sábado, 17 de outubro de 2015


          Mensagem de um Zé 

Por PAULO RENATO BREDARIOL - Contatos: paulo@administradorabreda.com.br

NENHUM GRANDE MESTRE gostaria de lhe converter em uma marionete, porque, então, ele o estaria matando. 

Então seria um assassino. 

Ao contrário, ele lhe ajudará a ser você mesmo. 

E se não puder ser você mesmo na intimidade e na comunicação com seu Mestre, então onde você será você mesmo? 

O Mestre significa uma oportunidade de você ser você mesmo. 

Só as mentes pequenas, as mentes estreitas, que fingem ser Mestres e que não são Mestres, tentarão impor-se sobre você. 

Os grandes Mestres lhe ajudarão a crescer em seu próprio caminho. 

E os grandes Mestres criarão todo tipo de barreiras para que não caia na tentação de seguir (copiar, imitar, ser vítima autômata do seguir, sem pensar ou raciocinar por si mesmo). 

Criarão todo tipo de barreiras! 

Não lhe permitirão isso, porque você terá a tendência de seguir. 

É fácil, a imitação é fácil; ser autêntico é árduo. 

E quando imita, você não se sente responsável por isso; o mestre é responsável. 

Nenhum grande mestre jamais permitiu que alguém o imitasse. 

Ele criará todo tipo de obstáculos para que não possa lhe imitar. 

Levará você a você mesmo por todos os meios. Isto parece contraditório, mas assim é como funciona o mecanismo mais profundo da consciência. 

Os Mestres são misteriosos. 

Você não pode julgá-los; não pode estar seguro do que estão fazendo a menos que a coisa toda aconteça. 

Só então, retrospectivamente, será capaz de saber o que estavam fazendo. 

Agora é impossível. 

Na metade do caminho, não pode julgar o que está acontecendo, o que se está fazendo. 

Mas uma coisa é segura: a imitação não pode ser permitida.

AGORA ENTENDO... Sei bem porque aqui estou, sei porque eu tenho. 

Consigo hoje entender o que me envolve, que me motiva; consigo simplesmente acreditar sem querer provar. 

Tenho ciência que meus obstáculos são meus problemas; meus defeitos, tenho que enfrentá-los. 

Não tenho que querer provar a outros o que sou, o que faço, por que faço; tenho que ter o coração limpo, tenho que ter disposição para o bem, amar de graça, ter respeito sempre, oferecer minha palavra a quem dela possa se alimentar. 

Sei que muito caminho ainda terei a seguir, muitas objeções encontrarei, mas entendo, mesmo sendo difícil aceitar, entendo onde e por que isso devo passar. 

Poder não me fascina, poder não me chama a atenção; prefiro passar sem ser notado, prefiro notar aquele que não é notado. 

Tenho que me reforçar com o desejo que me move, quero olhar nos olhos e ter a atenção a todos que a mim vierem. 

Não posso permitir que a soberba me atinja: quero a simplicidade, quero a verdade. 

Meu nome não ventilarei, mesmo que seja jogado ao vento. 

Não quero propaganda, pois tenho noção, mas quero ter convicção que sou um qualquer, sou povo, sou povão, sou imperfeição. 

Sou aquele que acredita e ama, que anda ao encontro de uma resposta, que acredita no além do horizonte, que vê o brilho do sol no dia de chuva, que acredita na passagem da tempestade. 

Que um dia, marcado com as espadas e machados dos guerreiros do tempo, queimado e marcado com o fogo sagrado, tenho os pés marcados pela sujeira dos tempos, dos mundos, dos submundos. 

Sou aquele que sentiu o frio da madrugada gelada dos perdidos, que viu um sorriso daquele arrependido; sou aquele que um dia acreditou valer a pena. 

Encontrei minhas mães em minha cabeceira, me cuidando para que um dia acordasse, acreditando que um dia me restabeleceria. 

Descobri ser filho de vinte e um, e não de um pai, ser filho de vinte e uma, e não de uma mãe, ter vinte e um ao meu redor e não um. 

Não quero ser rei, dono, patrão, proprietário, mandatário, senhorzinho, capanga, príncipe, faraó... Este sou eu, mas o que quero? 

Quero apenas ser um Zé qualquer.

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