sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Conversa com Exu por Pai Rodrigo Queiroz

Laroyê Exu
– Salve sua banda Moleque!

– Salve vossa força Exu!

Há há há, então quer dizer que hoje você formou algumas pessoas em Exu? Há há há…
– (risos) 
Bem, eu diria que hoje sensibilizei pessoas sobre o que acredito ser correto sobre Exu.
– Logo percebi moleque, mas fiquei a pensar nuns e outros que saem com aquele papel e se sentem o Exu, há há há…
– Isso o Sr. que está dizendo.
– Sabe moleque, eu venho aqui aproveitar que você está com o canal aberto e lhe agradecer por ter tido a coragem de falar de nós assim como fez! 
– Que é isso, senhor? Não me agradeça nada, penso que faço apenas a minha obrigação, afinal é como eu disse, só tenho que agradecer a Exu. Mas como assim, como eu fiz?
– Ah, desse jeito, sem se preocupar com as pessoas, vestindo mesmo a camisa, ou diria, a capa, há há há
O senhor é muito humorado Exu e sei que não é o Sr. Exu que me ampara, poderia me dizer o seu nome?
– Não é importante moleque, sou apenas Exu.

– Desculpe, mas aprendi que devo dar comunicação somente quando o espírito se identificar…

– Quer que eu vá embora moleque?

– Não, apenas estou praticando o que entendo como é certo. O senhor pediu para conversar e me sinto no de saber com quem converso, ou é errado?

– Eita moleque, como tu é atrevido! Há há há, por isso que falam umas coisas de você por aqui!

– Como assim? De mim? Até nestas bandas falam de mim?

– Há há há, nem imagine.

– O que falam de mim Exu?

– Nada importante moleque…

– Certo, e qual seu nome Exu?

– Moleque, vamos fazer o seguinte, eu falo o que tenho pra falar e depois eu me revelo, pode ser?

– Certo Exu, mas sinto um cheiro de mata por aqui…

Há há há…

– Então diga Exu, o que quer?

– Sabe moleque, para nós sempre que alguém se atreve a nos defender, nos alegramos e procuramos dar suporte para que se alcancem os objetivos. Evitando que qualquer ação negativa aconteça, ainda que ela venha, procuramos não permitir que atinja o nosso defensor.
– Imagino Exu (risos), aliás é o mínimo que espero…

– Olha o atrevimento!

– Desculpe, não quero ofender, mas eu diria ao senhor o seguinte, para mim é uma honra poder ter conhecimento e oportunidade de falar sobre vocês o que entendo como correto. Ainda não entendo porque esta cerimônia e agradecimentos. Eu os amo, os reverencio e estimo profundo respeito, e como um dia um Exu me tirou das ilusões da terra e me apresentou esta redentora religião que é a Umbanda, nada mais justo depois de tanto tempo em que eu ministro curso sobre a religião ter feito um minicurso sobre vocês, que são a razão de nossa segurança, são a força invisível que nos fortalece a fé e estimula em nós os melhores sentimentos para que não nos percamos, enfim, é por aí, assim é que penso…
– Olha moleque, é disso que estou falando, desse jeito amoroso em meio a tantas confusões, conflitos e interesse em torno de nosso nome e força…
– Compreendo Exu, imagino o quanto deve ser difícil o fardo que carregam.
– Não imagina não, nós estamos aqui, prontos a ajudá-los. Não nos interessa a fé que vocês alimentam e tampouco o que são ou deixam de ser na Terra. Para nós são apenas humanos, parceiros nosso e pronto, não temos nenhum interesse com nada. É a vontade do Alto que defendamos vocês e que procuremos conduzi-los à Luz.
– Disso eu sei.
– Eu sei que tu sabe, e é isso que raros entendem. Os indivíduos continuam e por muito tempo continuarão a alimentar em suas mentes vis a ideia de que somos “diabos” afinal, que diabos é esse Diabo que tanto pregam? Sabe moleque, os indivíduos rogam a presença do coisa ruim o tempo todo, e quando a situação complica, é culpa nossa, dos Exus. Não acreditam no que seus pastores, padres, pais-de-santo, orientadores etc. pregam, pois se acreditassem, já teriam se proposto a serem diferentes.
Trecho de diálogo ocorrido no dia 26/02/07

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