Na Hora da Morte, o bom entendimento.
Quando perdemos alguém sentimos dentro de nós um sentimento de impotência, algumas pessoas acabam despertando sentimentos confusos, no sentido de não terem feito o suficiente, como que se algo poderia ter sido feito para mudar tal final, mesmo que tudo tenha sido realizado e feito.
O lidar com o sentimento da perda na hora da morte, nunca será algo fácil de se fazer. Nessas horas se faz necessário um trabalho de evangelização, orientação, doutrinação e encaminhamento espiritual.
As pessoas tendem a ir buscar um terreiro de Umbanda ou mesmo a casa espírita na tentativa de obter notícias do espírito que desencarnou, querem saber se estão em um bom lugar se o espírito está bem, qualquer notícia já é suficiente para saciar um pouco a saudade que ficou.
Nessas horas precisa-se tomar muito cuidado nesse atendimento de consolo, porque uma palavra mal colocada pode levar mais danos a essa família que conforto.
Primeira coisa, o termo MORTE, significa o perecer do corpo físico, é quando o corpo não tem mais condições físicas de existência.
DESENCARNE: é o momento que o espírito quebra seus laços com a matéria física ( o corpo).
No momento desses processos alguns espíritos podem realizar suas passagens de forma natural ou podem também por apegos ficarem ainda presos e agregados ao campo físico, isso acontece muito a espíritos que quando vivos foram extremamente materialistas, ou por rupturas graves, causando choques e danos a esse espírito tornando o processo de desencarne algo doloroso e difícil e são nessas horas que os amparadores do espaço se tornam presentes mais fortemente, para ajudarem com que esses espíritos tenham o bom entendimento de sua atual condição, os auxiliando nos processos de aceitação, redenção, perdão, facilitando o desprendimento, o desapego, auxiliando que eles possam seguir adiante. Esses processos não são fáceis de serem realizados, há todo um processo de conscientização tanto do espírito que desencarnou quanto dos familiares que estão no processo de aceitação da perda daquele ente querido.
É muito comum que os familiares que perderam seus entes queridos de forma violenta, ficarem falando o tempo inteiro do ocorrido, lembrando do espírito de forma lamuriosa, com grande desgosto, revolta, e quando o espírito está num processo de não aceitação isso acaba que atraindo esse espírito de forma negativa, muitos espíritos ficam em estágios de letargia, muitos nem entendem ao certo o que aconteceu, alguns nem tem consciência do seu atual estágio de desencarne.
É de suma importância que os familiares tenham plena consciência e que sejam orientados, para que quando forem falar do ente querido, que lembrem apenas dos bons momentos, das boas obras e ações, e que orem muito e que vibrem MUITO AMOR, porque o AMOR É O BÁLSAMO DA ALMA, E AS ORAÇÕES SÃO FARÓIS QUE OS GUIAM NO CAMINHO DA LUZ.
Um dos maiores obstáculos que o espírito encontra é devido a questões morais e o estado que a alma se encontra, por isso que quanto mais ESPIRITUALIZADA estiver, mas fácil será sua passagem.
Algumas pessoas em seus momentos de desencarne, morrem tão preocupadas, tensas e com inúmeras preocupações que o seu espírito não consegue desapegar e seguir, entra nessas questão valores morais, remorsos, apegos, arrogâncias e vaidades.
Outras ficam em estágio de entorpecimento, podendo levar algum tempo para despertar suas consciências, nesse processo de adormecimento vamos colocar assim, há espíritos amparadores, que vão todos os dias lhes prestar assistência utilizando através de vibrações e doses energéticas, vitalizando o espírito para que o mesmo espontaneamente desperte desse estágio, é muito comum acontecer para pessoas que não acreditavam quando encarnadas que a vida continuaria após a morte, ficam presas em conceitos e dogmas religiosos impostos.
É por esses motivos que nossos guias e mentores quando há uma pessoa muito adoentada ou em processos da Morte física do corpo, para facilitar o processo de desencarne recomendam preces e orações, a leitura do evangelho para que aquela pessoa consiga ter paz nesse momento, dando a plena certeza da continuidade na vida espiritual, trabalhando o medo do desconhecido, do que irá vir adiante.
Observem com bastante cautela e atenção que o processo da Morte não é o mesmo do desencarne, uma pessoa que cometeu suicídio pode ficar anos preso em seu corpo físico, não efetuando de fato o processo de desencarne.
Há relatos de espíritos que foram socorridos em estágios densos devido a plasmarem em seus corpos espirituais o estado do corpo que ficou em decomposição de tanto tempo que ficaram presos nesse processo.
Então observem que o ato do suicídio é uma ilusão vista pelo ângulo de libertação, muito pelo contrário pode ser uma dura prisão para o espírito.
Em um terreiro de Umbanda há alguns pontos de força extremamente necessários dentre eles temos o Cruzambê das Almas ou Cruzeiro das Almas, onde são feitos fundamentos ritualísticos para que espíritos que estão em estágios como os citados acima sejam melhor encaminhados e evangelizados.
O Cruzambê nesse caso age como um portal energético, canalizador, armazenador, dissipador, altamente magnético, onde os amparadores dentre eles, os falangeiros de Obaluayê, Iança, Pretos Velhos e demais guias e mentores, tem maior facilidade de mexer com as consciências dos desencarnados os auxiliando e os motivando a seguir, levando e encaminhando os espíritos de acordo com seus merecimentos e necessidades.
Observem que não só os espíritos em processos de desencarne serão auxiliados, mas os entes queridos que ficaram serão imensamente ajudados.
Nos processos de luto, há muita coisa a ser desmistificada, orientada, para que os familiares e amigos tenham o melhor entendimento nas questões da Morte física, e do Desencarne Espiritual.
Quando as pessoas são bem orientadas, as dores, os remorsos, os conflitos, a revolta, vão atenuando até que fique só a boa lembrança dos que se foram antes de nós. Prevalecendo as forças da caridade, fé, amor e perdão.
É muito bonito trabalhar esse entendimento, o de saber que aquele ente que amamos tanto em vida, ainda está vivo, e que um dia todos se reencontraram, porque a Morte é o fim do corpo físico e não da Alma.
É dever do médium ser amparador físico, sempre dando a boa palavra e levando ao bom entendimento numa hora tão difícil tanto para aqueles irmãos nossos que estão chegando perto de suas passagens, como para os que ficam, e o que já foram sejam agraciados com suas preces e orações.
Isso é ser Médium Amparador de Umbanda.
Infelizmente nos deparamos com processos de encaminhamento completamente feitos de forma equivocada e despreparada, na Umbanda é muito comum utilizar a palavra EGUM… tipo… “TEM UM EGUM NAS SUAS COSTAS”, tomemos cuidado, porque aquele EGUM ANTES DE MAIS NADA É UM IRMÃOZINHO NOSSO, carente de auxílio espiritual o qual não deve ser tratado com desrespeito, arrogância e descuido, são espíritos que já tiveram vida terrena mas que por suas dores, endurecimentos, instintos de vingança, revolta, presos a suas mazelas morais e espirituais, se tornaram espíritos endurecidos, pela incapacidade de não se auto concederem o perdão e o perdão aos seus supostos inimigos, então vejam que um trabalho de desobsessão deve ser feito de forma correta e dignamente.
Em algumas casas onde não se tem amparo espiritual idôneo e sério, esses espíritos poderão virar verdadeiros escravos de espíritos mistificadores, quiumbas, aumentando ainda mais seus sofrimentos e resgates e tudo isso por terem feito processos equivocados de encaminhamento.
E para o médium que for instrumento de tal imprudência repercute em sua espiritualidade e mediunidade as consequências dos seus atos, porque perante aos olhos do Pai Criador de todos nós, todo ato contra um irmão não passará impune. Reflitam.
A morte meus irmãos nada mais é que uma viagem, onde os que ficam choram, mas o que estão do outro lado do porto na hora da chegada, festejam a volta de seus entes queridos e amados.
Uma linda forma de entendimento… e todos nós um dia embarcaremos nessa viagem…
Que nosso Pai Obaluayê nos traga o bom entendimento nas questões da Vida e da Morte, estamos só de passagem, espíritos numa vivência e experiência material, numa evolução que não cessa jamais.
Cristina Alves
Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e Cabocla Jupira.
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