Ex seminarista, com estudos, cursos diversos na amada UMBANDA incluindo o de teologia, praticante desde 1978; vi a necessidade de poder repassar o que aprendo todos dias, quer sejam textos, cursos, vídeos, e-books, aos que possam desejar, sem compromisso algum com quem quer que seja a não ser a DIVULGAÇÃO DE NOSSA AMADA UMBANDA. Se desejarem contato: acevangel@gmail.com
sábado, 23 de julho de 2016
O que são oferendas?
Oferendas para Orixás
por Iassan Ayporê Pery
“Muitos médiuns vêm nos perguntar quais oferendas podemos dar no dia de determinado Orixá.
Passaremos uma receita básica que pode ser utilizada para qualquer Orixá ou Entidade:
* um pacote de amor, em pó, para que qualquer brisa possa espalhar para as pessoas que
estiverem perto ou longe de você;
* um pedaço (generoso) de fé, em estado rochoso, para que ela seja inabalável;
* algumas páginas de estudo doutrinário, para que você possa entender as intuições que recebe;
* um pacote de desejo de fazer caridade desinteressada em retribuição, para não "desandar" a
massa.
Junte tudo isto num alguidar feito com o barro da resignação e determinação e venha para o
terreiro.
Coloque em frente ao Congá e reze a seguinte prece:
‘Pai, recebe esta humilde oferenda dada com a totalidade da minha alma e revigora o meu físico
para que eu possa ser um perfeito veículo dos teus enviados. Amém.’
Pronto!
Você acabou de fazer a maior oferenda que qualquer Orixá, Guia ou Entidade pode desejar ou
precisar...
Você se dispôs a ser um MÉDIUM!”
Ditado pelo Caboclo Pery em 07/10/2002
Centro Espiritualista Caboclo Pery
Oferendas na Umbanda
Uma visão mágica dos seus fundamentos
por Rubens Saraceni
Eu sou umbandista e sou médium de incorporação, caso o leitor não saiba.
Pois bem!
Eu era um médium dedicado e aplicado e fazia ao pé da letra o que meus guias espirituais determinavam.
Quando determinavam um banho de pétalas de rosas brancas, eu corria para comprar algumas e, antes de ir ao centro que eu frequentava, preparava meu “banho de rosas”.
Se determinavam que eu tomasse um banho de canjica (milho de canjica fervido até a água ficar
toda branca e leitosa), eu tomava meu banho de canjica sem questionar nada.
Se determinavam que eu tomasse banho com folhas (alecrim, espada-de-são-jorge, guiné, arruda,
erva-cidreira, boldo, folhas de louro, manjericão etc.) eu tratava de adquirir aquela(s) recomendada(s)
e tomava meu “banho de ervas”.
Se recomendavam que eu fosse à natureza e fizesse uma oferenda para um orixá ou um guia
espiritual e levasse velas de determinada cor, certas bebidas, certas frutas, certas flores etc., eu
procurava fazer tudo certo eu não deixava faltar nada, às vezes, até exagerava.
Até aqui nada demais,porque é assim que procedem todos os médiuns umbandistas dedicados e aplicados.
Portanto, não é mérito algum meu proceder assim, pois esse é nosso dever: obedecer às
orientações dos nossos guias, que nos amam e querem o melhor para nós, mesmo não sabendo como
eles nos ajudam.
O fato é que eu, um curioso incorrigível, comecei a prestar atenção às oferendas e conversava
com outros médiuns sobre elas.
E, em nossas ingênuas e bem intencionadas conversas sobre as “coisas” que colocávamos em
nossas oferendas, não atinávamos com o poder mágico dos “elementos” que “entregávamos” aos nossos guias espirituais e aos nossos orixás.
Inclusive, as formas de indicá-las obedeciam a uma linguagem própria, pois às vezes diante de um
guia para uma consulta ele dizia:
- Filho, você precisa dar uma oferenda para orixá tal ou para o guia tal porque precisa fortalecêlo.
Outra vez outro guia espiritual recomendava isto:
- Filho, você precisa firmar uma vela de sete dias para o seu orixá; seu caboclo; seu anjo da
guarda etc., porque ele está fraco e só assim ele poderá ajudá-lo.
Outra vez outro guia espiritual dizia isto:
- Filho, esta pessoa está com uma demanda, e para cortá-la, você precisa dar uma oferenda para
um orixá, um guia da direita ou um guia da esquerda para ele cortá-lo e descarregá-lo.
Outra vez um guia espiritual dizia isto:
- Filho, esta pessoa está com uma demanda muito forte e só levando-a no ponto de força do orixá
tal e fazendo uma oferenda para ele é possível ajudá-la, porque não podemos mexer nesse trabalho
aqui no terreiro.
Pois bem, nós médiuns obedecíamos e tudo ficava bem. Mas, em nossa ignorância e ingenuidade
(no bom sentido, é claro) ficava a impressão de que só seriamos ajudados se “déssemos” algo em troca.
E, para complicar ainda mais o nosso aprendizado, a comunicação dos Exus e Pombas-giras
colocava uma pá de cal sobre o assunto, pois diziam em alto e bom som:
- De graça, Exu não faz nada!
Aí dava um nó cego em nossa religiosidade porque, em nossa ignorância e ingenuidade, eles
deixavam claro que só trabalhariam em nosso benefício se fossem “pagos”.
Para piorar as coisas, ainda tinha algum Exu que dizia isto:
- Quero uma oferenda assim e assim para ajudá-lo a conseguir isso (um emprego, saúde, um
relacionamento etc.) e, depois que conseguir, aí você me dará outra oferenda de agradecimento assim
e assim, certo?
E se não der, aí você perderá tudo o que eu lhe dei, ouviu?
Esse era o alerta extremo e fez com que muitos “pagassem” rigorosamente o que “deviam”.
Isso era assim, isso é até hoje e sempre será assim, não porque as entidades espirituais precisam
ser pagas de fato, e sim porque as oferendas (ou despachos ou ebós) fornecem-lhes os recursos
energéticos que precisam para poderem auxiliar-nos.
Apenas a forma como pedem esses recursos deixava (e ainda deixa) uma indagação no ar:
- Por que preciso pagar ou dar algo em troca para ser ajudado?
Na verdade, essa é a grande verdade jamais revelada, mesmo sendo “guias espirituais” eles
precisam (em certos casos) de que lhes forneçamos os “recursos elementais” para, manipulando-os
magisticamente, ajudarem-nos.
Até certo ponto, eles nos auxiliam com o que possuem em si como seus “poderes pessoais”.
Mas, dali em diante, ou recebem numa oferenda ritual mágico-religiosa os elementos que precisam ou não têm como trabalhar em nosso benefício, porque só ativando os elementos magisticamente conseguirão fazer por nós o que só a “magia elemental” consegue fazer.
Talvez, se tudo tivesse sido colocado de outra forma, tudo teria sido muito mais fácil para as
pessoas que precisavam de auxílio e teriam entendido que na verdade não estavam pagando nada, e sim fornecendo só os recursos elementais (ou energia dos elementos) para que as entidades pudessem
trabalhar seus problemas, pois na criação tudo é energia nos mais variados graus vibratórios e “sem
energia não se produz nada”.
Os elementos colocados dentro de um espaço mágico (ou em uma oferenda ritual mágico-religiosa
em um ponto de forças na natureza) são as fontes naturais geradoras das energias mais “densas” que
existem. Elas, quando ativadas corretamente, realizam coisas que nenhuma outra energia consegue
realizar.
Hoje, olhando com outros olhos o meu passado e o que acontece por aí afora com as “oferendas”,
sinto uma imensa tristeza por não ter tido um guia espiritual ou ao menos uma só pessoa que nos
explicasse essas coisas, e foi preciso que um espírito mensageiro cujo nome simbólico é “Pai Benedito de Aruanda” começasse a nos ensinar por meio dos livros psicografados por mim, fornecendo-nos gradualmente a resposta para muitas das nossas práticas “mágico-religiosas” umbandistas.
E foi preciso a vinda de um espírito mensageiro chamado “Mestre Seiman Hamiser Yê” para nos
abrir parcialmente os fundamentos divinos da magia, permitindo-nos uma compreensão do que já
fazíamos, mas não conhecíamos seus fundamentos ocultos.
Dali em diante, tudo assumiu seu real significado.
Dar forças a um guia, não era porque ele estava fraco, e sim era fornecer-lhe os recursos
elementais magísticos para que ele pudesse trabalhar em nosso benefício.
Dar determinadas frutas, bebidas, velas etc., em uma oferenda, não é porque o guia ou o orixá
precise “comer e beber”, e sim porque são recursos elementais mágicos com os quais nos ajudam na
solução dos nossos problemas.
Texto extraído do livro “A Magia Divina das Sete Ervas Sagradas”. Rubens Saraceni / Editora
Madras
Oferendas e Assentamentos
por Rubens Saraceni
O que são?
As oferendas são atos magísticos-religiosos e os assentamentos são concentrações de
forças e poderes magísticos dentro de um espaço limitado.
As oferendas podem ter várias finalidades, tais como:
1) Oferenda de agradecimento;
2) Oferenda de pedido de ajuda;
3) Oferenda de desmagiamento negativo;
4) Oferenda de descarrego;
5) Oferenda propiciatória;
6) Oferenda purificadora
7) Oferenda ritual de firmeza de forças na natureza;
8) Oferenda ritual de assentamento de forças e poderes espirituais e dignos.
Comentemos cada uma dessas formas de oferenda:
1) OFERENDA DE AGRADECIMENTO
Esta oferenda é feita em função do auxílio já recebido. Muitas vezes estamos envoltos em
dificuldades de tal importância que nos ajoelhamos e ali, em nossa fé, invocamos Deus e algum dos seus
mistérios ou divindades e pedimos-lhes que nos ajudem, que depois lhes ofertaremos algo em
agradecimento.
Uns fazem promessas, outros prometem uma oferenda na natureza, outros prometem dar algum
auxílio aos necessitados etc.
Quando são promessas, seu cumprimento é uma questão de foro íntimo e, após cumpri-las, as
pessoas sentem-se melhor e em paz com Deus e com a divindade invocada.
Quando são oferendas, a pessoa que as prometeu deverá fazê-las, pois também se sentirá melhor,
e com a grata sensação do dever cumprido.
Em ambos os casos, o não cumprimento do que foi prometido acarretará cobranças conscientes
que, em longo prazo, acarretarão transtornos a quem prometeu e não cumpriu.
Saibam que Deus e suas divindades são oniscientes e, por saberem as causas dos nossos
desequilíbrios e das nossas dificuldades, exigem de nós atitudes que nos reequilibrem e nos livrem das nossas dificuldades.
Portanto, cumprir o que foi prometido não é dar ou fazer algo por Ele e elas, mas é fazermos algo
para e por nós mesmos.
Deus e as divindades não comem, mas, ao lhes ofertarmos uma “ceia ritual” estamos
compartilhando nosso sucesso e nossa vitória, atribuindo-lhes o apoio para que elas acontecessem. Ali, no momento de “comemoração”, estamos dizendo de forma simbólica que sem o seu auxílio e das divindades não teríamos tido sucesso, estamos agradecendo-lhes, e estamos dando prova de nossa fé em seus poderes, reverenciando-os com o que lhes prometemos.
2) OFERENDA DE PEDIDO DE AJUDA
Esta oferenda vai desde uma vela acesa em um castiçal, pedestal ou altar até a ida a um ponto de
forças da natureza, onde abrimos um espaço mágico e depositamos dentro dele os elementos mais afins com as forças e os poderes que serão invocados. Esse tipo de oferenda é muito comum entre os
umbandistas que, por terem muitas forças e poderes à disposição, às vezes a fazem para mais de uma
divindade, para obterem mais rápido a ajuda solicitada. Ela é em si um ato de fé no poder de
realização das forças e dos poderes das entidades de Umbanda Sagrada.
• Forças são espíritos hierarquizados.
• Poderes são as divindades de Deus.
As forças estão assentadas nos pontos de força da natureza e estão à nossa direita e à nossa
esquerda.
Os poderes estão assentados no alto e nos pontos de força da natureza, quando invocados ficam
de frente para nós ouvindo e anotando mentalmente os nossos pedidos que, se forem justos e do nosso merecimento, com certeza serão realizados a nosso favor e benefício.
Esse ato mágico encerra-se em si mesmo e a pessoa que o fez só precisa aguardar.
3) OFERENDA DE DESMAGIAMENTO
Esta oferenda deve ser feita sempre que estivermos magiados por trabalhos pesados, difíceis de
serem desmanchados e anulados dentro do centro de Umbanda.
Há trabalhos de magia negativa que são fáceis de ser cortados, desmanchados e anulados. Mas há
outros de tal monta que, se forem mexidos, desencadeiam reatividades incontroláveis.
Nesses casos, a ação recomendada é a pessoa magiada ir até a natureza e, dentro de um ponto de
forças, invocar alguma força espiritual ou algum poder divino e confiar-lhe a neutralização e a anulação dessas magias complicadíssimas e muito perigosas.
Na natureza, a força ou o poder invocado criam um campo neutralizador ao redor da magia
negativa, isolando-a e envolvendo-a de tal forma que, caso aconteçam reatividades, são contidas e
neutralizadas dentro do próprio campo que as envolvem.
Não são poucos os médiuns ainda inexperientes ou os guias espirituais iniciantes que, no afã de
ajudarem as pessoas magiadas, acabam desencadeando essas reatividades e complicando-se de tal
forma que são obrigados a irem até a natureza e fazerem uma oferenda descarregadora para se
livrarem dos efeitos negativos acarretados.
Muitos guias espirituais e médiuns já tarimbados recomendam à pessoa magiada que ela vá direto
ao ponto de forças e poderes da natureza e ali, dentro dele, faça a oferenda e invoque uma força
espiritual ou um poder divino para que se tome conta da magia negativa, neutralizem-na e a
desmanchem.
Isso é correto, pois a explosão de uma reatividade muito intensa dentro de um centro pode afetar
seus campos protetores de dentro para fora, fato este que abre buracos nele, pelos quais começam a
entrar hordas de espíritos perturbadores.
Há centros de Umbanda cujos campos protetores estão totalmente esburacados e seu interior é
“pesadíssimo”.
4) OFERENDA DE DESCARREGO
Esta oferenda deve ser feita nos pontos de força e de poderes da natureza para que ali aconteçam
os mais variados tipos de descarregos, que vão desde espíritos desequilibrados até quebrantos e mau
olhado.
O descarrego não se refere só aos que projetam contra nos mental ou magisticamente, mas pode
ser usado para nos livrar do que atraímos com pensamentos de baixa qualidade.
Quando estamos vibrando em nosso íntimo sentimentos negativos e nossos pensamentos tornam-se
confusos, nosso magnetismo mental se negativa e baixamos nossas vibrações, imediatamente
começamos a nos ligar por finíssimos cordões com espíritos desequilibrados, também vítimas dos seus sentimentos negativos.
Essas ligações acontecem devido à lei das afinidades, que nos ensina que semelhantes se atraem.
Uma pessoa que estiver vibrando negativamente se ligará automaticamente a outras e a espíritos
com o mesmo padrão vibratório. E isto só a enfraquece ainda mais porque passa a fazer parte de uma
imensa rede de mentais interligados pela baixa qualidade dos seus sentimentos.
É impossível transportar para dentro de um centro de Umbanda milhares de espíritos desequilibrados. Então os guias recomendam que as pessoas nessas condições negativas sejam levadas por um médium bem preparado e que, após fazer uma oferenda às forças e aos poderes do ponto de
forças da natureza, faça ali, no campo de uma divindade, um descarrego completo, livrando-a de
encostos e obsessores espirituais.
O que é possível ser feito dentro dos centros de Umbanda os guias espirituais fazem, mas há
situações tão complexas que somente descarregando tudo na natureza a pessoa ficará livre de todas as
suas “ligações” com o baixo astral, e sem tumultuar o bom andamento dos trabalhos realizados dentro
dos centros de Umbanda.
Texto do Livro “Rituais de Umbanda”. Rubens Saraceni / Ed. Madras
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