Se aquilo que você defende está acima do amor ao próximo, então você está a um passo do fanatismo. Acredite no que quiser, defenda o que quiser, mas não torne isso mais importante do que a fraternidade, o bom senso e o respeito ao próximo. Não digo respeito a ideias, mas a indivíduos. Ideias podem ser questionadas — e devem ser —, podem até ser atacadas objetivamente, pois são apenas abstrações, entretanto as pessoas que carregam tais ideias não podem ser alvos. Confundir opiniões com opinantes, transformando estes em inimigos é começar a perder a razão, o argumento e o respeito de qualquer indivíduo pensante.
Todos temos pontos de vista distintos, todos vemos a vida de uma forma diferente, amparados ou não por alguma filosofia, e isso não define o nosso caráter. A influência se faz notável, entretanto não é o eixo em torno do qual nossas convicções giram. Ao contrário, pois as interpretações de um conceito em comum são sempre inerentes a cada pessoa. Se assim não fosse, não existiria individualidade. E justamente por haver individualidade é que não se pode tornar geral determinado aspecto comum a certa pessoa. Se um religioso é de certa maneira, não significa que todos o sejam, por exemplo. E isso vale para qualquer característica coletiva.
Há pessoas que definem os outros e a si mesmas de acordo com uma visão limitada do círculo no qual se encontram, e isso, além de um aspecto elitista, só serve para piorar os problemas advindos da atual segregação da sociedade. E quando essa visão limitada serve como impulso para ataques pessoais, visando o indivíduo e não suas ideias, estamos observando a intolerância — que para todos os meios sempre foi e sempre será irracional — de quem já não têm argumentos para defender as próprias convicções. E não há maior prova de imaturidade que atacar pessoalmente aquele que defende uma ideia, e não a ideia em si, simplesmente porque já acabaram os próprios argumentos.
O mundo está mudando e as pessoas estão aprendendo aos poucos a pensarem por si mesmas. Todavia enquanto ainda nos depararmos com indivíduos que preferem desejar ou praticar o mal a outrem ao invés de aceitar as diferentes opiniões, os livres pensadores permanecerão no submundo de uma sociedade ainda desajuizada.
MARCOS KELD
Autor do Livro "Potencialidade Pura"
Todos temos pontos de vista distintos, todos vemos a vida de uma forma diferente, amparados ou não por alguma filosofia, e isso não define o nosso caráter. A influência se faz notável, entretanto não é o eixo em torno do qual nossas convicções giram. Ao contrário, pois as interpretações de um conceito em comum são sempre inerentes a cada pessoa. Se assim não fosse, não existiria individualidade. E justamente por haver individualidade é que não se pode tornar geral determinado aspecto comum a certa pessoa. Se um religioso é de certa maneira, não significa que todos o sejam, por exemplo. E isso vale para qualquer característica coletiva.
Há pessoas que definem os outros e a si mesmas de acordo com uma visão limitada do círculo no qual se encontram, e isso, além de um aspecto elitista, só serve para piorar os problemas advindos da atual segregação da sociedade. E quando essa visão limitada serve como impulso para ataques pessoais, visando o indivíduo e não suas ideias, estamos observando a intolerância — que para todos os meios sempre foi e sempre será irracional — de quem já não têm argumentos para defender as próprias convicções. E não há maior prova de imaturidade que atacar pessoalmente aquele que defende uma ideia, e não a ideia em si, simplesmente porque já acabaram os próprios argumentos.
O mundo está mudando e as pessoas estão aprendendo aos poucos a pensarem por si mesmas. Todavia enquanto ainda nos depararmos com indivíduos que preferem desejar ou praticar o mal a outrem ao invés de aceitar as diferentes opiniões, os livres pensadores permanecerão no submundo de uma sociedade ainda desajuizada.
MARCOS KELD
Autor do Livro "Potencialidade Pura"
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