No ano de 2003, com 14 anos, havia acabado de chegar dos Estados Unidos onde fui estudar, país onde estive por pouco menos de um ano morando com minha madrinha, que é também minha tia.
Ao contrário do que se possa imaginar, não foi tão legal assim. O motivo que me enviou para longe de casa, a saudade do Brasil, a solidão, estava tudo muito sofrido e por estas razões resolvi voltar para casa.
Chegando ao Brasil, em uma condição emocional bastante fragilizada, minha avó, querendo ajudar, me levou a um Centro de Umbanda.
Quando pequena era esse o lugar que mais gostava de ir com ela, era nosso grande passeio. Adorava porque os Centros eram sempre muito longe de casa e as horas dentro do ônibus só faziam aumentar a emoção da aventura.
Minha avó se dizia católica apostólica romana, mas na prática não era bem assim: vire e mexe visitava alguns Terreiros e ela mesma era médium; precisando, lançava mão deste dom, embora nunca tenha se vinculado nem frequentado com constância nenhuma Casa.
Mas daquela vez a coisa foi diferente. Apesar de me sentir feliz por estar naquele lugar, em dado momento da Gira comecei a me sentir mal, tudo escureceu e pedi a ela que me levasse embora porque não estava passando bem, mas não deu tempo e só me lembro do final do trabalho.
A dirigente da Casa me dizia: “Muito bonita a sua entidade, venha semana que vem e traga sua roupa branca.” Minha avó chegou em Casa contando a todos o que havia acontecido e eu, muito envergonhada, tinha vontade de cavar um buraco na terra e me esconder.
Não havia sido a
primeira manifestação de capacidades mediúnicas; quando muito pequena, pude ver e ouvir espíritos, mas até aí, para mim era coisa de criança.
O ocorrido me incomodou muito, em um momento de desequilíbrio emocional, em plena adolescência; aquilo parecia um castigo, não conseguia acreditar que eu, uma pessoa que se sentia totalmente desajustada socialmente, poderia realizar um trabalho em prol de uma causa de cura e caridade.
O tempo foi passando e tudo ficou mais intenso, a sensibilidade, a incorporação, a pressão da famí- lia e dos sacerdotes umbandistas para que eu trabalhasse.
Passei por muitas casas buscando acolhimento e ajuda para este processo, mas nunca dava certo. Coisas estranhas aconteciam e junto a tudo isso tive de lidar com a opinião médica de alguns parentes e amigos que aconselhavam minha mãe a buscar um psiquiatra, dada a proporção que a coisa tomou.
O artigo continua na próxima edição do JUS. Para conferir as edições passadas
basta clicar aqui.
Confira o
relato da Veridiana Mataji na live do dia 06/11 com Alexandre Cumino.
☛
Curta a Fanpage do Jornal de Umbanda Sagrada!
Colégio de Umbanda Sagrada Pena Branca
Nenhum comentário:
Postar um comentário