A COLMEIA
APEGO AOS BENS MATERIAIS.
Nem sempre percebemos que algumas coisas que fazemos não estão
corretas.
Foi o que aconteceu durante muito tempo em minha vida.
Brinquedos e roupas que não usava mais, não permitia que mamãe desse as outras pessoas.
Por isso, meu guarda-roupa foi se entulhando de coisas que não
me serviam mais.
Quando mamãe insistia para que eu me desapegasse daquilo que não era mais útil e poderia servir a tantas outras crianças, eu reagia energicamente, não permitindo que ela o fizesse.
Papai, como agrônomo, dava assistência a muitas fazendas.
Um dia, fui convidado para acompanhá-lo em seu trabalho:
Iria ver como estavam as laranjeiras de um grande pomar.
Quando chegamos, fomos acolhidos pelo delicioso perfume das flores. Não havia laranjas nos pés, mas as laranjeiras estavam inteiramente floridas.
As abelhas passavam
de flor em flor, recolhendo o néctar e o pólen, aquele pozinho amarelo das
flores.
Com isso, explicou papai, elas fertilizam as flores, fazendo com que
se desenvolvam os frutos.
As patinhas das abelhas estavam carregadas de pólen
que elas levavam à colmeia, servindo para produzir cera e mel.
Papai apontou
para uma colmeia e de longe percebi a atividade intensa de milhares de abelhas.
Ele me disse que à medida que eram úteis para a produção dos frutos, também elas
iam se reproduzindo muito, fazendo a colmeia crescer, enchendo os favos de
mel.
De repente, ocorreu-me uma dúvida e perguntei a papai:
- Quando a caixa da colmeia estiver bem cheia de favos e mel, o que elas fazem?
- Elas produzem novas rainhas, abandonam a caixa e vão formar novas colmeias.
- E o que elas fazem com todos estes favos que elas produziram com tanto trabalho? Perguntei.
- Eles já não servem mais para elas, mas são de grande importância para nós. Você já sabe da importância de tudo o que as abelhas produzem.
Papai olhou fixamente para mim e continuou perguntando:
- Você percebeu que as abelhas não são apegadas à colmeia?
Logo veio à minha lembrança um guarda-roupa abarrotado de coisas que não me serviam e que já era hora de eu deixar que outros desfrutassem de tantas coisas úteis que ali estavam ficando velhas.
Comentei com papai tudo aquilo que estava pensando.
Ele me
abraçou e disse algo que jamais esquecerei.
- Minha filha, nada nos pertence!
Tudo é empréstimo de Deus para que possamos crescer em conhecimento e amor.
É
preciso que saibamos usar os bens materiais com inteligência, sabedoria e
desprendimento.
O apego às coisas materiais nos faz egoístas e o egoísmo nos faz
infelizes.
Quando damos do que temos aos outros, diminuímos os sofrimentos das
pessoas.
Nunca se esqueça: não existe alegria maior que a de fazermos os outros
felizes.
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"Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir sempre, tal 頡 lei" Allan Kardec.
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