— O EVANGELHO DESCONHECIDO —
Chegamos ao estudo para o qual nos preparamos com os estudos anteriores. Hoje
vamos analisar os quatros primeiros versículos do capítulo 7 do Evangelho de
Mateus.
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7
Não Julgar — Não julgueis para não serdes julgados. Pois com o julgamento
com que julgais sereis julgados; e com a mesma medida com que medis sereis
medidos. Por que reparas no cisco que está no olho do teu irmão, quando não
percebes a trave que está no teu? Ou como poderás dizer ao teu irmão: ‘Deixa-me
tirar o cisco que está no teu olho’ quando tu mesmo tens uma trave no teu?
Hipócrita; tira primeiro a trave do teu olho e então verás bem para tirar o
cisco do olho do teu irmão.
A Bíblia de
Jerusalém — Novo Testamento e Salmos, Edições Paulinas, Mateus; 7, 1 a
5.
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Nos
dois estudos anteriores foi observado a caminho seguido pelo Evangelho no Mundo
Ariano. Para tornar compreensível esse caminho tivemos de estudar alguns
aspectos de nosso funcionamento psíquico. Agora; para estudarmos este texto
inicial do capítulo 7 do Evangelho segundo Mateus; vamos ter de recorrer a
outros estudos já feitos; principalmente o do dia: 5-11-1013 — AS RELAÇÕES ENTRE
OS ESPIRÍTOS — 2, em que definimos a “Moral”.
Vamos
ao estudo:
1 —
Não julgueis para não serdes julgados.
2 —
Pois com o julgamento com que julgais sereis julgados; e com a mesma medida com
que medis sereis medidos.
2 —
Por que reparas no cisco que está no olho do teu irmão, quando não percebes a
trave que está no teu?
3 — Ou
como poderás dizer ao teu irmão: ‘Deixa-me tirar o cisco que está no teu olho’
quando tu mesmo tens uma trave no teu?
4 —
Hipócrita; tira primeiro a trave do teu olho e então verás bem para tirar o
cisco do olho do teu irmão.
Vamos
iniciar nossa análise observando as palavras de nosso mestre Kardec sobre o
assunto do nosso primeiro item de estudo:
1 —
Não julgueis para não serdes julgados.
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Não é
possível que Jesus haja proibido se profligue o mal, uma vez que ele próprio nos
deu o exemplo, tendo-o feito, até, em termos enérgicos. O que quis
significar é que a autoridade para censurar está na razão direta da
autoridade moral daquele que censura. Tornar-se alguém culpado daquilo que
condena noutrem é abdicar dessa autoridade, é privar-se do direito de repressão.
A consciência íntima, ao demais, nega respeito e submissão voluntária àquele
que, investido de um poder qualquer, viola as leis e os princípios de cuja
aplicação lhe cabe o encargo. Aos olhos de Deus, uma única autoridade
legítima existe: a que se apóia no exemplo que dá do bem. É o
que, igualmente, ressalta das palavras de Jesus.
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As palavras de Kardec estão presas aos fundamentos da Doutrina Espírita; como
deveriam estar; portanto, o foco de sua atenção está na renovação das ideias e
na mudança da conduta do indivíduo. Vejamos:
Não é
possível que Jesus haja proibido se profligue o mal, uma vez que ele próprio nos
deu o exemplo, tendo-o feito, até, em termos enérgicos.
A
palavra profligue é usada apenas
para demonstrar o desprezo da FEB para com os espíritas; trata-se de uma palavra
arcaica, e em desuso, que deveria ter sido substituída há muito, pois atrapalha
o entendimento das pessoas. Eu mesmo tive de ir ao dicionário, apesar de ter
compreendido seu significado em função do contexto.
Agora
vamos à ideia de Kardec. Ele nos deixa claro que considerava impossível que o
Mestre Jesus proibisse o combate ao mal, uma vez que ele próprio
nos deu o exemplo, tendo-o feito, até, em termos enérgicos.
Kardec
resumiu, assim, tudo que se pode dizer a respeito desse primeiro item de
análise; depois passou a considerar os objetivos da Doutrina, que é a reforma
constante do patrimônio psíquico de todos nós; ao fazer isso ele fugiu da
análise, fria e racional, que sempre devemos fazer, sem sair do tema
analisado.
Na
questão 625 de O Livro dos Espíritos temos:
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625.
Qual o tipo mais
perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e
modelo?
“Jesus.”
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O
Mestre Jesus é o Modelo a ser seguido, e o conhecimento que temos sobre Ele vem
dos textos do Evangelho que conhecemos; e nesses textos encontramos conselhos
para que julguemos intimamente, a tudo e a todos, para então, podermos nos guiar
pela estrada da vida, sem desvios; pois, principalmente os líderes religiosos,
que ele criticou bastante, e por cujas críticas; acabou encontrando a cruz;
esses líderes se desviam dos objetivos e das ideias que acreditam defender; o
Mestre nos alertou para que não deixássemos os cegos nos conduzirem. Caso você
tenha um pouco de boa vontade para com você mesmo, procure nos textos dos
Evangelhos e separe aqueles em que o Mestre, e Modelo, julgou, ou aconselhou que
nós julgássemos. O uso do raciocínio é que reestrutura seu psiquismo, você pode
ser uma pessoa que lê muito, mas se não raciocinar sobre o que lê, estará
perdendo o seu tempo e enganando a si mesmo. Vamos agora ao nosso segundo
item:
2 —
Pois com o julgamento com que julgais sereis julgados; e com a mesma medida com
que medis sereis medidos.
Eu
acredito que você consiga se recordar de nosso estudo em que definimos o que é
moral. Caso não recorde você pode reler: 5-11-1013 — AS RELAÇÕES ENTRE OS
ESPIRÍTOS — 2.
Evidentemente; só um espiritualista compreenderá este item de nosso
estudo.
Todos
nós sentimos uma grande repulsa a tudo que fere nossos princípios morais. Até
mesmo os espíritos das trevas sentem esse repúdio, e trabalham contra o mal.
Você pode não compreender essas minhas palavras, mas, com o estudo constante,
você ainda compreenderá.
Neste
conselho fornecido pelo Mestre para que não julguemos, está evidente que Ele se
refere aos julgamentos frívolos e inúteis que muitas pessoas fazem
constantemente, sem terem como objetivo sanar o erro. A pessoa que se habitua a
esse tipo de atividade concentra sua atenção na vida alheia em busca do que
existe de criticável; assim, ela mesma vai fixando sua moralidade dentro dos
princípios defendidos em suas críticas ou julgamentos. Acontece que, todos nós
ao desencarnarmos, faremos uma revisão de tudo o que fizemos em nossa vida, e
sofreremos o efeito dessa revisão; assim, podemos dizer que estaremos; todos
nós, exercendo um julgamento sobre nossa própria conduta nos mais
insignificantes acontecimentos de nossa vida. É justamente por isso que devemos
aprender e praticar a alteridade, que é o respeito integral ao outro, o respeito
a suas limitações, seus problemas e aos obstáculos que encontra na vida. Talvez
você não compreenda minhas palavras, mas vou remetê-lo ao estudo sobre as
experiências de quase morte e você receberá as informações esclarecedoras.
Basta pesquisar na internet o que compõem essa experiência. Veja as informações
fornecidas pelos pesquisadores do Instituto Internacional de Projeciologia e
Conscienciologia (IIPC); uma organização fundada por Waldo Vieira, o companheiro
de Chico Xavier na psicografia do mais precioso livro espiritualista já
psicografado: Mecanismos da Mediunidade. Veja o relato que você conseguirá na
pesquisa:
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Que
tipos de relatos são feitos por quem experimenta a EQM / NDE?
Nos
relatos parece haver uma sequência das seguintes etapas: impressão de flutuar
acima do próprio corpo percebendo as pessoas ao seu redor, sensação de paz,
visão panorâmica retrospectiva da própria vida, intensidade vívida de certas
emoções e percepções.
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É
justamente nesse momento de visão panorâmica retrospectiva da própria vida
com a recordação da intensidade vívida de todas as emoções e percepções
experimentadas, que, com a moral particular que adotamos; todos nós
determinamos o reinício de nossa vida no Mundo Espiritual. Compreendem, agora,
porque o Mestre aconselhou a deixar a vida do outro em paz, e que cuidássemos de
nossa própria vida; caso você raciocine, realmente, compreenderá a importância
de não se envolver, de modo algum, na vida alheia.
Vejamos agora; o nosso terceiro item:
3 — Ou
como poderás dizer ao teu irmão: ‘Deixa-me tirar o cisco que está no teu olho’
quando tu mesmo tens uma trave no teu?
Você
consegue compreender o sentido das palavras do Mestre? Seja como for; vou dizer
como interpreto essas palavras; o Mestre quis dizer:
Não se
meta na vida alheia, vá cuidar da sua vida e deixe a dos outros em paz; pare com
suas pregações e ensine através do exemplo; cuide de seu crescimento espiritual,
pois, você não promoverá o crescimento espiritual de ninguém mais, mas, apenas o
seu próprio.
Esse é
o fundamento da alteridade. A conduta que todos os espíritas já deveriam ter
incorporado em sua vida. Você pode observar na televisão, a quantidade de
pregadores a falarem de Deus e de Jesus; no entanto, nossa sociedade se destrói
diariamente; essa destruição mostra que as pregações feitas, são inúteis e até
perniciosas.
O
próximo item de nosso estudo, o versículo 5:
4 —
Hipócrita; tira primeiro a trave do teu olho e então verás bem para tirar o
cisco do olho do teu irmão.
Este
versículo ficará para ser analisado em nosso próximo estudo, pois, exige muita
atenção, inclusive a sua análise no contexto do Movimento Espírita.
Muita
paz e amor para você.
Recordemos O
Espírito Verdade:
Espíritas! Amai-vos; este
o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo.
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