quinta-feira, 3 de novembro de 2016


 Reclamações recentes sobre oferendas depositadas em via pública, em plena zona residencial, apontam para a falta de um local adequado para a prática.
Uma queixa de moradores dos arredores do cruzamento das ruas Fernando Abott e Rui Barbosa, no Bairro Goiás, em Santa Cruz do Sul (RS) acende um debate importante para os praticantes da Umbanda: a falta de um lugar adequado para realizar as oferendas religiosas. Nesta esquina, segundo os residentes, alimentos, bebidas e animais mortos utilizados no preparo das oferendas são deixados até duas vezes por semana, acarretando em acúmulo de lixo e mau cheiro.
Apesar de não haver uma legislação específica regrando a questão das oferendas em via pública, a prática pode ser configurada como crime ambiental. De acordo com o secretário do Meio Ambiente, Vanir Ramos de Azeredo, o aspecto cultural das religiões sempre será levado em consideração, mas em eventuais casos de flagrante, o praticante pode ser punido. “Cada caso é diferente. Se a pessoa for pega deixando uma bandeja com alimentos, por exemplo, pode levar apenas uma advertência. Mas se estiver sacrificando um animal, deve ser registrado um boletim de ocorrência”, explica.
O Babalorixá do Centro de Umbanda Pai Ogum Beira-Mar e Mãe Oxum, Antônio Rogério de Souza, conhecido como Pai Antônio de Ogum, recomenda que os praticantes evitem fazer os trabalhos próximos a zonas comerciais ou residenciais, mas entende que, para muitos, é inviável se deslocar a locais mais afastados. A solução, segundo Pai Antônio, seria a criação de um “feitiçódromo municipal”. “Trata-se um pequeno espaço de terra, com cruzamentos e de fácil acesso.”
Com a instalação de um local adequado, ele sugere que sejam criadas leis para regulamentar a prática, punindo quem fizer oferendas fora do espaço. “Certos trabalhos têm que ser feitos em encruzilhadas. O que as pessoas precisam saber é que são para o bem, uma oferenda para que as entidades atendam pedidos”.
Ecológica - Pai Antonio de Ogum sugere a prática ecológica da Umbanda, que consiste na utilização de elementos biodegradáveis nas oferendas. “Recomendamos que se use apenas materiais que irão se decompor na natureza. Vidros, por exemplo, podem ser extremamente perigosos.” Ele alerta ainda para os riscos de trabalhos feitos próximos a rios ou cachoeiras, dada a necessidade de preservação desses espaços.
CORREÇÃO: Ao contrário do que constou nesta reportagem, a religião Umbanda não pratica o sacrifício de animais. Conforme esclarecimentos do Centro de Umbanda Pai Ogum Beira-Mar e Mão Oxum, apenas algumas ramificações da Umbanda, de matrizes africanas, realizam o sacrifício.
Reprodução de reportagem publicada originalmente pela Gazeta Online, do Rio Grande do Sul, em 23/09/2016.

Enviado por Colégio de Umbanda Sagrada Pena Branca

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