INDICE:
103.1.01 - Umbanda Popular
103.1.02 - Umbanda Esotérica
103.1.03 - Origem dos Cultos Afros no Brasil
103.1.04 - Preto Velhos
103.1.05 - Magia na Umbanda
103.1.06 - A Encruzilhada
103.1.07 - Perdas de Fiéis
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103.1.1 - UMBANDA POPULAR
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103.1.1.01 - ORIGEM:
Em fins de 1908, uma familia tradicional de Neves estado do Rio de Janeiro, foi surpreendida por uma ocorrência que tomou aspecto sobrenatural: O jovem Zélio Fernandes de Moraes que fora acometido de uma estranha paralisia, que os médicos não conseguiam debelear, certo dia ergueu-se do leito e declarou: "Amanhã estarei curado".
No dia Seguinte levantou-se normalmente e começou a andar, como se nada, antes lhe houvesse tolhido os movimentos. Contava apenas com dezessete anos e destinava-se a carreira militar na Marinha.
A medicina não soube explicar o que tinha ocorrrido. Os tios, que eram padres católicos, foram colhido de surpresa e nada esclareceram sobre a misteriosa ocorrência. Um amigo da família, sugeriu então, uma visita à Federação Espírita de Niterói, presidida por José de Souza na época. No dia 15 de Novembro de 1908, o jovem Zélio foi convidado a participar de uma sessão, o dirigente dos trabalhos determinou que ele ocupasse um lugar à mesa.
Tomado por um força estanha e superior à sua vontade, contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer membro da mesa, o jovem Zélio levantou-se e disse: "Aqui, está faltando uma flor!" - Levantou-se, retirou-se da sala. Pouco depois, voltou trazendo uma rosa, que depositou no centro da mesa. Essa atitude insólita causou um tumulto.
Restabelecida a "corrente" manifestaram-se espíritos que se diziam pretos, escravos, índios, caboclos, em diversos médiuns. Esses espíritos foram convidados a se retirar pelo presidente dos trabalhos, advertidos do seu estado de atraso espiritual.(Fonte: Seleções da Umbanda, em 1975)
A insistência dos dirigentes da mesa, para que os espíritos de negros, escravos, não perturbassem a sessão, causou uma discussão acalorado, entre o espírito que Zélio incorporava com os demais que queriam doutriná-lo.
Zélio tinha argumentos sólidos, e um dos médium da mesa, perguntou ao espírito que estava incorporado no Zélio:" Porque o irmão, fala nestes termos, pretendendo que esta mesa aciete a manifestação de espiritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente atrasados? E, qual teu nome irmão?"
Zélio Respondeu, incorporado: "Se julgam atrasados esses espíritos dos pretos, índios, caboclos, devo dizer que amanhã estarei em casa desse aparelho (corpo do médium Zélio), para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar a sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome que seja esse: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."
Continuou:
"O que você vê em mim, são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761. Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer como caboclo brasileiro."
Anunciou também o tipo de missão que trazia do Astral:
"Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã (16 de novembro) estarei na casa de meu aparelho, às 20 horas, para dar início a um culto em que estes irmãos poderão dar suas mensagens e, assim, cumprir missão que o Plano Espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados.”
O vidente retrucou: "Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?" - perguntou com ironia. E o espírito já identificado disse:
"Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei".
Para finalizar o caboclo completou:
"Deus, em sua infinita Bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal, rico ou pobre, poderoso ou humilde, todos se tornariam iguais na morte, mas vocês, homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar essas mesmas diferenças até mesmo além da barreira da morte. Porque não podem nos visitar esses humildes trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas socialmente importantes na Terra, também trazem importantes mensagens do além?"
No dia seguinte, na casa da família Moraes, na rua Floriano Peixoto, número 30, ao se aproximar a hora marcada, 20:00 h, lá já estavam reunidos os membros da Federação Espírita para comprovarem a veracidade do que fora declarado na véspera; estavam os parentes mais próximos, amigos, vizinhos e, do lado de fora, uma multidão de desconhecidos.
Às 20:00 h, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Declarou que naquele momento se iniciava um novo culto, em que os espíritos de velhos africanos que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de atuação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas em sua totalidade para os trabalhos de feitiçaria; e os índios nativos de nossa terra, poderiam trabalhar em benefício de seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social.
A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria a característica principal deste culto, que teria por base o Evangelho de Jesus.
O Caboclo estabeleceu as normas em que se processaria o culto. Sessões, assim seriam chamados os períodos de trabalho espiritual, diárias, das 20:00 às 22:00 h; os participantes estariam uniformizados de branco e o atendimento seria gratuito. Deu, também, o nome do Movimento Religioso que se iniciava: UMBANDA – Manifestação do Espírito para a Caridade.
A Casa de trabalhos espirituais que ora se fundava, recebeu o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque assim como Maria acolheu o filho nos braços, também seriam acolhidos como filhos todos os que necessitassem de ajuda ou de conforto.
Ditadas as bases do culto, após responder em latim e alemão às perguntas dos sacerdotes ali presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou a parte prática dos trabalhos.
O caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que haviam neste local, praticando suas curas.
Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras:
" Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá."
Após insistência dos presentes fala:
"Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nego."
Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:
"Minha caximba. Nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque busca."
Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade.
Assim Zélio se tornou o Sacerdote de Umbanda, dando início a uma nova religião:
(Revista Planeta - Candomblé e Umbanda -Ari Moraes)
A Umbanda é uma religião brasileira, fundada em 15/11/1908, e fundamentada em 3 pilares que são sua base de sustentação: O AMOR, A CARIDADE E A HUMILDADE,composta de um deus único (OLORUM), que é o criador de tudo e todos, onde seus frequentadores (chamados também de "filhos de fé") reverenciam entidades superiores denominados ORIXÁS, sendo o principal Jesus (OXALÁ).
A Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para assentamento de Orixás, e não tem nessa práticalegítima do Candomblé um dos seus recursos ofertatórios às divindades, pois recorre às oferendas de flores,frutos, alimentos e velas quando as reverencia. A fé é o principal fundamento religioso da Umbanda e suas práticas ofertatórias isentas de sacrifícios de animais, é uma reverência aos Orixás e aos guias espirituais recomendando-as aos seus fiéis, pois são mecanismos estimuladores do respeito e união religiosa com as divindades e os espíritos da natureza ou que se servem dela para auxiliarem os encarnados. Encontramos aqueles que crêem que os Exús são entidades (espíritos) que só fazem o bem, e outros que crêem que os Exús podem também ser neutros ou maus. Observe-se que, muitas vezes, os médiuns dos terreiros de Umbanda e mesmo de Candomblé e dos centros Kardecistas não têm uma idéia muito clara da natureza da(s) entidade(s), quase sempre, por falta de estudo da religião. | ||||||
Existe grande confusão em torno de Exu, principalmente quanto a sua errônea concepção com o demônio dos católicos. Num estudo profundo sobre a mitologia africana, principalmente a Iorubana, poderemos constatar que Exu não é diabo, mas, sim, um Deus, responsável pelas mensagens dos Orixás. Na verdade, Exu serve deintermediário entre os Orixás e os adeptos do Candomblé. Cada Orixá possui seu Exu, assim também como cada pessoa. O trabalho de Exu é, principalmente, o da comunicação, por este motivo ele é o senhor das vias de acesso, como estradas, atalhos, caminhos e encruzilhadas.
Exu possui grande importância dentro dos cultos afro-brasileiros, visto que, sem seu apoio, as mensagens e os pedidos não chegarão aos Orixás.
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103.1.1.04 - DESPACHOS:
Os trabalhos malignos ( os tão famosos popularmente chamados de "pactos com o diabo", “Despachos”,"Coisa feita","Trabalho do Mal", "ebó", "Macumba", "Mironga", "Muamba" ), como matar por exemplo, Não são acordos feitos com os Exús, mas, com os KIUMBAS, entidades que agem na surdina, fazendo-se passar pelos Exús, atuando em terreiros que não praticam os fundamentos básicos da Umbanda que são:
Videntes os vêem nestes lugares e erroneamente dizem que eles são de lá. Devido a esta característica, os Exús, são confundidos com os Kiumbas, que são espíritos trevosos ou obsessores, são espíritos que se encontram desajustados perante à Lei. Provocando os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas confusões, até as mais duras e tristes obsessões. São espíritos que se comprazem na pratica do mal, apenas por sentirem prazer ou por vinganças, calcadas no ódio doentio. Aguardando, enfim, que a Lei os "recupere" da melhor maneira possível (voluntária ou involuntariamente).
Kiumbas vivem no baixo astral, onde as vibrações energéticas são densas. Este baixo astral é uma enorme "egrégora" formada pelos maus pensamentos e atitudes dos espíritos encarnados ou desencarnados. Sentimentos baixos, vãs paixões, ódios, rancores, raivas, vinganças, sensualidade desenfreada, vícios de toda estirpe, alimentam esta faixa vibracional e os kiumbas se comprazem nisso, já que sentem-se mais fortalecidos.
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Não há necessidade de ingestão de bebidas, mas seu uso externo se faz porque o álcool volatiza-se rápidamente, servindo como condensador energético para desintegrar miasmas pesados que ficam impregnados nas auras dos consulentes além de agir como elemento volátil de assepsia do ambiente.
103.1.1.06 - Vestimentas e o Trabalho:
Na umbanda usa-se como roupagem para os médiuns apenas roupa branca e descalço, representando a simplicidade e humildade. Na Umbanda, a assistência pode consultar as entidades diretamente, sem precisar do jogo de Búzios, uma vez que as entidades podem utilizar o corpo do médium para se comunicar. Essa consulta só pode acontecer nos dias de gira de trabalhos, essa gira é especialmente para isso. Existem outras giras, como por exemplo a Gira de Desenvolvimento, onde os médiuns novatos praticam e se aperfeiçoam na comunicação com o orixá e entidades. | ||||||
Há ainda para se dizer que na Umbanda os orixás maiores ou santos (Iemanjá, Oxóssi, Xangô, Ogum, Oxum, Iansã, etc) não falam, quando eles "baixam" no terreiro, só sua presença já é uma benção, os santos não tem a falange (linguajar) para que as pessoas possam entender, eles já transcenderam da Terra há muitos anos e adquiriram muita luz, portanto, aqui na Terra, o máximo que fazem são emitir sons (ou mantras) como por exemplo o canto de Iemanjá, que para uns pode ser um canto e para outros um choro.
As consultas ficam por conta das entidades de cada linha como por exemplo: os baianos, preto-velhos, boiadeiros, marinheiros, crianças, etc, que por estarem mais próximos de nossa realidade (pois desencarnaram a apenas algumas décadas - como no caso dos pretos-velhos), podem nos ajudar por conhecerem bem mais de perto os problemas terrenos. Outra característica marcante é o congar de um terreiro de Umbanda que tem, lado a lado, imagens de santos católicos (estes representando os orixás) e imagens das entidades (marinheiros, caboclos ameríndios, pretos-velhos, crianças, etc) e também podem ter outras imagens como de Santa Luzia, Santo Agostinho, Santo Expedito, etc. Em terreiros de candomblé cada orixá tem seu lugar, como por exemplo um quartinho, onde ficam os objetos do orixá. Os médiuns também não precisam ficar o dia inteiro no terreiro e nem dedicar todo o seu dia a ele, basta apenas ter a responsabilidade de estar nos dias de gira e cumprir sua missão com amor e caridade no coração. Os médiuns não incorporam cada um um orixá, os médiuns seguem a linha que os tabaqueiros e o Ogan (sabendo-se que ele só irá puxar um ponto quando o Pai ou Mãe de Santo autorizar) puxam, por exemplo, se estiverem cantando um ponto sobre Oxóssi, os médiuns e a assistência já sabem que quem vem para trabalhar são os caboclos. | ||||||
Outra diferença básica é como os médiuns se preparam para incorporar, ao contrário do Candomblé que dançam num círculo em movimento, rodopiando seus corpos ao som dos atabaques e outros instrumentos, na Umbanda o médium fica parado, acompanhando por palmas os pontos cantados e esperando o momento exato para a incorporação dos orixás ou das entidades.
As roupas são brancas em geral e o uso das cores fica reservado para os Pais e Mães de Santo e em dias de festa e homenagem no terreiro. As roupas pretas e vermelhas são usadas em dia de Gira de Exu, e também reservado apenas ao direito do médium de incorporação e Pais e Mães de Santo, os outros médiuns (novatos, ogans, cambones, etc) devem usar roupas brancas somente ou com uma fita vermelha presa a sua cintura. Cada orixá vibra em uma cor, por exemplo, Oxossi vibra na cor verde assim como Iansã na cor amarela, mas indiscutivelmente o branco (Oxalá) é aceito por qualquer linha. 103.1.1.07 - Linhas e Falanges:
No candomblé os orixás formam um sistema, estando ligados por laços de casamento e descendência; por exemplo: Nanã é a ancestral feminina, a avó, enquanto Ogum é filho de Oxalá com Iemanjá e assim por diante. Assim no candomble cada orixá tem sua história, suas paixões, lutas e apresentam preferências alimentares de cada um, cores, roupas, adereços, etc.
Os espíritos dos antepassados bantos e as entidades ameríndias - os caboclos - não apresentam esse tipo de organização: estão distribuídos em aldeias, reinos, tribos e, em vez de formarem um sistema, justapõem-se entre si. Com a influência do kardecismo, a Umbanda usa para sua organização o que chamamos de LINHAS e FALANGES - princípios de organizações e classificação dos espíritos. Linhas e Falanges constituem divisões que agrupam as entidades de acordo com as afinidades intelectuais e morais, origem étnica e, principalmente, segundo o estágio de evolução espiritual em que se encontram, no astral. | ||||||
De acordo com os mais variados critérios e sem limite de número, o que na prática se traduz em uma multiplicidade de esquemas, a partir das sete linhas tradicionais da Umbanda, por sua vez subdivididas em sete falanges ou legiões.
Cada terreiro tem a sua forma de interpretar a Umbanda, os ritos também diferem de casa para casa. A maioria utiliza atabaques e outros instrumentos musicais para acompanhar os seus pontos cantados, mas alguns só cantam seus mantras. Toda gira de umbanda tem como base o processo de defumação - elemento característico das giras - que consiste na queima de ervas essenciais, com o fundamento de limpeza do campo áurico energético das pessoas e do ambiente para que a faixa vibracional seja ajustada para o recebimento das entidades que ali trabalharão.
As giras se iniciam com os pontos cantados, defumação e a incorporação. Após a incorporação do médiuns (cavalos) pelos seus respectivos guias, inicia-se o atendimento espiritual para o público, em que a todos são convidados a tomar um "passe" com os guias que estão em terra, que trabalham exclusivamente para a caridade e se utilizam de alguns matérias como velas, ervas, pedras, pembas (giz) para riscar seus pontos riscados ou mandalas. A Umbanda é genuinamente brasileira. A Prática da Umbanda nada tem a ver com o Candomblé ou com a Kimbanda. Trata-se de uma religião que trabalha diretamente com entidades do Plano Astral, espiritos desencarnados ou seres da natureza (os elementais), e utliza a mecânica da incorporação para trabalhar as necessidades emergenciais do homem, trazendo a força e sabedoria dos mestres da Aruanda e age através da cura e energização do campo astral | ||||||
Atua nos centros de força dos corpos e campos magnéticos das pessoas que "...vêm em busca de socorro, alivio e cura para suas dores morais e físicas." E também traz muito ensinamento das verdades da espiritualidade maior Um Deus único e superior Zâmbi, Olorum ou simplesmente Deus – os Orixás são cultuados como divindades de um plano astral superior, que na Terra representam às forças da natureza (muitas vezes confunde-se a força da natureza com o próprio Orixá):
A cada Orixá está associada uma personalidade e um comportamento diante do mundo e com seus filhos, os quais são seus protegidos e uma parte das emanações do Orixá presentes no Orí ou Camatuê (Camatua) desses filhos. Existe a compreensão do trabalho dos Orixás na Umbanda em 7 Linhas. Rubens Saraceni as divide da seguinte forma:
Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução, Geração.
Ainda, segundo Saraceni, os 14 Orixás de Umbanda colocados pela ordem das linhas que trabalham: • Fé: Oxalá e Oya. • Amor: Oxum e Oxumaré. • Conhecimento: Oxóssi e Obá. • Justiça: Xangô e Eugunitá. • Lei: Ogum e Iansã. • Evolução: Obaluayê e Nanã Buroquê. • Geração: Yemanjá e Omulu. Os templos onde os "comandantes" são Pretos-Velhos seguem a corrente africana e os que têm os Caboclos como "comandantes" seguem a linha indígena. Mas, isso não é regra e pode variar de templo para templo | ||||||
As pessoas que recebem, incorporam entidades dentro dos terreiros, são ditos médiuns, cavalos ou "burros". Pessoas que têm o Dom de incorporar os Orixás e Guias.
"As entidades" que são incorporadas pelos médiuns podem ser divididas entre: • Falangeiros de Orixás: Xangô, Ogum, Oxum, Nanã, Iemanjá, Iansã, Obaluayê, Oxumaré, entre outros. • Guias: Pretos- velhos, Caboclos, Boiadeiros, Crianças, Exus, Marinheiros e Orientais. • Kiumbas, espíritos sem luz: esses, normalmente, são incorporados quando se está fazendo algum descarrego ou quando existe algum obsediado no local. 103.1.1.08 - As sessões: O culto nos terreiros é dividido em sessões, normalmente de desenvolvimento e de consulta, e essas, são sub-divididas em giras. As ocorrências mais comuns nestas sessões são o passe e o descarrego. No passe, os Pretos-Velhos, rezam a pessoa energizando-a e retirando toda a parte negativa que nela possa estar. O descarrego, é feito com o auxílio de um médium de descarrego, o qual, irá incorporar o obsessor, ou captar a energia negativa da pessoa. Então, o Preto-Velho faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para a luz ou para um lugar mais adequado no astral inferior; caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode-se pedir a presença de um ou mais Exus para auxiliar o Preto-Velho. Nas sextas-feiras, ocorrem as giras de Caboclos, Boiadeiros, Orixás, Marinheiros, Pretos-Velhos, Crianças e Exus. Nessas giras são feitos os desenvolvimentos dos médiuns do terreiro. Nelas, são cantados os pontos e tocados os atabaques. As giras de Marinheiros e Exus são festivas, e, além de serem feitos os desenvolvimentos dos médiuns, são realizadas consultas com esses guias. Existem terreiros onde, além dos Pretos-Velhos, Marinheiros e Exus, também os Caboclos e Boiadeiros dão consultas e trabalham com o descarrego e a desobsessão. | ||||||
103.1.1.09 - Médiuns:
Médium é toda pessoa que têm a qualidade de se comunicar com entidades desencarnadas ou espíritos, seja pela mecânica da incorporação, pela vidência (ver), pela audição (ouvir) ou pela pscicografia (escrever movido pelos espíritos). O médium veio com a responsabilidade e com o compromisso de servir como um instrumento de guias ou entidades espirituais superiores.
Para tanto, deve se preparar através do estudo, desenvolvendo a sua mediunidade sempre prezando a elevação moral e espiritual, a aprendizagem conceitual e prática da Umbanda, respeitar os guias e Orixás, ter assiduidade e compromisso com sua casa, ter caridade em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito, e saber que a Umbanda é um prática que deve ser vivenciada no dia-a-dia e não apenas no terreiro.
103.1.1.10 - Guias e Grupamentos: Na Umbanda alguns praticantes, os chamados médiuns, recebem espíritos de luz, ou seja, entidades evoluídas que realizam trabalhos de cura e ajuda física ou espiritual. Estas entidades incorporadas pelos médiuns são, salvo raras exceções, os chamados Guias. Na Umbanda, ao contrário do Candomblé, não se incorporam Orixás. São incorporados os ditos falangeiros, espíritos que seguem a orientação e vibração dos Orixás. Os Guias têm diferentes grupamentos, formando falanges de entidades afins, de mesma característica e roupagens.
Assim temos os seguintes grupamentos na Umbanda:
•Principais: o Pretos-velhos o Caboclos o Crianças o Boiadeiros o Marinheiros o Exus/ Pombas-Giras • Outras falanges trabalhadas em outras ramificações da Umbanda: o Baianos o Ciganos o Orientais o Mineiros/ Cangaceiros. Na umbanda branca, cada linha de orixá tem sete legiões, que correspondem a determinado guia espiritual. aqui temos exemplos de alguns: •Oxalá: o Santa Catarina o Santo Antônio o Cosme e Damião o Santa Rita o Santo Expedito o São Fransisco de Assis o São Benedito | ||||||
Iemanjá:
1. Ondinas - Naná 2. Caboclas do Mar - Indaía 3. Caboclas do Rio - Iara 4. Marinheiros - Tarimã 5. Calungas - Calunguinhas 6. Sereias - Oxum 7. Estrela Guia - Maria Madalena Oxosse: 1. Urubatão 2. Araribóia 3. Caboclo das Sete Encruzilhadas 4. Peles Vermelhas - Águia Branca 5. Tamoios - Grajaúna 6. Cabocla Jurema 7. Guaranis - Araúna • Xangô: 1. Inhançã 2. Caboclo do Sol e da Lua 3. Caboclo da Pedra Branca 4. Caboclo do Vento 5. Caboclo das Cachoeiras 6. Caboclo Treme-Terra 7. Pretos Guinguelê •Ogum: Praias - Ogum Beira-Mar Matas - Ogum Rompe-Mata Rios - Ogum Iara Das almas - Ogum Megê Encruzilhadas - Ogum Naruê Malei - Ogum Malei Povo de Canga - Ogum Nagô Povo Africano (Pretos-Velhos) Povo da Costa - Pai Cabinda Povo de Congo - Rei Congo Povo de Angola - Pai José Povo de Benguela - Pai Benguela Povo de Moçambique - Pai Jerônimo Povo de Luanda - Pai Francisco Povo de Guiné - Zum-Guiné | ||||||
103.1.1.11 - OBJETOS RITUALÍSTICOS:
As Velas:
As velas vieram para a Umbanda por influência do Catolicismo. As velas funcionam como um transmissor rumo aos planos que se desejar atingir. A chama da vela é a conexão direta com o mundo espiritual superior, sendo que a parafina atua como a parte física da vela ou símbolo da vontade, e o pavio a direção.
Nos terreiros, há sempre alguma vela acesa, são ponto de convergência para que o umbandista fixe sua atenção e possa assim fazer sua rogação ou agradecimento ao espírito ou Orixá a quem dedicou. Ao iluminá-las, homenageia-se, reforçando uma energia que liga, de certa forma, o corpo ao espírito. A função da uma vela, que já foi definida como o mais simples dos rituais, e', no seu sentido básico, o de simplesmente repetir uma mensagem, um pedido.
Passo fundamental no ritual de acender velas. O pensamento mal-direcionado, confuso ou disperso pode canalizar coisas não muito positivas ou simplesmente não funcionar. Diz um provérbio chinês: "cuidado com o que pede, pois poderá ser atendido". A pessoa se concentra no que deseja e a função da chama é o de repetir, por reflexo, no astral, a vontade e o pedido do interessado. Existem diversos fatores dentro da magia no tocante ao número de velas a serem acesas e outros detalhes.
O ato de acender uma vela deve ser um ato de fé, de mentalização e concentração para a finalidade que se quer. É o momento em que o médium faz uma "ponte mental", entre o seu consciente e o pedido ou agradecimentos à entidade, Ser ou Orixá, em que estiver afinizando.
Muitos médiuns acendem velas para seus guias, de forma automática e mecânica, sem nenhuma concentração. É preciso que se tenha consciência do que se está fazendo, da grandeza e importância (para o médium e Entidade), pois a energia emitida pela mente do médium, irá englobar a energia ígnea (do fogo) e, juntas viajarão no espaço para atender a razão da queima desta vela.
As imagens são pontos de focalização, baseado no conceito de egrégora, ponto focal seria um concentrador de energia, é uma herança católica, que veio para umbanda no confuso sincretismo. Mas não basta juntar muitas imagens no congar, que podem causar confusão.
Outra característica marcante é o congar de um terreiro de Umbanda que tem, lado a lado, imagens de santos católicos (estes representando os orixás) e imagens das entidades (marinheiros, caboclos ameríndios, pretos-velhos, crianças, etc) e também podem ter outras imagens como de Santa Luzia, Santo Agostinho, Santo Expedito, etc. Em terreiros de candomblé cada orixá tem seu lugar, como por exemplo um quartinho, onde ficam os objetos do orixá.
Porém a propagação de uma imagem errada pode gerar mã interpretação como é o caso do Exú que não tem nada a ver com as imagens vendidas nas casas de artigos religiosos, com chifrinhos e rabos... Exu não é o Diabo. Essa é uma das confusões causado por esse casamento da umbanda com o catolicismo (sincretismo).
A umbanda é muito criticada, por usar o fumo nas sessões.
As folhas da planta chamada " fumo" absorvem e comprimem em grande quantidade o prana vital enquanto estão em crescimento, cujo poder magnético é liberado através das golfadas de fumaça dadas pelo cachimbo ou charutos usados pelas entidades. Essa fumaça libera princípios ativos altamente benfeitores, desagregando as partículas densas do ambiente.
A defumação é usada em várias religiões, justamente por ter a fumaça propriedades de dissipar cargas pesadas no meio ambiente a nível etérico e astral com baixas vibrações. As entidades aconselham os médiuns apenas a baforarem a fumaça em direções determinadas, sem tragar para dentro do pulmão a fumaça, justamente porque a fumaça carrega consigo elementos bloqueadores, e podem deixar sequelas no aparelho mediúnico.
Guias (Colares /Rosário):
Segundo Caetano de Oxossi: “As guias ou colares que todos usam a começar da guia de Oxalá tem significado duplo. Primeiro de proteção, que aquele médium carrega consigo elementos que foram e são constantemente carregados pela energia dos Orixás, promovendo uma circulação de energias protetoras e de descarga não permitindo que energias deletérias se fixem no médium; que não haja a influência de espíritos trevosos nos trabalhos.Por essa razão ao entrarmos na Umbanda nos é permitido a utilização da guia de Oxalá e da guia de esquerda. Apenas após o Amaci é que podemos utilizar a guia do nosso Orixá ancestral, nosso Pai de Cabeça. Pois não é um ato mecânico e sem importância a utilização dessas guias. As guias das entidades tem significado semelhante, mas acrescido de uma força mágica para auxiliar na condução, liberação e direcionamento das energias do médium para os trabalhos daquela entidade. Isso significa que apenas aqueles que já foram liberados para o toco (médiuns que podem dar consultas nas giras) poderão usar essas guias de entidades. Lembrado que na nossa Casa todas as guias devem ser fechadas pelo Pai de Santo.”
Segundo Rivas Neto e W. Mata e Silva as guias brancas induz às coisas puras, além de terem caráter refletor. As vermelhas são úteis para repusar cargas negativas, asamarelas para refutar o mau olhado, as verdes limpam o pensamento atraindo fluídos para a cura, as azuis são calmantes, cor-de-rosa, elevam a mente e as pretas para contactar forças inferiores negativas.
Lembrando que no Candomblé, a cor está associado ao ORIXÀ. Alguns terreiros fazem essa confusão, pois na umbanda as guias tem função ao cromatismo, uma vez que existe para os orixás uma cor energética que variam de um lugar para outro.
Na umbanda as cores energéticas dos Orixás, de sua verdadeira vibração são as seguintes:
Para ORIXALÁ – BRANCO
Para OGUM – ALARANJADO
Para OXOSSI – AZUL
Para XANGÔ – VERDE
Para YORIMÁ – VIOLETA
Para YORI – VERMELHO
Para YEMANJÁ – AMARELO.
Guias NATURAIS que são guias feitos com elementos naturais, que são elementos da natureza tais como minérios, madeira, sementes, elementos animais como osso, cálcio animal, encontrados nos reinos da natureza tem um valor magnético que constitui um escudo eficaz para os médiuns:
ELEMENTOS MINERAIS:
- Pedras preciosas, semi preciosas, cristais, rochas, etc.
ELEMENTOS VEGETAIS:
Favas, sementes, caules, frutos, etc.
ELEMENTOS ANIMAIS:
Conchas, búzios, ossos, etc.
EFEITO TALISMÂNICO:
Uma guia precisa ser imantada, senão seu valor protetivo serão nulo, apenas um enfeite. Outro erro é a quantidade de guias no pescoço, quantidade não é qualidade. É costume da entidade proteger o aparelho, não elas próprias.
Recomenda-se não usar atabaques em todos os trabalhos que envolvam contacto mediúnico. A explicação tem vários angulos: Concentração é um dos pontos e o barulho ensurdecedor neste aspecto, não é condizente, com a calma, a busca de um estado mental e emocional para isso. Podendo causar bloqueios no aparelho. Num segundo momento, o atabaque induz com seu som, ao transe mediúnico, em determinados trabalhos, onde o cérebro trabalho como um captador frequencial, hipnóticas e rítmicas, alegam alguns especialistas que neste caso pode ser animismo do médium, o que causaria uma confusão, já que o imaginário entraria em questão, e condenam o uso de atabaques para um trabalho mais refinado e não primitivo que os sons dos tambores induzem a mente.
Existe um ritual correto no uso de atabaques que é desbloquear áreas do inconsciente, porém é na fase inicial, chamado de RITUAL DO TRANSE ANÍMICO, nestes rituais não existe INCORPORAÇÃO DE ENTIDADES.
Já segundo Fernando Sepe: “Curimba é o nome que damos para o grupo responsável pelos toques e cantos sagrados dentro de um terreiro de Umbanda. São eles que percutem os atabaques (instrumentos sagrados de percussão), assim como conhecem cantos para as muitas “partes” de todo o ritual umbandista. Esses pontos cantados, junto dos toques de atabaque, são de suma importância no decorrer da gira e por isso devem ser bem fundamentados, esclarecidos e entendidos por todos nós.
Muitas são as funções que os pontos cantados têm. Primeiramente uma função ritualística, onde os pontos “marcam” todas as partes do ritual da casa. Assim temos pontos para a defumação, abertura das giras, bater cabeça, etc.
Temos também a função de ajudar na concentração dos médiuns. Os toques assim como os cantos envolvem a mente do médium, não a deixando desviar – se do propósito do trabalho espiritual. Além disso, a batida do atabaque induz o cérebro a emitir ondas cerebrais diferentes do padrão comum, facilitando o transe mediúnico. Esse processo também é muito utilizado nas culturas xamânicas do mundo afora.
Entrando na parte espiritual, os cantos, quando vibrados de coração, atuam diretamente nos chacras superiores, notavelmente o cardíaco, laríngeo e frontal, ativando – os naturalmente e melhorando a sintonia com a espiritualidade superior, assim como, os toques dos atabaques atuam nos chacras inferiores, criando condições ideais para a prática da mediunidade de incorporação.
As ondas energéticas – sonoras emitidas pela curimba, vão tomando todo o centro de Umbanda e vão dissolvendo formas – pensamento negativas, energias pesadas agregadas nas auras das pessoas, diluindo miasmas, larvas astrais, limpando e criando toda uma atmosfera psíquica com condições ideais para a realização das práticas espirituais. A curimba tranforma – se em um verdadeiro “pólo” irradiador de energia dentro do terreiro, potencializando ainda mais as vibrações dos Orixás.”
A casa de Exu:
Sempre quando entramos num terreira, geralmente a primeira coisa que visualizamos, na maior parte dos casos é chamada casinha de Exú, geralmente de portas fechadas, já que as mirongas lá dentro não podem ser vistas. Geralmente lá dentro se encontram aquelas estátuas de mal gostos. Vermelhas, formas assustadoras, que na realidade espiritual nada tem a ver com o EXÚ. Na falta de conhecimento dos Babalorixás (donos de terreiros), que insistem em dizer que essas estatuetas são figuras fiéis dessas entidades. Algumas tendas colocam animais mortos dentro dessas casinhas e ainda se dizem casas de umbanda. Isso só atraí Kiumbas, ignorancia e afasta as entidades de boas vibrações. A umbanda não corrobora com isso.
No Brasil, Exu/Legbá (Mavambo, Bombojira, Cariapemba nos candomblés congo-angola) é familiarmente chamado de Compadre, o Homem da Rua ou das Encruzilhadas, onde suas oferendas são colocadas. Nom terreiros, o seu lugar consagrado fica ao ar livre ou dentro de uma pequena choupana isolada denominada "a casa de Exu" ou atrás da porta de entrada do barracão. Simbolizado por um tridente de ferro ou por uma estátua de ferro brandindo um tridente, segunda-feira é o dia da semana que lhe é dedicado. Suas contas são pretas e vermelhas." (Museu Afro-Brasileiro).
Muniz Sodré: “Exu, o princípio dinâmico que rege a vida, e Ifá, encarregado de transmitir os propósitos dos orixás aos homens, são as duas divindades que aparecem com destaque nos rituais afro-brasileiros. A casa de Exu fica próxima à entrada dos terreiros com o objetivo de proteger o espaço sagrado. Muitas vezes confundido com o conceito cristão de demônio, Exu é, na verdade, uma força que possibilita a ligação entre este mundo físico, Aiyê, e aquele habitado pelas divindades, Orum.”
A Pemba:
A pemba é um giz branco usado nos rituais mágicos pelas entidades para traçar sinais cabalisticos que movimentam energias e uma certa classe de espíritos, os elementares.
A Pemba, de origem africana, é um instrumento Ritualístico de alto significado. É normalmente utilizada para riscar pontos pelas Entidades e pelo médium, visando estabelecer Contatos vibratórios com as esferas espirituais.
A Pemba praticamente é usada em quase todos os Rituais de Umbanda. Por carregar o axé, a Pemba é saudada como um Divino instrumento, dedicando-se até pontos cantados e reverências específicas. O fundamento místico de sua utilização está Relacionado à pedra. Seu uso estabelece relação entre o universo da Forma e o espiritual ou etérico. A pedra encerra os quatro elementos naturais e suas Manifestações. Assume aspecto neutro e, devido a isso, significa Lei e Justiça.
A LEI DA PEMBA:
é a grafia dos Orixás, ela é cósmica. Tais sinais identificam as ordens diretas das entidades espirituais bem como a linha em que pertencem. Os sinais se identificam com um som específico no qual pode ser traduzido como um MANTRA. O termo SARAVÁ por exemplo que é tão ridicularizado pelos que atacam a Umbanda, é um desses mantras:
SA = Força, Senhor.
RA = Reinar, movimento.
VÀ = Natureza, energia.
SARAVÁ, significa então, força que movimenta a natureza. Esse termo quando pronunciado, movimenta estruturas energéticas que usam o campo cósmico para se expandirem vibracionalmente, movendo em si energias. Aliás, as palavras possuem esse poder. Uma simples palavra é capaz de tirar o humor como provocar um riso de uma pessoa.
A LEI DA PEMBA É DIVIDIDA:
A LEI DA PEMBA TEM 3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS:
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103.1.1.12 - Outros Rituais:
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Porque as entidades estalam os dedos? Esta é uma das coisas que vemos e geralmente não nos perguntamos, talvez por parecer algo de importância mínima, mas esse ato encerra alguns detalhes esotéricos de grande importância.
Como já foi dito nossas mãos possuem uma quantidade enorme de terminais nervosos que se comunicam com cada um dos chakras de nosso corpo:
- O dedo Polegar tem uma ligação direta com o chakra esplênico; indicador: Chakra cardíaco; anular: Chakra genésico (rádico / Básico); Dedo médio: chakra coronário; uma polegada abaixo do anular o chakra solar e no lado oposto do dedo polegar, no monte de Vênus o chakra frontal.
1. Polegar - polegar, dedão, positivo ou mata-piolho.
2. Dedo indicador - indicador, apontador ou fura-bolo.
3. Dedo médio - dedo médio, dedo do meio ou pai-de-todos.
4. Anelar - anelar, anular ou seu-vizinho.
5. Dedo mínimo - dedo mínimo, dedinho ou mindinho.
Trecho acima: Revista Umbanda nº 3 - Editora Escala.
Ramatís afirma:” A verdade é que vossas mãos, como vossos pés, possuem terminais nervosos, que se comunicam com cada um dos gânglios e plexos nervosos do corpo físico e com os chacras do complexo etérico-astral, como demonstramos a seguir:
1. dedo polegar - chacra esplênico (região do baço);
2. indicador - cardíaco (coração);
3. médio - coronário (alto da cabeça);
4. anular - genésico ou básico (base da coluna);
5. mínimo - laríngeo (garganta);
6. na região quase central da mão, chacra do plexo solar (estômago);
7. próximo ao Monte de Vênus (região mais carnuda logo abaixo do polegar) - chacra frontal (testa).
Essas terminações nervosas das palmas das mãos são há muito conhecidas da Quiromancia e das filosofias orientais.
O estalo dos dedos se dá sobre o Monte de Vênuse dentre as inúmeras funções conhecidas disso, está a retomada de rotação e frequência do corpo astral, "compensando-o" em relação às vibrações do duplo etérico, aumentando a exsudação 1 (liberação, doação) de energia animal - ectoplasma - pela aceleração dos chacras. Com isso se descarregam densas energias áuricas negativas, além do estabelecimento de certas condições psíquicas ativadoras de faculdades propiciatórias à magia e à intercessão no Plano Astral. São fundamentadas nas condensações do fluido cósmico universal, imprescindíveis para a dinâmica apométrica, e muito potencializadas pela sincronicidade entre o estalar de dedos e as contagens pausadas de pulsos magnéticos”
Continua Ramatís: "Já quando bateis palmas, sendo vossas mão pólos eletromagnéticos, a esquerda (-) e a direita (+), quando as duas mãos ou pólos se tocam é como se formassem um curto-circuito, saíndo faíscas etéricas de vossas palmas. Quando os pretos velhos em suas manifestações batem palmas, durante os atendimentos de Apometria, é como se essas faíscas fossem "detonadores" de verdadeiras "bombas" ectoplásmicas que desmancham as construções astrais, laboratórios e amuletos dos magos negros.
"Apômetras" e Umbandistas, uni-vos. Continuai estalando os dedos e batendo palmas, sabedores do que estais fazendo, despreocupados, conscientes e seguros de que as críticas se perderão como pólen ao vento."
(1) Exsudação: Segregação de líquido viscoso que sai pelos poros ou em forma de gotas ou de suor.
Fonte: Casa da Caridade Rosa – Site
Trecho do livro “Jardins dos Orixás”
Defumação:
A defumação é essencial para qualquer trabalho nos terreiros de umbanda: O corpo físico e seus agregados sutis (duplo etérico, corpo astral, mental), coletam durante o dia no seu contato social (pensamentos, ambientes), todos os tipos de emoções, cargas que estão no ar, que se grudam no duplo etérico causando altas densidades, influenciam todo o sistema aurico e podem causar bloqueios. Pois estas pessoas todas se dirigem ao terreiro. Essa concentração de pessoas, que levam consigo, toda essa carga, formam um grupo com variados problemas, pois essas formas-pensamentos que acompanham seus criadores, adentram o centro espiritual.
A defumação tem a função de desagregar essas cargas negativas. A preparação para as ervas a serem queimadas, precisam de um ritual especial, serem colhidas na lua certa, queimadas em vaso de barro (neutro). A fumaça não pode irritar as pessoas, a função é além da fumaça leve que deve estar acima da cabeça das pessoas agindo com leveza sem poluir o ambiente, é principalmente pela sua função aromática.
Uma boa defumação pode ser feita com cravo, canela em pau, erva-doce, sempre feita dos fundos para frente, acompanhada com um ponto cantado adequado a situação.
Os pontos cantados são uma das primeiras coisas que afloram a quem vai a um terreiro de Umbanda pela primeira vez. Os pontos cantados são, dentro dos rituais de Umbanda, um dos aspectos mais importantes para se efetuar uma boa gira.
Os verdadeiros pontos cantados, são os chamados de raiz (são os pontos ensinados pelas próprias entidades). Apesar disso, há uma gama infinita de pontos desconexos sendo entoados por ai. Um verdadeiro ponto evoca imagens fortes e atingem lá dentro do coração e da emoção a verdadeira fé', pura e simples.
Os pontos cantados servem para impregnar certas energias e desimpregnar outras, de acordo com o ponto, uma vez que cada linha representa um imagem, traduz um sentimento inerente a vibração daquela entidade que o canta, ou que o trás, existindo por trás deles uma freqüência toda especial, que se modifica de acordo com a Linha Espiritual :
Oxalá - Sons místicos;
Ogum - Sons vibrantes;
Oxossi - Sons afinados com a natureza e sua harmonia;
Xangô - Sons graves;
Yorimá - Sons melancólicos;
Yori - Sons alegres, predispondo ao bom animo;
Yemanjá - Sons suaves, destinados à renovação afetiva e emocional.
Fonte: Sociedade Espírita Mata Virgem
Quem nunca viu caboclos assobiarem ou darem aqueles brados maravilhosos, que parecem despertar alguma coisa em nós?
Muitos pensam, ingenuamente tratar-se dos chamados que davam nas matas, para se comunicarem com os companheiros de tribo, quando ainda vivos. Não é bem assim. Os assobios traduzem sons básicos das forcas da natureza, os chamados "Tatwas". Estes sons precipitam assim como o estalar dos dedos, um impulso no corpo Astral do médium para direciona-lo corretamente, afim de libera-lo de certas cargas que se agregam, tais como larvas astrais, etc.
Os assobios, assim como os brados, ou sons graves e guturais emitidos pelos Pais-Velhos quando incorporados, são o chamados mantras; cada entidade emite um som de acordo com a linha que trabalha, para ajustar condições especificas que facilitem a incorporação, ou para liberarem certos bloqueios nos consulentes."
Mestre W.W. da Mata e Silva
Por que tirar os sapatos na hora de se entrar num congá (congar) ?
O grande mestre Matta e Silva nos explica :
"Nós, umbandistas, consideramos o conga', mesmo sem "santos" no altar, um lugar imantado, onde forma fixadas certas forcas ou vibrações positivas, que deve estar sempre limpo de fluidos negativos e onde conservamos os pontos riscados destas mesmas forcas ou ordens, mesmo porque certos preceitos são procedidos nele.
Assim, é de obrigação se tirar o calcado, visto este objeto ser anti-higiênico, pois se pisa com ele em tudo, às vezes em detritos e putrefações, ainda por querermos estar em ligação desembaraçada com o elemento terra, sabendo-se que esta é o escoadouro natural das vibrações ou ondas eletromagnéticas."
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Fontes:http://www.temploetxaury.no.sapo.pt Templo Etxaury - (Portugal) http://www.aevb.org http://www.umbanda.org/ http://www.fietreca.org.br/umbanda.html Federação Internacional Afro brasileira
http://www.girasdeumbanda.com.br/tvgira | ||||||
103.1.2 - UMBANDA ESOTÉRICA:
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103.1.2.1 - DEFINIÇÃO:
Segundo W.W.Mata da Silva e F.Rivas Neto não existe Umbanda Branca, Umbandomblé, Umbanda traçada, Umbanda Mística. Todos esses nomes fazem parte do que o homem entende das leis cósmicas, integrais. A Umbanda de fato, é o que vem de cima para baixo e não o que vai de baixo para cima.
Na verdade essa suposta divisão, está no tipo de terreiros e suas vivências interiores externadas ao mundo físico. Imagine uma pirâmide, faça 3 divisões horizontais, na base da pirâmide está a maioria, que é os terreiros de vivências populares e podem ser facilmente reconhecíveis por possuírem em sua maioria, atabaques e muitas imagens de santos em grande quantidade.
No centro da pirâmide está imbuído maiores sofisticações, no tocante ao modo de proceder. Já não possuem atabaques, mas geralmente batem palmas e o número de imagens diminui sensivelmente. São tendas que apesar de se dizerem umbandas. Dividem a semana com sessões, trabalhos de mesa branca (Kardecismo), tendo um grande aparato social voltada para a caridade e outras atividades de benfeitoria (campanhas de alimentos, arrecadação de roupas usadas, etc). Claro que essa variação não é genérica, já que existe uma variante dentro de cada modelo de tenda dentro da estrutura piramidal, que vai ao infinito, tamanha é as diferenças entre uma casa e outra, tanto no tocante ao ritual quanto a sua importância para a mentalidade de cada pessoa.
No topo da pirâmide, as tendas ou templos da chamada Umbanda Iniciática, que são em menor tempo. Nesses terreiros os ensinamento do astral inferior e superior (doutrinação esotérica). Por isso nesses terreiros não existem os aspectos sincréticos confusos, pois seus fundamentos estão calcados dentro da lógica e da razão.
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103.1.2.2 - ALEGORIA :
Umbanda é o trigal do “SENHOR”; semeado por Òòsààlá, regado por Yemanjá e Osún, aquecido por Songó, cultivado Òsóòsì, colhido por Ògún e transformado em “pão do espírito”, distribuído por Èsú na forma de caridade.
103.1.2.3 - PRINCÍPIO:
Pensar na origem da Umbanda é desvendar a razão de ser das civilizações que se sucedem através do mistério dos tempos. Conta-nos a sua evolução os velhos símbolos encontrados por todo o Globo, as tradições. As tradições nos dizem que a mais antiga civilização foi a “Lemúrica” que floresceu no vasto continente situado no Oceano Pacífico, na zona equatorial, cujos extremos confinavam com as terras da Califórnia, as do nordeste da América do Sul, bem como as do leste da África e sul da Índia. Iniciou o homem, nesta região, sua evolução propriamente dita, pois percebeu o seu “Ego” como conseqüência do primeiro esboço do seu veículo físico. Consta mesmo que no fim desse período as reencarnações eram, por necessidade de aperfeiçoamento da forma, imediatas. Evolutivamente, constituem hoje, os lemurianos, os Òrìsàs do plano físico que, são os verdadeiros donos do planeta Terra. Com a hecatombe da lemúria, por terremotos sucessivos, desaparece quase a totalidade da terceira raça deixando, no entanto, sementes na África, sul da Ásia (Índia) e América. Foram os germens desse povo, no solo americano, que povoou a não menos fabulosa “Atlântida”, terra que se ergueu no fundo do oceano para berço de um novo povo, arquivo das tradições lemúricas, cujos sobreviventes desenvolviam-se ainda na África e Índia. No estágio Atlanta, consolida o homem, seu veículo físico, perdendo a introspecção externa, originando-se os primeiros fenômenos anímicos-mediúnicos. Coube a gloriosa Atlântida, a luta entre a carne e o espírito e, se ela sucumbiu, venceu no entanto, por ter o espírito conquistado a vitória sobre a matéria que lhe queria tomar as rédeas da evolução, permanecendo na forma tosca, sem veículos superiores. Cumprida a sua tarefa também a Atlântida submerge, deixando, como Guia de Raça, Antúlio nas suas tradições. Porém, antes que o mar a tragasse, legou-nos colônias entre as quais, por seu esplendoroso mistério, o Egito e as comentadas civilizações pré-colombianas da América.
Desaparecida a Atlântida, isola-se o continente americano, entretanto os descendentes da terceira e quarta raças que ali habitavam, em declínio.
Progride a colônia Atlântida – o Egito iniciando a nova era “Filosófica-Científica”, - em contraposição a “Mística” que caracterizou os períodos lemúrio e Atlanta. Por essa época, entra o Egito em contato com a Índia que forma a quinta raça, a Ária, trocando tradições e espargindo em sua passagem, saber o conhecimento, civilizando a Caldéia e a Pérsia. Dessa permuta de ensinamento resultou um misto da “religião-filosofia-ciência”, pois a Índia ainda não se havia libertado dos conceitos iniciais lemúricos. Irradiam-se os conhecimentos dos grandes iniciados como Rama, Khrisna e Buda – na Índia; Confúcio difunde sabedoria na China; Hermes no Egito e Zoroastro na Pérsia; ergue-se Moisés no Sinai com as tábuas da Lei; multiplicam-se as sociedades secretas ocultistas. Reaparece, Grécia, nova fase e do conhecimento aliado a Arte e a Filosofia com Orfeu, Aristóteles e Pitágoras, recebendo a Europa seu primeiro banho de cultura, oriundo do Oriente, por assimilação no Império Romano. Surge, enfim, o Cristo de Jesus, o último Avatar, proveniente do plano superior da universalidade das idéias, aniquilando os Deuses da Raça, bem concretizado em Jeovah, e solapando o ódio pelo estabelecimento da Lei do Amor. Cristianiza-se a Europa. Paralelamente, ao desenvolvimento destas civilizações, multiplicaram-se os descendentes lemúricos no Continente Negro que, por falta de Guias deturparam os conhecimentos primitivos pela confusão entre o ritual e o saber iniciativo, dando origem aos mais complexos misticismo descambado para o fetichismo.
Sobre a África influências das mais variáveis na sua parte norte, de outras civilizações proveniente do Oriente, fazendo-se sentir o seus reflexos mesmo no seu interior, formando centros cenográficos, ou seja, aquelas regiões em que o conjunto de caracteres são mais puros estendendo-se para a zonas onde a mescla de caracteres é intensa, isto é nos pontos fronteiriços de dois ou mais pontos culturais.
Assim, as populações africanas podem ser estudadas em nove áreas e duas subáreas como o faz Herskovits, hipoteticamente, em:
1) – Hotentote;
2) – Boschimana;
3) – Área Oriental do Gado;
3a) – Subárea Ocidental;
4) – Congo;
4a) – Subárea da Costa da Guiné;
5) – Ponto Oriental;
6) – Sudão Oriental;
7) – Sudão Ocidental;
8) – Área do Deserto
9) – Área do Egito.
Habitam estes diversos pontos culturais vários grupos humanos, compreendendo diferentes tipos raciais e, como nos diz Seligman, os grupos primitivos africanos, por uma divisão mais simples são: Hematitas e Semitas de origens comuns; os negros propriamente ditos; os Boschimanos e Hotentotes denominados conjuntamente de Khoisans e os Negrilios, que possuem caracteres bastantes distintos.
Os Hamatitas, também chamados de Kamitas, compreendem dois grupos:
1) – Os Orientais-Egípcios, os Bedjas, os Berberin ou Núbios, os Gala, os Somali, os Danakil, grande parte dos negros abissínios são mestiços de Semitas e Negros;
2) – Os Setentrionais compreendem os Berberes, os Líbios, os Taureg, os Tebu, os Peuhl ou Foulah e os Guanches, já extintos ( Ilha das Canárias ).
Os Semitas são os norte-africanos de origem árabe de difícil estudo pela intensa fusão com os Kamitas, devendo-se notar ainda um novo grupo o Sephardim, que é uma conseqüência da mistura de Semitas, Kamitas e Judeus europeus. Os Boschimanos, o homem da selva do holandês, de origens étnicas muito discutidas, não são também verdadeiros Negros, considerados por muitos como sobreviventes de uma raça pré-histórica, de costumes muito primitivos vivendo em cavernas e arvores como abrigo tosco.
Os Hotentotes, resultantes, parece, da mestiçagem de Boschimanos com Kamitas, povos pastores.
Os Negrilios ou Pigmeus, são os anões da África, já cantados por Eródoto, de pele avermelhada ou amarelo escura.
Os Boschimanos, Hotentotes e Negrilios, parecem ser os mais antigos habitantes do Continente Negro e, hoje, apresentam-se como os sobreviventes de uma estranha raça pré-histórica desaparecida. Sobre os Negros, velhas lendas os davam como vindos do Oriente, de onde se derramaram no Continente Africano, em varias migrações sucessivas. A mais recente dessa migrações são os Malgaches, originários da Indonésia, o que parece confirmar a hipótese de Delafose, de que a origem dos Negros na estaria na extremidade sul-oriental do Continente Asiático.
Essa asserção colabora com as afirmativas da tradição Rosacruz.
Para nosso estudo, as áreas culturais que merecem maior atenção por sua influencia na formação étnica religiosa e social do Novo Mundo, são:
Área do Congo: que compreende toda a bacia do rio Congo e é habitada por povos da língua Bantu, também chamada área Hylaeana – é a zona da linguagem do tambor, a vida religiosa é de grande complexidade, sendo Zàmbi o grande Deus que toma vários nomes conforme as regiões; Sub-area da Guiné – São suas culturas as consideradas mais típcas africanas. Foi essa região que forneceu maior numero de escravos ao Novo Mundo. A sua linguagem é do grupo Sudanês e a densidade de população é imensa, sendo bastante complexa a vida social-econômica. Lá existiram grandes reinados, como o de Benin, Daomei, Ashanti. Seu campo mitológico-religioso é muito rico, principalmente os dos Yorùbá ou Nagò, dos Ewe. Através da mitologia, vamos mergulhar em velhas concepções mediterrâneas da mitologia greco-romana e sistemas místicos egípcios e assírios-babilônicos.
A organização religiosa compunha-se de um sistema de divindades- os Òrìsàs - (Orixás), forças despersonificadas, e de um sistema iniciático bem característico.
Constitui esta área uma das mais evolutivas da África, nada ficando a dever às velhas civilizações; Área do Sudão Ocidental: - De grande importância para nós do Brasil, pois, desta zona é a importação da Cultura Male. É a área de cultura fronteiriça, assinalada pela fusão das culturas maometanas e aborígines. Floresceram nela impérios famosos, como o de Songoi, Lentouana, o dos Mandingas ou Malí e de Ghana. Sua religião é um misto de islamismo com religião dos naturais.
Na África existem representantes de diversíssimos padrões de cultura. Lá vivem não só os sobreviventes das velhas civilizações, como contingentes misteriosos, cujas origens ainda não foram definitivamente esmiuçadas. Por isso, não sabemos se os primitivos lá existentes, são indivíduos colocados nos inícios da evolução cultural, ou se seriam elementos regredidos de civilizações desaparecidas.
E não foram pesquisadores como o padre Schimidt, descobrir o monoteísmo primordial “Urmonotheismo” em grupos humanos, os Pigmeus que eram considerados os mais atrasados da civilização africana.
Concluímos, então, pelo sucinto exposto que o habitante da África não é um selvícola que vive a esmo em florestas tropicais, mas que forma em seu conjunto uma cultura poliédrica expressa em suas facetas religiosas. Enquanto esse movimento cultural se processava na África, a América se povoava com os remanescentes lemúricos e posteriormente atlantas nela se desenvolveu civilizações que, por sua grandeza em monumentos, lembra o Egito. Toltecas, Astecas e Maias, demonstraram seu grau de cultura por época do redescobrimento da América. Suas pirâmides de tal forma são orientadas que exalaram o conhecimento de astronomia que possuíam seus mentores, conhecimentos estes confirmados pelas inscrições zodiacais, em pedra, mais tarde estudadas.
A costa do Pacifico é rica em detalhes deste gênero, onde o estudioso encontra um reino de pesquisa. A Ilha da Páscoa, ao largo do Chile, leva a confusão aos mais hábeis decifradores, já por seus monumentos, pelos costumes do povo, caracteres raciais que diferem por completo dos aborígines da costa chilena e do culto povo conhecido por Inca no Peru, onde a civilização chegou a um apuramento apreciável. Pode-se afirmar que a América, ao tempo de Colombo, era toda habitada, ora por grupos compactos de grande densidade demográfica, ora por pequenos grupos tendo a orla litorânea maior numero de habitantes, embora esparsos. O grau de cultura era variável, desde os conhecimentos superiores nos impérios citados até a mais rude condição de vida.
Mas, de uma maneira geral, o nativo americano tinha a crença em um Deus. Alguns admitiam uma trindade superior e a imortalidade da alma e nas suas manifestações, após o desencarne, para os que se encontravam ainda na matéria. A prática mediúnica era evidente em seus feiticeiros, pajés, que se portavam como verdadeiros oráculos. Este era o estado geral dos habitantes americanos na época dos descobrimentos. A América é invadida pelo europeu de pele clara, em diversos pontos. Formaram-se colônias em varias zonas do território, sendo o Brasil colônia do Reino de Portugal. Havia necessidade de progresso nas colônias para compensar economicamente as despesas feitas para mantê-las. A colônia devia produzir e dar lucro para o colonizador.
ESCRAVIDÃO:
- Escraviza-se o homem da terra – o índio americano, - como o chamavam. Porém, este não se adaptou ao estado de coisas, mesmo muitas campanhas foram levantadas, tendo a frente padres jesuítas, contra este tipo de escravidão.
Surge um recurso, o negro do Continente africano, e com ele, um rendoso tráfico. Infiltra-se no Brasil mais um tipo racial alem do branco usurpador da terra e o dono da terra. Traz o negro, de origem quase na totalidade Sudanês e Bantu, consigo, o ritual e conhecimentos místicos de suas paragens.
E, aqui, em nossa Pátria, ouve-se , pela primeira vez, quem sabe, o “tan-tan” africano. Combate o branco o seu ritual, proibindo tais manifestações e, mais uma vez, os jesuítas intervém permitindo os seus trabalhos, procurando ao mesmo tempo apresentar, através da catequese, um único Deus. Assim, traduz-se o termo Òrìsàs por santos, em similitude ao santo católico, datando daí, a confusão entre o santo católico e Òrìsàs Nagò. E, mistura dos dois rituais: Católico e Nagò-Jèje, notando-se, nas primeiras épocas de colonização, santos católicos entronados em mesas de Batuque (Batukàjé). O São Jorge passou a ser o Ògún ou Òsóòsi (Oxossi) e a confusão continuou, não que o Negro iniciado não soubesse suas diferenças, porém, aceitou por necessidade. Tanto que, se por cima de uma mesa tosca havia uma estátua de um Santo Católico, por baixo estava o “fetiche”do Òrìsà Africano – o “Etá ou Otá”.
O Africanismo impuro, por influência do Catolicismo traz, simultaneamente, para as suas fileiras, as tradições religiosas do aborígine brasileiro, surgindo culto especiais, formando dois grupos distintos: o daqueles que admitiam, em suas reuniões, somente manifestação de Òrìsàs, lutando pela pureza dos ritos iniciais e, o dos que também aceitaram manifestações de outras “Entidades Espirituais – os Egunguns”.
Estas reuniões de culto Afro-Ameríndio-Católica, tomaram várias denominações tais como: na Bahia, - “Candomblé” deturpação por extensão do termo que se referia às grandes festas anuais do Africanismo; os “Encantados de Caboclos, onde o misto é mais nítido; “Cabulá”, Sociedade Secreta de Componentes Bântus, que teve o seu apogeu com o “13 de Maio”, entrando rapidamente em declínio e, atualmente, quase extinta; no nordeste brasileiro, “Xangô” – onde a dosagem da cultura ameríndia é bem maior; no norte do País, o “Catimbó”, com influências da magia mediterrânea, com seus bonecos de cera e a aceitação de manifestações, por médiuns (aves), de espíritos de “animais desencarnados”, como o da “Cobra Grande”( sem levarmos em consideração o símbolo esotérico da nossa “Boi-Açu”); No Rio de Janeiro, “Macumba”; no Rio Grande do Sul, “Batukàjé”, mais conhecido por “Batuque e Toque”.
O sincretismo continua em sua marcha, mas, nos dias de hoje é indevido, por este imenso Brasil, nas mais variadas formas e percentagens de misturas. É o período preparatório, de confusão, de adaptação, descambando em vezes para a involução de processos espiritualistas, depois de um apogeu em Cristo.
O sopro evolutivo chega. A massa se agita e surge um movimento renovador. É a “UMBANDA”, o renascimento dos velhos princípios, titubeantes ainda, mais a névoa já é menor. A codificação; é pouco. Escrevem-se “livros”de doto gênero. Nova confusão. O neófito perde-se na entrada do “Templo”.
Concorrem as diversas correntes espiritualistas, os ramos de uma árvore, quer através de suas obras ou de seus membros, para reerguer as velhas tradições, concretizando-as na “Umbanda”, provocando um movimento de caráter nitidamente evolutivo e sem fanatismo.
“A “Umbanda” não é espiritismo, esoterismo,teosofia, mentalismo, como muitos julgam. Ela é tudo isso e muito mais: é também magia. De suas origens se deduz que ela é conhecimento (Magia), sob aspectos básicos de filosofia, ciência e religião.
É FILOSOFIA, porque estuda os problemas gerais relativos aos sumos princípios de interpretação do Cosmos e a intuição universal da realidade em que se fundamenta. Admite uma única Lei. A lei de Umbanda, a da causa que é o próprio efeito, a realidade única indefinível, Olorun (Deus).
É CIÊNCIA de experimentação empírica, porque estuda racionalmente os fenômenos de ordem psíquica e física, comprovado pela experiência suas Leis. Tem como meio de pesquisa os métodos e processos da Psicologia, Psicanálise, dos estados Anímicos, Mediúnicos e Mentais; do Magnetismo, Hipnotismo, Matemática, Química, Física, Botânica, Zoologia, Geologia, Arqueologia e das demais ciências chamadas Acadêmicas e Herméticas.
É RELIGIÃO, porque mantém “um culto” e uma liturgia baseada em “símbolos” com caráter : “MONOTEISTA” por venerar somente um Deus, em Espírito e Verdade, não passível de representação; NATURAL, pela consciência do mundo com as forças que o impulsiona; MORAL, pela consciência do ser em si mesmo, das idéias de progresso espiritual; REDENTORA, pela consciência em Deus, quer por abstração negativa, como Buda, quer por abstração positiva, como Jesus Cristo.
A “Umbanda”é, pois, a religião da “natureza”, da “moral” e da “redenção”. Segue os ensinamentos de Jesus Cristo, condensados em seu único mandamento: “Ama o próximo como a ti mesmo, para que possas amar a Deus acima de tudo”. Não é nova a revelação, porque a revelação é Una é o pensamento através do tempo, expresso em conhecimentos. DEFINIÇÃO : Definiríamos a Umbanda como: “O CONJUNTO DOS CONCEITOS E PROCESSOS DE ORDEM FILOSÓFICA, CIENTÍFICA E RELIGIOSA, COM A FINALIDADE DE EVOLUÇÃO MATERIAL ESPIRITUAL DAS FORÇAS INTRÍNSECAS E EXTRÍNSECAS QUE REGEM O HOMEM”.
103.1.2.4 - UMBANDA UNIVERSAL E MATER
O caráter de “Conhecimento, Revelação e Tradição”, assegura à “Umbanda” sua “Universalidade” nos diversos matrizes da “Filosofia, Ciência e Religião”: É o que se conclui, por dedução do que nos conta a sua origem. É a “Mater Filosofia-Ciência-Religião” una em seu trino aspecto básico, fonte primitiva de “Quando o Mundo não era Mundo”, de onde brotam, através dos tempos, os atuais “Conceitos Universais”.
103.1.2.5 - UMBANDA NO BRASIL:
Embora a Umbanda seja universal, a sua exteriorização vária com o povo que a prática. Já no tempo histórico, em nosso “Arabutã” (Brasil), existe uma forma de Umbanda que iniciou em “13 de Maio de 1500”, com a primeira missa rezada pelo Frei Henrique de Coimbra. Assim, reporto-me porque foi o ponto inicial, quem sabe, da assimilação litúrgica pelos nativos, por imitação e por mímica, sem conhecer o significado oculto do “Gesto” ante o altar e a cruz.. Habitava, por essa época, a nossa terra, o seu dono, por posse e assentamento, o “aborígine brasileiro”, os “brasis”. Chega o branco ao Continente Sul-Americano, ávido de riqueza e de retorno a sua Pátria, mas termina se fixando no novo “Habitat”, mesclando seu culto religioso com os do ameríndio. Por escravidão, aportou às plagas brasileiras, o Negro, proveniente dos mais variados rincões africanos e, aqui, mistura seus ritos, que já não eram puros na origem (África), com os do “Índio brasileiro” e o homem importado. Com três raças em contato, com três culturas se beirando, era fatal a troca, o sincretismo, e foi o que aconteceu lá pelos idos das primeiras colonizações pelas sucessivas levas de Negros.
Os vários cultos africanos se “amalgamaram” a princípio, entre si, e depois com as religiões brancas :
Catolicismo e espiritismo. (nota de Ocipalede: amalgaram-se também, com a do ameríndio-cabôclo). De modo que temos, em ordem crescente de sincretismo :
l) Jèje-Nagò (nota de Ocipalede: ambos de origem Sudanês). 2) Jèje-Nagò-Muçulmi ( nota de Ocipalede: Negro de cultura Árabe). 3) Jèje-Nagò-Bântu ( nota de Ocipalede : outro grupo lingüístico e pobre em rituais). 4) Jèje-Nagò-Muçulmi-Bântu; 5) Jèje-Nagò-Muçulmi-Bântu-Ameríndio; 6) Jèje-Nagò-Muçulmi-Bântu-Ameríndio-Espírita; 7) Jèje-Nagò-Muçulmi-Bântu-Ameríndio-Espírita-Católico. O sincretismo continuou, estendendo-se por todo o País.
Outras correntes de pensamentos chegaram, como a Teosofia, o Protestantismo e o Rosacrucianismo, para enriquecer o manancial de conhecimento litúrgico da Umbanda Brasileira, por assim, chamar, pois de fato, a não ser didaticamente, não há distinção da Umbanda Universal, já que a “Umbanda e Una”, sendo, apenas polimórfica.
Não há dúvida de que “Ela é Sincrética; faceta brasileira, com “nada de seu”, porém, por sua origem “Universal e Mater”, “tudo” lhe pertence, como até o próprio nome, que de fato lhe é exclusivo.
A Umbanda, atualmente, já superou a fase de “recolhimento”, isto é, superou a fase sincrética, a fase involutiva, com retorno à processos, por vezes arcaicos, calcados em rituais bárbaros, sem fundamento “Esotérico”que se perdeu no “Tempo”. O fato geral: “perde-se o “ensinamento e fica-se com o ritual”. ( Hoje, em pleno século XXI, vejo como grande inimigo da Umbanda, a essa coisa que estão criando, como, um novo culto em substituição da Umbanda, que é para Entidade Èsú, outorgando-lhe poderes indevidos, como sendo, superior, igual aos demais, Caboclos Òrìsàs.). Despontando a aurora do conhecimento esotérico no meio umbandista, a “alfa da evolução”, nos indicando a senda do ecletismo, requer, ao trilha-la, por eliminação, por expurgo e por substituição, as formas menos espiritualizadas pela “estabilidade”espiralada da evolução que é a “própria Umbanda” no ecletismo da revelação e da seleção, na aquisição de conhecimentos filosóficos e científicos. Eis, pois, a meta da Umbanda no Brasil : “O ecletismo universal evolutivo”.
103.1.2.6 - FUNDAMENTOS DA UMBANDA (A LEI):
INTRODUÇÃO:
A mediunidade e a filantropia são atributos individuais, intrínsecos do “Homem” e independentes das correntes de pensamentos a que pertença. As vestes brancas, em reuniões espirituais, são usadas através dos tempos. Freqüentar reuniões umbandistas, qualquer pessoa poderá fazer, levada por inúmeros motivos, tais como, a curiosidade ou a necessidade de bálsamo para sofrimentos físicos ou Morais, etc...
Alguns fazem como certos prosélitos de outros cultos, e a exemplo, citamos Católicos que dizem: “sou Católico mas não aceito a confissão nem comunhão”. Estes, certamente não são Católicos. O Católico é aquele que segue os mandamentos de Moisés, chamados “Mandamentos de Deus e os Mandamentos da Igreja Católica Apostólica Romana”.
Exercer, portanto, a mediunidade e a caridade, freqüentar reuniões umbandistas, usar vestes brancas e ter restrições aos “Fundamentos da Umbanda”, não é ser “umbandista”. E sim, quem poderia afirmar, simpatizante. Porque, umbandista consciente, é aquele que aceita os “Fundamentos” emanados dos básicos aspectos:
“Filosófico, Científico e Religioso da Umbanda”. Só assim têm sentido a frase: “Sou Umbandista”, “Sou da Lei”. A Umbanda fundamenta-se: “UNA, TRINA E SEPTENARIAMENTE”. “FUNDAMENTO UNO” – A Umbanda possui um único fundamento, que é a sua LEX, aquela CAUSA é o PRÓPRIO EFEITO, DEUS- OLORUN, A LEI DE DEUS, A LEI DA UMBANDA. “FUNDAMENTO TRINO” – É o seu fundamento básico, a Lei do Uno, desdobra-se em três complementares, que em linguagem hermética são: “ARQUÉTIPO - MACROCOSMO – MICROC”SMO".
Obs.: Para serdes um “iniciado”, tendes de conhecer a Deus, a Natureza e o Homem”.
De Deus são os “PRINCÍPIOS”. Da Natureza são os “Fatos”. Do Homem são as “Leis”. Conseqüentemente, a Umbanda fundamenta-se trinamente: Em Deus, o “Arquétipo”. Na Natureza, o “Macrocosmo”. No Homem, o “Microcosmo”.
“FUNDAMENTO SEPTENÁRIO”- O septenário é o número universal por encerrar os demais. Sete são os Fundamentos da Umbanda. Sete é a soma do Ternário com Quaternário. E isto, quer significar: a soma dos Princípios, dos Fatos e das Leis: Assim a Umbanda se fundamenta:
1) Na existência de Deus; 2) Na pluralidade dos Mundos; 3) Na pluralidade dos corpos do homem e a existência do espírito; 4) Na pluralidade das Entidades Espirituais; 5) Nas linhas de Umbanda; 6) Na evolução da forma e do Espírito: 7) Na ética entre os entes.
103.1.2.6.1 - PRIMEIRO FUNDAMENTO:
DEUS
Deus é um “ENTE” indefinível, primitivo, conceituado pela mente que admite. Definir Deus é dar-lhe atributos antopomórticos. Em nossa humanidade dividida encontramos: Os “Teistas”, que aceitam Deus e estão distribuídos em:
Esotericamente, Deus é um “ENTE CÓSMICO”, que em sua atividade se exterioriza sob três aspectos distintos, que são harmônicos e simultâneos.
É o fenômeno da “Unidade na Trindade, e a Trindade na Unidade”, que se desdobra nos “Sete Espíritos Governantes Cósmicos”e que são os “Sete Òrìsàs Maiores” (Orixás), os “Sete Mundos”. A Umbanda é Monoteísta, admitindo Deus Uno e Trino, e sua consequência Septenário e, somente Ele é passível de adoração, por abstração, sem representação, nem mesmo por símbolos.
103.1.2.6.2 - SEGUNDO FUNDAMENTO
PLURALIDADE DOS MUNDOS
A doutrina da pluralidade dos mundos é, atualmente, de caráter quase universal. Todavia, nem sempre foi assim, pois muitas das filosofias e religiões, que ainda hoje existem, afirmavam a sua unidade, cujo centro seria a nossa “acanhada” Terra. Com a evolução do entendimento filosófico e as conquistas da ciência, os conceitos também progrediram e, hoje, nas elites pensantes do planeta, discute-se a habilidade de seres em outros mundos físicos, os seus aspectos e os seus graus de inteligência. A Umbanda, nitidamente evolutiva, para ser redundante, conclama com a “ciência acadêmica”a pluralidade física dos mundos – mundos da forma – e, com a ciência esotérica aceita a sua pluralidade hiper e infra-física.
Quanto a forma, a ciência atual costuma classificar os Cosmos, em “quatro ordens de universos”:
O de primeira ordem, que é o constituído pelo nosso “Sistema Solar”, ou por sistema análogos em outras estrelas que não o “Sol”e, em cada galáxia (com seus planetas, satélites, cometas, asteróides, meteoritos e poeiras);
Primeiro plano Cósmico: No entanto, partindo do conceito de “Espaço Total”, conjunto de mundos e, de “Tempo Total”, por correspondência e abstração, depreende-se uma relação, “Um Ente Deus”.
Segundo plano Cósmico: A Divindade Cósmica, passando pela Trindade se desdobra em “Sete Universos”.
Terceiro plano Cósmico: Cada um destes Sete Universos, com sua Divindade Regente trina, também é septenária, formando, por sua vez, Sete Universos. Quarto plano Cósmico: Estes universos, com seu Regente Divino, se desdobram em sete universos de quarta ordem, como os denomina a ciência acadêmica, na “Unidade e na Trindade”. Quinto plano Cósmico: Segue-se, a condensação dos universos de quarta ordem, em sete universos de terceira ordem. Sexto plano Cósmico: Cada um dos sete universos de terceira ordem se desdobram, depois do Uno-Tríplice, em outros sete universos de segunda ordem. Sétimo plano Cósmico: Os universos de segunda ordem, transformam-se, na decida para a matéria, em sete universos de primeira ordem, ou sistemas solares que são os de maior densidade e de maior extensão. Estamos na presença do nosso Universo! O sistema Solar, com sua cadeia de planetas, que esotéricamente são sete, considerando-se o satélite da Terra, a Lua, como tal e, formando, assim, “Sete Planos”, que são:
O primeiro plano, o ADI, é o da Atividade Divina. O segundo e o Terceiro. São os campos da evolução Hiper-Humana, enquanto que Mental, Astral e o Físico, são evolução humana e os mais conhecidos pelas religiões e filosofias antigas. Assim, o Plano Mental corresponde ao Céu ou Paraíso de certas religiões Cristãs, para os muçulmanos e judeus; aos Campos Elíseos dos Gregos, e ao Devacam dos Hindus. Nota-se que estes planos, não são como prateleiras, um em cima do outro, mas também “Interpenetrantes”, cuja penetração é do mais evoluído ao menos evoluído, do primeiro ao sétimo e todos formados por matéria universal, que se gradua de mais densa a menos densa. Sendo a menos densa, a do primeiro plano e, devido a interpenetração dos planos, que se dá a Deus, o atributo de “Onipresença.
103.1.2.6.3 - TERCEIRO FUNDAMENTO
OS CORPOS DO HOMEM - ESPÍRITO
A constituição do ENTE HUMANO, depende do plano de observação em que se coloque o estudioso e, por isso, o Homem poderá ter um, dois, três sete e até dez corpos distintos ou veículos. PRIMEIRO - O HOMEM UNO 1a) Materialistas: Ao contemplar o Homem, com os sentidos ou com instrumentos que o amplie, de imediato, ressalta, através de suas particularidades físicas e fisiológicas, como sendo este, constituído de matéria do Mundo Físico, e aqueles, que assim se situam, são os que militam na Escola Materialista e afirmam que o Homem é Uno, apenas composto de elementos químicos, que ao se combinarem formam o seu Corpo Físico e, portanto, o homem seria: “Uno. Somente Matéria, com um só corpo: O Corpo Físico. Nota-se: Hoje, não se fala em termos de matéria, e sim, em energia, campos energéticos e níveis de energia. Entretanto, esta Escola mantem, ainda, a sua denominação, talves por tradição. 2a) Espiritualistas Unilateralistas: Os pertencentes a esta Escola Filosófica, com muito poucos adeptos, dizem que o homem é matéria somente na “aparência”, mas, que de fato, o que há é um erro de observação ou falta de apuramento de nossos sentidos físicos e que, na verdade, o Homem é Somente Espírito. Esta corrente, que é espiritualista, difere apenas da materialista, por troca dos termos, ou seja, onde se diz matéria, se diz espírito, e nunca na essência do conceito e, portanto, o Homem seria: “Uno e, Somente Espírito, com um só corpo: O Espírito”.
SEGUNDO- O HOMEM DUAL:
Algumas correntes espiritualistas, como a dos Católicos e Protestantes, aceitam o Homem como constituído de um “Corpo Físico” onde habita, e um “Corpo Espiritual, o Espírito”, pertencente a um “Mundo Espiritual, o hiper-físico e, portanto, o Homem seria “DUAL”, formado por dois corpos:
TERCEIRO – O HOMEM TRINO:
O Espiritismo, em sua filosofia espiritualista, acentuada por Kardec na codificação, dá ao Homem um tríplice constituição:
QUARTO – O HOMEM HEPTENÁRIO:
Os teosofistas, hinduístas e algumas correntes espiritualistas, apregoam que o Homem é composto de sete corpos, que são:
QUINTO – O HOMEM DECENÁRIO:
Os espiritualistas rosacrusianos, em primeiro lugar, fazem distinção entre “Mente”e “Alma”e consideram o Homem como composto de Dez Princípios. Afirmam que o Homem é um Tríplice Espírito, possuidor de uma Mente, que comanda um Tríplice Corpo, que gerou uma Tríplice Alma.
O Tríplice Espírito seria:
A Mente, que pertence a região inferior do plano Mental, é constituída de seu material e forma um elo entre o Tríplice Espírito e os Três Corpos.
A Tríplice Alma, que é emanação do Tríplice Corpo, seria:
O Tríplice Corpo, emanação do Tríplice Espírito, seria:
O ESPÍRITO:
Todas as correntes de pensamentos, a não ser as materialistas, são acordes, que no Homem há um “Espírito”.
A Umbanda segue a recíproca de Hermes – “Como em baixo assim é em cima”, - “Assim como é o “Microcosmos é o Macrocosmos”. A Gênese ( primeiro, v.26) diz: “O Homem foi feito à imagem e semelhança” de seu Criador. Embora seja uma afirmativa pretensiosa, o termo semelhança deixa uma distância incomensurável, podendo ser aceito com restrição e, então, como Deus, o Homem Trino em sua atividade, e Septenário em seu Universo. O Homem é uma “Consciência Encarnada” em um Universo Mutável ( os seus corpos mortais), onde se manifesta trinamente como: “Vontade – Amor – Inteligência”. A Umbanda aceita o “Espírito Uno e Trino” em seu Universo Septenário na pluralidade dos Corpos do Homem. IMORTALIDADE: Resta saber, se o Espírito Humano é mortal, se parece na transformação da matéria por absorção em seu plano, ou se é Imortal? Os materialistas, como não poderia deixar de ser, nem cogitam do assunto, pois para eles, só há existência material. As demais correntes, todas espiritualistas, afirmam a Imortalidade do Espírito, fazendo coro com elas, a Umbanda.
MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO:
Os espiritualistas não estão acordes com a manifestação do Espírito fora da matéria, quer quando encarnado, quer após o desencarne. Para alguns, o Espírito quando fora do Corpo Físico, jamais se manifesta.
Outros, só admitem, sua manifestação após o desencarne e, assim, formando dois grupos: “os que aceitam sua manifestação SEM interferência de intermediários ( médiuns), e os que admitem a manifestação do Espírito Humano COM ou SEM intermediários ( médiuns)”. Porém, encontramos outra classe que embora aceitam a manifestação do Espírito com a dependência ou não do médium, só admitem esta comunicação, quando o Espírito for desencarnado, ou melhor, quando já não possua “Corpo Físico”. Poder-se-ia, ainda, inserir uma nova classificação na daquelas que aceitam a manifestação só do Espírito Humano e outros que acreditam na manifestação do Espírito Humano e outros Entes Espirituais. A Umbanda aceita a manifestação do Espírito Humano, sem nenhuma restrição, bem como, de outros Entes Espirituais.
A REENCARNAÇÃO:
Como conseqüência de existência e imortalidade do Espírito Humano, nasce o problema dos renascimentos ( reencarnação).
Correntes há, como a Católica e a Protestante, que apregoam, que o Espírito uma vez descarnados, não mais volta a ter Corpo Físico. Mas, a corrente mais numerosa entre os espiritualistas “é a dos rencarnacionistas”. Também, aqui, encontramos divergências , porque alguns se situam na admissão de reencarnações, “somente em seres da mesma evolução”, ou seja, “que o Espírito Humano reencarna só na forma Física Humana”. Acontece, que outros assim não entendem e afirmam “que o Espírito Humano pode reencarnar em outras formas Físicas menos evoluídas”, tais como, a dos animais. A Umbanda situa-se entre os que só admitem a reencarnação na forma Humana. Nota: Espiritualismo é crença na existência do Espírito Imaterial, oposto ao materialismo. O Espiritualismo é a base todas as Religiões. Assim, espiritualista é aquele que acredita que no Homem, nem tudo é matéria, o que de modo algum, implica na crença da manifestação dos Espíritos. Todo Espírita é, necessariamente, Espiritualista. Põem, se pode ser Espiritualista sem ser Espírita. Claro está, que o Materialista não é nem um nem outro. Espiritismo é, pois, a “doutrina” fundada sobre a crença na existência dos Espíritos e em outras manifestações. O seu adepto denomina-se Espiritista, palavra que não foi consagrada pelo uso, empregando-se em seu lugar o termo Espírita. A Umbanda “NÃO” é Espiritismo, embora contenha os seus ensinamentos não se limita a Eles. Estuda, também, a natureza de “Entes Espirituais não Humanos”.
103.1.2.6.4 - QUARTO FUNDAMENTO
PLURALIDADE DAS ENTIDADES ESPIRITUAIS
É conceito firmado em quase todas as Religiões, a existência de Entidades Espirituais, umas acima e outras abaixo, da escala evolutiva do Homem. Há nessa cadeia, Entidades Sublimes, pelas suas perfeições, que formam uma verdadeira Hierarquia Espiritual, que cuidam e guiam a evolução de “Entes” em estágios inferiores aos seus.
Para nosso estudo, entende-se como ‘Entidades Espiritual”, todo o “Ente”que não mais possua seu Corpo Físico, ou que nunca o teve. Classifica-las, ordena-las, é tarefa muito difícil por sua complexidade, porém, como cunho didático, salvo melhor, é satisfatória a que segue:
ENTIDADES ESPIRITUAL HUMANA COM EGO—“EGUM”:
Neste grupo se situam as formas Espirituais que tiveram Corpo Físico como nosso, e que são atidas por sua essência – O Espírito.
Na Umbanda tomam o nome genérico de “Egum”-Espírito de Morto. Tome-se o termo “morto” como desencarnado.
ENTIDADE HUMANA SEM EGO:
São resíduos dos corpos do homem, que militam em plano inferior, comumente no Astral, enquanto que o Êgo, o Espírito, com os demais corpos superiores, encontram-se em plano mais elevado. Para melhor entendimento, poderemos agrupa-los em:
A) SOMBRAS:
Compreenda-se por “sombras”, as entidades espirituais, não mais animadas pelo Êgo Superior, mas, que por falta de libertação, o seu Êgo inferior não foi absorvido totalmente, ficando, pois, este “Ente Hiper-Físico” vitalizado, apenas, por seu reflexo. Estes Entes Espirituais não tem consciência de si mesmo como “Personalidade”, pois, na sua inteligência limitada, “supõem-se ser o indivíduo de que fez parte, transitoriamente, como um de seus corpos”.
A duração de uma “Sombra”, como entidade independente, vária com a intensidade do Espírito Inferior do indivíduo que o animava, mas vai diminuindo, lentamente, em sua atividade inteligente até reduzir-se a atos instintivos. Prestam-se, estas “Sombras”, para as mistificações freqüentes em reuniões Espíritas, bem como, por suas tendências más já que lhes restam só o Corpo Emocional, por serem Entidades do Astral, para operações de “Magia Negras”.
B) INVÓLUCROS OU CASCÕES:
O invólucro é um cadáver do plano que pertence. É o que resta, no plano, daquilo que foi veículo do Espírito, em sua fase última de desintegração, ou melhor, quando os estão abandonando as últimas partículas do plano imediatamente superior e, quase sempre, “é o que resta do que foi uma “Sombra”. Mas, o Cascão, ao contrário da Sombra, não tem consciência e inteligência de qualquer espécie, vagueiam, por assim dizer, em correntes no plano que pertencem . Acontece, porém, que quando entram no campo de atração de um “médium”, reproduzem as expressões e até mesmo a letra daquele que serviu como um dos seus corpos. Mas, são atos automáticos, que devido a qualquer excitação, tendem a repetir, mecanicamente, os movimentos habituais. Às vezes, achamos inteligência nos “Cascões”, que de fato a tem, mas, não sí próprio, como poderia parecer à primeira vista e, sim, provenientes do “médium” que o aciona ou das Entidades com Êgo Superior, que lhes emprestam a inteligência, por momentos. Os invólucros podem ser vitalizados, quer por pensamentos humanos, quer por Entidades Espirituais. Em geral, esta vitalização visa o mal, pois são de fácil manejo e servem como ação na Magia do Vood e do Obeah . No entanto, sua vitalização pode ser para o bem, quando utilizada como roupagem de Entidades Espirituais Superiores.
A sua conservação, principalmente, no plano Astral, feita artificialmente, é Lícita, quando para fins benéficos, mas, requer conhecimentos de “Umbanda Esotérica”.
C) CORPO ETÉREO OU VITAL:
Como o “Cascão”, também é um cadáver, porém, pertencente a parte Etérea do plano Físico. Difere do “invólucro”, por não vaguear daqui para ali, e sim, por manter-se a pouca distância do Corpo Físico em decomposição – É o fantasma dos cemitérios.
Está categoria, também, é desprovida, completamente, de inteligência e de consciência. A sua utilização é uma das formas mais “Horríveis na Magia Negra”. D) ESSÊNCIA ELEMENTAL:
É massa que permanece nos planos evolutivos e que pertencente a nossa evolução, reage aos pensamentos humanos. Existe uma outra espécie de “Essência Elemental”, em Umbanda, se faz através de cerimonial mágico, por “Entidade Espiritual” evocada para tal, ou pelo “Mago”.
E) ESPÍRITO GRUPO:
Os minerais, as plantas e os animais não tem espíritos individualizados e, sim, coletivos cuja sede é o plano “Mental”. Estes Entes, pouco a pouco ganham a sua individualidade. Basta observar o grau de evolução que separa um animal selvagem de um doméstico.
F) ESPÍRITOS DA NATUREZA – ELEMENTARES:
São Entidades Espirituais que muito diferem das demais, pois nunca foram, nem são, nem hão de ser membros de uma humanidade como a nossa, por terem evolução completamente diversa . Somos apenas companheiros evolutivos no mesmo planeta Terra . Estas Entidades são mais evolutivas que a “Essência Elemental”, mas guardam entre si, a sua classificação primária, que é septenária, como tudo no Cosmos.
Classificam-se em “Sete Classes” que ocupam os mesmos “Sete Estados” coesivos da “Matéria”, e que são: Os Espíritos da Terra; Os Espíritos d’Água; Os Espíritos do Ar; Os Espíritos do Fogo; Os Espíritos dos três Estados Etéreos . São Entidades Astrais e algumas Etéreas, com inteligência, que habitam e funcionam em cada um desses meios . O Umbandista pode e sabe utilizar os seus “Serviços”, mas com parcimônia e muito conhecimento de causa. Nota: Como aviso de prudência, não se deve evocar tais Entidades, através de promessas, em troca de algo material, ou, ainda, o que é pior, utilizando influência que lhes obriguem “Obediência”. Muita “Calma e Conhecimento” no trato com “Elementares”.
G) ORIXÁ ( Òrìsà):
É o “Deva” do Hindu, o Anjo Ocidental. É a classe de Entidades Espirituais de Maior Evolução que tem contato com a Terra . Apesar de sua relação conosco, não estão confinados nos seus limites, porque o conjunto dos Sete Universos que constituem a nossa cadeia planetária, é o campo evolutivo daqueles de maior elevação.
Nunca encarnaram como nós, e o processo evolutivo é bem diverso do nosso . Foram uma grande hierarquia espiritual, desde os que militam no plano físico ( etéreo), astral e mental do nosso planeta, até os grandes Orixás Cósmicos, regentes de Universo . E, então, estaremos na presença do “Único Orixá – Olorun”. Entretanto, embora pertençam a uma cadeia evolutiva mais elevada que a da Humanidade, não quer dizer que não haja Orixás menos evoluídos que certos Entes Humanos .
H) ENTIDADES ESPIRITUAIS ARTIFICIAIS:
Consideram-se como Entidades Espirituais Artificiais, aquelas produzidas pelos pensamentos humanos. A mais levada ação de pensar, faz com que a Essência Elemental se agite . No entanto, se o pensamento é mais intenso a Essência Elemental ganha forma que dependerá do tipo de pensamento emitido, e a sua duração, da intensidade do pensamento .
Claro está que o pensamento inconsciente, aquele sem rumo certo, já produz pequenas vagas e minúsculas formas, naturalmente no plano que afine. Entretanto, quando o pensamento é dirigido, repetido muitas vezes, estas formas corpo, podendo ser alimentadas pelo seu “Criador”, e mesmo aumentadas, já que são produtos de pensamentos conscientes . As vezes, formam verdadeiras correntes nos planos onde foram criadas e denominam-se “Noures” ( termo de Ubaldi). Ao conjunto de pensamentos de um recinto, é o que se denomina EGRÉGORA. Por vezes, um espírito de natureza, um elementar, os anima agindo como um Ente Inteligente. As ondas de pensamentos, a forma pensamento ou forma vitalizada por elementar e a Egrégora, são utilizadas na Umbanda seguidamente. É de bom alvitre, para com os Espíritos da Natureza, o “Profundo Conhecimento de Parte do Umbandista”, no seu manejo, para evitar males muito comuns provocados por neófitos e imitadores de rituais.
Assim, a Umbanda, esotéricamente, é a Egrégora do Planeta. É, pois, “O CONJUNTO DOS PENSAMENTOS EMITIDOS PELA HUMANIDADE ATRAVÉS DO TEMPO”.
103.1.2.6.5 - QUINTO FUNDAMENTO
AS LINHAS DE UMBANDA
O estudo das Linhas de Umbanda,é deveras complexo e extremamente importante para a “CONSOLIDAÇÃO DA UMBANDA”, e não dogmatização, pois a Umbanda não tem “Dogmas”e sim “Fundamentos Evolutivos”.
Alguém já disse :
“A UMBANDA MUITO SE DÁ OU TUDO SE LHE TIRA”.
Eis, pois, a primeira dificuldade que parte de sua origem universal ou brasileira. A segunda, prende-se ao seu trino aspecto de filosofia, ciência e religião e a concordância destes aspectos na unidade de LINHAS. Desde logo, devemos preterir aqueles que formulam arranjos hipotéticos fora da razão, da lógica e do conhecimento. Destas premissas, brota a compreensão que haverá muitas “Linhas”que vão depender de seu apoio conceitual, tomados em conjunto ou separadamente.
Desta forma, nascem as chamadas “LINHAS PRÁTICAS DEVOCIONAIS, DE CABOCLOS, AFRICANAS, DE SANTO CATÓLICO, DE ORIXÁ, MITOLÓGICAS OU HISTÓRICO- MITOLÓGICOS, ESOTÉRICAS ORIENTAIS OU OCIDENTAIS, DE “QUIMBANDA”, etc...
LINHAS PRÁTICAS OU DEVOCIONAIS:
Quando se situa a Umbanda como, religião independente de suas origens, ressalta ao observador, seu sincretismo e suas fazes ecléticas. Assim, a Umbanda seria formada por fragmentos de cultos religiosos, onde, aqui e ali há a predominância deste ou aquele, por formação ou escolha eclética.
Estas “Linhas”são constituídas, por agrupamentos de regras ditadas por “Chefe de Cultos” ou por “Entidades Espirituais” responsáveis por eles. Daí, haver tantas “Linhas” quantas forem as idealizações ou necessidades, ambientais das reuniões.
As “Linhas Práticas Devocionais” são livres. Cada Chefe, possivelmente cria a sua “Linha”. Nelas podem ser enquadradas as de “Caboclos”, as de “Africanismo” ou de “Pretos Velhos”, as de “Santos Católicos”, as de “Orixás”e, assim, nada mais são do que “Sistemas de Trabalhos”. Sobre estas modalidades de reuniões, nada há a criticar. Somente, somos de parecer que não constituem “LINHAS DE UMBANDA”. São “SISTEMAS DE TRABALHO”. Cada um realiza dentro seu “RITMO”, de, “PROCESSO ESPIRITUAL”, ou na dependência da “COLETIVIDADE” que comanda ou pertence, sua maneira de trabalho. LINHAS HISTÓRICO – MITOLÓGICAS:
A filosofia da história, a história, a “Cosmogonia”e a comparação dos “Mitos dos Povos”, trazem novas concepção de agregamento que vão constituir as “LINHAS DE UMBANDA HISTÓRICO-MITOLÓGICAS”.
Enquanto que as “LINHAS PRÁTICAS” ou “DEVOCIONAIS” são formuladas sem regras fixas e variáveis no tempo, as “LINHAS HISTÓRICO-MITOLÓGICAS” tem método distinto, pois seguem a conjuntos de conjuntos de conceitos universais em comparação lógica. Estas, naturalmente entram em choque com as primeiras, pois e de probabilidade mínima coincidirem: “vontade de acertar com cronologia histórica e crônica mitológica”.
LINHAS DE QUIMBANDA:
Sobre esta, “lembramos”que são sete as cabeças da besta do apocalipse . Tais cabeças representam os sete instintos baixos do Homem, os sete vícios capitais da Igreja Católica :
Logo, alguém que tenha juízo e queira fazer um quadro esquemático com as “sete linhas de quimbanda”, é melhor que aproveite os nomes acima e dêem aos seus respectivas Entidades da Quimbanda. As sete “Linhas da Quimbanda”, se existem, estão dentro dos vícios de cada Homem . É, lamentável, pela incapacidade de muitos “Chefes de Terreira”, hoje, substituindo certos fundamentos da Quimbanda, em troca por “Giras de Kiumbas”, onde possibilita a infiltração dos vícios como: Cachaça, cigarros, charutos, maconha, e outras. Saiba mais profundamente sobre A KIMBANDA.
Com a finalidade de conquistar novos adeptos e, fazer exploração através destes vícios, um meio lucrativo. Não desejando generalizar, ou seja, nem todas as Terreiras de Umbanda se utilizam deste expediente. Que, em, futuro próximo, a tendência é prejudicar aquém realmente não se utiliza destes rituais, que na verdade é um passo para “Magia Negra”.
LINHAS ESOTÉRICAS:
As Linhas Esotéricas, ou mais precisamente, Linhas Esotérica Oriental, têm por base a constituição planetária: Sol, Mercúrio. Vênus, Júpiter, Marte, Saturno e Lua, onde estes planetas não são “Santos”, “Entidades” ou “Orixás”, ou não foram classificados como tais. Senão vejamos:
Portanto, se pode estabelecer uma correspondência “Básica entre Orixá, Planeta e Raios”- Temperamentos.
O Búzio dá o Orixá. A Astrologia dá o Ascendente. O Esoterismo Oriental dá o Raio. Será uma mesma coisa? - Quem sabe o “Prisma” é o mesmo e vamos cores diversas da mesma “Luz Branca”.
LINHA MÁGICA:
A Umbanda também é magia, por isso, melhor seria dizer “Linha Mágica de Umbanda”, linhas traçadas pelo raciocínio, através do Saber que é a “Magia da Ciência”, com os recursos da “Metafísica”, da “Tradição”, da “História”, das “Mitologias dos Povos” e das “Cosmogonias Religiosas”, e que se originam do “Uno”, “Olorun”, na sua restrição astrológica.
Como Hermes : “Assim como é em cima é em baixo”. Como Olorun é Uno, Trino e Septenário, assim, também, o nosso Universo, o Sistema Solar é Uno, Trino e Septenário.
OBATALÁ, o Orixá-Deus, é o Uno do nosso Sistema, cujo domínio é de todos os planos com permanência no primeiro, o “Ádico”o “Plano Divino”, e constitui-se nos aspectos: Oxalá – Xangô – Oxu, que por desdobramento, chegam até nós, por formação no Septenário constituindo os “Sete Orixás Criadores”, pertencentes aos Planos Nirvánico e Búdico, e que são, “As Sete Linhas Mágicas da Umbanda”: OXALÁ – XANGÔ – YEMONJÁ – IBEIJE – OGUM – OKÊ – OXUM, que formam no “Plano Mental Superior”, o “Casual”, as “Doze Hierarquias Criadoras”, até chegarem aos “PlanosAstral e Físico- Etéreo”, onde se passam os fatos comuns da Umbanda.
Fonte: Comunidade Estudos da Umbanda - Orkut
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103.1.3 - A ORIGEM DOS CULTOS AFRO NO BRASIL
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103.1.3.1 - A ORIGEM DA UMBANDA:
Os primeiros cultos começaram a se difundir por volta de 1763. Com a designação de macumba experimentaram certo período de resplendor que se apagou no inicio deste século. Debilitaram-se com as concessões feitas as tradições culturais de Angola. Assim é que passaram a adotar danças semi-religiosas (gongo e o caxaruin) e o culto dos mortos. A adesão de novos brasileiros fortaleceu a absorção de elementos nacionais, desenvolvendo-se, assim, praticas espiritistas e ocultistas ao lado de novas divindades caboclas e negras. O processo sincrético que deu origem a Umbanda desenvolveu-se em etapas históricas: Primeira: Africana ou básica - resultado da sedimentação de contribuições árabes, egípcias, semíticas, etc., formando os cultos básicos das nações que nos forneceram escravos. Segunda: Indígena - os negros que se embrenhavam nas matas, principalmente os de origem banto identificam-se com o que havia de, semelhante nos cultos dos indígenas. Terceiro: Européia ou católica - os negros e índios, incapazes de assimilar a religião católica que lhes era imposta pelos padres, fizeram-no imperfeita ou parcialmente no que havia de correspondência - com suas divindades tradicionais. Quarta: Espiritista - após a libertação dos escravos vemos a integração do seu culto ao culto espiritista que se difundia entre as elites brasileiras desde 1873. Dai começa, então a se formar um novo culto, que se distancia dos candomblés da Bahia. A nova religião que se derivou deste processo sincrético obteve varias denominações. Em Angola, dava-se o nome de Mbanda ao sacerdote, e ao invocador de espíritos, Ki-Mbanda. Desta forma, em principio, Umbanda queria dizer sacerdote; depois, por extensão, passou a designar, "local de culto", e, finalmente, para nós, brasileiros, a religião.
"Já em 1894, através da palavra de Hely Chanterlain encontramos o registro dos termos com o seu significado e derivação.
Partindo dai, a macumba-mista do Rio de Janeiro, produto sincrético de praticas espíritas, culto dos orixás e magia européia, foi aos poucos tendendo para a denominação de Umbanda. Para Edson Carneiro existe uma diferença básica entre a Umbanda e a Macumba, e ambas sobrevivem lado a lado. "As confrarias, chamadas a principio macumbas, compreendiam a linguagem mágica dos tambores e a possessão da divindade de acordo com o modelo original - e por isso se viram expulsas do perímetro urbano carioca; as sucessoras, ou aquelas que se adaptaram as novas exigências policiais, passaram a chamar-se Umbanda, suprimindo os tambores e moderando a possessão". O primeiro Congresso Umbandista realizou-se no Rio de Janeiro em 1941, visando estruturar uma pratica religiosa, o que já se fazia há mais de trinta anos, desordenadamente. Nele foram delimitados os elementos de cujo sincretismo surgiu a Umbanda nas suas diversas apresentações, já que não há uma unidade doutrinaria e ritual. E justamente o objetivo de seus órgãos de tentar tal unificação para o maior fortalecimento da religião. Atualmente a Umbanda surge como um fenômeno social de maior importância, dado seu crescente predomínio. Já conta atualmente, no Grande Rio, com centenas de terreiros adeptos, o que a coloca na situação de religião prevista pelos estudiosos como a que devera predominar daqui a alguns anos. Apesar da tradição africana, a Umbanda pode ser considerada essencialmente brasileira. Os santos se adaptam ao ambiente. Usa-se uma linguagem direta e compreensível. Os cultos africanos podem servir de modelo no que se refere à comunicação. Tal adaptação explica o sucesso do crescimento da Umbanda. Alem disso, o crescimento da Umbanda no Grande Rio prende-se, sobretudo, aos anseios populares que encontram nesta religião uma identificação imediata, principalmente nas camadas mais baixas da sociedade.
Para isso muito contribui:
a) o ritual, simples e direto. O médium adota a roupagem numa igualdade de condições com o ambiente; ' b) comunicação simples e.direta - o crente fala diretamente com a entidade, através de seu cavalo; sem maiores problemas e com muita simplicidade, o crente trata dos seus assuntos de forma espontânea e clara, numa linguagem de fácil compreensão; c) o imediatismo - a possibilidade de resolver seus problemas em curto prazo; d) o sincretismo religioso - o que contribui positivamente para que seja cada vez maior o número de adeptos aos cultos umbandistas. Através dos caboclos, pretos-velhos e exus, observa-se uma integração das religiões, cujos resultados poderão ser benéficos para os que buscam a Umbanda como um acordo extensivo da religião católica, que ainda respeitam e acreditam mas que dela se distanciam cada vez mais; e) a música, extremamente simples e de poesia singela, atinge diretamente o sentimento do povo. Os instrumentos são de percussão e o ritmo vibrante marca todo o culto; f) a facilidade de se entrar em contato com a religião, para se fazer à cerimônia religiosa.
103.1.3.2 - Outra versão para a origem da Umbanda:
Tentaremos mostrar uma face dessa origem, salientando que não importa as formas variáveis da origem, e sim, como ela atua e o que têm em comum: sua essência.
O início do movimento Umbandista se coloca entre a primeira e a segunda metade do século XIX, junto ao candomblé.
Os negros nas senzalas cantavam e dançavam em louvor aos Orixás, embora aos olhos dos brancos eles estavam comemorando os Santos católicos. Em meio a essas comemorações eles começaram a incorporar espíritos ditos Pretos-Velhos (reconhecidos como espíritos de ancestrais, sejam de antigos Babalaôs, Babalorixás, Yalorixás e antigos "Pais e Mães de senzala": escravos mais velhos que sobreviveram à senzala e que, em vida, eram conselheiros e sabiam as antigas artes da religião da distante África) que iniciaram a ajuda espiritual e o alívio do sofrimento material, àqueles que estavam no cativeiro.
Embora houvesse uma certa resistência por parte de alguns, pois consideravam os espíritos incorporados dos Pretos-Velhos como Eguns (espírito de pessoas que já morreram e não são cultuados no candomblé), também houve admiração e devoção.
Com os escravos foragidos, forros e libertados pelas leis do Ventre Livre, Sexagenário e posteriormente a Lei Áurea, começou-se a montagem das tendas, posteriormente terreiros.
Em alguns Candomblés também começaram a incorporar Caboclos (índios das terras brasileiras como Pajés e Caciques) que foram elevados à categoria de ancestral e passaram a ser louvados. O exemplo disso são os ditos "Candomblés de Caboclo". Muito comuns no norte e nordeste do Brasil até hoje.
No início do sec. XX surgiram as Macumbas no sudeste do Brasil, mas precisamente no Rio de Janeiro (sendo que também existiam em São Paulo) que mesclavam ritos Africanos, um sincretismo Afro-católico e outros mistos magísticos e influências espíritas (kardecistas). Isso era feito isoladamente, por indivíduos e seus guias, ou em grupamentos liderados pelo Umbanda ou embanda que era o chefe de ritual.
De certa forma, com o passar do tempo, tudo que envolvia algo que não se enquadrava no catolicismo, protestantismo, judaísmo ou no espiritismo, era considerado macumba. Virou um termo pejorativo e as pessoas que a praticavam, o que podemos rotular como uma "Umbanda rudimentar", não estavam muito interessadas ou preocupadas em dar-lhe um nome. Porém, o termo Umbanda já era utilizado dentro de uma forma de culto ainda meio dispersa e sem uma organização precisa como vemos hoje.
A mais antiga referência literária e denotativa ao termo Umbanda é de Heli Chaterlain, Contos Populares de Angola, de 1889. Lá aparece a referência à palavra Umbanda.
UMBANDA: Banto - Kimbundo = arte de curar.
Segundo Heli Chatelain, tem diversas acepções correlatas na África (ref.: Cultura Bantu):
1 - A faculdade, ciência, arte, profissão, negócio: 1a) de curar com medicina natural (remédios) ou sobrenatural (encantos); 1b) de adivinhar o desconhecido pela consulta à sombra dos mortos ou dos gênios, espíritos que não são humanos nem divinos; 1c) de induzir esses espíritos humanos que não são humanos a influenciar os homens e a natureza para o bem ou para o mal;
Com o passar do tempo a Umbanda foi se individualizando e se modificando em relação ao candomblé, ao Catolicismo e ao Espiritismo. Através dos Pretos-Velhos e Caboclos, que guiaram seus "cavalos" (médiuns), a Umbanda foi adquirindo forma e conteúdo próprios e característicos (identidade cultural e religiosa) e que a difencia daquela "Umbanda rudimentar" ou Macumba.
A incorporação de guias de Umbanda também ocorreu em outras religiões além do Candomblé, como foi no caso do espiritismo. Em 1908, na federação espírita, em Niterói, um jovem de 17 anos, Zélio Fernandino de Moraes, foi convidado a participar da Mesa Espírita. Ao serem iniciados os trabalhos, manifestaram-se em Zélio espíritos que diziam ser de índio e escravo. O dirigente da Mesa pediu que se retirassem, por acreditar que não passavam de espíritos atrasados (sem doutrina).
As entidades deram seus nomes como Caboclo das Sete encruzilhadas e Pai Antônio. No dia seguinte, as entidades começaram a atender na residência de Zélio todos àqueles que necessitavam, e, posteriormente, fundaram a Tenda espírita Nossa Senhora da Piedade.
Zélio foi o precursor de um "trabalho Umbandista Básico" (voltado à caridade, assistencial, sem cobrança e sem fazer o mal e priorisando o bem), uma forma "básica de culto" (muito simples), mas aberta à junção das formas já existentes (ao próprio Candomblé nos cultos Nagôs e Bantos, que deram origem às Umbandas mais africanas - Umbanda Omoloko, Umbanda de pretos-velhos-; ou aquelas formas mais vinculadas ao espiritismo - Umbanda Branca-; ou aquelas formas oriundas da Pajelança do índio brasileiro - Umbanda de Caboclo -; ou mesmo formas mescladas com o esoterismo de Papus - Gérard Anaclet Vincent Encausse -, esoterismo teosófico de Madame Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), de Joseph Alexandre Saint-Yves d´Alveydre - Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciática, entre outras) que foram se mesclando e originando diversas correntes ou ramificações da Umbanda com suas próprias doutrinas, ritos, preceitos, cultura e características próprias dentro ou inerentes à prática de seus fundamentos.
Hoje temos várias ramificações da Umbanda que guardam raízes muito fortes das bases iniciais, e outras, que se absorveram características de outras religiões, mas que mantém a mesma essência nos objetivos de prestar a caridade, com humildade, respeito e fé.
Alguns exemplos dessas ramificações são:
Umbanda tradicional - Oriunda de Zélio Fernandino de Moraes"; · · "Umbanda Popular" - Que era praticada antes de Zélio e conhecida como Macumbas ou Candomblés de Caboclos; onde podemos encontrar um forte sincretismo - Santos Católicos associados aos Orixas Africanos";
Umbanda Branca e/ou de Mesa - Com um cunho espírita - "kardecista" - muito expressivo. Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos - Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinaria se prende mais ao trabalho de guias como caboclos, pretos-velhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas - "kardecistas - como fonte doutrinária;
Umbanda Omolokô" - Trazida da África pelo Tatá Trancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias; Umbanda Traçada ou Umbandomblé - Onde existe uma diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessoes diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são feitas em dias e horários diferentes; Umbanda Esotérica - É diferenciada entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: "conjunto de leis divinas"; Umbanda Iniciática - É derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sanscrito; Umbanda de Caboclo - influência do cultura indígina brasileira com seu foco principal nos guias conhecidos como "Caboclos"; Umbanda de pretos-velhos - influência da cultura Africana, onde podemos encontrar elementos sincréticos, o culto aos Orixás, e onde o comando e feito pelos pretos-velhos; Outras formas existem, mas não têm uma denominação apropriada. Se diferenciam das outras formas de Umbanda por diversos aspectos peculiares, mas que ainda não foram classificadas com um adjetivo apropriado para ser colocado depois da palavra Umbanda.
Os Fundamentos:
A Umbanda se fundamenta nos seguintes conceitos:
Um Deus único e superior: Zâmbi, Olorum ou simplesmente Deus..
Em sua benevolência e em sua força emanada através dos Orixás e dos Guias, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e social.
Os Orixás.
Seres do Astral superior que representam a natureza e como esta atua e interage com os seres humanos.
Orixás: Oxalá, Omulu/Abaluaye, Xango, Ogum, Oxosse, Exu, Yemanjá ou Yemonjá, Nanã ou Nanã Boruque, Oxum, Oxumaré, Oba, Iansã, ...
Os Guias.
Espíritos de Luz e plenitude que vêm à Terra para ensinar e ajudar todas as pessoas, encarnadas e desencarnadas.
Guias: Pretos-Velhos, Caboclos, Boiadeiros, Africanos, Baianos, Marinheiros, Crianças, Orientais, Ciganos, Exus e Pomba-giras, ...
Os Espíritos (generalização).
Seres desencarnados que atuam de várias maneiras no mundo em que vivemos: maneiras positivas (são os Guias da Umbanda; os espíritos de Luz do Espiritismo - Kardecismo). Maneira negativa: espíritos maléficos ou perdidos (os Kiumbas - nome dado na Umbanda); obsessores ou espiritos sem Luz (nome dado no Espiritismo).
A Reencarnação.
Ato natural do cliclo de vida (vida - morte - renascimento); aperfeiçoamento do espírito e do proprío homem.
Consite na crença de que várias existências são necessárias para se chegar ao equilíbrio evolutivo e aos diversos planos da espiritualidade.
A origem dessa crença é indiana e penetrou em várias religiões ao longo dos séculos: Religiões Hindus, Budismo, Umbanda, Candomblé, Espiritismo etc
O Kharma.
Lei reencarnatória a qual todos estamos subordinados que dita a forma e os meios pelos quais será dado o retorno a um corpo material afim de resgatarmos nosso erros (de existências passadas) e fazer cumprir boas ações (na existência futura).
O Kharma, por vêzes, ultrapassa as barreiras temporais da materialidade fazendo com que o espírito cumpra sua passagem pela Terra não reencarnando, mas sim, como um Guia (Preto-Velho, Caboclo, etc; no caso da Umbanda). O qual tem como comprometimento, missão ou provação guiar e ajudar os seres humanos e outros espíritos.
Exemplo em termos genéricos do Kharma:
Uma pessoa A que por pura ganância e egoísmo prejudicou a vida de B colocando-a na sarjeta e levando-a a cometer atos espúrios e em conseqüência a morte, sendo que B morreu nutrindo um ódio muito grande por A que a prejudicou.
O Kharma que A poderia ter seria vir (reencarnar) como mãe de B. E B, por sua vez, poderia aceitar um Kharma de vir como filho deficiente de A, para que ambas pudessem cumprir seus Kharmas e evoluir e aprenderem juntas o sentido da solidariedade e do amor.
O Dharma.
De várias modos os Umbandistas, em geral, vêem o Dharma embutido dentro do Kharma e, por vêzes, fazem referências ao Dharma em formas de Kharma e vice-versa. Por isso, eu preferi fazer a referência ao Dharma em separado, mas resaltando que não há o Dharma sem o Kharma, mas que ambos têm seu próprio significado.
Lei de conduta na qual o espírito já encarnado, ou não, tangem sua existência, afim de cumprir seus Kharmas. Quando há a quebra do Dharma ou sua deturpação caímos em novos Kharmas.
Exemplo genêrico do Dharma:
Utilizando o exemplo acima, teríamos como Dharma de A o cuidado materno que ele teria que dar a B como seu filho, o comprometimento e a atenção.
Já o Dharma de B seria o respeito, a atenção e o carinho que ele teria que dar a A como sua mãe.
A Mediunidade.
O Dom dado por Deus às pessoas para que elas possam interagir com os espíritos, como instrumentos de difusão de força divina através da incorporação, da psicografia, da audição, da PES (Percepção Extra Sensorial), e de outras forma no sentido de, humildemente, servir a Deus e ajudando a todos que necessitem de caridade e no encontro da fé.
O Caminho (ele tem relação com o Dharma e com o Kharma).
Os Umbandistas crêem na caridade, no amor e na fé, como os elementos principais na evolução espiritual e material do Homem em seus vários estágios no Ciclo da vida.
A Umbanda não discrimina nenhuma religião, visto que todas, desde que alicersadas pelas mão divinas (e não por interesses econômicos e/ou mesquinhos e materialistas), são válidas na caminhada ao encontro da fé.
Cada pessoa, cada ser humano, deve procurar a Religião que mais o complete; com a qual se identifique nos seus fundamentos, preceitos, doutrina e rituais, ou meramente nos aspectos filosóficos e científicos.
Referências Africanas, Indígenas, Européias e Indianas.
A UMBANDA é uma junção de elementos Africanos (Orixás e culto aos antepassados), Indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Brancos (o europeu que trouxe seus Santos e a doutrina cristã que foram siscretizados pelos Negros Africanos) e de uma doutrina Indiana de reencarnação, Kharma e Dharma, associada a concepção de espírito empregada nas três Raças que se fundiram (Negro, Branco e Índio).
A UMBANDA prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, a natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião.
A máxima dentro da UMBANDA é "Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé".
O CULTO UMBANDISTA:
A Umbanda tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização de suas giras, sessões.
O chefe do culto no Centro é o Sacerdote [ a Babá (Sacerdote feminino) ou o Babalaô (Sacerdote masculino) ] que é quem coordena a gira e que irá incorporar o guia de luz que comandará a espiritualidade do local dos trabalhos. Normalmente, esse guia de luz, que comanda é um Preto-Velho ou Caboclo (varia de casa para casa, de linha doutrinária para linha doutrinária).
Os templos onde os "comandantes" são Pretos-Velhos seguem a corrente africana e os que tem o Caboclo como comandante seguem a linha indígena. Mas, isso não é regra e pode variar de templo para templo.
As pessoas que recebem, incorporam entidades dentro dos terreiros, são ditos médiuns, ou cavalos. Pessoas que têm o Dom de incorporar os Orixás e Guias.
As entidades que são incorporadas pelos médiuns podem ser divididas entre:
OS MÉDIUNS:
Médium é toda pessoa com o Dom da incorporação, audição, fala, escrita, visão voltados ao contato com os espíritos e Orixás.
O médium tem como uma de suas missões na vida ser um instrumento nas mãos dos guias e Orixás. Ele deve ter e seguir, em sua vida, os conceitos de caridade, amor e fé, praticados dentro da Umbanda.
Para muitos é dado a entender que o médium sofre.
Ser médium na concepção maior, não é dor e sim provação. Pode-se dizer que a vida de quem é médium 24 horas por dia, 7 dias na semana, realmente não é fácil, mas não chega a ser castigo, como algumas pessoas entendem, e sim, como se pode dar em benefício do próximo, encarnado ou desencarnado.
Mas, existem médiuns que sofrem muito, realmente sofrem muito: por sua própria culpa, porque acham que os guias devem-lhes dar de tudo, ou se envaidecem, ou agem de maneira errada e leviana em suas vidas, ou não levam a sério a vida espiritual, ou por ignorância sentem vergonha da forma como se dá a incorporação e "prendem os Guias". Esses médiuns acabam sendo recriminados pelos seus Guias e Orixás, como alguns dizem: "tomando uma surra".
Existem aqueles médiuns que são como "pára-raios" das forças negativas, basta estar uma pessoa muito carregada no terreiro ou passar por perto de alguém que esteja com alguma demanda ou obsessor para começar a passar mal. Mas esses, com o tempo, vão aprendendo a se controlar com a ajuda dos Guias e acabam resolvendo o problema.
O médium deve tangir sua vida como um mensageiro de Deus, dos Orixás e Guias. Ter um comportamento moral e profissional dígnos, ser honesto e íntegro em suas atitudes. Nos dias de hoje, é difícil ser tudo isso, mas vale a pena e pode ser feito.
As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério suas missões e ter muito amor e dar valor ao que fazem, ter sempre boa vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida do dia a dia.
O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus Orixás e Guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material.
"Deve deixar, na medida do possível, seus problemas materias sempre do lado de fora do terreiro", ou seja, tentar entrar no terreiro com a cabeça mais arejada e limpa, fazendo com que haja uma divisão entre o material e o espiritual, embora eu saiba que deixar os problemas lá fora seja difícil, mas não é impossível.
O médium deve estar sempre atento as obrigações que ele deve fazer, todos os anos, para seu Orixá de cabeça (Orixá que rege sua vida e sua coroa, mente, do médium). Essa obrigação deve ser passada pelo Guia chefe do terreiro ou pela Babá do Centro.
Outra consideração importante com relação a mediunidade, e, ao terreiro, é que o médium deve abster-se de relações sexuais no dia das sessões. Pois isso, além de enfraquecer a energia psíquica, pode levar a falta de concentração e à dispersão no decorrer das sessões
Fonte:
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113.1.4 - OS PRETOS-VELHOS
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Entrevista:
A respeito dos pretos–velhos, a senhora poderia tecer alguns comentários a respeito da linha e da forma plasmada/roupagem fluídica utilizada pelos espíritos que nela militam?
Vó Benedita:
– A linha de pretos-velhos, meus filhos, é uma linha como qualquer outra dentro da Umbanda. Um grande equívoco é pensar que todo preto–velho foi negro, ou morreu velho em sua última encarnação, o que muitos sabem, não é bem verdade. Existem muitos irmãos que utilizam a aparência de preto–velho, mas nunca foram escravos no Brasil nem em qualquer lugar do mundo. Na verdade essa linha nasce como forma de organização de todo um contingente de espíritos que iriam atuar dentro do movimento umbandista que surgia. As primeiras linhas fundamentadas foram a de caboclo e pretos–velhos.
Utilizou–se uma figura mítica já presente dentro da cultura brasileira e criou–se toda uma linha de trabalho, onde todos os seus representantes teriam trejeitos e características similares. Surgia a linha de preto–velho, uma linha transmissora da calma, da sapiência, da humildade, detentora do conhecimento sobre os Orixás e que, acima de tudo, falaria ao simples de coração até ao mais erudito doutor, sempre com palavras de amor e espalhando luzes dentro da espiritualidade terrena. Era uma forma de identificar e aproximar a população ao culto nascente. Era uma forma de homenagem.
Era também uma forma de hierarquizar e organizar. Além disso, temos a questão arquetípica e mítica por detrás de cada uma das linhas. Os pretos-velhos estão fundamentados no arquétipo do sábio, ou, "ancião", aquele que com as experiências vividas alcançou a sabedoria. Em cima desse arquétipo, criou-se muitos mitos dentro da cultura universal, onde a figura do ancião sempre foi utilizada como símbolo para a sapiência. Um dos mitos brasileiros para esse arquétipo é a figura do preto-velho, que sofreu, tinha poucas condições, mas tudo isso superou, com fé, amor, determinação etc. Na verdade, dentro da figura simbólica do preto-velho vemos um ideal de luta e superação das pessoas.
Fonte: Revista Cristã de Espiritismo
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113.1.5 - Magia na Umbanda
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Domingo, 15 de Fevereiro de 2009Os Símbolos Sagrados de Umbanda (Lei de Pemba) não são meros sinais gráficos materiais. Na verdade, eles reproduzem as estruturas esquemáticas dos Campos de Forças do Mundo Astral e, assim, refletem o fluxo e a atuação das Forças Sutis Astrais sobre as Forças Elementares Cósmicas, Planetárias e Terrestres. (exemplo ao lado).
Desta forma, com os Símbolos Sagrados de Umbanda, podemos invocar, fixar e/ou irradiar a Força Astral (Axé) de uma Entidade Espiritual em determinados Pontos Riscados que, ritualisticamente fixados em suportes materiais bem preparados, passam a se constituir em Meio de Comunicação entre a Entidade Espiritual e seus devotos, tal e qual acontece com um Médium, um Congá ou um Assentamento.
É dentro dessas condições que os Símbolos Sagrados de Umbanda têm larga aplicação na Magia Talismânica, mormente no preparo e consagração de Guias, Sinetes e outros Talismãs.
O Ser Humano é, por excelência, o Ponto de Junção entre o Plano Espiritual e o Plano Material porque suas funções cerebrais transmitem a percepção do Mundo Físico, captadas por seus cinco sentidos básicos, à sua Consciência Individual, a qual tem o poder de aperceber-se, para além dos reflexos instintivos, daqueles substratos astrais contidos nesses contatos, gerando a percepção extra-sensorial. Por isso mesmo, a Matemática Pitagórica relacionou o Ser Humano à Entidade Matemática Cinco (número 5) , justamente pela existência dos cinco sentidos humanos : visão, audição, tato, olfato e gosto.
Daí decorre o fato da Geometria Esotérica relacioná-lo com o Polígono Piramidal por este objeto ter cinco (5) superfícies: quatro verticais inclinadas e uma base horizontal plana. A Magia Talismânica Heleno-Semita simboliza-o pelo Pentagrama, a famosa Estrela de Cinco Pontas, por assim melhor poder expressá-lo em sua Dupla Polaridade : Positiva - Uma só de suas pontas apontando para cima; Negativa - Uma só de suas pontas apontando para baixo.
O Pentagrama em posição positiva é o símbolo do Ser Humano harmônico e evolutivo, com seus desejos e instintos submetidos à sua consciência; o Pentagrama em posição negativa é o símbolo do Ser Humano desajustado e regressivo em conflito consigo mesmo, cuja consciência está subjugada aos seus instintos.
O pentagrama apresenta-se nas duas posições antagônicas, positiva e negativa, conforme se veja seu verso ou seu anverso : Os nomes de Adam e Eva, personagens míticos semitas, contrapõem-se aos nomes de Samael e Lilith, o Arcanjo do Sol e a Potestade da Lua Negra; Uma figura humana contrapõem-se à figura do Bode Expiatório. No círculo exterior, apresentam-se letras do alfabeto hebraico, as quais têm relações específicas com a Kabalah e que podem ter caráter defensivo ou retaliatório. Assim, a Estrela de Cinco Pontas é um símbolo talismânico universal da Raça Humana e tem-se notícias de seu uso no Tantrismo (Índia e Tibet), na Cabala (Judéia), no Pitagorismo (Grécia), na Magia (Europa Medieval), na Teosofia (nas modernas Europa e Américas). Então, também nós o utilizamos no Esoterismo da Umbanda. Pois, sendo o Ponto de Junção por excelência entre o Material e o Imaterial, qualquer Ser Humano na condição de “médium” precisa e depende de manter atuante, equilibrada e benéfica a sua condição de “receptor de percepções extra-sensoriais” procurando sempre repor as energias bio-elétricas que seu corpo físico dispende na prática de cultos esotéricos, caritativos ou não. Para isso, ele precisa estar em sintonia harmônica com a Vibração Sutil que emana de seu Orixá Regente Planetário, cuja Força Sutil dinamizava os Astros Celestes que regiam a Natureza no momento em que aquele Ser Humano sorveu o primeiro Hausto de Vida em seus pulmões, ou seja, no momento de seu nascimento. Precisa, também, saber conjugar eficientemente esta Vibração de seu Orixá Regente Planetário com a Vibração de seu Orixá de Cabeça, ou seja, aquele a quem, por escolha própria antes de sua atual reencarnação, seu Espírito imortal (Ori Orun = Cabeça no Além), ajoelhado perante Olorum (Deus), decidiu ou precisou dedicar sua futura “Cabeça na Terra” (Ori Aiye = intelecto ou personalidade). Como vimos, o Orixá Regente Planetário é determinado pela data de nascimento e a ele estão ligados seu Arcanjo e Anjo de Guarda; mas, seu Orixá de Cabeça”, a quem estão ligados seu “Santo” e seu “Eshu Guardião”, só pode ser determinado por um Babalaô, através de um Jogo Divinatório como o Tabuleiro de Ifá, o Colar de Ifá ou, como último recurso, os Búzios. Para esta determinação, não há outra alternativa ou escapatória. A Magia Talismânica de Umbanda tem seus próprios símbolos sagrados para representar aos seus Ôrixás, Guias e Protetores, aos Planetas e Signos Zodiacais, às Forças Elementares da Natureza, à Numeralogia e Grafia Sagrada com que cria e grafa Nomes Próprios e/ou Iniciáticos, bem como pode representar os Vórtices e Canais de Energias Sutis que percorrem o organismo intra e supra corpóreo do Ser Humano, caminhos de energias estes que são, também, controlados pelo Imolé Eshu Bara, o Senhor Guardião do Corpo e dos Caminhos do Destino de cada um de nós, os quais ele abre ou fecha conforme os méritos e os deméritos de nossas ações conscientemente perpetradas. Com o conjunto desses Símbolos e com sua Grafia Sagrada, à qual os Umbandistas denominam por Lei de Pemba, a Umbanda não precisa recorrer à simbologias de origem egípcia, tântrica, hebraica, grega ou latina para compor seus Sinetes ou Talismãs. O material em que devem ser confecionados é aquele referido como o metal característico do Signo Zodiacal. Sobre um dos seus lados, cada Sinete Astral tem gravado os Símbolos Umbandistas relativos ao Signo Zodiacal, o Planeta Regente, o Orixá de Nascimento, a Força Sutil do Elemento da Natureza, o símbolo do Vórtice Astral captador de energias sutis de seu organisno extra-corpóreo e o símbolo astral sintético da Entidade Espiritual Guardiã de seu corpo físico e astral, ou seja, seu Imole Eshu Bara. Cada um desses Sinetes Astrais é, pois, comum a todas pessoas nascidas sob esse mesmo Signo Astral e por todas elas podem ser utilizados, é evidente que para grafá-los magisticamente é necessário ter-se sido iniciado na Lei de Pemba de Umbanda, a Grafia Sagrada dos Orixás. Com muito mais razão, a Individualização, a Graduação Astral, o Nome Iniciático e demais possibilidades de defesa e/ou retaliação inerentes à Simbologia Astral de um Sinete Talismânico de Umbanda, só devem ter confiada sua elaboração a um verdadeiro Babalaô da Corrente Astral do AumBhanDan, ou seja, a um militante graduado da Umbanda Esotérica. Autor: Carlinhos Lima - Astrologo, Tarologo e Pesquisador. | ||||||
113.1.6 - A ENCRUZILHADA:
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A VERDADEIRA ENCRUZILHADA DOS GUARDIÕES
Trecho extraído do livro: “A Magia das Oferendas na Umbanda”
– autoria: Pai Juruá
Oferenda: Objeto ou coisa qualquer que se oferece: presente; dádiva – Diz-se na Umbanda, que oferenda é um presente para captar apenas vibrações, ou melhor, para harmonizar vibrações.
Despacho: Ato ou efeito de despachar (dispensar os serviços de; mandar embora; despedir).
Muitos acreditam ser a encruzilhada de Guardiões estas de rua ou de cemitério. Mas a verdadeira “Encruza” está no campo astral e não no campo físico (pedimos aos leitores estudarem o assunto: Linhas Ley; aí, encontrarão muitas respostas para a questão “encruzilhada”).
Os Guardiões somente realizam “despachos” em encruzilhadas de rua e de cemitério, desde que sejam para fins específicos, quando à necessidade de manipular energias humanas que se entrecruzam. Fora disso, as encruzilhadas de rua e de cemitério não são os pontos de força dos Guardiões.
Aquilo que rege o Macrocosmo também rege o Microcosmo, pois existe apenas uma Lei que comanda os mundos, adaptada conforme a forma de vida que esteja debaixo de sua ação e reação. As leis que ordenam e coordenam os astros, a natureza e os elementos são as mesmas leis que coordenam a biologia e a física do ser humano, exatamente por ser este influenciado pelo meio e pelas regras matemáticas dos astros e das potestades.
E a Lei que dá formação e ajuste à matéria e que faculta, inclusive, o próprio modo de ser da movimentação Cármica, a Lei Mater aplicada a movimentação dos elementos, é sintetizada na Encruzilhada dos Guardiões, ou na Roda Cabalística da Encruzilhada.
Sabemos que muitos irmãos realizam seus trabalhos ritualísticos nas chamadas encruzilhadas de rua ou cemitério. Achamos por bem alertar que encruzilhadas de rua e de cemitério são locais onde existem determinadas portas dimensionais que se ligam diretamente às covas mais profundas do Baixo Astral. São as chamadas “Portas Cruzadas” e os trabalhos feitos nestes locais, tem aceite somente por entidades que nada tem a ver com os verdadeiros Guardiões, ou são efetuados por
ordens dos Guardiões de Lei, quando da manipulação energética necessária.
Nas encruzilhadas de rua e de cemitério habitam os seres mais estranhos e terríveis, verdadeiros monstros, que alteraram a forma de seu corpo astral (Zoantropia), devido a sua própria conduta mental e emocional. Adulteraram completamente seus sentidos e seus objetivos na caminhada evolutiva, sendo seres viciados, dementados e na sua maioria perversos, coléricos e vingativos. Estes são os famigerados quiumbas, seres que habitam a contraparte astral de locais como prostíbulos, matadouros, casas de jogos, cemitérios, bares e mesmo churrascarias,
pois são loucos por sangue, morte, bebida e vícios, os mais variados.
E são eles que recebem nas encruzilhadas de rua e de cemitério as oferendas feitas com sangue, animais mortos, ossos e todos os tipos de materiais de baixa vibratória.
Estes seres se agregam na aura dos infelizes que realizam tais práticas, como se realmente os vampirizassem, fomentando-os a realizarem sempre tais oferendas sangrentas no intuito de alimentá-los vibratoriamente. Muitos destes são acompanhados por outros seres que são chamados de “larvas astrais”. Estas são formas pensamentos viciadas, que possuem a forma de baratas ou de algo semelhante a lagostas, polvos, lombrigas, etc. Tais coisas se agregam à vítima e funcionam como um sensor que a liga ao quiumba, mesmo à distância.
Estas larvas trazem realmente muitas doenças, tanto mentais como físicas fazendo com que a vítima se sinta, na maior parte das vezes desanimada e sem força de vontade, só se recuperando quando estão em qualquer prática viciosa.
Esses quiumbas são combatidos pelos Guardiões de Lei da Umbanda, que exercem verdadeiro policiamento nas zonas onde existem o tóxico, o álcool, a prostituição e coisas piores. Os Guardiões os policiam para não utilizarem a contraparte etérica de elementos como o sangue, ossos, etc., por exemplo, para fins de contundência.
Na verdade, estes quiumbas são igualmente nossos irmãos, estando apenas caídos na rota evolutiva, desviados que foram por outros seres sumamente poderosos, embora intencionalmente voltados para o mal; os magos negros.
Quando os Guardiões aprisionam estes quiumbas, os levam a determinados postos corretivos no astral, onde ficarão recebendo um tratamento que lhes facultará a retomada de sua linha evolutiva afim e o possível reencarne. Dissemos possível pelo fato de muitos deles não terem condições vibratórias de reencarnarem, pois que seus corpos astrais se encontram em terrível desajuste e mesmo suas mentes estão em tal estado de revolta e ódio que seria prejudicial a si e as outras pessoas o passe reencarnatório.
Mas perguntará o leitor: já não encarnam tantos assassinos, facínoras e corruptos? Como estes conseguem o tal passe? E responderemos que estes se encontram nesta condição por já estarem extremamente melhorados e que as coisas no submundo astral são bem piores.
Determinados assassinos que reencarnam (ou mais exatamente são como que “jogados” na roda da encarnação para reajustar-se com seus afins. Só o mal corrige o mal) já foram e vieram muitas e muitas vezes, sendo que o seu livre arbítrio se torna cada vez menor enquanto não corrigirem as suas ações.
Para muitos o passe da reencarnação é vedado e são estes – os mais perigosos – aprisionados em sua consciência como se fossem certas formas ovóides, em estágio estacionário. Mas este é um aspecto dos mais terríveis e perturbadores e que deixaremos de citá-lo de forma mais aprofundada para não causar traumas ao inconsciente de muitos...
É bom frisarmos que a Umbanda não doutrina o maniqueísmo, ou a dicotomia BEM/MAL como se Deus fosse um déspota que se deleitasse em ver seus filhos sofrendo num inferno eterno. A única coisa eterna é o bem, o Amor Cósmico; sendo o mal uma distorção destas realidades e um artifício utilizado pelo Criador, a fim de sabermos diferenciar o bem do mal. O inferno está na consciência de cada um, sendo esta direcionada e escalonada de acordo com as atitudes que se realizem durante as encarnações. Pois a verdade é uma só: podemos enganar aos outros, mas jamais enganaremos a nós mesmos, que somos testemunhas de nossos próprios atos, ninguém escapa do passado e os erros são contados e pesados não somente pelos Tribunais Cármicos, mas muito principalmente pela nossa própria consciência, pois quem já sentiu dentro de si uma fagulha que seja da Verdade e do Amor das Almas, sabe o quanto pesa as atitudes passadas e os atos infelizes realizados contra a natureza e os semelhantes.
E o que acontece com aqueles que não se questionam sobre seus atos?
Estes, quando seu Carma se torna impraticável, repleto de ações negativas são direcionados a seus afins, para determinados planetas menos evoluídos ou mais primitivos que o nosso. Como? Se em nosso mundo que é uma casa abençoada necessitamos ainda pagarmos para nos alimentar, (o que já é resultado de excessivas ganâncias do passado...) embora não paguemos pela luz, ou pelo ar, existem mundos onde estas coisas são pagas, pois que estes seres formaram tal condição negativa sobre si que seus próprios atos os forçaram a construir uma sociedade afim a suas experiências passadas.
Achamos importante, para esclarecer os irmãos umbandistas, repetir que fazer entregas em encruzilhadas de rua ou de cemitério é atividade perigosíssima, principalmente quando estas entregas levam elementos animais ou mesmo materiais densamente negativos. Repetimos que a Umbanda não usa matar animais em hipótese alguma, seja para louvar Orixás ou para resolver qualquer desmando com o baixo astral. A Umbanda também não usa colocar sangue na cabeça de seus iniciados.
Acreditamos – pois temos certeza – de que o sangue atrai esta classe de espíritos do quais falamos. Os irmãos dos Cultos de Nação muitas vezes questionam a nós Umbandistas sobre o uso do sangue, alegando que este é Axé e que a sua utilização revitaliza todo o sistema magístico de um ritual; mas isto não faz parte da ritualística/doutrina da Umbanda Sagrada. Cada coisa no seu lugar, e cada liturgia na sua religião.
Nós também cremos que o sangue é Axé, mas este só realiza sua função de Princípio e Poder de Realização quando no animal vivo. Matar um animal ou vários e entregá-los no seio da Natureza é uma violação e uma afronta a esta mesma natureza, pois as vibrações expressas em oferendas deste tipo agridem aos espíritos elementares que atuam nas matas e nas cachoeiras, espíritos estes que estão aprendendo e se adaptando às realidades que os aguardam e são agredidos com estas vibrações negativas.
A VERDADEIRA ENCRUZILHADA:
Pois bem, os locais corretos para se preceituar os Guardiões é simples:
1º) Identifique o ponto de força da Natureza que o Guardião irá utilizar.
2º) Providencie os materiais necessários para a oferenda, todos de energia positiva (nunca utilizar carnes, sangue, ossos ou qualquer tipo de material de baixa vibratória).
3º) Chegando ao ponto de força da Natureza, firme uma vela na cor da vibratória do Orixá correspondente; de joelhos, peça licença para o trabalho que irá realizar. Se afaste dessa vela por 77 (setenta e sete passos); aí esta o ponto de força onde os Guardiões do Orixá específico manipulam suas energias. Exemplo: O trabalho a ser realizado necessitará a presença e a força do Guardião conhecido como – Veludo. Esse Guardião vibra as forças da Mãe Oxum. Com isso, já definiremos que teremos que realizar a nossa oferenda no ponto de força – Cachoeira. Lá chegando, firme uma vela cor-de-rosa para a Mãe Oxum, e de joelhos faça suas preces, pedindo o que necessita. Logo após, afaste-se 77 (setenta e sete) passos para qualquer lado. Nesse exato local, vibrará a energia poderosa dos Guardiões da Mãe Oxum. Assim o é para todos os Guardiões dos Orixás. Uma campina, um riacho, onde elementos da natureza se cruzam, não precisa ser uma encruzilhada do mundo físico, como ruas, cemit´rios.
Esta é a verdadeira “encruzilhada” dos Guardiões, pois é situada na Natureza. A real encruzilhada dos Guardiões não está no campo físico, mas sim no campo astral, na combinação dos elementos naturais, que são os já conhecidos Ar – Fogo – Água – Terra – Vegetal – Mineral – Animal – Etérico Humano e Magnético Telúrico, formando o ciclo da vida, havendo os segredos invioláveis deste mistério que é conhecido apenas pelos Guias Espirituais da Umbanda e a quem eles abrem o mistério.
Esta encruzilhada, a verdadeira Encruzilhada ou Roda Cabalística obedece aos pontos cardeais e as entradas e saídas de força que agregam e desagregam os elementos e mantém a transformação da vida.
Estas transformações são possibilitadas pelas chamadas Linhas de Força, que são a consubstanciação da Energia dos Orixás, pois cada um dos Poderes Reinantes do Divino Criador (Orixás) é senhor de uma Energia:
• Pai Oxalá – senhor da energia etérica.
• Mãe Yemanjá – senhora da energia das águas salgadas
• Mãe Oxum – senhora das energias das águas doces.
• Pai Oxumarê – senhor das energias dos ciclos da vida
• Pai Ogum – senhor das energias dos metais
• Mãe Yansã – senhora das energias do ar
• Pai Xangô – senhor das energias do minerais
• Mãe Obá – senhora das energias das águas revoltas.
• Ibeji – senhor das energias da espiritualidade
• Oxossi – senhor das energias da fauna
• Ossain – senhora das energias da flora
• Omulú/Obaluaiê – senhor das energias da terra
• Nanã Buruquê – senhora das energias das águas paradas
• Yewá – senhora das energias das fontes
• Logunedé – senhor das energias das beiras dos rios junto das matas
• Kitembo – senhor das energias do tempo cronológico
• Exu – senhor das energias magnética telúrica
• Pomba Gira – senhora das energias do fogo
Estas Energias são transformadas pelos Guardiões em Forças Elementais propriamente ditas, chamadas de Forças Sutis e são coordenadas pelos Guardiões de Lei responsáveis pela Coroa da Encruzilhada, que são os que estão assentados a trabalho das Irradiações Divinas, Os Sagrados Orixás.
Lembramos que os Guardiões nos dão nomes simbólicos, não sendo os seus verdadeiros, embora eles tenham relação sonométrica com suas designações originais que são poderosos mantras e por isso não devem ser revelados sem a devida oportunidade e a qualquer pessoa. Mas mesmo estes nomes possuem a vibração correta dentro da magia de som para que suas invocações sejam atendidas.
Declinamos nos nomes simbólicos dos Maiorais, devido a grande confusão reinante quanto à denominação de cada um. Cada escritor ou mesmo sacerdote umbandista, cria a sua hierarquia, o que causa uma grande confusão entre os estudiosos. Por isso, vamos ligar os Guardiões somente à linhagem de trabalho pertinente a cada Orixá.
Seja qual for o Guardião pertencente à Linha Espiritual regida por qualquer Orixá, vai responder, com os atributos e atribuições do Maioral que rege essa Linha de trabalho.
Cada um dos Maiorais se agrupam conforme as forças (Orixás) que manipulam. E estas forças (Orixás) estão relacionadas aos pontos cardeais.
Esta é, então, a Verdadeira Encruzilhada de Guardião, sendo que suas oferendas e preceitos devem sempre seguir a orientação dos pontos cardeais, pois isto é importantíssimo na magia de imantação e desagregação.
Novamente nos explicaremos melhor, para orientar os menos atentos, pois sabemos que tal assunto é novo para a maioria dos irmãos de fé sendo assim, não é fácil de ser digerido.
A Encruzilhada de Guardião é a síntese magística da Umbanda e da Quimbanda. É interessante observar-se as entradas e saídas da encruzilhada, pois são elas as responsáveis diretas pela manutenção da vida e pela limpeza astral do planeta. Sabendo utilizar-se delas, é possível manter-se a saúde e a harmonia, além da paz interior.
Diremos que basta observar que o Norte e o Sul são entradas, o Leste e o Oeste são saídas. No centro da roda está o chamado “centro indiferenciado”, que é de onde saem energias positivas e para onde são levadas todas as energias negativas ou estáticas de nosso planeta. Por isso, revelaremos apenas que se um indivíduo quiser revitalizar-se quando realizar algum preceito que não utilize, repetimos, NUNCA o elemento sangüíneo, deve-se voltar aos cardeais LESTE/OESTE e para se descarregar deve-se voltar aos cardeais NORTE/SUL pedindo o Agô (licença) e as forças necessárias aos senhores da Encruzilhada para imantar-se ou descarregar-se, dentro da Lei e da Justiça.
A Magia não se divide em negra ou branca, e também não existe magia da Umbanda, egípcia, cigana, etc. A magia é planetária e responde a uma só lei. Ela está condicionada a vontade ao saber e a moral do operador, pois os conceitos de bem ou de mal são condições ligadas à inteligência do espírito de acordo com o grau evolutivo ou com a abertura de seu consciencional, pois a Lei Cármica pode ser acionada de acordo com os atos conscientes ou inconscientes de quem manipulam as forças ocultas da matéria.
Isso é comprovado no fato de que muitas vezes o desconhecimento da existência de um carma coletivo, grupal e individual resulta na realização de atos que entram em choque com estas três leis reguladoras. Exemplificando: pode-se achar que está se fazendo um bem individual a uma pessoa, mas ao mesmo tempo pode-se prejudicar uma coletividade, pois através da magia é possível evitar-se que algo aconteça a alguém, mas e se esse alguém tiver em seu carma a suposta dívida que se desejou sanar?
Nesse caso a balança da Lei será pesada e contada, sendo que, cedo ou tarde, a Lei de Causa e Efeito aliada a seus choques de retorno será acionada.
Coloboração de Aurélia Janunci
Texto também encontrado na REVISTA UMBANDA- Editora Escala.
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113.1.7 - PERDA DE FIÉIS
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Os números oficiais, do IBGE, não deixam qualquer dúvida quanto a essa condição de minoria que é uma realidade das religiões afro-brasileiras.
No censo de 2000, em uma população que ultrapassa 160 milhões de habitantes, pouco mais de 525 mil pessoas se declararam adeptas do Candomblé e da Umbanda, embora outros tantos milhares de não-adeptos freqüentem terreiros e tendas como "clientes". Os dados também revelaram que existem mais Umbandistas que "candomblezistas"... [Umbanda: 397.431 ─ Candomblé: 127.582, em universo onde mulheres são a maioria... meditemos...]. Sobre os clientes, escreve Reginaldo Prandi:
"[O candomblé] ...como agência de serviços mágicos... oferece ao não-devoto a possibilidade de encontrar solução para problema não resolvido por outros meios, sem maiores envolvimentos com a religião. [O cliente é] ...consumidor de serviços mágicos que a religião oferece também aos não-devotos, sob pagamento... - [PRANDI, p 12]...
E sobre as religiões afro-brasileiras como minorias, comenta Prandi:
"Em 2001, Ricardo Mariano, analisando o crescimento evangélico, em sua tese de doutorado, fez uma descoberta sensacional. Descobriu que as religiões afro-brasileiras estavam perdendo fiéis... E apontou como razão o enfrentamento com as igrejas pentecostais [[os evangélicos, até porque os pastores se apropriaram de rituais do candomblé ou adaptaram esses rituais como o descarrego, o banho com a rosa branca, os passes e juntaram tudo isso com o apelo à figura de Jesus Cristo!]. ...Pode-se ver que a perda de fiéis do conjunto afro-brasileiro se deve ao encolhimento da Umbanda. Como o pequeno crescimento do Candomblé não é suficiente para compensar as perdas umbandistas, o conjunto todo se mostra, agora, debilitado e declinante diante do avanço pentecostal." [PRANDI, p 17/18]
No imaginário popular, especialmente daqueles pouco informados sobre estas religiões, Candomblé, Kimbanda, Umbanda não "tudo a mesma coisa", "tudo macumba!", não reconhecendo cada uma como credo distinto, como se não houvesse diferença entre suas teologias, liturgias e origens históricas. Porém, o estudo, ainda que superficial revela que as três não se confundem; ao contrário, diferem significativamente em suas características essenciais e o único fato que têm em comum é a adoção de elementos da cultura religiosa afro-brasileira e, por brasileira, entenda-se catolicismo no molde português colonial.
Fonte:
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113.1.8 - DIFERENÇAS DE MEDIUNIDADE
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DIFERENÇAS MEDIUNIÚNICAS DE UMBANDISTAS E KARDECISTAS:
No livro "Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de Um Preto-Velho" - W. W. da Matta e Silva, há um relato de Pai Ernesto de Moçambique sobre a diferença entre a mediunidade da "mesa kardecista" e a mediunidade de Umbanda : "Pergunta : Existe alguma diferença entre a mediunidade da mesa kardecista e a mediunidade de Umbanda? Resposta : "Sim! A mediunidade no chamado espiritismo de mesa é acentuadamente mental, as comunicações são quase telepáticas, predominantemente inspirativas, isto e’, os espíritos atuam mais sobre a mente dos médiuns, pois a atividade do espiritismo se processa mais no plano mental. Espiritismo de mesa não tem a missão de atuar no baixo astral contra os elementos de magia negra, como acontece com a Umbanda. Ele é quase exclusivamente doutrinário, mostrando aos homens o caminho a ser seguido a fim de se elevarem verticalmente a Deus. Sua doutrina fundamenta-se principalmente na reencarnação e na Lei da Causa e do Efeito. Abre a porta, mostra o caminho iluminado e aconselha o homem a percorre-lo a fim de alcançar a sua libertação dos renascimentos dolorosos em mundos de sofrimentos, como é o nosso atualmente, candidatando-se à vivência em mundos melhores. Em virtude disso, a defesa do médium kardecista reside quase exclusivamente na sua conduta moral e elevação dos sentimentos, portanto os espíritos da mesa kardecista, após cumprirem suas tarefas benfeitoras, devem atender outras obrigações inadiáveis. É da tradição espirita kardecista que os espíritos manifestem-se pelo pensamento, cabendo aos médiuns transmitirem as idéia com o seu próprio vocabulário e não as configurações dos espíritos comunicantes. Em face do habitual cerceamento mediúnico junto às mesas kardecistas, os espíritos tem de se limitar ao intercâmbio mais mental e menos fenomênico, isto é, mais idéias e menos personalidade. Qualquer coação ou advertência contraria no exercício da mediunidade reduz-lhe a passividade mediúnica e desperta a condição anímica. Por esta razão há muito animismo na corrente kardecista. A faculdade mediúnica do médium ou cavalo de Umbanda é muito diferente da do médium kardecista, considerando-se que um dos principais trabalhos da Umbanda é atuar no baixo astral, submundo das energias degradantes e fonte primaria da vida. Os médiuns de Umbanda lidam com toda a sorte de tropeços, ciladas, mistificações, magias e demandas contra espíritos sumamente poderosos e cruéis, que manipulam as forcas ocultas negativas com sabedoria. Em conseqüência o seu desenvolvimento obedece a uma técnica especifica diferente da dos médiuns kardecistas. Para se resguardar das vibrações e ataques das chamadas falanges negras, ele tem de valer-se dos elementos da natureza, como seja: banhos de ervas, perfumes, defumações, oferendas nos diversos reinos da natureza, fonte original dos Orixás ,Guias e Protetores, como meios de defesa e limpeza da aura física e psíquica, para poder estar em condições de desempenhar a sua tarefa, sem embargo da indispensável proteção dos seus Guias e Protetores espirituais, em virtude de participarem de trabalhos mediúnicos que ferem profundamente a ação dos espíritos das falanges negras, isto e’, do mal que os perseguem, sempre procurando tirar uma desforra.
Por isso a proteção dos filhos de Terreiro é constituída por verdadeiras tropas de choque comandadas pelos experimentados Orixás, conhecedores das manhas e astucias dos magos negros. Sua atuação é permanente na crosta da Terra e vigiam atentamente os médiuns contra investidas adversas, certos de que ainda é muito precária a defesa guarnecida pela evocação de pensamentos ou de conduta moral superior, ainda bastante rara entre as melhores criaturas. Os Chefes de Legião, Falanges, Sub-falanges, Grupamentos e Protetores, também assumem pesados deveres e responsabilidade de segurança e proteção de seus médiuns. É um compromisso de serviço de fidelidade mutua, porem, de maior responsabilidades dos Chefes de Terreiro.
Dai as descargas fluídicas que se processam nos Terreiros, após certos trabalhos, com a colaboração das falanges do mar e da cachoeira, defumação dos médiuns e do ambiente e dando de beber a todos água fluidificada. Espirito que encarna com o compromisso de mediunidade de Umbanda, recebe no espaço, na preparação de sua reencarnação, nos seus plexos nervosos ou chacras, um acréscimo de energia vital eletromagnética necessária para que ele possa suportar a pesada tarefa que irá desempenhar. Na corrente kardecista, isto não é necessário, em virtude de não ter de enfrentar trabalhos de magia negra, como acontece na Umbanda, e mesmo permitir aos guias atuarem-lhe mais fortemente nas regiões dos plexos, assumindo o domínio do corpo físico e plastificando suas principais características. Enato vemos caboclos e pretos-velhos revelarem-se nos Terreiros com linguagem deturpada para melhor compreensão da massa humilde, assim como as crianças, encarnando suas maneiras infantis para melhor aceitação das mesmas. " | ||||||
Compilado Beraldo Lopes Figueiredo
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Ex seminarista, com estudos, cursos diversos na amada UMBANDA incluindo o de teologia, praticante desde 1978; vi a necessidade de poder repassar o que aprendo todos dias, quer sejam textos, cursos, vídeos, e-books, aos que possam desejar, sem compromisso algum com quem quer que seja a não ser a DIVULGAÇÃO DE NOSSA AMADA UMBANDA. Se desejarem contato: acevangel@gmail.com
sábado, 5 de dezembro de 2015
Quer entender um pouco sobre UMBANDA ??????
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Cristinatormena
Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e Cabocla Jupira. Leia no blog ou leitor Desrespeito e Preconceito. Por cristinatormena em 24 de novem...
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