domingo, 29 de novembro de 2015



                                  Bebidas e Fumo na Umbanda

 por Rodrigo Queiroz

O fumo, Tabaco, é considerado uma "Erva de Poder", usada há milênios pelos povos indígenas, considerado sagrado com larga utilização em seus trabalhos de cura, pajelança e xamanismo. 

"Tudo que é sagrado traz o divino e as virtudes para nossas vidas, sempre que profanamos algo sagrado atraímos a dor e o vício.

" Assim, o mesmo tabaco que cura em seu aspecto sagrado também vicia e traz a dor quando utilizado de forma profana. 

Industrializado no formato de cigarro, o fumo traz além da nicotina mais de 4.250 outros agentes tóxicos, prejudicial à saúde, sendo causador de várias doenças, o câncer entre elas. 

Resultado do uso profano... 

Algo muito parecido acontece com o Álcool que como "Bebida de Poder" atrai forças e poderes das divindades, também utilizado para curas. 

Dentro do conceito elemental, o fumo é o vegetal que traz os elementos terra e água, quando utilizado no fumo e defumação traz os elementos ar e fogo. 

Resumindo, o fumo é uma defumação direcionada, que traz além do vegetal os quatro elementos básicos (terra, água, ar e fogo) para trabalhos de magia prática. 

O Sopro por si só traz efeitos terapêuticos e espirituais muito valorosos e eficazes nos trabalhos de cura e limpeza, que somado ao poder das ervas é potencializado muitas vezes em resultados largamente vistos durante os trabalhos de Umbanda. 

O Álcool é do elemento água, provindo de um vegetal (a cana), que se sustenta na terra, altamente volátil no ar e considerado o "fogo líquido", de fácil combustão. 

Tanto o Fumo quanto o álcool são utilizados para desagregar energia negativa, queimar larvas e miasmas astrais e, no caso do álcool, para desinfetar e limpar no externo e no interno já que pode ser ingerido. 

Logo, as entidades de Umbanda não têm vício e nem apego a esses elementos, não bebem além de alguns poucos goles e nem tragam a fumaça que é manipulada apenas. 

Alguns guias chegam a cuspir em recipientes adequados, a famosa "caixinha", que fica ao seu lado, para neste ato evitar ao máximo a ingestão da nicotina e de outros elementos que não interessam para o trabalho e muito do que vem pela química industrial. 

O Astral tem nos ensinado muitos recursos para evitarmos o uso de cigarros industrializados no Templo. 

No reino vegetal, temos ervas de várias propriedades, que quando combinadas e ativadas (queimadas) tornam-se grandes condutores energéticos, descarregadores, energizadores e equilibradores. 

Então, seguem algumas receitinhas: 

Façam charutos para caboclos com as seguintes ervas piladas: sálvia, alfazema e calêndula, pode ser enrolada na palha, o caboclo aceita esta receita que é muito boa e funciona tanto quanto um charuto bom e natural, sem a química

Para preto velho, faça o fumo de cachimbo com sálvia, alecrim, folha de café e urucum. 

Para Exu, troque o cigarro comum por charutos ou cigarrilhas. 

Para Pomba Gira, troque o cigarro por cigarrilha. 

Temos a opção para Exu de pilar sálvia, cravo vermelho seco e levante, e para Pomba Gira podemos usar sálvia, hibisco e rosa vermelha. 

Cabe a nós facilitarmos o trabalho das entidades. 

Erroneamente, algumas pessoas acreditam que Exu tem que beber garrafas de "marafo" (álcool, água-ardente, pinga), assim como baianos e outras linhas, pensam que marinheiro "enche a cara" e vem embriagado, quando sua "embriaguez" é a energia e a vibração do mar que ele traz. 

Os Guias manipulam estas bebidas onde temos para elas o nome de "curiador" (a bebida correta para cada linha de trabalho), sendo assim: . 

Caboclos bebem cerveja ou água de coco; 

Pretos-velhos bebem café e, em alguns casos, já presenciamos utilizarem vinho; 

Crianças bebem guaraná e suco de frutas, mas também presenciamos algumas que tomam outros tipos de refrigerante;

Baianos bebem água de coco ou batida de coco;

Boiadeiros bebem cerveja escura; 

Marinheiros bebem rum, e alguns bebem cerveja clara; 

Exus bebem a "marafa" (pinga). Alguns bebem uísque ou vinho; embora não seja comum, já vimos alguns que bebem cerveja; 

Pombas-Giras bebem champanhe ou sidra. 

É imprescindível o "marafo" no trabalho de Exu, mas não para beber em demasia. 

A bebida é usada para manipulação magística, é colocada no ponto, na tronqueira, lavam os instrumentos etc. 

No caso de Exu, sua vibração é mais densa, por isso pode-se antes da incorporação passar um pouco de pinga nas mãos, pés, testa e nuca, assim o médium sentirá sua vibração baixar, facilitando a conexão da incorporação. 

Se numa determinada situação é preciso derrubar mais a vibração orgânica é quando possivelmente a entidade toma um golinho de "marafo". 

Dependendo do trabalho, pode ser preciso ingerir mais, com a intenção de manipular e canalizar esta energia, nada além disso. 

Uma outra função da bebida, muito usada pelas linhas da direita, é usá-la como o "contraste", usado pela medicina tradicional. 

Quando algum problema de ordem física está ocorrendo, eles magnetizam a bebida, tal como vinho, água de coco, água pura, batida etc., e pedem para o consulente ingerir uma pequena quantidade, aí eles conseguem visualizar outras coisas no organismo, é como um check-up mais apurado. 

Mas atenção: se tiver preto-velho virando garrafas de vinho, baianos matando litros de batida, então algo está fora da doutrina e da educação mediúnica. 

Umbanda é Luz, e onde não houver bom senso e ética, não tem Umbanda. 

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