A
morte não mata o Espírito
— Em que se torna a alma no
instante da morte? “Ela volta a ser Espírito, quer dizer, retorna ao mundo dos
Espíritos, que deixou momentaneamente.”
(Pergunta 149, de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec.)
(Pergunta 149, de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec.)
A desencarnação, ou seja, a separação do Espírito do corpo, que comumente na Terra chamamos de morte, é, incontestavelmente, um dos momentos mais dolorosos entre os seres humanos. Isso, evidentemente, porque significa separação, mesmo momentânea, mas não deixa de ser uma ausência sem um término previsto. Todos sabemos que ao morrer, em verdade, voltamos ao mundo dos Espíritos, e que lá prosseguimos vivendo, onde um dia reencontraremos os entes queridos que ficaram no mundo físico. Mas é sempre uma separação.
Em realidade, ao nascermos na
Terra, para uma nova experiência na matéria, deixamos no mundo espiritual a
nossa verdadeira família, para nos juntarmos aos companheiros que já estão
encarnados. Visando colher novas lições.
É fato que a família consanguínea
reúne os Espíritos que carecem de experiências conjuntas, mas a família
definitiva é a espiritual, pois lá estaremos aglomerados de forma perene,
total.
Quase sempre, a família espiritual,
através das reencarnações, se fixa na Terra por um período, porém, a vida plena
está na esfera espiritual.
Portanto, os nossos entes queridos,
os familiares amados e os amigos que prezamos e que nos antecederam na viagem à
vida total não morreram, não se separaram de nós de forma absoluta, mas apenas
seguiram seus destinos para um dia no futuro nos juntarmos novamente, na
caminhada em busca da felicidade e da perfeição.
Dessa forma, façamos um esforço
para substituir a tristeza e as dores que pontilham nossos corações e que se
originaram devido à desencarnação de quem amamos, pois que, breve, novamente
estaremos com eles. E, enquanto isso não acontece, lancemo-nos, mesmo com
sofrimento, ao trabalho de espalhar o bem, de servir em nome deles, confiando
sempre em Deus, Pai Celestial de eterna bondade, que jamais faria leis que
viessem a nos causar sofrimentos, por mero capricho.
Às vezes, no momento, não
conseguimos compreender a lógica das Leis Universais, mas não percamos tempo,
sigamos firmes, resolutos e determinados, pois com o nosso amadurecimento
espiritual, no tempo lograremos, com a ajuda dos bons Espíritos, entender melhor
o que realmente se passa ao nosso redor.
A exemplo da criança, muitas vezes
os pais atuam para orientá-la, corrigindo-a para que trilhe pelas estradas da
dignidade, mas, por desconhecer o que lhe é melhor, ela, a criança, acredita ser
a vítima dos mais velhos. No entanto, melhor esclarecida, no futuro, saberá
entender que por ela fora feito o que era devido e melhor.
Assim somos nós ante as
desencarnações. Sofremos, choramos, lamentamos e, muitas vezes inconformados,
blasfemamos contra a providência divina. Sem dúvida, dia virá em que tudo se
tornará mais claro aos nossos sentidos.
Continuemos então, convictos de que
a morte não existe, que nossos entes queridos não se ausentaram definitivamente,
apenas nos aguardam nas “muitas moradas da casa do Pai”, para os abraços do
reencontro.