sábado, 14 de fevereiro de 2015

                                      Estudo
 


                          O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO  - XXXXIII                          CAPÍTULO V: BEM - AVENTURADOS OS AFLITOS
                          ITENS 14 a 17: O SUICÍDIO E A LOUCURA

          No dicionário Houais, loucura é "distúrbio, alteração mental caracterizada pelo afastamento mais ou menos prolongado do indivíduo de seus métodos habituais de pensar, sentir e agir."Duas podem ser as causas desse distúrbio: orgânica e espiritual. A primeira seria uma afecção no cérebro, perturbando a manifestação do Espírito. A segunda, a mais freqüente, seriam perturbações do próprio Espírito, não sabendo lidar com determinados problemas ou situações da vida, atraindo, geralmente, espíritos obsessivos que agravam o estado de perturbação.
É a essa loucura que Kardec coloca junto ao suicídio, como possíveis de serem evitados pelos conhecimentos do espiritismo.Ambos acontecendo pelas fraquezas do homem em enfrentar as vicissitudes, as aflições naturais de um mundo de expiações e provas, onde vivem Espíritos em processo evolutivo, ainda muito imperfeitos quanto ao desenvolvimento moral.Somente o espiritismo traz os esclarecimentos racionais para o fortalecimento do homem, no enfrentamento dessas dificuldades, evitando-se a loucura e o suicídio.A doutrina espírita, demonstrando que cada um é responsável pelo que é, herdeiro de si mesmo no decorrer de sua evolução, através das vidas sucessivas e da lei de causa e efeito, fornece ao homem a certeza de que ele pode desvencilhar-se das mazelas que ele mesmo fez e faz em si.
Faz com que ele perceba que a vontade que usou para caminhar nos atalhos do egoísmo, do orgulho, é a mesma que pode acionar para eliminá-los, subordinando-se, resignadamente, às consequências difíceis e desagradáveis que ele detonou, quando não possuía os conhecimentos que hoje essa doutrina coloca à disposição de todos.Mostrando também, que todos têm amigos encarnados e desencarnados que o auxiliam, neste plano e no outro, faz com que o homem sinta mais confiança na sua luta interna e externa.
Demonstrando como é a continuidade da vida, além da morte do corpo físico, dá os melhores motivos para o homem não se abater diante dos infortúnios terrenos, e perceber, nessas aflições, oportunidades diversas de renovação interior, de aprendizado constante das virtudes ensinadas por Jesus, compreendendo a vida na Terra como passageira, diante da eternidade, diminuindo assim, a importância dessas vicissitudes e dificuldades.
Para essas, há sempre soluções corretas, que não infringem as leis de Deus, que se não as solucionam ou amenizam de pronto, podem iniciar o processo de solução. Necessário o esforço na vivência da calma, da paciência, da resignação ensinadas por Jesus e melhor esclarecidas pelo espiritismo.
Colocou Kardec, juntos, a loucura e o suicídio, porque ambos acontecem pela suposta impossibilidade que o homem vê em aceitar e enfrentar seus problemas, julgando-os muito piores do que são, insolúveis, o que não existe.O homem enlouquece quando abdica de sua razão, desequilibrando seu campo mental, entregando-se, passivamente, às influências externas que se casam com seus sentimentos desequilibrados. Sairá desse estado, tanto mais facilmente, quanto menor for a sua gravidade.O homem se suicida, excetuando-se os que se verificam por motivos de embriaguez e da loucura, quando se torna incapaz de raciocinar, por não ver saída para seus infortúnios a não ser a porta da morte, que julga ser o fim da vida.
É bom lembrar que na evolução do entendimento dos ensinos espíritas, sabemos hoje que no suicídio indireto, inconsciente, quando o homem age com desprezo aos cuidados com seu corpo, dando vazão aos vícios materiais, aos vícios espirituais, tais como estar sempre colérico, impaciente, irritado, também concorrendo para o desequilíbrio do organismo, podem ocasionar o desencarne prematuro.A doutrina espírita, demonstrando a continuidade da vida além-túmulo, com a individualidade consciente do Espírito, com suas conquistas, com sua imperfeição, continuando a aperfeiçoar-se, retira o principal motivo do suicídio: acabar com a vida de sofrimentos.
Compreender e aceitar que se desperta no plano espiritual como se é, com a mesma visão da vida, do mundo e das coisas, com as mesmas dúvidas e certezas, que a morte, por si só, não altera nosso modo de ser, de sentir, de pensar, é um motivo importante para afastar a idéia de suicídio.Quando o homem se sente desarvorado, sob o peso do sofrimento, sem vislumbrar uma saída que lhe satisfaça, e se suicida, continua, no plano espiritual, com os mesmos sofrimentos internos, não solucionados, acrescidos dos sofrimentos decorrentes do suicídio, visto que a morte do corpo não elimina o espírito e seu corpo espiritual. O que lhe parecia impossível de suportar, continua dentro de si e mais as consequências do ato provocativo da morte. A situação é nova, mas o Espírito é o mesmo.O espiritismo prova que o suicídio nada resolve, apenas agrava os sofrimentos atuais, retardando ou dificultando um progresso que estava sendo realizado, pois, muitas vezes, várias existências serão necessárias, para desfazer as suas conseqüências no perispírito e no Espírito imortal.
Só esse conhecimento, amplamente divulgado na literatura espírita, já é um bom e útil preservativo para quem tem idéias de suicídio. "A incredulidade, a simples dúvida quanto ao futuro, as idéias materialistas, em uma palavra, são os maiores incentivadores do suicídio: elas produzem a frouxidão moral."
Auxiliar o progresso da humanidade, combatendo o materialismo, é a missão do espiritismo, comprovando, cientificamente, a vida além túmulo, com seu dinamismo, numa continuidade das mesmas dificuldades e problemas, que aqui como lá, embora em condições novas, são obstáculos para serem superados, resolvidos, visando o crescimento espiritual de cada um.São os Espíritos que se suicidaram que vêm, através da mediunidade, contar dos seus sofrimentos após o ato cruel contra si mesmo, cumprindo a lei de solidariedade e de fraternidade, sob o amparo dos Irmãos Maiores, para esclarecer os que trazem dentro de si, conseqüência de experiências do passado, essa idéia infeliz de resolver problemas.
Em O Céu e o Inferno, Allan Kardec colocou no capítulo V diversas mensagens de espíritos suicidas, que vale a pena ler e refletir.Resumindo, Kardec cita os motivos que o espiritismo demonstra para que o espírita oponha-se à idéia do suicídio:
"a certeza de uma vida futura, na qual ele sabe que será tanto mais feliz quanto mais infeliz e mais resignado tiver sido na Terra", isto é quanto mais resignado tiver sido nos seus sofrimentos e infortúnios.
"a certeza de que, abreviando seu viver, chega a um resultado, inteiramente, contrário ao que esperava;que foge de um mal para cair noutro ainda pior, mais demorado e mais terrível;que se engana ao pensar que, ao se matar, irá mais depressa para o céu;que o suicídio é um obstáculo à reunião, no outro mundo, com as pessoas de sua afeição, que lá espera encontrar.
De tudo isso resulta que o suicídio, só lhe oferecendo decepções, é contrário aos seus interesses. Por isso, o número de suicídios que o espiritismo impede é considerável e podemos concluir que quando todos forem espíritas não haverá mais suicídios conscientes"Pela sua obra toda, penso que essa última frase de Kardec não deve significar que toda a humanidade da Terra será um dia espírita, mas que os princípios dessa doutrina farão parte do conhecimento e do viver de todos.
Penso que nos mundos onde vivem os espíritos já perfeitos, a religião aceita e vivida, em espírito e verdade é a do AMOR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AMOR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO.
O espiritismo, na atualidade, é a única doutrina científica, filosófica e religiosa que explica, com lógica e clareza, as leis naturais, eixo dos ensinos de Jesus, capaz, portanto, de auxiliar o desenvolvimento moral da humanidade da Terra.Por isso, Kardec escreveu: "A calma e a resignação adquiridas na maneira de encarar a vida terrena, e a fé no futuro, dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo da loucura e do suicídio."
Leda de Almeida Rezende EbnerDezembro / 2004

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