Vamos abordar sobre um tema que muitas vezes acaba que por passar desapercebido por alguns dirigentes, cuja ocorrência é muito comum em médiuns iniciantes e que estão no começo do seu despertar mediúnico, mas isso não quer dizer que seja uma falha só de médiuns iniciantes.
Frise-se;
É muito comum hoje em dia quando um médium entra para dentro de uma corrente mediúnica, até por não ter experiência de chão de terreiro; ficar ali meio que perdido e acabar se espelhando em um médium da corrente que admire, e imitá-lo como exemplo em sua caminhada a ser seguida.
Por admiração e por achar que um determinado médium trabalha bonito, ele poderá vir a cometer a falha de querer o imitar, querer se tornar como ele.
Isso piora ainda mais quando essa imitação se torna algo invejoso, comparativo.
Não haveria problema, se fosse pelo simples fato de exemplo e admiração, se todos os médiuns iniciantes tivessem maturidade e entendimento suficientes de entender que admirar um médium não é querer imitá-lo em tudo.
Notem que há uma diferença crucial nesse detalhe, muitas vezes chegamos em terreiros e vemos médiuns serem praticamente a "xerox" do dirigente da casa, onde nos deparamos com médiuns imitando seus dirigentes em tudo, em gestos, posturas, brados, estereótipos, passando a conotação para quem está a olhar de fora, que são cópias do guia chefe da casa.
Isso é muito sério porque denota um excesso anímico muito grande, quase e podendo chegar a uma mistificação caso não seja corrigido.
CADA GUIA TEM SUA PERSONALIDADE E ESTEREÓTIPOS PRÓPRIOS, MESMO QUE SEJAM DA MESMA FALANGE NÃO SERÃO IDÊNTICOS.
É natural um médium quando se inicia num terreiro, observar a forma que os outros irmãos mais velhos trabalham.
Eu acho que quando dosado é importante esse ato de se espelhar, porque o médium iniciante aprende muito também só OBSERVANDO e seguindo bons exemplos; deve-se sempre orientar que o fato de admirar não é copiar quanto as manifestações dos guias.
O médium iniciante ele tem que ter o bom entendimento que cada espírito guia, é algo único, e se torna ainda mais único quando do ato do acoplamento espiritual com o espírito do seu médium, então observar guias e entidades mesmo da mesma falange simplesmente iguaizinhos trabalhando, há com certeza algo muito errado.
Devemos entender que os espíritos mesmo respondendo numa mesma falange são ligados com a mesma por sintonia e afinidade, mas não são copias uns dos outros, não possuem as mesmas histórias de vida etc, então poderemos numa corrente achar três Caboclos Pena Branca e os mesmos serem distintos e únicos quanto a estereótipos e características.
Por isso fica o alerta cuidado com a auto sugestão, cuidado ao querer saber coisas dos guias e suas histórias precipitadamente. O mais bonito de uma manifestação espiritual é sua veracidade e sua autenticidade.
Tenho observado também muita vaidade e arrogância de médiuns que acham que porque trabalham com uma entidade X, nenhum outro médium dentro da corrente de seu terreiro poderá se manifestar com um outro falangeiro da mesma falange.
Alguns se melindram e se incomodam com isso, como se o fato de um outro médium estar se manifestando com uma entidade de mesmo nome, o seu ficasse depreciado ou desmerecido.
Isso meus irmãos é vaidade e falta de entendimento e conhecimento mediúnico.
Acreditem já vi tais posturas oriundas de dirigentes, o que torna tal postura ainda mais lamentável.
Infelizmente já tive conhecimento de vários ocorridos onde o dirigente até tentou mudar a entidade do médium, usando de frases como esta, "... num terreiro não pode haver dois reis ou duas rainhas..."
Uma realidade triste que infelizmente acontece.
Me remete a uma única conclusão: a de quem não tem competência não se estabeleça, simples assim.
Mas temos também o caso de médiuns que por admiração e mesmo o ato de invejar, imitam até mesmo o nome dos guias de outros médiuns.
Sim.... é um absurdo, mas acontece, e não enganam aos outros apenas, enganam e atrasam sua evolução mediúnica e espiritual, por perder a oportunidade de serem médiuns sérios e verdadeiros e acabam se tornando um embuste.
Volto a dizer mediunidade não é competição de quem tem o guia mais bonito, mas conhecido, mas sim mediunidade é seriedade, idoneidade, verdade.
NOSSOS GUIAS NÃO SÃO TROFÉUS A SEREM MOSTRADOS COMO ALGO DE PROPRIEDADE NOSSA.
Um outro fato que remete a tal ATO DE SE ESPELHAR .
Também podemos verificar na questão de entidades e guias por HERANÇA, guias e entidades que por escolha da entidade adotou a um determinado médium, por simpatia, sintonia, missão.
Um exemplo muito comum, um médium X trabalhava com uma entidade Y, quando o médium faleceu, aparece um médium no terreiro dizendo-se estar acoplando com o mesmo espírito daquele médium, muitos médiuns nessa auto sugestão, começam a que se manifestar com uma "suposta" entidade, virando uma IMITAÇÃO da manifestação que acontecia com o médium anterior, já presenciei situações no mínimo constrangedoras, quando tal ato é feito por imaturidade e falta de idoneidade mediúnica, porque cedo ou mais tarde o médium IMITADOR poderá ser desmascarado, infelizmente alguns médiuns fazem isso por motivos e interesses no mínimo escusos.
Há sim casos que realmente o espírito provou que era a mesma entidade, mas mesmo assim nunca será a mesma e idêntica a manifestação no que diz respeito a acoplamento espiritual, simplesmente pelo fato que aquele guia está acoplado juntamente a um outro espírito (médium).
O médium iniciante, precisa de base doutrinária sustentável, deve sim seguir bons exemplos quanto a conduta e posturas e caráter mediúnico, mas nunca se esquecendo que ele tem missões especificas, que provavelmente serão diferentes daquele médium que tanto admira, que possui guias diferentes, quando um médium imita o guia do outro ele perde a chance de um acoplamento verdadeiro e principalmente perde a autenticidade, dificultando ao seu próprio guia o ato de se manifestar como de fato ele realmente é.
O que o médium poderá fazer para trabalhar consciencialmente para que não caia em tal situação?
- Desde o começo do seu despertar, o médium deve ter consciência da responsabilidade do trabalhar sua sintonia com seus guias, sem pressa.
- Muitos médiuns no começo do despertar mediúnico, o guia fica mais quieto, parado, isso ocorre porque o guia está se acostumando ainda com a matéria a qual está lhe servindo de instrumento.
- Muitos médiuns no começo sentem a impressão parecendo que durante o acoplamento a energia do guia fica mais forte e noutras quase imperceptível, como se o guia o largasse.
- Quando isso ocorre é porque o espírito do guia realmente tem momentos que sua aproximação fica mais intensa ou não, até que chega num ponto que o acoplamento fica seguro, firme. Lembrando que há toda uma ligação dos chakras, um elo uma troca energética, uma corrente elétrica que vai se alternando.
Muitos médiuns após conseguirem se manterem na energia do guia, muitas vezes estragam e se precipitam por pura afobação, começam a tomar posturas precipitadas por quererem imitar a postura dos guias dos outros médiuns que já dançam, falam, sem estar na hora e no querer do guia, eu costumo dizer que essa fase é uma fase de namoro, uma fase cuidadosa, onde o guia está a conhecer a matéria a qual está lhe servindo de instrumento e o médium conhecendo e sentindo a energia do seu guia, a pressa só irá prejudicar na evolução desse estágio.
Entendam são etapas que o médium vai passar aos poucos, é melhor a paciência nessa fase do que a pressa, e a afobação só irá prejudicar aquele momento que estava indo bem o tornando num excesso anímico, por isso o médium deve trabalhar com toda dedicação a concentração e confiança em seu guia. Porque quando a conexão estiver plena o médium não terá medo de nada porque saberá que ali está seu guia a comandar.
Conforme o médium vai respeitando essa fase, o guia por si só vai proporcionando um acoplamento mais sustentável, forte, nessa fase o guia já começa a se soltar mais no terreiro, mostrando sua personalidade, seu estereótipo único.
"SIMPLESMENTE ÚNICO, VERDADEIRO, AUTENTICO"
E com o passar do tempo isso se torna tão natural que quem olhar de fora, já não associa mais aquela manifestação mediúnica a nada da personalidade do médium, quem olha vê o guia e não o médium, quando o médium chega nesse estágio ele está de fato acoplado e não somente intuído pelo guia. Por esse motivo que muitos guias frisam que incorporar é se colocar como coadjuvante para que o guia seja a personalidade principal atuante. É deixar de ser você.
Isso é muito notável quando acompanhamos todo um despertar mediúnico, vemos ali guias sérios, calados, parados e com o tempo começamos a perceber esse guia se soltando, se mostrando, cantando, dançando, trazendo mensagens, é muito gratificante ver esse crescimento mediúnico. Mas nem todos no começo terão essas dificuldades alguns médiuns já possuirão suas mediunidades extremamente ostensivas e esse período de adaptação será muito mais tranquilo, mas não menos exigente de cuidados doutrinários.
- Todos esses cuidados e acompanhamentos são de extrema seriedade e denota o compromisso idôneo e o caráter do médium, porque quando o médium se torna um imitador, ele não passa credibilidade, sustentabilidade em seu trabalho, e tais condutas são perceptíveis até mesmo para os consulentes que estão ali a observar tais manifestações no mínimo duvidosas, médiuns assim não passam confiança, seriedade, trazendo problemas tanto para si mesmos quanto para o terreiro que fica desacreditado.
- Uma outra questão quanto a esse problema doutrinário, que não podemos deixar de mencionar é o fato que médiuns imitadores, começam a acreditar em suas próprias interpretações, podendo com o tempo buscar mais situações que alimentem seus egos, vaidades e arrogâncias, mistificadores.
Muitos com o tempo, não querem mais ser apenas filhos e buscam abrir terreiros e se tornarem dirigentes, e está ai o grande problema.
Como médiuns que se comportam com tantas falhas poderão ajudar outros médiuns iniciantes?
É impossível; esses médiuns irão alimentar tais posturas em outros médiuns, e isso vira um desserviço a Umbanda porque pessoas que forem prejudicadas não terão credibilidade e nem confiança no que diz respeito a Umbanda.
Os consulentes passam a ver um grande embuste,de um grande teatro, e na realidade faltou apenas acompanhamento doutrinário idôneo, condutas éticas ,morais, religiosasidade, seriedade.
Tenhamos cuidado redobrado e vigilância sempre quanto aos nossos deveres, as nossas vidas espirituais, nossas mediunidades.
O fato de ser médium, só reafirma que deveremos possuir ,idoneidade, seriedade e compromissos redobrados, para que não sejamos vitimas de nossas próprias ilusões e fantasias.
Que Oxossi sempre nos traga sabedoria e vigilância.
Paz e Luz a todos.
Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e Cabocla Jupira
Cristina Alves
Blog: Orixá Essência Divina.
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