Estudo
de Umbanda - Por Solano de Oxalá e Maria de
Omolu*
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Origem e desenvolvimento
histórico da Umbanda:
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Em fins do século passado,
existiam, no Rio de Janeiro, várias modalidades de cultos que denotavam,
nitidamente, a origem africana, embora já bem distanciadas da crença trazida
pelos escravos. A magia dos velhos africanos, transmitida oralmente, através
de gerações, desvirtuara-se mesclada com as feitiçarias provindas de Portugal
onde, existiram sempre os feitiços, as rezas e as superstições.
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As
“macumbas” –
mistura de catolicismo, feiticismo negro e crenças nativas –
multiplicavam-se; tomou vulto a atividade remunerada do feiticeiro; o
“trabalho feito” passou a ordem do dia, dando motivo a outro, para lhe
destruir os efeitos maléficos; generalizaram-se os “despachos”, visando obter
favores para uns e prejudicar terceiros; aves e animais eram sacrificados,
com as mais diversas finalidades; exigiam-se objetos raros para homenagear
entidades ou satisfazer elementos da baixo astral. Sempre porém, obedecendo
aos objetivos primordiais: aumentar a renda do feiticeiro ou “derrubar” os
que não se curvassem ante os seus poderes ou pretendessem fazer-lhe
concorrência. Os Mentores do Astral Superior, porém, estavam atentos ao que
se passava. Organizava-se um movimento destinado a combater a magia negativa
que se propagava assustadoramente; cumpria atingir, de início, as classes
humildes, mais sujeitas às influências do clima de superstições que reinava
na época.
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(
“Enquanto isto, no plano terreno surge, no ano de 1904, o livro Religiões do
Rio, elaborado por "João do Rio", pseudônimo de Paulo Barreto,
membro emérito da Academia Brasileira de Letras.No livro, o autor faz um
estudo sério e inequívoco das religiões e seitas existentes no Rio de Janeiro,
àquela época, capital federal e centro socio-político-cultural do Brasil. O
escritor, no intuito de levar ao conhecimento da sociedade os vários
segmentos de religiosidade que se desenvolviam no então Distrito Federal,
percorreu igrejas, templos, terreiros de bruxaria, macumbas cariocas,
sinagogas, entrevistando pessoas e testemunhando fatos.
Não obstante tal obra ter sido pautada em profunda
pesquisa, em nenhuma página desta respeitosa edição cita-se o vocábulo Umbanda,
pois tal terminologia era desconhecida.”)
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Formaram-se então, as falanges
de trabalhadores espirituais, que se apresentariam na forma de Caboclos e
Pretos Velhos, para mais facilmente serem compreendidos pelo povo. Nas
sessões espíritas, porém, não foram aceitos: identificados sob essas formas,
eram considerados espíritos atrasados e suas mensagens não mereciam nem mesmo
uma análise. Acercaram-se também dos Candomblés e dos cultos então
denominados “baixo espiritismo”, as macumbas. É provável que, nestes, como
nos Batuques do Rio Grande do Sul, tenham encontrado acolhida, com a
finalidade de serem aproveitados nos trabalhos de magia, como elementos novos
no velho sistema de feitiçaria.
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A situação permanecia
inalterada, ao iniciar-se o ano de 1900.
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As
determinações do Plano Astral, porém, deveriam cumprir-se:
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Em 15
de novembro de 1908, compareceu a uma sessão da Federação Espírita, em
Niterói, então dirigida por José de Souza, um jovem de 17 anos de tradicional
família fluminense. Chamava-se ZÉLIO FERNANDINO DE MORAES. Restabelecera-se,
no dia anterior, de moléstia cuja origem os médicos haviam tentado, em vão,
identificar. Sua recuperação inesperada por um espírito causara enorme
supressa. Nem os doutores que o assistiam nem os tios, sacerdotes católicos,
haviam encontrado explicação plausível. A família atendeu, então, à sugestão
de um amigo, que se ofereceu para acompanhar o jovem Zélio à Federação.
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Zélio
foi convidado a participar da Mesa. Zélio sentiu-se deslocado, constrangido,
em meio àqueles senhores. E causou logo um pequeno tumulto. Sem saber por
que, em dado momento, ele disse: “Falta uma flor nesta casa: vou buscá-la”.
E, apesar da advertência de que não poderia afastar-se, levantou-se, foi ao
jardim e voltou com uma flor que colocou no centro da mesa. Serenado o
ambiente e iniciados os trabalhos, manifestaram-se espíritos que se diziam de
índios e escravos. O dirigente advertiu-os para que se retirassem. Nesse
momento, Zélio sentiu-se dominado por uma força estranha e ouviu sua própria
voz indagar por que não eram aceitas as mensagens dos negros e dos índios e
se eram eles considerados atrasados apenas pela cor e pela classe social que
declinavam. Essa observação suscitou quase um tumulto. Seguiu-se um
diálogo acalorado, no qual os dirigentes dos trabalhos procuravam doutrinar o
espírito desconhecido que se manifestava e mantinha argumentação segura.
Afinal um dos videntes pediu que a entidade de identificasse, já que lhe
aparecia envolta numa aura de luz.
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Se
querem um nome – respondeu Zélio inteiramente mediunizado – que seja este: eu
sou o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS, porque para min não haverá caminhos
fechados.
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E,
prosseguindo, anunciou a missão que trazia: estabelecer as bases de um culto,
no qual os espíritos de índios e escravos viriam cumprir as determinações do
Astral. No dia seguinte, declarou ele, estaria na residência do médium, para
fundar um templo, que simbolizasse a verdadeira igualdade que deve existir
entre encarnados e desencarnados.
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Levarei
daqui uma semente e vou plantá-la no bairro de Neves, onde ela se
transformará em árvore frondosa.
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No dia
seguinte, 16 de novembro de 1908, na residência da família do jovem médium,
na Rua Floriano Peixoto, 30 em Neves, bairro de Niterói, a entidade
manifestou-se pontualmente no horário previsto – 20 horas.
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Ali se encontravam
quase todos os dirigentes da Federação Espírita, amigos da família, surpresos
e incrédulos, e grande número de desconhecidos que ninguém poderia dizer como
haviam tomado conhecimento do ocorrido. Alguns aleijados aproximaram-se da
entidade, receberam passes e, ao final da reunião, estavam curados. Foi essa
uma das primeira provas da presença de uma força superior.
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Nessa
reunião, o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS estabeleceu as normas do culto,
cuja prática seria denominada “sessão” e se realizaria à noite, das 20 às 22
horas, para atendimento público, totalmente gratuito, passes e recuperação de
obsedados. O uniforme a ser usado pelos médiuns seria todo branco, de tecido
simples. Não se permitiria retribuições financeiras pelo atendimento ou pelos
trabalhos realizados. Os cânticos não seriam acompanhados de atabaques nem de
palmas ritmadas.
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A esse
novo culto, que se alicerçava nessa noite, a entidade deu o nome de UMBANDA,
e declarou fundado o primeiro templo para sua prática, com a denominação de
tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, porque: “assim como Maria acolhe em
seus braços o Filho, a Tenda acolheria os que a ela recorressem, nas horas de
aflição”.
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Através
de Zélio manifestou-se, nessa mesma noite, um Preto Velho, Pai Antônio, para
completar as curas de enfermos iniciadas pelo Caboclo. E foi ele quem ditou
este ponto, hoje cantado no Brasil inteiro:
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“Chegou,
chegou, chegou com Deus,
Chegou, chegou, o Caboclo das sete
Encruzilhadas”.
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A
partir desta data, a casa da família de Zélio tornou-se a meta enfermos,
crentes, descrentes e curiosos. Os enfermos eram curados; os descrentes
assistiam as provas irrefutáveis; os curiosos constatavam a presença de uma
força superior; e os crentes aumentavam dia a dia.
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Cinco anos mais tarde,
manifestou-se o Orixá Malé, exclusivamente para a cura de obsedados e o
combate aos trabalhos de magia negra.
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Passados dez anos, o CABOCLO
DAS SETE ENCRUZILHADAS anunciou a Segunda etapa de sua missão: a fundação de
sete templos, que deveriam constituir o núcleo central para a difusão da
UMBANDA.
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A Tenda da Piedade trabalha
ativamente, produzindo curas, principalmente a recuperação de obsedados,
considerados loucos, na época. Já então se contavam às centenas as curas
realizadas pela entidade, comentadas em todo o Estado e confirmadas pelos
próprios médicos, que recorriam a Tenda, em busca da cura dos seus doentes. E
o Caboclo indicava, nas relações que lhe apresentavam com nome dos enfermos,
os que poderia curar: eram os obsedados, portadores de moléstias de origem
psíquica; os outros, dizia ele, competia à medicina curá-los. Zélio, já então
casado, por determinação da entidade, recolhia os enfermos mais necessitados
em sua residência, até o término do tratamento astral. E muitas vezes, as
filhas, Zélia e Zilmeia, crianças ainda, cediam o seu aposento e dormiam em
esteiras, para que os doentes fixassem bem acomodados.
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Nas reuniões de estudo que se
realizavam às quintas-feiras , a entidade preparava os médiuns que seriam
indicados, posteriormente, para dirigir os novos templos. Fundaram-se, as
Tendas Nossa Senhora da Guia, Nossa Senhora da Conceição, Santa Bárbara, São
Pedro, Oxalá, São Jorge e São Jerônimo.
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Pouco depois, a UMBANDA começou
a expandir-se pelos Estados. Em São Paulo, fundaram-se, na Capital, 23 tendas
e 19 em Santos. E, a seguir, em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do
Sul. Em Belém, fundou-se a Tenda Mirim de São Benedito.
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Confirmava-se a frase
pronunciada na Federação Espírita: “Levarei daqui uma semente e vou plantá-la
no bairro de Neves, onde ela se transformará em árvore frondosa”.
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Em 1937, os templos fundados
pelo CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS reuniram-se, criando a Federação
Espírita de Umbanda do Brasil, posteriormente denominada União Espiritualista
de Umbanda do Brasil. E em 1947, surgiu o JORNAL DE UMBANDA que, durante mais
de vinte anos, foi um órgão doutrinário de grande valor. Zélio de Moraes
instalou federações umbandistas em São Paulo e Minas Gerais.
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SEUS PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS:
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15 de
novembro de 1908 –
Zélio de Moraes, então com dezessete anos, mediunizado com uma entidade que
deu o nome de Caboclo das Sete Encruzilhadas, funda, em Neves, subúrbio de
Niterói, o primeiro terreiro de Umbanda. Usa pelo primeira vez o vocábulo
UMBANDA, e define o movimento religioso como: “Uma manifestação do espírito
para a caridade”.
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Novembro
de 1918 – O Caboclo das Sete
Encruzilhadas dá início à fundação de sete Tendas de Umbanda. Todas as Tendas
foram fundadas no Rio de Janeiro.
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Ano de
1920 – A Umbanda espalha-se pelos
Estados de São Paulo, Pará e Minas Gerais. Em 1926 chega ao Rio Grande do Sul
e em 1932 em Porto Alegre.
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Ano de
1939 – Os Templos fundados pelo
Caboclo das Sete encruzilhadas reuniram-se, criando a federação Espírita de
Umbanda do Brasil, posteriormente denominada União Espiritualista de Umbanda
do Brasil, incorporando dezenas de outros terreiros fundados por inspiração
de “entidades” de Umbanda que trabalhavam ativamente no astral sob a
orientação do fundador da Umbanda.
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Outubro
de 1941 – Reúne-se o Primeiro
Congresso de Espiritismo de Umbanda. Outros Congressos havido posteriormente
retiraram acertadamente o nome espiritismo que, de fato, pertence aos
espíritas brasileiros, os quais seguem a respeitável doutrina codificada por
Alan Kardec. Em suma, o espírita pratica o espiritismo; na Umbanda pratica-se
o Umbandismo.
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Dia 12
de setembro de 1917 –
Criado na cidade do Rio de Janeiro o primeiro organismo de caráter nacional.
Tomou nome de CONDU – Conselho Nacional Deliberativo de Umbanda – que
contam-se atualmente mais de 46 Federações, de norte a sul do país, reunindo
representantes de mais de 40.000 Terreiros de Umbanda.
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Novembro
de 1978 – Surge o livro Fundamentos de
Umbanda, Revelação Religiosa – portador de mensagens do astral, trazendo, por
fim, após 70 anos de existência da Umbanda, as bases teológicas e norteadoras
da doutrina umbandista, com fundamentos integrais da nova religião e sua
verdadeira origem. O livro expõe a estrutura básica do movimento religioso,
no sentido de elevar a Umbanda à justa posição de RELIGIÃO eminentemente
brasileira.
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Decorridos setenta anos de
existência da Umbanda no Brasil, compreendidos entre 1098 / 1978, passou este
curto espaço de tempo, porém significativo, a ser conhecido entre os
estudiosos da causa como Período - Propagação da única e genuína força de
credo, nascido neste século, em terras brasileiras.
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Certamente que Zélio de Moraes,
famoso médium já desencarnado, não iria supor que passadas menos de seis
décadas, aquela crença, nascida no modesto bairro de Neves, fosse classificada,
entre as religiões existentes, como a Segunda do país, comportando mais de
vinte milhões de seguidores, num crescendo espantoso de fiéis, apesar das
perseguições policiais a que foi submetida, das intrigas da religião
majoritária, além do completo descaso de todos os governos até a data atual,
mesmo tratando-se de uma preferência natural, espontânea, de mais de um sexto
da população. Hoje, o movimento mágico e religioso da Umbanda estende-se por
todo o Brasil, professado como pobreza e humildade, sem proselitismo, sem
explorações na magra bolsa do povo, sem dízimo compulsórios, mistérios
mistificantes e regular envio a “royalties da fé” para o exterior.
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Embora a Umbanda se apresente,
muitas vezes, uma tanto desfigurada, com nuanças religiosas, reconhecemos que
isso decorre desse período-propagação, no afã de conquistar almas, ainda que
respeitando ambientes regionais. E nunca deixou, através das verdadeiras
guias, de oferecer amparo prático, ajuda, orientação e, sobretudo, de
inspirar o desejo de reascendimento dos corações que dela se socorrem,
apontando sempre a eterna chama da esperança de dias melhores, calcados,
naturalmente, na ação correta de cada instante, na cordura, no companheirismo
e na fraternidade.
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Os mentores da Umbanda,
sediados na Aruanda (cidade localizada no plano astral), já determinaram
sabiamente o procedimento normativo, religioso para os setenta anos
vindouros, 1979/2049, como sendo o período de Afirmação Doutrinária.
Obviamente, a doutrina de Umbanda ficará como ponto essencial para a
estabilidade e perpetuação desse movimento, na forma digna, ensejada pelo
estudo constante, a par do esforço sincero de cada devoto, no sentido de
conduzir a Umbanda, no plano físico, a um merecido status de religião
organizada, a serviço da comunidade religiosa nacional.
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No imenso campo místico da
nossa terra, onde proliferam, abundantemente, conceituações religiosas
diversas, algumas das quais exóticas, cheias de superstições, interpretações
confusas e duvidosas, mercantilismo, fanatismo, mistificações, “curas
divinas” e desonesto profissionalismo pastoral, a Umbanda, sobranceira,
erguerá seu edifício religioso, tendo como obreiros da primeira e da undécima
hora, devotos excepcionais, médiuns sinceros, babalorixás e ialorixás
honestos que, há muito, já assumiram posição na hierarquia de
responsabilidade e trabalho, côncios de que a quantidade será relegada a
segundo plano, em proveito da qualidade, e convictos de que, em matéria
doutrinária, não pode nem deve haver transigências oportunistas, confirmando-se,
desse modo, que “Umbanda é coisa séria para gente séria".
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Umbanda, sendo a única religião
criada no Brasil, não pode ser dividida. Quem tiver esta pretensão cairá no
ridículo. A nossa religião deve ser tratada com todo carinho, amor,
serenidade e estudo, sobretudo com a renovação de caráter dos que a professam
para que a mesma possa espelhar a grandeza de sua doutrina. A Umbanda se
sente desmerecida com o tratamento que lhe dispensam boa parte de terreiros
onde se vê mais animismo do que mediunismo; mais interesses cúpidos do que
magias; mais deslealdades do que autenticidades; mais personalismo do que
espiritismo.
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O sacrifício de animais
(oferenda de sangue) nunca foi, não é e nem será ritual de Umbanda. Não
cobrar, não matar, usar o branco, evangelizar e utilizar as forças da
natureza são rituais de Umbanda. Portanto, podemos afirmar que a Umbanda é
produto da evolução espiritual ou religiosa. Suas origens estão contidas nas
filosofias orientais, fonte inicial de todos os cultos do mundo civilizado,
que implantada em nossa terra, reuniu-se as práticas dos conceitos e crenças
do índio, branco e negro.
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Cavalcante Bandeira reporta-se
aos mestres do idioma africano, citando o vocábulo umbanda como: “Arte de
curar”, “Magia”, “Faculdade de curar por meio da medicina natural ou
sobrenatural”; ou ainda “Os sortilégios que, segundo se presume, estabelecem
e determinam a ligação entre os espíritos e o mundo físico”. O vocábulo
“Umbanda” só pode ser identificado dentro das qualificadas línguas mortas.
Todavia, entre os angolenses existe o termo “Quimbanda”, que significa
“sacerdote, invocador de espíritos”, firmado no radical mbanda ,
conservado através de milênios, legado de tradição oral da raça africana, o
qual é uma corruptela do original u-banda ou aum-bandhã.
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“Toda essa complexa Mistura,
que o leigo chama de macumba, baixo espiritismo, magia negra, envolvendo
práticas fetichistas e barulhentas... era a situação existente, quando surgiu
um vigoroso movimento de luz, ordenado pelo astral superior, feito pelos
espíritos que se apresentavam como Caboclos, Pretos Velhos e Crianças.
Surgiram práticas as mais confusas e desordenadas, envolvendo oferendas com
sacrifício de animais, sangue, etc., e por isso tudo fez-se imprescindível um
novo movimento dentro desses cultos ou de sua massa de adeptos, feito pelos
espíritos carminantes afins a essa massa e pelos que, dentro de afinidades
mais elevadas, se aplicam no amor e na renúncia em prol da evolução de seus
semelhantes, o qual foi lançado através da mediunidade de uns e outros pelos
Caboclos e Pretos Velhos, com o nome de Umbanda. O termo umbanda que eles
implantaram no meio para servir de bandeira a essa poderosa corrente
(ensinaram que) é um termo litúrgico, sagrado, vibrado, que significa, num
sentido mais profundo, o conjunto das leis de Deus”.
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A Umbanda é um “movimento
mágico religioso”, genuinamente brasileiro, e a sua finalidade primordial
como religião é a de despertar anseios de espiritualidade na criatura humana.
Para que esse despertamento se faça, torna-se necessário um permanente estado
de religiosidade, onde toda vivência é baseada na compreensão e plena
sensibilidade (não sentimentalismo), para com tudo e todos que nos cercam e
compõem a humanidade.
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A Umbanda é uma doutrina
espiritualista como o Espiritismo, o Catolicismo, o Esoterismo, etc... o que
não impede de haver entre elas diferenças essenciais que lhe dão
características próprias. É resultante natural da fusão espiritual das raças
branca, índia e negra.
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Sua lei principal é resumida
numa só palavra: CARIDADE – no sentido do amor fraterno em benefício dos seus
irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição
social, não podendo haver ambicioso, vaidoso, mistificadores, pois estes,
mais cedo ou mais tarde, são afastados da Umbanda pelos espíritos de luz.
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Seu Mestre Supremo: JESUS
(Filho de Deus)
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Suas Normas: Sessões – Assim se
chamariam os períodos de trabalhos espirituais;
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Vestes – Os participantes
estariam uniformizados de Branco
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Sacrifícios – Os sacrifícios de
aves e animais é totalmente alheio à Umbanda;
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Fundamento básico – É a crença
ou culto aos espíritos evoluídos;
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Atendimento – GRATUITO
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Origem da palavra
"UMBANDA"
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Oriunda do Sânscrito ( a mais
antiga língua da Terra-raiz mestra dos demais idiomas existentes
no mundo), que se pode traduzir por “DEUS AO NOSSO
LADO” ou “O LADO DE DEUS”.
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ou
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UM – Deus (único) – Deus, o
supremo espírito.
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BANDA – Povo da Terra – Grupo
ou Facção.
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exu E pOMBAS gIRAS:
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0s guardiões do terreiro, Entidades de segurança
nos Templos de Umbanda
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Temos
que começar a mudar nossos conceitos de Exú e Pomba Gira. Vamos a partir de
agora ver o Exú e a Pomba Gira como aquela polícia
que guarda e toma conta das ruas obedecendo sempre uma hierarquia de
comando, que é o Exú chefe do Terreiro, e acima dele os guias chefes da
Casa. Podemos também ver os Exús como aqueles lixeiros alegres que passam
pelas ruas recolhendo toda a “sujeira”. Vêm com brincadeiras e algazarras,
mas fazem um trabalho enorme em benefício da sociedade, que diga-se de
passagem é muito pouco reconhecido. E as Pomba-giras seriam as
“margaridas” mulheres que trabalham também na limpeza de nossas ruas e nossa
cidade, exercendo a sua profissão com presteza e determinação. Assim
como devemos ter um conceito mais respeitoso do Exú, devemos também dedicar
mais respeito aos trabalhos das Pombas Giras, deixando de encará-las como
mulheres vulgares e da vida, que só vêm “para arranjar casamento” ou o que é
pior, para desfazer casamentos...Isto é uma coisa absurda e vulgar... O
trabalho da Pomba Gira é sério. É também um trabalho de descarrego, de
limpeza, de união entre as pessoas. De abertura dos caminhos da vida,
seja do ponto de vista material, mental ou espiritual.
O que é
esse lixo? Nossos pensamentos negativos. Nossa sociedade desigual, perversa e
preconceituosa. Nossas ações. Nossas emoções negativa se sobrepondo à nossa
capacidade de amar.
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Por
isso devemos respeitar ao máximo o trabalho dos Exús, levando-os a sério e
não os desrespeitando e nem os menosprezando.
Sabendo
que a religião de Umbanda , segundo o Caboclo das Sete Encruzilhadas é
“A manifestação do espírito para a prática da caridade”, qual a principal
função desempenhada pelos Exús nos nossos Templos, Terreiros, Casas ou
Centros?
Na
Umbanda o Exú é uma Entidade (alma) que cuida da Segurança da
casa e de seus médiuns. Todas as religiões tem entidades que cumprem esse
papel. Um bom exemplo disso são as comunicações recebidas por Chico
Xavier e Divaldo Franco mostram a existência desses espíritos
trabalhando também no Plano Astral *.
A
reunião de Exú ou Gira de Exu tem como finalidade descarregar os médiuns e os
consulentes. Unindo suas energias eles são capazes de entrar em contato e
orientar mais facilmente com almas que ainda não encontraram um
caminho. Estas almas vivem entre os encarnados, prejudicando-os,
obsidiando-os e até mesmo trazendo-lhes um desequilíbrio tão grande que são
considerados loucos. Para este trabalho eles necessitam muito de nosso
equilíbrio e de nossa energia, Nosso equilíbrio é utilizado por eles momento
em que as entidades sofredoras se manifestarem com ódio, rancor, raiva,
nós tenhamos bons pensamentos e sentimos verdadeiros de amor e harmonia para
que desta maneira as desarmemos e não as deixemos tomar conta da
situação e quem sabe até as persuadir a mudarem de caminho libertando-se
assim do encarnado ao qual está ligada; nossa energia é utilizada em casos em
que estas almas estão sofrendo com o desencarne, tristes, com dores,
humilhadas, desorientadas, assim eles transformam as nossas energias em
fluidos balsâmicos que as ajudam, em muito, na sua recuperação.
Muitas destas almas desorientadas não conseguem nem se aproximar dos
Terreiros de Umbanda pois os Exús da Tronqueira ficam encarregados de fazerem
uma triagem liberando a passagem apenas das almas que eles percebem já
estarem prontas para o socorro **, ou seja, prontas para seguirem um novo
caminho longe do encarnado ao qual estava apegada. Este trabalho de separação
é feito por eles com muito empenho e seriedade e será muito melhor sucedido
se o encarnado der continuidade ao mesmo, quando menos melhorando os seus
pensamentos e se livrando da negatividade e do medo. Os Exús são almas
que riem, fazem troça, mas não brincam em serviço. Por este motivo, gostaríamos
que os médiuns da Casa Branca de Oxalá tivessem por eles o maior respeito e
consideração, pois são eles são os nossos guardiões e da Gira,
reponsabilizando-se pela limpeza dos fluidos ou energias mais pesadas. Cada
pessoa que entra em uma casa de Umbanda traz consigo seu saco de lixo cheio
(são seus pensamentos, suas raivas, suas desilusões...) e são os Exús os
trabalhadores encarregados de juntarem todos estes sacos para descarregar,
dando a cada um de nós a oportunidade de diminuirmos o nosso lixo e
facilitando nossas próximas limpezas. Cada vitória nossa é para estas
Almas trabalhadoras um passo no caminho do desenvolvimento.
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A SAUDAÇÃO AOS EXUS
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A saudação ao Exú é LARÓYÈ =
salve , que também quer dizer salve compadre, boa noite “moça”.
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Exú é
MOJUBÁ - Moju ( Viver a noite ) Bá ( armar emboscadas) ou seja “armar
emboscadas vivendo a noite”. Mas na Umbanda o trabalho dos Exús é o de
guardião. Assim ao cumprimenta-lo estamos dizendo: Salve aquele que
vive à noite e que arma emboscadas. Assim estamos reconhecendo seu poder e ao
mesmo tempo estamos pedindo “Àquele que vive a noite, que nos livre
das emboscadas”.
Transcreveremos para vocês uma parte de uma
entrevista gravada com o Sr. Zélio Fernandino de Morais no dia 22 de outubro
de 1970, que faz algumas referências aos Exus. Fita de Nº 50 da Biblioteca da
Casa Branca de Oxalá.Gravação feita com a voz de Zélio de Moraes,quem
aniunciou a Umbanda ( Caso haja interesse em aprofundar neste assunto,escreva
para vianasolano@uol.com.br)
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1-
Pergunta: Sr. Zélio, eu gostaria de fazer uma pergunta, é sobre o trabalho
dos Exús. Existem tendas que dão consultas com Exús em dias especiais além
das consultas normais de Pretos Velhos e Caboclos. Como o Sr. vê isso?
Zélio: Eu sei disto, que há muitas tendas que
trabalham com Exús, eu não gosto porque é muito fácil se manifestar com Exú,
qualquer pessoa médium, um mal médium se manifesta com Exú, basta ter um
espírito atrasado; ou também fingindo um espírito, por isso não gosto e fujo
disto, na minha tenda não se trabalha com Exú por qualquer motivo
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( Nesta
pergunta, quando o Sr. Zélio diz “na minha tenda não se trabalha com Exú por
qualquer motivo”, pode-se notar então que o trabalho do Exú é um trabalho
“especial” e que não está aí para ser mistificado, por isso deve-se ter
respeito e preservá-lo.)
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2-
Pergunta: Mas o Sr. não
considera o Exú um espírito trabalhador como todos os outros Orixás?
Zélio:
Depois de despertado, porque o Exú é um espirito admitido nas trevas, depois
de despertado, que ele dá um passo no caminho da regeneração é fácil ele
trabalhar em benefício dos outros. Assim eu acredito no trabalho do Exú.
( Nesta pergunta, quando o Sr. Zélio diz “depois
de despertado, que ele dá um passo no caminho da regeneração é fácil ele
trabalhar em benefício dos outros”, pode-se notar que estas almas pretendem
um local melhor, pretendem uma posição melhor e para isto escolheram o
trabalho da caridade nas casas de Umbanda.)
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3-
Pergunta: Não haverá casos em que outros Orixás vibrando em outras linhas não
possam resolver de imediato alguns problemas de filhos e , não seria o
Exú aí o mais indicado para resolver, por estar mais perto
materialmente, por estar mais aceito nos trabalhos materiais?
Zélio: O nosso chefe, “o Caboclo das Sete
Encruzilhadas” nos ensinou assim, isto faz 60 anos, que o Exú é um
trabalhador. Como na polícia tem soldado, o chefe de polícia não prende, o
delegado não prende, quem prende são os soldados, cumprem ordens dos
maiorais, então o Exú é um espírito que se encosta na falange, que aproveita
para fazer o bem, porque cada passo para o bem que eles fazem vai aumentando
a sua luz, de maneira, que é despertado e vai trabalhar, que dizer, vai
pegar, vai seduzir este espírito que está obsedando alguém, então este Exú
vai evoluir. É assim que o Caboclo das Sete Encruzilhadas nos ensinava.
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4-
Pergunta: De que modo o Exú é um auxiliar e não um empregado do Orixá ou
vice-versa?
Zélio:
Eu não digo empregado, mas é um espírito que tende a melhorar, então para ele
melhorar ele vai fazer a caridade junto com as falanges, correndo em
benefício daqueles que estão obsidiados, despertando e ajudando a despertar o
espírito para afasta-lo do mal que ele estava fazendo, então ele se torna um
auxiliar dos Orixás.
( Nestas duas perguntas ele deixa claro que os
Exús são a polícia espiritual das casas de Umbanda e que trabalham ligados às
falanges das Sete Linhas de Umbanda que trabalham nos Templos. Por este
motivo é que a presidência da Casa Branca de Oxalá e a sua Chefia
Espiritual selecionam os médiuns que vão fazer a Obrigação de Exú. É um
cuidado e um respeito tanto com eles como com os médiuns).
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Cada médium que passa por esta
Obrigação vai colaborar com eles acrescentando energia e equilíbrio ao
trabalho que eles executam. É por este motivo que tantas vezes é falado que
devemos ter cuidado com nossos pensamentos e pedidos pois eles são energias.
Os Exús precisam das nossas energias positivas para que possam
desempenhar melhor o seu trabalho.
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Nota: Os médiuns que vão fazer
a obrigação de Exú devem permanecer em estado de seriedade, afastando-se de
bebidas, festas , que neste caso exercem uma atração para as almas
desorientadas. A função da obrigação de Exú é basicamente para fazer com que
o Exú assuma no campo a função principal de guardião do médium, desde que
este se comporte a altura de sua amizade e respeito.
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Bebidas
Gostam
muito de bebidas voláteis e o aguardente está entre elas ao qual dão o
nome de malafo ou marafo, conhaque, cerveja e outras bebidas fortes. As
Pomba-giras gostam de anis e champanhe. Não há necessidade de o médium
ingerir a bebida, pois a mesma pode ficar num copo e o Exú ou Pomba-gira
trabalhar com a sua energia utilizando o conteúdo astral da bebida.
Comidas
Os Exús
e Pomba Gira gostam de farofa, dendê, cebola, pimenta, limão, semente
de mamona, e as Pombas Giras de enfeites e adornos, sem contar que gostam
muito se suas oferendas enfeitadas com Rosas Vermelhas.
Alguns Nomes de Pomba Gira: Pomba Gira do Cruzeiro, do Cais, da Calunga, do Cemitério, Padilha,
Mulambo, Cigana, Ciganinha, da Calunga, Maria Bonita , Rosa Maria, Maria
Rosa, Maria Rita, Rosa vermelha, Rosa do cruzeiro, Sete Véus, Sete cravos, da
Encruza..
Alguns Nomes de Exú : Sete
Encruzilhadas, Veludo, Caveira, Tranca Ruas, Caveirinha, Exú Campina, Exú do
Cruzeiro, Calunga, do Lodo, Lalu, da Madrugada, da Meia Noite, Mangueira,
Mulambo, Mulambinho, Malandro, Malandrinho, Gira Mundo, Tiriri, Marabô, Sete
Capas, Cadeado, dos Rios, da Cachoeira, dos Ventos ,da Praia, Quebra Galho,
Sete Covas, Sete Catacumbas, Sete Luas, Sete Sombras, Três Punhais, Três
Cruzes, Sete Chaves, Tranca Tudo, Tira Teima, Zé Pilintra e muitos outros.
Hierarquia dos Exús
Os Exús e
Pomba-giras prestam obediência ao Chefe da Casa. No caso da Casa Branca é o
Exú das Sete encruzilhadas.
EXÚ TRONQUEIRA
Não confundir o trabalho do Exú
guardião com o trabalho do EXÚ TRONQUEIRA. O Exú Tronqueira é aquele
que guarda o Terreiro e passa por uma triagem às pessoas que entram no
Terreiro. Por isso a sua casa é colocada junto à porta de entrada e é a
primeira a ser saudada. Todos devemos ter o máximo de respeito do Exú
Tronqueira, pois se uma Gira corre bem e firme devemos agradecer
principalmente a ele.
OS EXÚS, SEUS NOMES E SEUS SIGNIFICADOS
OU REPRESENTAÇÃO
Conforme vimos, na Casa Branca de Oxalá, os Exús
trabalham diretamente com as Sete Linhas de Umbanda, respondendo pela guarda
dos trabalhos que são desenvolvidos pelas Entidades Trabalhadoras de cada
Linha. O quadro abaixo traz para nós a vinculação dos Exús às Linhas e
o significado do seu nome.
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LINHAS
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EXÚ
GUARDIÃO
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SIGNIFICADO
DO NOME
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OXALÁ
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SETE
ENCRUZILHADAS
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Representa os diversos caminhos
abertos em nossas vidas; representa ainda o livre arbítrio professado na
religião de Umbanda e consequentemente nossa liberdade na escolha de nosso
próprio caminho.
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IEMANJÁ
E NANÃ
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MARABÔ
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MA:Verdadeiramente RA:envolver
ABÔ: proteção - Aquele que envolveu perfeitamente com sua
proteção ou Salve aquele cuja força protege.
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OMOLU
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CAVEIRA
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Representa nossa mais profunda
transformação, aquela onde nossa parte material já se encontra em profunda
degradação e, no entanto, nossa alma permanece em evolução.
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OXOSSI
E OSSÃE
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SETE
CAPAS
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Representa o momento de transição
final; é o Exú da hora da passagem; responsável pelo corte do cordão fluídico
no momento final dos filhos de Umbanda.
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XANGÔ E
IANSÃ
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TIRIRI
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TI: com grande força
RIRI: valor e mérito Aquele que protege com grande força aos que tem
valor e mérito.
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OXUM E
OXUMARÉ
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VELUDO
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Representa a doçura, a
delicadeza mas também a força, a resistência. Representa ainda a
riqueza material e espiritual trazidas pela Linha à qual serve.
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OGUM E
IBEJI
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TRANCA-RUAS
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Representa um grande poder de
defesa para aqueles que a ele se dirigem; defesa contra aqueles que nos
desejam o mal, contra nós mesmos e contra aqueles pensamentos e ações que
tendem a impedir nossa evolução.
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