segunda-feira, 8 de maio de 2017

Novo post em Umbanda - Orixá Essência Divina

É FORÇA DE PEMBA SIM SINHÔ

por cristinatormena
Um texto que todo médium deveria ler. by Cris Alves
É FORÇA DE PEMBA SIM SINHÔ
Hoje quero compartilhar com vocês um texto fantástico de W.W. da Matta que já foi publicado no JUCA – Jornal de Umbanda Carismática - há algum tempo. Conta uma historia e traz um ensinamento que, como o autor mesmo diz, não têm endereço certo, mas que podem também ter inúmeros endereços. Espero que gostem e que aproveitem cada detalhe contido aqui.
É força de pemba… é Lei
Se errou… se extraviou…
Ninguém pode dá caminho
Ninguém pode dá malei…
Só quem pode dá malei
É “preto-véio” de seu Conga
Assim mesmo é preciso
Que se endireite e volte cá…
Esse ponto nós o ouvimos (e jamais o esquecemos) de um certo “preto-velho”, num antigo e extinto Terreiro de um amigo e irmão de lei (já falecido) — médium de fato e de direito, numa ocasião memorável. Resumamos o caso em foco, para podermos dizer ou dar positivamente, certos conselhos a certos médiuns…
“Preto-velho” estava firme no “reino” (o aparelho era bom mesmo — incorporava bem). Desde que chegou, foi cantando, tirando sempre esse ponto acima. Os “cambonos” – gente viva de idéia, traquejados, foram logo após algum tempo certificar-se do porquê desse ponto, com “preto-velho”. Ele balançou a cabeça pra lá e pra cá, deu umas fumaçadas com seu “pito” e disse, usando o linguajar de guerra, mais familiar a todos os entendimentos: -Uai gente, suncês nun tão alembrado daquele fio daqui, o Fulano? Eles então logo lembraram desse caso e responderam: -Estamos sim, meu velho…
E “preto-velho” logo retrucou: – Pois bem, zi Fulano vem pur aí, ta case chegando nesse Conga de preto-véio… e acrescentou: – óia fios, arrecebam ele bem, oviro? E pôs-se a repetir esse ponto acima grafado.
* Abramos um parêntese ligeiro, para recordarmos o tal caso de Fulano:
Como tantos outros em outros terreiros, nesse apareceu um filho-de-fé, doente, aflito, cheio de mazelas e confusões, principalmente na parte mediúnica espiritual, porque realmente era médium (dentro de seu grau) e vinha sofrendo mais por falta de apoio e boa orientação. “Preto-velho” cuidou, tratou, reafirmou suas condições mediúnicas, enfim, levantou-o de todo. Depois de muito tempo, já firme, fez o seu batismo de lei, ato que implica um juramento espontâneo, consciente da lealdade à faixa espiritual que o acolheu, zelou e levantou.
Mas, é o caso corriqueiro de centenas e centenas de médiuns ou de irmãos que procedem assim, a certa altura começou a se envaidecer e a ter ambições próprias de chefiar; tornou-se um tanto ou quanto arrogante, olhando os outros com superioridade. Começou a criar casos. A fazer sessões por conta própria em sua casa, na casa dos outros médiuns mais ingênuos, etc. A “ovelha” estava se desgarrando do “aprisco”.
Aconteceu o que, forçosamente, acontece nesses casos. Um choque hoje, outro amanhã e o ambiente do terreiro vai ficando “irrespirável” para tal médium e ele lá se foi, não obstante os conselhos de “preto-velho” — aos quais não deu muita importância porque “pensava estar seguro, pois também não tinha seus protetores”?
Nesses casos, repetimos, que acontecem em profusão e não há Tenda que não se queixe disso, o médium extraviado segue sempre dois caminhos: ou abre terreiro por conta própria ou começa a correr gira, de terreiro em terreiro, pois ele quer exibir seus “protetores”, suas artes mágicas.
Com esse aconteceu as duas coisas e nada deu certo para ele (como não tem dado para os outros também – se saíram de uma gira digna, honesta, sincera). O terreiro que abriu, acabou fechando (quando não acaba fechando é porque descambou ou para o animismo estilizado ou para o vale-tudo) de tantos e tantos “estouros” e contratempos astrais, intrigas e outras coisinhas mais. Daí começou a ficar desconfiado e se auto-interrogava de consciência pesada: “será que é força de pemba?”. Quanto mais pensava, mais adquiria essa certeza. Mudou. Foi “correr gira”. Foi se apegar com outros.
Não deu certo e iniciou uma romaria de terreiro em terreiro. Fez preceito de toda ordem (sim, porque acabam caindo mesmo “nos tais terreiros que de umbanda só têm o nome”, até “camarinha” fazem), firmou “cabeça”, fez o santo várias vezes. Nada. Aqueles contatos positivos que tinha lá no terreiro de “preto-velho” que ele traiu, nada… sumiram como por encanto.
As antigas confusões voltaram na vida, no lar, nos negócios etc. Aí ele medrou mesmo de verdade “será que é força de pemba, meu Deus?” – ruminava ele, dia e noite, com sua mente apavorada, sugestionada, perturbada. Ainda suportou muito, por causa de sua vaidade, “de não querer dar o braço a torcer” pensando na humilhação da volta. Porém, acabou sendo mesmo aconselhado por outrem que já tinha passado por essa situação e decidiu-se.
Foi quando, nessa noite, resolveu voltar, assim como quem estava com saudade, querendo rever os velhos companheiros de lá. E preto-velho cantava. Sabia e cantava, esperando (ah! Velho de fato e de direito) quando apareceu ele, a “ovelha transviada”. Desconfiado, “cabreiro”, como se diz na gíria de terreiro. Todos os companheiros antigos ficaram alegres (já estavam preparados), encorajaram-no apontando para o preto-velho: – Olha, Fulano, o velho tá te esperando.
Emocionado, aproximou-se da entidade amiga, ajoelhou-se e não disse nada… não tinha o que dizer, ou melhor, disse tudo nesse gesto de ajoelhar. Preto-velho disse para ele, lembramos bem: – Levante, meu fio, só se ajoeia quando se reza pra Zamby ou pra Oxalá e esse preto-véio não é merecedor disso. Deu-lhe o “malei” que pedia; vários conselhos de conforto e voltou com outro pontinho (indefinível para muitos dos que ali estavam), com a mão por cima de sua cabeça. Ei-lo:
“Na ladera de pilá
É… tombadô…
Bota fogo ni sapê
Pra nacê ôta fulô..”
Foi quando o médium arrependido não pôde e desabafou emocionadíssimo: – Eu sei, meu velho, foi força de pemba sim sinhô…
Significado oculto do pontinho que o tal médium logo aprendeu:
“Na ladera de pilá”, quis dizer: no caminho da vida espiritual mediúnica…
“É… tombadô…”, quis dizer: caiu, derrapou, se extraviou, errou, etc…
“Bota fogo ni sapê”, quis dizer: destrua sua mazelas morais, psíquicas, suas vaidades, seus erros…
“Pra nacê ôta fulô”, quis dizer: regenerar para criar outras forças novas, forças espirituais, morais, etc…
Assim, extraindo desse caso o saldo moral, vamos dar alguns conselhos, nesse sentido. Cremos ser oportuno.
a) Irmão médium: – se você anda por aí, às tontas, fazendo “cabeça”, se enterrando cada vez mais de “terreiro em terreiro”- não continue assim; volte para a sua Tenda, de vez que você sabe que ela é digna, se pauta na linha justa da caridade, da moral, da humanidade e da sinceridade. Por que fez isso? Cuidado! Você está prestes a entrar, se já não entrou, “na força de pemba… sim sinhô”
b) Irmão médium: – você que saiu de sua Tenda ou terreiro, “fofocando” (desculpem o termo), cheio de vaidade, pensando ser o tal e até difamando o seu médium-chefe ou dirigente – Cuidado com a força de pemba… sim sinhô!
c) Irmão médium – você foi causa de quizila, conscientemente, em sua Tenda e de lá saiu, cheio de empáfia, pensando já ter os conhecimentos de lei “para abrir o terreiro ou agrupamento”? Você provou cisões por causa dessa sua imbecil vaidade? Pois saiba: você semeou maus ventos e vai colher tempestades… se já não as colheu! Você foi desleal e ingrato? Se você foi isso e o fez em gira de “preto-velho”, você vai ver o que “é força de pemba… sim sinhô”
Traição, ingratidão, deslealdade, difamação, não têm perdão, assim como você pensa! Cuidado! “É na força de pemba… sim sinhô” que você vai ver quanto está lhe custando ou vai custar tudo isso. Quizilas (que você semeou no terreiro) em família? Abandono de amigos e traições? Choques morais? Também podem lhe acontecer, porque, “força de pemba é lei”, não “dorme” não senhor.
Você abriu terreiro? Com que ordens e direitos de trabalho? Cuidado com o astral inferior que, na certa, já sabe que você é faltoso, está errado e com toda certeza já o envolveu e deu-lhe alguns “tombos”. Você caiu, machucou-se, quebrou costelas, pernas, pés, etc? Pensa que foi mero acidente? Coitado! Isso “é força de pemba… sim sinhô” que o baixo astral aproveita pra lhe judiar, pois você está “desguarnecido”, essa é que é a verdade. Quem mandou trair os sagrados compromissos que assumiu com “preto-velho”?
“Preto-velho” é a Lei, representa as Ordens e os Direitos de Trabalho da Sagrada Corrente de Umbanda. Mas, não é mau, nem castiga diretamente; mas sabe que “força de pemba… é a lei” que você infringiu, traiu e que tem de processar o seu curso de ação e reação normal, ou seja: o que semeares, isso colherás. E seus “guias e protetores”? Na certa que você pode pensar que lhe estão dando cobertura. Qual! Você está nessa altura é mesmo com um belo “quiumba”, matreiro, velhaco, sugando-o, envolvendo-o, dominando-o, isso sim! Guias e Protetores de fato não acobertam erros, vaidade, quizila, ignorância e deslealdade.
Observação: Isso tudo não tem endereço certo. É pura doutrina. É recado do astral que estamos dando. Nós não temos casos especiais que nos tenham abalado a esse ponto. Nós estamos acima disso, graças a Deus. Somos completamente indiferentes a certas “águas passadas”.
Quando se diz que o médium faltoso está “pembado” é porque ninguém pode dar jeito na situação dele (ninguém que botar a mão na cumbuca); nenhum Guia ou Protetor de outra “gira” pode interferir; socorrê-lo, pois “é força de pemba” mesmo que ele está enfrentando, é a lei interna moral-espiritual que infringiu e portanto está sendo disciplinado.
Essa disciplina, às vezes, é sutil, porém, segura. O médium errado leva anos até debaixo dela, enfrentando certos impactos, certos tombos duros, de um lado e de outro, sem se aperceber de que está “apanhando”, mesmo porque “força de pemba é lei… sim sinhô”.
Muitos médiuns, de acordo com a gravidade de seus erros e com a dureza de seus corações, vão até ao suicídio como já tem acontecido por esses “Congás” afora.
Na íntegra de “Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda” W.W. da Matta e Silva
Livraria Freitas Bastos S.A. – 1994
filho-de-umbanda : Foto:
cristinatormena | 4 de maio de 2017

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