quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Que extrema beleza, força e invasão. Ou seria, que beleza, força e invasão do extremo?

caverna 2Axé a todos!!! Agosto é o mês de Obaluayê para alguns da nossa Umbanda, Orixá guerreiro, da terra, Senhor do Silêncio que pede que paremos para refletir a fim de encontramos em nós mesmo a cura. A cura da alma, do espírito, do emocional.
Força transcendente que promove transmutação, assim como suas flores brancas de pipoca.
caverna 3
Poder Divino Ancião que como Sol reluz, mas reluz tanto que pode nos cegar ou paralisar caso não tenhamos total respeito e zelo por seu poder, fato é que suas vestimentas devem esconder tamanha luz, beleza, intensidade e chagas. Sim!!! Mesmo com chagas por todo corpo que mais parecem pipocas vermelhas e quentes, Ele é esplendoroso, implacável e pleno de fibra, determinação e coragem…
Suas moradas prediletas são os cemitérios e cavernas, pode-se dizer simbolicamente que alguns dos motivos dessas moradas se deve ao mau entendimento, ao julgamento, ao preconceito que sofreu por suas chagas, porém poucos conhecem sua grandiosidade de sabedoria, cura e suprimento.
Diz a lenda que Obaluayê nasceu muito doente, fato que levou sua mãe Nanã abandoná-lo na praia aos cuidados de Yemanjá que o curou com suas areias quentes e o ensinou ser um grande guerreiro e muito justo. Jovem, em uma de suas jornadas, chegou até uma aldeia coberto de palha por conta das cicatrizes que carregava, como todos conheciam sua ligação com as moléstias contagiosas, foi barrado antes mesmo de penetrar na aldeia.
Obaluayê só pedia água, mas lhe era negado por medo, desconhecimento, ou talvez, por ignorância…  Então sentou-se no alto do morro próximo.
A manhã mal começara e ele ficou, sentado, envolto em palha da costa, observando a subida do sol. O tempo foi passando, as horas correndo, e exatamente ao meio-dia o Sol já escaldante tornou-se insuportável.
Nesse momento o tempo parou, era apenas sol e em pouco tempo a aldeia viu-se às voltas com doenças, loucura, sede, fome, morte. Sim, a água ficara quente, o alimento se estragava e toda a aldeia se contorcia de dor, aflição e agonia. Uns tinham dores na barriga, outros forte dores de cabeça, outros ainda arrancavam sangue da própria pele numa coceira incontrolável, já outros agiam como loucos incontrolados e a morte foi chegando…
Obaluayê a tudo observava, imóvel, como um totem, como um símbolo de palha.
E a noite não chegava, o alvoroço na aldeia era cada vez maior e Obaluayê mantinha-se inerte, via tudo mas imóvel…
Não aguentando mais o chefe da aldeia foi ao alto da montanha, atirou-se aos seus pés de Obaluayê e suplicou-lhe: – Em nome de Olorun, perdoe-nos! Já não suportamos tanto sofrimento! Tente perdoar, por favor! Tente perdoar!
De súbito, Obaluayê levantou-se, desceu até a aldeia e pisou na terra, tornou-a fria. Tocou na água, tornou-a também fria; tocou os alimentos e tornou-os novamente comestível; tocou a cabeça de cada um dos aldeões e curou-lhes a doença; tocou os mortos e fez voltar a vida em seus corpos. E pediu mais uma vez: – Quero um pouco de água e alguma comida para prosseguir viagem. Por fim, ainda vigoroso, deu-lhes uma lição de vida: – Vivemos todos em um só mundo. Sobre a mesma terra, debaixo do mesmo sol. Devemos ajudar uns aos outros, para que a vida seja mantida. Dar água a quem tem sede, comida a quem tem fome é ajudar a manter a vida.
Vale muitas reflexões e, Oxalá permita, muitas conclusões… certo?!!! Mesmo porque ainda é tão humano e próximo esses sentimentos ou forma de agir, não é mesmo?… julgamento, preconceito, pré conceito, ignorância, egoismo, negação… tudo tão real em pleno século 21…ufaaa…
Bom, ainda na esperança de reflexão, dias atrás nosso terreiro foi a uma grandiosa caverna, quero compartilhar algumas frases ditas por “simples” quilombeiros da região que nos acompanharam caverna adentro.
‘só se respeita quando se conhece’
‘a história, a tradição, traz conhecimento’
‘tudo é olhar’
‘ângulos diferentes trazem visões diferentes’
‘observando se sabe onde estamos e para onde devemos ir’
‘temos influências do alto e da terra (estalactites e estalagmites)’
‘para entrar mais afundo (na natureza) tudo deve ser feito com muita delicadeza’
‘fechem os olhos, fiquem em silêncio e não se assustem quando ouvirem vozes’
‘diabo são coisas que falam. O verdadeiro diabo é um anjo muito, muito sábio’
E entre tantas, tantas outras pequenas frases vou encerrar (se não o texto fica imenso…) com a minha preferida no momento:

‘um pequeno fluxo de água forma uma grande caverna

Ahhhhh…. Que magnifico!!!
Melhor ainda é saber que já falamos sobre isso… Axéééé….
permissões
por Mãe Mônica Caraccio

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