quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Pare, Leia, medite e veja se sua comemoração do NATAL é somente material?????

              O Príncipe da Paz 

       O significado pleno de Natal

Fatima dos Anjos em 18 dezembro 2014 

O Príncipe da Paz
O significado pleno de Natal não pode ser conhecido, senão através da compreensão da natureza imutável de Deus. Deus é. Eterna e infinitamente, Ele é o mesmo, ontem, hoje e para sempre. O que é próprio de Deus sempre foi, continua sendo agora, e sempre será. Em decorrência desta compreensão, o verdadeiro Natal não começou há dois mil anos: seu início está além do tempo. O que ocorreu há dois milênios foi meramente a revelação de uma experiência que se tem repetido, não somente "antes que Abraão fosse", mas antes mesmo que o tempo fosse. Deus não inaugurou nada de novo há dois mil anos.

O verdadeiro sentido de Natal é este: Deus plantou na consciência de cada um de nós uma divina semente que há de germinar e vir a ser um Filho de Deus. Ninguém jamais existiu, nem existe agora e tampouco existirá, sem esta influência espiritual; sem este Poder que foi implantado em nossa consciência, desde o princípio.

A missão do Filho de Deus foi revelada através do ministério de Jesus Cristo e do que ele ensinou: "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (não eu, Jesus, mas Eu, o Filho de Deus). Disse Jesus: "Se eu der testemunho de mim mesmo, meu testemunho não é verdadeiro...Eu de mim mesmo não posso nada: o Pai, em mim, é Quem faz as obras...Eu Sou o pão da vida...Eu Sou a ressurreição e a vida". Este era o Filho de Deus falando através de Jesus, o mesmo Filho de Deus que está no íntimo de cada indivíduo, desde o início dos tempos.

Mergulhe em seu íntimo para encontrar a paz que foi estabelecida desde o princípio.

Conta, uma antiga história, que havia um rei justo, amável, pacífico e misericordioso. Seu vizinho, rei das terras limítrofes, estava empenhado em guerras de conquista. Movido por sua índole justa e misericordiosa, o primeiro rei mandou um embaixador ao reino vizinho, em missão de paz. Entrementes, para proteger o povo, começou o preparo bélico. De um extremo a outro da nação se movimentaram para o provável conflito. Desde então, a alegria se apagou no coração do povo. O sorriso desapareceu da face das pessoas. Isso entristeceu o rei, que se recolheu em prece, em busca de uma solução que devolvesse a paz e harmonia à sua gente. Um dia, a esposa de um dos oficiais da corte pediu audiência para revelar-lhe um segredo. E o que ela sussurrou em seu ouvido fê-lo sorrir. De rosto iluminado, o rei a incumbiu de ir ao encontro de todas as mulheres, não os homens, para confiar este segredo, até que todas o soubessem e o pusessem em prática. O rei levantou-se e foi segredar à rainha o que aprovara. E a própria rainha foi, com a esposa do oficial, correr o reino, para comunicá-lo a todas as mulheres. Dentro de algum tempo o sorriso voltou ao semblante do povo. Um cântico novo era entoado por toda aquela terra. O júbilo foi restabelecido.

No dia de Natal chegou um arauto do embaixador que estava no reino vizinho, anunciando que fora assinado um tratado de paz. O rei mandou dizer ao povo que cessassem os preparativos bélicos. E os oficiais da corte pediram ao rei que lhes dissesse qual fora o segredo, que provocara tão grande transformação no povo e conquistara um improvável tratado de paz. O rei lhes explicou que o segredo, embora singelo, encerrava um poder imenso: consistia nisto: "Retirar-se, pela manhã, em curto período de silêncio, de vazio e introspecção. Orar a Deus (sem pedir a paz nem qualquer outra coisa), e comungar com Ele, deixando que Sua paz permeasse e enchesse o íntimo. Depois, durante o dia, várias vezes conscientizar essa Presença, no íntimo, como paz". Tal foi o segredo que devolveu alegria ao povo e assegurou harmoniosas relações com o reino vizinho.

Aos estudantes da Verdade, esta história parecerá mui familiar, porque sabem que em estágio avançado não se ora pela paz ou ordem em nosso reino interno. Deus já plantou esta semente em nossas almas, em nossos corações, em nossas mentes. Para que esta semente germine e emerja à superfície de nossa consciência, devemos mergulhar no próprio íntimo, abrindo o canal, a fim de que o "Fulgor aprisionado" se escape de lá, abençoando nossa vida e contagiando as pessoas de nosso convívio.

A função deste Filho de Deus é levar-nos a vivenciar a paz; induzir-nos a experienciar uma vida abundante; a dinamizar as potencialidades divinas, manifestando, de dentro para fora, tudo o que o Pai é e tem, como foi dito: "Filho, tu sempre estás comigo. Tudo o que é meu, é teu". Esse "tudo" é a semente que foi plantada em nós. Quando furamos o solo em busca de petróleo; ou cavamos minas, para extrair ouro, prata, diamante; ou quando mergulhamos à cata de pérolas; não estamos trazendo para fora o que Deus formou dentro da terra e do mar? Somos, acaso, responsáveis por tudo que se formou no seio da terra ou dos mares, ou do ar? Fomos nós que formamos tudo isso? Alguém pode responder, pela ciência, que tudo isso se formou durante milhões e milhões de anos, antes que tivéssemos consciência de sua utilidade. No entanto, foi tudo previsto e tudo o que temos a fazer é extrair tudo isso que Deus preparou, para atender às nossas necessidades.

O mesmo ocorre no universo espiritual. O reino dos céus não está fora de nós ("não acrediteis quando vos disserem: ei-lo aqui; ei-lo acolá, porque o reino dos céus está dentro de vós"). Como, então, poderemos usufruir este reino, senão procurando-o e encontrando-o dentro de nós mesmos? Para contatá-lo, é mister cavar e mergulhar em nós mesmos. Quanto mais profundamente cavarmos e mergulharmos neste silêncio interior, tanto maiores e mais ricos tesouros traremos à manifestação.

Nossas vidas individuais manifestam a Graça de Deus

Para compreender o "Dia de Natal", devemos entender com clareza que Deus plantou a semente de Si mesmo em cada um de nós. Tal semente deve germinar e converter-se no Filho de Deus plenamente desenvolvido, cuja missão é tornar nossas vidas bem-sucedidas e demonstrar a glória de Deus, como Jesus a revelou. Desde que "eu, de mim mesmo, nada posso", e, "se der testemunho de mim mesmo, meu testemunho não é verdadeiro", o que nos cumpre é simplesmente demonstrar, em nossas vidas individuais, a graça de Deus -- Sua sabedoria, Espírito, saúde e abundância. Ao tornar o potencial em dinâmico, a possibilidade em atualidade, podemos dizer que Deus vai do infinito para o infinito; que Deus é o mesmo sempre, e Ele não faz acepção de pessoas.

Se Deus tudo criou para sempre, então, desde o princípio dos tempos, a humanidade trouxe, dentro de sua própria alma, a divina paz e a divina graça. Infelizmente não podemos partilhar estes dons com nossos semelhantes e nem eles conosco, enquanto cada um não os encontrar em seu íntimo. É uma simples descoberta, mas não podemos dar o que não descobrimos ou aquilo de que não temos consciência ainda. Todavia, quando o descobrimos, assumimos uma responsabilidade: "a quem muito é dado, muito lhe será exigido". Espera-se muito daqueles que encontraram dentro de si a paz: eles devem derramá-la sobre os demais.

Se ainda não encontramos o Cristo dentro de nós mesmos, não podemos partilhar essa Consciência com os outros. Se não realizamos a paz em nós mesmos, não podemos manifestá-la ao próximo nem suscitá-la nele. Quem não expressa amor não pode atraí-lo. Aquele que não exprime abundância, não pode atraí-la. Ninguém pode atrair a paz, se, antes, não a encontrou dentro de si. Tudo o que gostaríamos de receber de nossos familiares, amigos, comunidade e do mundo, ou partilhar com eles, há de ser, primeiramente, encontrado dentro de nós mesmos .

Até mesmo Jesus nada deu ao mundo, até o momento em que o Cristo Se revelou dentro dele: "O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque Ele me ungiu para pregar o evangelho aos pobres; para curar os quebrantados de coração, para pregar a libertação aos cativos e devolver a visão aos cegos". Antes desta ordenação ele não fora ungido para curar os doentes. Assim, para que alguém possa partilhar o espírito de paz, de alegria, de amor e abundância, deve, antes, ter sido ordenado pelo Espírito de Deus.

A paz deve começar conosco

O Natal não teria valor e significado algum para nós, se acreditássemos que o "Príncipe da Paz" viveu há dois milênios e hoje não está mais na terra. Em verdade, o "Príncipe da Paz" viveu há dois mil anos e também em tempos anteriores, como ainda hoje está presente, no coração e na Alma de cada indivíduo, esperando ser libertado neste mundo. Não disse o Cristo: "Antes que Abraão fosse, eu Sou"?

Esta paz (do Cristo) não pode ser realizada com pedidos, em oração para que Ele transforme nosso povo ou as pessoas de outro país. Esta transformação deve começar em nós mesmos. Por que não reconhecemos nossas carências, antes de exigi-las dos outros? Deixemos tranqüilo o nosso próximo e voltemo-nos ao próprio íntimo, em discrição e sacralidade, comungando silenciosamente com o Príncipe da paz, o Príncipe da alegria, da saúde, da plenitude e da perfeição espiritual. Quando atingirmos, em alguma medida, a cristicidade, preencheremos nossas carências e teremos compreensão para não mais pretender a transformação de nosso próximo e nem orar pedindo paz, já que ela fluirá de nosso coração a toda a humanidade.

"A paz que ultrapassa todo o humano entendimento" já está dentro de nós. Em nossas meditações diárias tomamos contato com ela, para que seja liberada em nós, qual uma pomba, e comece a estender as asas sobre o universo inteiro. Buscar paz em outra pessoa ou dela exigir, é escapismo, é fugir da meta, é adiar a própria experiência da paz. Esperar justiça, misericórdia ou gratidão dos outros, é um equívoco. Essa é uma tarefa pessoal, intransferível. Cabe-nos encontrar tudo isso e mais no reino de Deus, que se acha no centro de nosso ser.

Quando Jesus ensinava o povo, às margens do mar da Galiléia, nas montanhas ou na aridez do deserto (onde dois ou três pudessem reunir-se), sempre apontava o indivíduo e lhe atribuía a responsabilidade: "TU deves perdoar setenta vezes sete: TU deves orar pelos que te perseguem: TU deves procurar em primeiro lugar o reino de Deus, que está dentro de ti". Ele sempre se dirigia a quem desejava ouvi-lo. Nada disse a Herodes e apenas se limitou a responder a caifás e a Pilatos e nem lhes exigiu a paz, porque se a tivessem dentro deles, teriam, com ela, envolvido a humanidade.

Quando começamos a assumir a responsabilidade pessoal de manter a saúde e a harmonia, descobrimos que a realização interna que encontramos, nos momentos de meditação, transborda de nós e abençoa a nossa família. Posteriormente, quando assumimos o dever de ajudar nossos amigos, parentes e os semelhantes, em geral, que nos pedem ajuda, já não lhes exigimos nada e nem dizemos que sejam saudáveis, úteis, justos ou misericordiosos. Apenas nos retiramos ao lugar secreto, dentro de nós, e comungamos com o Filho de Deus, até ficarmos plenificados de paz. Ao realizar essa paz, desbordamo-la àqueles que nos solicitaram ajuda. Não é que transferimos essa paz por alguma espécie de magia, de sugestão, "abracadabra" mental ou hipnotismo. Não. Simplesmente procuramos o reino de Deus em nós e lá encontramos a paz, o sentido de unidade, a comunhão espiritual em Cristo. Como corolário, essa influência emana de nós e vem a ser uma lei de vida, de paz e amor, para todos os que nos pediram ajuda.

Uma das mais recentes revelações que recebi foi esta: não me é necessário orar em favor de alguém ou ter a intenção de tratar espiritualmente alguém. Só é necessário encontrar minha própria paz interna, e quando a realizo em mim, como conscientização da harmonia e plenitude da bênção, imediatamente afeto as pessoas que se ligaram a mim, em busca de auxílio. É uma sintonia de consciência, como a da mulher hemorrágica, dos evangelhos, que tocou a orla do manto de Jesus (afinou-se à consciência crística em Jesus) e, no mesmo instante em que a paz do Mestre a envolveu, foi curada!

A dignidade e sacralidade do indivíduo 

O significado acerca do Cristo nos escapará, se não compreendermos que o Cristo sanador jamais foi crucificado, ou encerrado num túmulo. O Cristo sanador é o "Príncipe da Paz", que mora em nosso íntimo: o Filho de Deus que foi entronizado em nós qual uma semente, desde o princípio. Através de nossas meditações, da contemplação e comunhão interna com essa divina Centelha, fazemos ressurgir esse Filho de Deus, em nós. Esta comunhão faz manifestar tudo aquilo que o Filho de Deus é em nosso universo.

É um milagre da graça que, "onde dois ou mais estejam reunidos, em nome dEle, ali Se manifeste o reino de Deus, neles e entre eles". É um milagre da graça que, um com Deus, seja a maioria. Cada vida singular é um milagre da graça de Deus; cada indivíduo é um descendente do Altíssimo.

O homem ocidental deve aprender a apreciar a dignidade do homem individual, para merecer a força moral plena, que trará eventualmente a paz à terra. Não é pelo poderio militar que se implanta a paz. Ela será estabelecida pela capacidade moral das nações que tenham vislumbrado o significado e valor real de um indivíduo, e a razão desse valor. Não é por sua condição humana que um indivíduo é valioso. O grande valor de um indivíduo é ser ele, potencialmente, o Cristo, o Príncipe da Paz. Por isso ele é tão importante para Deus, tal como os maiores profetas, santos e salvadores são.

Se apenas dez homens justos pudessem tomar consciência da dignidade e sacralidade do ser individual, agiriam com tal força moral que poderiam alterar para melhor a natureza de toda uma cidade ou estado, os negócios de uma nação, e talvez, ajudar nos relacionamentos internacionais. Deve haver elevação do ideal crístico, a respeito da natureza individual do ser; deve haver o reconhecimento de nós mesmos como descendentes de Deus; deve haver a convicção de que nossa vida não é nossa, senão a Vida de Deus individualmente expressa através de nós, como você e como eu: a Mente de Deus individualmente manifestada como a sua mente e a minha. Se fôssemos simplesmente essa forma que vemos no espelho refletida, qual seria a razão de nossa existência na Terra? Se observamos o modo de proceder de certas pessoas, meramente como seres humanos, perguntaríamos porque elas são toleradas neste mundo. Só quando começarmos a compreender a natureza dAquele que está latente em cada indivíduo, à espera de ser conscientizado e soerguido, para nossa redenção e missão, como Filhos de Deus na Terra -- só então entenderemos que viemos a este mundo para demonstrar toda a glória de Deus. Este é o verdadeiro Natal, isto é, o Cristo corporificado, o Verbo feito carne.

"Pois eu desci dos céus, não para fazer a minha própria vontade, mas a vontade dAquele que me enviou". Esclarece o Mestre que, em virtude da natureza universal de Deus, é tarefa, minha e sua, viver de tal modo que a vontade de Deus se faça em e através de nós -- e não a vontade pessoal, minha e sua. Nossas vidas devem ser consagradas a Deus, em obediência a esse princípio.

Qualquer indivíduo que seja capaz de não se identificar com suas solicitações humanas e tome consciência de que "estou aqui para que a vontade de Deus Se cumpra, para dar saída ao 'Fulgor aprisionado' em mim; estou aqui para ser um canal consciente, amoroso e desinteressado ao Cristo interno, em benefício de todos os que ainda se encontram em escuridão", em tal indivíduo o Cristo vive e age.

Napoleão disse que todo soldado leva na mochila um bastão de marechal, uma outra forma de reconhecer as imensas e imprevisíveis possibilidades de cada indivíduo. É uma expressão paralela ao ensinamento cristão, segundo o qual, todo indivíduo, mercê da divina Semente nele plantada, pode exprimir a autoridade e dignidade de um Ser espiritual autêntico.

A humanidade teve a fortuna de contar com grandes instrutores, que alcançaram a realização do Espírito interno e a visão de Sua vontade: Moisés, Elias, Eliseu, Jesus, João, Paulo, Buda. Todos esses homens ensinaram essencialmente a mesma coisa. Mas foram simples cicerones, revelando o que haviam alcançado e o que o homem pode alcançar. Foram suficientemente humildes para reconhecer que se eles não se fossem, o Consolador não nos poderia vir, pelo emergir da Consciência espiritual interna. Percebamos, também, que a revelação dos Mestres espirituais, em todos os tempos, foi a de um princípio universal, que devemos internamente demonstrar como revelação crística. Caso contrário, como poderia o reino de Deus implantar-Se na Terra, se não fosse plantado e desabrochado em cristicidade, em cada indivíduo?

A não ser por esse potencial divino que reclama expansão, poderiam os povos deste mundo melhorar? Poderiam as pessoas más transformar-se em boas pessoas? As ignorantes em sábias? Haveria algum poder para tirar a raça humana do que sempre foi: de um estado selvagem, brutal, de servidão e carência, de ignorância em massa? Poderia o mundo transformar-se, a não ser pela vontade divina que vagamente apreendemos como vontade nossa, de buscar a realização do Natal, a natureza da verdade? Isto se deve à Semente de Deus, plantada na consciência humana, em mim e em você, e que deve germinar e frutificar, definindo nossa identidade individual.

Haveria outro meio de se fazer isso? A educação é, naturalmente, uma valiosa ajuda para a sociedade civilizada, mas, o mero treinamento acadêmico, o simples cultivo intelectual, não podem fundamentar uma consciência moral e integral. Só a realização de nossa natureza espiritual pode fazê-lo. Só o florescimento da natureza crística pode nos elevar acima das limitações humanas, formando uma sociedade de pessoas inspiradas, com elevado sentido moral e espiritual. Dizer às pessoas que devem ser boas, que deve haver paz na terra, que deve haver retidão nas relações humanas, não basta. Nem os sermões o conseguem. A paz na Terra será realizada apenas por um meio: encontrando-a em nosso próprio íntimo e abrindo caminho para que ela desborde à nossa experiência, abençoando e fazendo de nós mesmos uma bênção. De fato, ao encontrar e experimentar a paz de Deus, atrairemos pequenos grupos afins que acharão, por sua vez, essa paz. Desse modo, ela se irá espalhando, "ad infinitum".

Libertando o "fulgor aprisionado"

A paz está encerrada em você e em mim. É preciso libertar o "Príncipe da Paz" de nosso íntimo e deixá-Lo sintonizar-se como todos aqueles que, neste momento, se acham maduros e receptivos para a "experiência do despertar". Repitamos: não se consegue isto pela tentativa de moralização das pessoas ou de pedir aos outros que sejam melhores do que têm sido. Nada disso. Isto é feito individualmente, pelo mergulho em si e libertação do Príncipe da Paz, que está encerrado dentro de nós. Isto é feito ao comungarmos com o Espírito interno, ao conscientizá-Lo em nós. Desse modo vamos formando uma abertura pela qual Ele emerge e Se liberta, caminhando diante de nós para realizar nossas obras, segundo a perfeita vontade do Pai. Notem bem: não nos cabe ir ao encontro do mundo para salvá-lo, senão ir ao encontro de nós mesmos, de nossa real identidade, para nos fundirmos em nova consciência e deixarmos que Ela se expanda de nós, em realização e ajuda.

Não há mérito espiritual em milhares de palavras que possamos enunciar; não há valor moral ou espiritual nas centenas de lições que possamos dar. A graça de Deus não pode alcançar as consciências humanas pela moralização. Só a consciência pode atingir a consciência. Retiremo-nos, em nossos lares, em nossos templos, em vales e colinas, para encontrar a paz escondida em nosso interior. Convertamo-nos em faróis através dos quais a graça de Deus possa ser irradiada. Então essa Presença invisível poderá preceder-nos no caminho, aplainando o solo e preparando mansões para nós. Os períodos de silêncio e de conscientização da Presença constituem o que de mais precioso podemos oferecer ao mundo.

Cada vez que vemos uma pessoa e realizamos que esta graça divina está dentro dela, somos-lhe uma bênção silenciosa. Assim, entoamos, sem vozes nem escrito, a paz ao mundo. Olhemos um indivíduo e tomemos consciência de que a graça de Deus está nele também; que ele é um Filho de Deus. Esta é, simplesmente, a prática de libertar o "Fulgor aprisionado": o reconhecimento do Cristo, no íntimo de nossos amigos; além da mera aparência de um ser humano, andando sobre a Terra. É ver e regar, com esta verdade, a semente divina plantada em seu íntimo.

Esta semente continua enterrada dentro de nós e permanecerá como simples semente ou possibilidade, enquanto não a nutrirmos com o alimento espiritual adequado: o reconhecimento constante, repetido, de nossa identidade espiritual.

Dentro do ser individual está o Filho de Deus, este Eu, que ele é; dentro dele está a divina Presença e o divino Poder -- a Graça de Deus. O EU, dentro dele, é o alimento, o brilho do Sol e a chuva fecundante, para esta semente.

Depois esta semente começa a brotar. A natureza de nossos amigos, parentes, sócios, companheiros de trabalho, começa a mudar aos nossos próprios olhos, sem que eles mesmos saibam o porquê. É possível que algo se desenvolva neles e encetem uma busca de Deus, de verdade, até que uma mensagem ou um mensageiro lhes revele que não há necessidade de buscar longe, porque o que estão buscando está dentro deles mesmos e o desejo que sentem é o próprio apelo do "Fulgor Aprisionado" para despertar e libertar-se. O que buscam é a divina Realidade neles: o Filho de Deus, o Santo Graal dentro de susas próprias consciências.

Toda sacralidade do Filho de Deus está estabelecida no centro de nosso ser -- a eternidade, a imortalidade, a natureza infinita da seidade de Deus -- porque somos UM com o Pai, e tudo que o Pai tem, já é nosso: a Sua sabedoria,a Sua Mente, a Sua Graça, a Sua Presença, a Sua Substância, o Seu Ser. O próprio alento de nossa vida, pois somos UM e, nesta unidade, encontramos a plenitude e nossa união com toda a humanidade. Somente na unidade com Deus é que nos sintonizamos com a Luz individual em cada ser e nos identificamos com tudo que haja percorrido o globo no passado, no presente e no futuro.

O Natal revela-nos que Deus plantou o Seu Filho em nós!

"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz. Do incremento deste principado e da paz, não haverá fim." (Isaías 9: 6-7 )
Joel S. Goldsmith

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