios.
A fé é alimento espiritual que, fortalecendo a alma, põe-na em condições de suportar os embates da existência, de modo a superá-los convenientemente.
A fé é mãe extremosa da prece.
E quem ora com fé tem o entendimento aclarado e o coração fortalecido, eis que, segundo Emmanuel, quando a dor nos entenebrece os horizontes da alma, subtraindo-nos a serenidade e a alegria, tudo parece escuridão envolvente e derrota irremediável, induzindo-nos ao desânimo e insuflando-nos o desespero; todavia, se acendemos no coração leve flama da prece, fios imponderáveis de confiança ligam-nos o ser a Deus.
Analisando as demais causas, observamos que todas elas tiveram por germe, aqui e alhures, na Terra ou noutros mundos, nesta ou em encarnações pretéritas, a ausência da fé.
O orgulho ferido é, também, falta de fé, porque a fé conduz à humildade profunda, e esta é inimiga do orgulho.
É o seu melhor, o seu mais poderoso antídoto.
O orgulho ferido pode levar o homem a sérios desastres que se perpetuarão, durante séculos, em seu carma.
O esgotamento nervoso, que poderia ser evitado, no seu começo, se movimentados pudessem ter sido os recursos da oração, filha da fé, pode conduzir o ser humano, nessa altura já fortemente assediado por forças obsessoras, ao extremo gesto.
A loucura, por sua vez, responde por elevado número de deserções do mundo.
E o chamado tédio da vida?
Quantas cartas foram deixadas por suicidas referindo-se ao cansaço da vida e implicações correlatas?
Por quê? Ausência de fé, evidentemente da fé que reside e brota dos escaninhos mais sagrados e mais profundos da alma eterna.
Sim, há muita fé que existe, apenas, nos lábios.
A fé iluminada pela razão, que é a fé espírita, capaz de encarar o raciocínio face a face, em todas as épocas da humanidade, suporta e vence, resiste e transpõe os mais sérios obstáculos, inclusive os relacionados com uma existência dolorosa, sob o aspecto moral ou físico, fértil em aflitivos problemas.
Quem tem fé não deserta da vida, pois sabe que os recursos divinos, de socorro à humanidade são inesgotáveis.
Não esvaziam os mananciais da misericórdia de Deus!
Ante moléstia considerada incurável, procura o enfermo, algumas vezes, no suicídio, a solução do seu problema.
Infeliz engano, pois a ninguém é lícito conhecer até onde chegam os recursos curadores da Espiritualidade Superior, que é a representação da Magnanimidade Divina.
Quantas vezes amigos de Mais Alto intervêm, prodigiosamente, quando a Medicina, desalentada, já ensarilha as armas, por esgotamento dos próprios recursos?!...
Há outro tipo de suicídio, aquele que resulta da indução, sutil ou ostensiva, de terceiros, encarnados ou desencarnados, especial e mais numerosamente dos desencarnados, não sendo demais afirmar, por efeito de observação, que a quase totalidade dos auto-extermínios foi estimulada por entidades perversas, inimigas ferrenhas do passado, que, ligando-se ao campo mental de quantos idealizam, em momento infeliz, o suicídio, corporificam-lhe, na hora adequada, a sinistra idéia.
Julgamos ter analisado, com razoável acervo de exemplos, as causas mais freqüentes do suicídio.
Estudemos, agora, o quadro geral da situação dos trânsfugas da vida, após a morte.
A ilusão do suicida é de que, com a extinção do corpo, cessam problemas e dores, mas a palavra de André Luiz, revestida da melhor essência doutrinária, informa que sai ele do sofrimento, para entrar na tortura...
Relatos de antigos suicidas e obras especializadas, de origem mediúnica, falam-nos, inclusive, de vales sinistros, onde se congregam, em tétricas sociedades, os que sucumbiram no auto-extermínio.
Nessas regiões, indescritíveis na linguagem humana, os quadros são terríveis.
Visão constante das cenas do suicídio, seu e de outrem.
Recordação,aflitiva, dos familiares, do lar distante, dolorosamente perdidos na insânia.
Saudade da vida  vida que o próprio suicida não soube valorizar, por lhe haver faltado um pouco mais de confiança na ajuda de Deus, que tem sempre o momento adequado para chegar...
Outras vezes, solidão, trevas, pesadelos horrendos, com a sensação, da parte do infeliz, de que se
encontra num deserto, onde os gritos e gemidos têm ressonâncias tétricas.
Os mais variados efeitos psicológicos e as mais diversas repercussões morais tornam a presença do suicida, no mundo espiritual, um autêntico inferno, onde estagiará não sabemos quanto tempo, tudo dependendo de uma série de fatores que não temos condições para aprofundar, eis que inerentes à própria Lei de Justiça.
Ataques de entidades cruéis.
Acusações e blasfêmias.
Sevícias e sinistras gargalhadas povoam a longa noite dos que não tiveram coragem para enfrentar o tédio, a calúnia, o desamor, a desventura...
Se pudessem os homens levantar uma nesga da Vida Espiritual e olhar, à distância, as cenas de torturante sofrimento a que são submetidos os suicidas, diminuiriam, por certo, as estatísticas, mesmo nos mais conturbados e infelizes continentes.
O Espiritismo, descortinando tais horizontes, dizendo aos homens que a vida é patrimônio de Deus, que lhes não cabe destruir, cumprirá na Terra sua augusta missão de acabar com os suicídios.
E agora, afinal, apreciemos as conseqüências com vistas às futuras existências.
Se a tortura do Espírito, após o suicídio, é horrível, seu retorno ao mundo terreno, pela reencarnação, far-se-á na base das mais duras penas.
Reencarnações frustradas, isto é, que se interromperão quando maior for o desejo de viver, o anseio de vida  vida que ele não teve fé suficiente para valorizar.
No capítulo das enfermidades impiedosas, preferível darmos a palavra a Emmanuel, que, em notável estudo, sintetizou todas as conseqüências:
Os que se envenenaram, conforme os tóxicos de que se valeram, renascem trazendo as afecções valvulares, os achaques do aparelho digestivo, as doenças do sangue e as disfunções endocrínicas, tanto quanto outros males de etiologia obscura; os que incendiaram a própria carne amargam as agruras da ictiose ou pênfigo; os que se asfixiaram, seja no leito das águas ou nas correntes de gás, exibem processos mórbidos das vias respiratórias, como no caso do enfisema ou dos cistos pulmonares; os que se enforcaram carreiam consigo os dolorosos distúrbios do sistema nervoso, como sejam as neoplasias diversas e a paralisia cerebral infantil; os que estilhaçaram o crânio ou deitaram a própria cabeça sob rodas destruidoras, experimentam desarmonias da mesma espécie, notadamente as que se relacionam com o cretinismo, e os que se atiraram de grande altura reaparecem portando os padecimentos da distrofia musc
 ular progressiva ou da osteíte difusa.
Segundo o tipo de suicídio, direto ou indireto, surgem as distonias orgânicas derivadas, que correspondem a diversas calamidades congênitas, inclusive a mutilação e o câncer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura, a representarem terapêutica providencial na cura da alma.
O suicídio, longe de ser a porta da salvação, é o sombrio pórtico de inimagináveis torturas.
Que nenhum ser humano, em lendo estas considerações doutrinárias, homem ou mulher, consinta a permanência em sua mente, um instante se quer, da sinistra idéia de exterminar a própria vida, a fim de evitar que, sob o estímulo e a indução de adversários cruéis, venha a cometer a mais grave das infrações às leis divinas.
Este o apelo que o Espiritismo, por seus humildes expositores, faz descer sobre os corações sofredores.
O Pensamento de Emmanuel  Martins Peralva  pág. 214
3.1. O suicídio e a loucura
14. A calma e a resignação hauridas da maneira de considerar a vida terrestre e da confiança no futuro dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio. Com efeito, é certo que a maioria dos casos de loucura se deve à comoção produzida pelas vicissitudes que o homem não tem a coragem de suportar. Ora, se encarando as coisas deste mundo da maneira por que o Espiritismo faz que ele as considere, o homem recebe com indiferença, mesmo com alegria, os reveses e as decepções que o houveram desesperado noutras circunstâncias, evidente se torna que essa força, que o coloca acima dos acontecimentos, lhe preserva de abalos a razão, os quais, se não fora isso, a conturbariam.
15. O mesmo ocorre com o suicídio. Postos de lado os que se dão em estado de embriaguez e de loucura, aos quais se pode chamar de inconscientes, é incontestável que tem ele sempre por causa um descontentamento, quaisquer que sejam os motivos particulares que se lhe apontem. Ora, aquele que está certo de que só é desventurado por um dia e que melhores serão os dias que hão de vir, enche-se facilmente de paciência. Só se desespera quando nenhum termo divisa para os seus sofrimentos. E que é a vida humana, com relação à eternidade, senão bem menos que um dia? Mas, para o que não crê na eternidade e julga que com a vida tudo se acaba, se os infortúnios e as aflições o acabrunham, unicamente na morte vê uma solução para as suas amarguras. Nada esperando, acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar pelo suicídio as suas misérias.
16. a incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as idéias materialistas, numa palavra, são os maiores incitantes ao suicídio; ocasionam a covardia moral. Quando homens de ciência, apoiados na autoridade do seu saber, se esforçam por provar aos que os ouvem ou lêem que estes nada têm a esperar depois da morte, não estão de fato levando-os a deduzir que, se são desgraçados, coisa melhor não lhes resta senão se matarem? Que lhes poderiam dizer para desviá-los dessa conseqüência? Que compensação lhes podem oferecer? Que esperança lhes podem dar? Nenhuma, a não ser o nada. Daí se deve concluir que, se o nada é o único remédio heróico, a única perspectiva, mais vale buscá-lo imediatamente e não mais tarde, para sofrer por menos tempo.
A propagação das doutrinas materialistas é, pois, o veneno que inocula a idéia do suicídio na maioria dos que se suicidam, e os que se constituem apóstolos de semelhantes doutrinas assumem tremenda responsabilidade. Com o Espiritismo, tornada impossível a dúvida, muda o aspecto da vida. O crente sabe que a existência se prolonga indefinidamente para lá do túmulo, mas em condições muito diversas; donde a paciência e a resignação que o afastam muito naturalmente de pensar no suicídio; donde, em suma, a coragem moral.
17. O Espiritismo ainda produz, sob esse aspecto, outro resultado igualmente positivo e talvez mais decisivo. Apresenta-nos os próprios suicidas a informar-nos da situação desgraçada em que se encontram e a provar que ninguém viola impunemente a lei de Deus, que proíbe ao homem encurtar a sua vida. Entre os suicidas, alguns há cujos sofrimentos, nem por serem temporários e nem eternos, não são menos terríveis e de natureza a fazerem refletir os que porventura pensam em daqui sair, antes que Deus o haja ordenado. O espírita tem, assim, vários motivos a contrapor à idéia do suicídio: a certeza de uma vida futura, em que, sabe-o ele, será tanto mais ditoso, quanto mais inditoso e resignado haja sido na Terra: a certeza de que, abreviando seus dias, chega, precisamente, a resultado oposto ao que esperava; que se liberta de um mal, para incorrer num mal pior, mais longo e mais terrível; que se engana
 , imaginando que, com o matar-se, vai mais depressa para o céu; que o suicídio é um obstáculo a que no outro mundo ele se reúna aos que foram objeto de suas afeições e aos quais esperava encontrar; donde a conseqüência de que o suicídio, só lhe trazendo decepções, é contrário aos seus próprios interesses. Por isso mesmo, considerável já é o número dos que têm sido, pelo Espiritismo, obstados de suicidar-se, podendo daí concluir-se que, quando todos os homens forem espíritas, deixará de haver suicídios conscientes. Comparando-se, então, os resultados que as doutrinas materialistas produzem com os que decorrem da Doutrina Espírita, somente do ponto de vista do suicídio, forçoso será reconhecer que, enquanto a lógica das primeiras a ele conduz, a da outra o evita, fato que a experiência confirma.
O Evangelho Segundo o Espiritismo  Allan Kardec  cap. V
3.2. Suicídio e eutanásia
Tão grande é a responsabilidade espiritual no suicídio, quanto na prática da eutanásia, ou morte suave, antecipada, conhecida na tradição popular por chá da meia noite.
O suicídio, ou auto-extermínio, constitui, sob o ponto de vista do Espiritismo, uma das mais sérias infrações às leis da vida.
Por ele, corta-se o fio da existência. É, assim, crime gravíssimo ante os códigos da Vida Imortal.
A eutanásia igualmente o é, seja por iniciativa de outrem ou do próprio indivíduo, seja através de processos violentos ou gradativos, pela ingestão de drogas letais, em doses continuadas.
Entendemos, portanto, no suicídio e na eutanásia, tragédias morais, uma vez que ferem, frontalmente, a Vontade Divina, alterando-lhe os desígnios.
O suicídio, antecipando, conscientemente, a morte, é, em alguns casos, um processo eutanásico.
A eutanásia, no entanto, executada à revelia da vítima, tem sentido de homicídio.
Nélson Hungria, grande penólogo brasileiro, em seus Comentários ao Código Penal, vol. V, arts. 131 a 136, oferece-nos valiosos subsídios contrários ao homicídio eutanásico, através de luminosos conceitos, de fundo essencialmente espírita.
Ouçamos o notável cultor das letras jurídicas: Segundo um conceito generalizado, o homicídio eutanásico deve ser entendido como aquele que é praticado para abreviar piedosamente o irremediável sofrimento da vítima, e a pedido ou com o consentimento desta, esclarecendo o eminente patrício que a tese de Binding e Hoche, autores alemães, que patrocinavam a extensiva permissão da eutanásia, não teve ressonância alguma no direito positivo.
E continua, inspirado: O homem, ainda que irremediavelmente acuado pela dor ou minado por um mal físico, não é precisamente a rês estropiada, que o campeiro abate. Repugna à razão e à consciência que se possa confundir com a prática deliberada de um homicídio o nobre sentimento de solidariedade e abnegação que manda acudir os enfermos e desgraçados. Além disso, não se pode olvidar que o sofrimento é um fator de elevação moral (o destaque é nosso). Não nos arreceemos, nesta época de retorno ao espiritualismo, de formular também o argumento religioso: eliminar o sofrimento com a morte é ato de estreito materialismo, é desconhecer que uma alma sobrevive ao perecimento do corpo e que a dor é o crisol em que essa alma se purifica e se redime para a sua progressiva ascensão às claridades eternas. Ainda é nosso o destaque.
E, finalizando seus luminosos conceitos escreve o notável penólogo: Mas, se devemos chorar sobre a dor alheia, quando sem cura e sem alívio, a lágrima de nossa compaixão e do nosso desespero, não podemos jamais interceptar uma existência humana na sua função finalística, que se projeta além das coisas terrenas..
A licença para a eutanásia deve ser repelida, principalmente, em nome do direito. É ainda o consagrado Hungria.
Em face da Doutrina Espírita, é o homicídio eutanásico um desrespeito às leis divinas, no que toca a um dos seus mais sublimes aspectos: o direito à vida!
O indivíduo que autoriza a própria morte não está, não pode estar na integridade do seu entendimento. O apego à vida é um sentimento tão forte, que o homem, no seu estado psíquico normal,prefere todas as dores e todos os calvários à mais suave das mortes.
Defender a eutanásia é, sem mais nem menos, fazer a apologia de um crime. Não desmoralizemos a civilização contemporânea com o preconício do homicídio. Uma existência humana, embora irremissivelmente empolgada pela dor e socialmente inútil, é sagrada. A vida de cada homem, até o seu último momento, é uma contribuição para a harmonia suprema do Universo e nenhum artifício humano, por isso mesmo, deve truncá-la. Não nos acumpliciemos com a Morte.
Em que regiões pairava a mente de Nélson Hungria, quando insculpia tão luminosos conceitos, em desacordo com a jurisprudência de inúmeros países?
Fica a indagação...
Muita vez, em nome da piedade, com a boa intenção de abreviar ou suprimir sofrimentos do enfermo e de seus familiares e amigos, a eutanásia é praticada, o que lhe não tira a feição de assassínio.
Sem dúvida, boa é a intenção, porém o espírita, esclarecido, jamais a perfilhará, por entender, acima de tudo, que o sofrimento cristãmente suportado, até o final da existência corpórea, pode representar o término, o epílogo de provas necessárias à criatura, com vistas à Vida Maior.
À luz da Doutrina dos Espíritos, compreende que no instante derradeiro o socorro divino pode levantar o quase morto; restituí-lo à dinâmica da vida, graças aos infinitos recursos da Espiritualidade Superior.
Em nome do amor e da consolação, compreensíveis ante a intensidade do sofrimento, nas moléstias consideradas, sob o ponto de vista humano, incuráveis, não devemos subtrair do companheiro em processo redentor a oportunidade do resgate.
O Pensamento de Emmanuel  Martins Peralva  pág. 217
3.3. Eutanásia
Nas tramas da existência humana, razões tenebrosas, como a ambição e o temor, a perversidade e o materialismo, bem assim outras de natureza passional, têm expulsado de milhares de corpos Espíritos que neles deveriam permanecer mais longo tempo.
A tese de que os enfermos incuráveis, de corpo ou de espírito, deveriam ser eliminados em nome da sociedade, para que esta se aliviasse de um peso morto, enfeixando concepção materialista, por conseguinte repulsiva, é, na opinião de Nélson Hungria, o grande nome da Penologia brasileira, o calculado sacrifício dos desgraçados em holocausto ao maior comodismo dos felizes.
O materialismo, não admitindo a existência da alma, erigiu o falso conceito, egoísta, das chamadas vidas inúteis, eliminando-as, friamente, por considerá-las onerosas à sociedade.
Podem chover argumentos em favor da eutanásia, o que não impede, à luz redentora do Espiritismo, sejam os seus responsáveis assassinos que a Justiça do mundo nem sempre pune, mas que a de Deus registra, identificando-os na contabilidade divina, com vistas a dolorosos resgates, em amargas expiações no futuro, atenuadas, ou agravadas, pela lei, segundo as suas motivações.
A eutanásia, em suma, é sempre uma forma de homicídio, pelo qual os seus autores responderão no porvir, em grau compatível com as suas causas determinantes.
Quem pratica a eutanásia, por melhores sejam as intenções, inclusive piedosas, comete crime de lesa-natureza, à vista do instinto de conservação inerente às criaturas de Deus.
Os Espíritos foram muitos claros, ao responderem aos quesitos formulados por Allan Kardec nessa admirável obra que é O Livro dos Espíritos.
Emmanuel, o iluminado Mentor de Francisco Cândido Xavier, além do expressivo apontamento no pórtico deste capítulo, não deixa dúvidas, em nenhuma de suas mensagens, quanto à necessidade de que seja vivido o último instante dos seres encarnados: Por isso mesmo nas próprias moléstias reconhecidamente obscuras para a diagnose terrestre, fulgem lições cujo termo é preciso esperar, a fim de que o homem lhes não perca a essência divina.
Podemos avaliar a extensão da responsabilidade dos que executam a eutanásia, principalmente quando as razoes se fundamentam no crime, no temor de revelações comprometedoras, em causas passionais, na perversidade e no atendimento a concepções oriundas de filosofias materialistas.
O espírita, na verdade, tem uma paisagem diferente, mais ampla, mais rica, para examinar o tema eutanásia, pois conhece ele as conseqüências, morais e psíquicas, que atingem a quantos, por este ou aquele motivo, exterminam, antes do tempo previsto pelas Leis Divinas, a vida física dos seus irmãos de jornada terrena.
Sabemos nós, os espíritas, que a renovação espiritual, conseqüente ao arrependimento, pode vir no último instante.
Temos ciência, resultante do entendimento doutrinário-evangélico, de que a interrupção, pela eutanásia, de provas necessárias ao Espírito reencarnado prejudica-o, substancialmente.
Vige, especialmente, uma conseqüência geradora de sofrimento, se a vitima não possui acentuado gabarito evolutivo: a demora na ruptura dos laços perispirituais que prendem a alma ao envoltório carnal, ocasionando problemas no após-morte.
Justo, no entanto, alinhemos outros efeitos, não menos desagradáveis.
Reabilitações penosas, em reencarnações de sofrimento, para os responsáveis pela eutanásia.
Processos de perturbação e obsessão, nos lares, produzidos pela revolta daqueles que a eutanásia assassinou.
Flagrante desrespeito às Leis da Vida, que prevêem, para cada ser humano, determinada cota de vida corporal.
São conseqüências de ordem doutrinaria, que o espírito não desconhece, porque facilmente dedutíveis de tudo quanto sobre o assunto disseram os Espíritos desde a primeira hora da Codificação de Luz, pronunciamentos que se complementam, em nossos dias, através de lúcidas mensagens de abnegados Mensageiros da Vida Superior, entre eles, de maneira especial, Emmanuel e André Luiz, graças à missionária mediunidade de Francisco Candido Xavier.
Quando o enfermo abrevia, ele próprio, a desencarnação, quer promovendo-a ou consentindo que outrem o faça, demonstra falta de resignação e de submissão à vontade do Criador.
Allan kardec, buscando aclarar o problema, indagou dos Benfeitores Sublimados: Quais, nesse caso, as conseqüências de tal ato?
E eles responderam: uma expiação proporcionada, como sempre à gravidade da falta, de acordo com as circunstancias.
Emmanuel, alem do primoroso conceito por nós colocado na abertura deste capitulo, realça a importância da continuidade da vida física, mesmo sob o guante dos maiores sofrimentos: Quando te encontres diante de alguém que a morte parece nimbar de sombra, recorda que a vida prossegue, alem da grande renovação...
Lembra-nos, ainda, o bondoso Amigo Espiritual: Não te creias autorizado a desferir o golpe supremo naqueles que a agonia emudece, a pretexto de consolação e amor, porque, muitas vezes por trás dos olhos baços e das mãos desfalecentes que parecem deitar o ultimo adeus, apenas repontam avisos e advertências para que o erro seja sustado ou para que a senda se reajuste amanhã.
Cuidar, quanto possível, de parentes e amigos que parecem se avizinhar da morte, na enfermidade misteriosa, é dever de todos nós que atendemos a existência física por divina concessão, para refazimento do destino, desta ou daquela maneira, inclusive na aflição da moléstia insidiosa, diante da qual os sacerdotes da medicina terrestre possam, eventualmente, ter cruzado os braços...
Recursos da cirurgia.
Providências clínicas.
Medicamentos e consolação.
Solidariedade e conforto.
Tranqüilidade e afeto, no silêncio caridoso...
Tudo isso são meios que o Pai concede e a misericórdia aconselha para que o irmão imobilizado no leito nos observe, reconfortado, a dedicação e o interesse, sem que permitamos pouse em nossa mente a trágica idéia de suprimir-lhe, com a eutanásia, o sagrado direito à vida.
A existência física é abençoado ensejo para a cura da alma, assegurando-nos, agora ou amanhã, a reabilitação e o crescimento para Deus, na compreensão e prática de suas Leis de Amor.
O Pensamento de Emmanuel  Martins Peralva  pág. 178
"Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir sempre, tal é ¡ lei"
Allan Kardec.

BUDISMO: A VALENTIA DA ALMA
                         Desfazendo Equívocos – O CAMINHO DO MEIO -

Se você quer milagres, não procure o Budismo. O supremo milagre para o Budismo é você lavar seu prato depois de comer.

Se você quer curar seu corpo físico, não procure o Budismo. O Budismo só cura os males de sua mente: ignorância, cólera e desejos desenfreados.

Se você quiser arranjar emprego ou melhorar sua situação financeira, não procure o Budismo. Você se decepcionará, pois ele vai lhe falar sobre desapego em relação aos bens materiais. Não confunda, porém, desapego com renúncia.

Se você quer poderes sobrenaturais, não procure o Budismo. Para o Budismo, o maior poder sobrenatural é o triunfo sobre o egoísmo.

Se você quer triunfar sobre seus inimigos, não procure o Budismo. Para o Budismo, o único triunfo que conta é o do homem sobre si mesmo.

Se você quer a vida eterna em um paraíso de delícias, não procure o Budismo, pois ele matará seu ego aqui e agora.

Se você quer massagear seu ego com poder, fama, elogios e outras vantagens, não procure o Budismo. A casa de Buda não é a casa da inflação dos egos.

Se você quer a proteção divina, não procure o Budismo. Ele lhe ensinará que você só pode contar consigo mesmo.

Se você quer um caminho para Deus, não procure o Budismo. Ele o lançará no vazio

Se você quer alguém que perdoe suas falhas, deixando-o livre para errar de novo, não procure o Budismo...Pois ele lhe ensinará a implacável Lei de Causa e Efeito e a necessidade de uma autocrítica consciente e profunda.

Entretanto, ao praticar os ensinamentos do Buda, dentre inúmeras coisas inexplicáveis você perceberá que...

...milagres se sucedem, continuamente;

...seus males sumiram, como que por encanto;

...sua vida melhorou e você nem sabe bem o porquê;

...aconteceram ajudas misteriosas;

...você passou a se lembrar cada vez menos de você e cada vez mais dos outros;

...sua atenção no PRESENTE é cada vez mais viva;

...a RESPONSABILIDADE por seus pensamentos, palavras e atos crescem, e continuam crescendo como nunca;

...a PRESENÇA de Deus inunda TUDO, até mesmo dentro do VAZIO que não tem nome.

Do Texto:
  BUDISMO: A VALENTIA DA ALMA


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