segunda-feira, 14 de maio de 2018

Quem são pretos velhos na umbanda?

O Preto Velho na cultura brasileira está ligado a raízes afro brasileiras em geral e à Umbanda de forma específica.
Pois dentro da religião umbandista este termo identifica um dos elementos formadores de sua liturgia.
Representa uma Linha de Trabalho, uma “falange de espíritos”, todo um grupo de mentores espirituais que se apresentam como negros anciões, ex-escravos, conhecedores dos Orixás Africanos.

São trabalhadores da espiritualidade, com características próprias e coletivas.
Eles valorizam o grupo em detrimento do ego pessoal, ou seja, são simplesmente Pretos e Pretas Velhas como Pai João e Vó Maria, por exemplo.
Milhares de Pais João e de Avós Maria mostram um trabalho despersonalizado do elemento individual, valorizando o elemento coletivo identificado pelo termo genérico “Preto Velho”.
Muitos até dizem “nem tão preto e nem tão velho” ainda assim “Preto Velho fulano de tal”.
A falta de informação é a mãe do preconceito.
E, no caso do Preto Velho, muitos que são leigos da cultura religiosa umbandista desconhecem seu valor dentro das mesmas.

E Preto Velho na cultura brasileira
e na Umbanda fala devagar,
bem baixinho.

Quando assim se pronuncia, todos se aquietam para ouvi-lo.
Parece-nos ouvir na língua Iorubá a palavra “Atotô”, saudação a Obaluayê que quer dizer exatamente isso: “silêncio”.

Nas culturas antigas, o “velho” era sempre respeitado e ouvido como fonte viva do conhecimento ancestral.
Hoje ainda vemos este costume nas culturas indígenas e ciganas.
Algumas tradições religiosas mantêm esta postura frente o sacerdote mais velho, pois trata-se de uma herança cultural religiosa tão antiga quanto nossa memória ou nossa história pode ir buscar; tão antigos também são alguns dos Pretos Velhos que se manifestam na Umbanda.

Muitos já estão fora do ciclo reencarnacionista, estão libertos do karma.
Já desvendaram o manto da ilusão da carne que nos cobre com paixões e apegos que ficarão para trás no caminho evolutivo.
Por tudo isso e muito mais, no dia 13 de Maio, dia em que se comemora a libertação dos escravos negros no Brasil eu os saúdo:
“Salve os Pretos Velhos!
Salve as Pretas Velhas!
Adorei as Almas!
Salve nosso Amado Pai Obaluayê!
Atotô meu Pai!
Salve nossa Amada Mãe Nanã Buroquê!
Saluba Nana!”
Usamos para eles velas brancas ou bicolores, metade preta e metade branca; tomam café e fumam cachimbo.
Trecho retirado do umbandaeucurto.com

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