Entre os presentes havia um vidente que o questionou: “O irmão é um padre jesuíta. Por que fala dessa maneira e qual é o seu nome?
Ao que a entidade respondeu: “Amanhã estarei na casa deste aparelho, simbolizando a humildade e a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desen¬carnados. E se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas”.
Imaginem o espanto das pessoas que presenciaram esta cena há 109 anos atrás! Em uma histórica entrevista na revista Gira da Umbanda de 1972, concedida a Lilia Ribeiro, Lucy e Creuza, o próprio Zélio de Moraes narrou o que aconteceu.
“Minha família ficou apavorada. No dia seguinte, verdadeira romaria formou-se na Rua Floriano Peixoto, onde eu morava, no número 30. Parentes, desconhecidos, os tios, que eram sacerdotes católicos, e quase todos os membros da Federação Espírita, naturalmente, em busca de uma comprovação. O Caboclo das Sete Encruzilhadas manifestou-se, dando-nos a primeira sessão de Umbanda na forma em que, daí para frente, realizaria os seus trabalhos. Como primeira prova de sua presença, através do passe, curou um paralítico, entregando a conclusão da cura ao Preto Velho, Pai Antonio, que nesse mesmo dia se apresentou. Estava criada a primeira Tenda de Umbanda, com o nome de Nossa Se¬nhora da Piedade, porque assim como a imagem de Maria ampara em seus braços o Filho, seria o amparo de todos os que a ela recorressem”.
Desde então, o acolhimento, a humildade e a fraternidade são a verdadeira essência da Umbanda. Ao longo destes 109 anos muitos tentaram rotulá-la e até mesmo engessar seus rituais, mas sem sucesso. Afinal, trata-se de uma religião que está aberta à todas as classes étnicas e sociais, expandindo-se para diversos países, acolhendo os mais diversos espíritos e adaptando-se às mais diversas culturas com um único objetivo: FAZER EXCLUSIVAMENTE O BEM!
A evolução da Umbanda se dá à medida que seus próprios membros evoluem, estudando sua doutrina e teologia e adaptando-as à nossa realidade moderna. É esse paradoxo entre a flexibilidade de adaptação e a rigidez de seus princípios que tornam a Umbanda tão encantadora.
Seja qual for o Orixá, o Guia, o Mestre, o Mentor… todos eles trabalham para levar a luz e o bem. Não importa se o templo está estabelecido ou não, se está na cidade, na natureza ou no coração de um médium: A Umbanda está lá de braços abertos para aprender e ensinar o caminho de volta à mais sublime essência, o Criador de Tudo e Todos, que existe desde os tempos imemoriais.
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