quinta-feira, 6 de outubro de 2016


No texto do blog Umbanda e Candomblé: temos semelhanças, mas não somos iguais trouxemos um dos questionamentos que ainda está presente nos adeptos não só da Umbanda como também do Candomblé.
Vamos refletir sobre a questão da Umbanda ser afro-brasileira ou genuinamente brasileira. O livro Das Macumbas à Umbanda reflete bem esse momento de transição do reconhecimento da Umbanda pelos intelectuais como uma religião brasileira, a página 104 da obra de J. H. Motta de Oliveira ressalta a seguinte percepção “O umbandista José Álvares Pessoa alega que a Umbanda seria uma religião genuinamente brasileira, porque reúne as contribuições das três raças que conformam o povo brasileiro…
Nela encontraríamos, a experiência do branco, a tradição do índio e a magia do negro.” E porque refletiria, também, os anseios de um povo que “é cristão por princípio e sentimento, espírita por intuição e que adora as coisas da magia”.
Portanto, dentro do culto hoje bem mais delineado e podemos dizer em partes “codificado”, entendemos a figura do Preto Velho como a influência dos povos africanos no Brasil, e por sua vez, na religião de Umbanda.
O mesmo acontece com o Caboclo que é a influência da cultura nativa nos terreiros, e veja bem, a influência não é o mesmo que o resgate dessas culturas; a influência estará presente nos ritos, no uso de elementos e até na linguagem, mas tudo isso será formatado em uma nova “roupagem” e um outro ambiente e com um novo sentido.
Consolida-se assim, o que já existia em Aruanda e que Pai Rodrigo Queiroz no curso “Entidades de Umbanda” Umbanda EAD vai tratar como Movimento Umbanda Astral, enfim, esse já é assunto para outro texto.
O que trazemos nesse texto então é a reflexão da Umbanda como um religião brasileira e não afro-brasileira, porque como dito, quando se diz afro-brasileira fala-se sobre o resgate dos cultos praticados na África em um novo formato aqui, porém a Umbanda marca não só a união das tradições das três principais raças que formam o povo brasileiro, mas também o momento que essas raças já aparecem miscigenadas, ou seja, já traduzidas como o bom e (não tão velho assim) brasileiro.
Por essas razões a Umbanda exprime a característica que nenhum outro país tem de tão forte como nós e que o processo histórico ocorrido aqui culminou: a mistura de crenças, tradições, ritos, formas de aprender, de saber, de comer, de se divertir, de se vestir e outras inúmeras maneiras de manifestar a vida que encontramos pelo Brasil a fora!
Saravá a Umbanda! uma religião do povo brasileiro.

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