domingo, 23 de setembro de 2018

VAMOS ENTENDER QUEM FOI A PRIMEIRA APARIÇÃO DE PAI ANTONIO NA UMBANDA?

PAI ANTÔNIO E O SR. ZÉLIO DE  Compartilhar no Google+










É de conhecimento geral que o anunciador da Umbanda foi o Caboclo das Sete Encruzilhadas, através do médium Zélio de Moraes. Mas poucos lembram que a mediunidade de Zelio, então um jovem de 17 anos, se iniciou porque estranharam quando começou a falar como se fosse uma pessoa muito mais velha, de forma pausada e com voz suave. Esta primeira entidade que se manifestou na verdade era o Pai Antônio, preto velho que o acompanhou por mais de seis décadas.
No dia 16 de novembro de 1908, na rua Floriano Peixoto, 30, em Neves, São Gonçalo, no Estado do Rio, às 20:00 horas, como havia prometido em dia anterior na Federação Espírita de Niterói, manifestou-se o caboclo das Sete Encruzilhadas assim dizendo:


“Aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram não encontram campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiçaria, e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. 
A prática da caridade no sentido do amor fraterno será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como mestre supremo Cristo”.
Nesse mesmo dia, Zélio incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras: 
“- Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá”. Após insistência dos presentes fala: “Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nêgo”.

Quando alguém lhe perguntou se necessitava de algo, assim respondeu: “Minha caximba, nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque buscá”.
E assim, manifestava-se a linha dos pretos velhos na nova religião que nascia, utilizando-se artefatos mágicos para trabalhar suas mirongas. Além do pito (cachimbo), também solicitou uma guia, que hoje é utilizada por quase todos os médiuns que trabalham nos terreiros de Umbanda. Estes artefatos fazem parte dos fundamentos com que trabalham magísticamente as entidades, dispersando miasmas e firmando as conexões dos espíritos e médiuns, protegendo-os e ampliando seu poder magnético.
Durante anos e anos Pai Antônio se manifestou nas giras da Tenda Nossa Senhora da Piedade, fazendo sua caridade, ajudando nas curas físicas e espirituais e combatendo demandas e obsessões. Através dele foram se aproximando todos os outros pretos e pretas velhas que amorosamente se manifestam onde há disposição para o Amor e Caridade.
“Dá licença Pai Antônio
Que eu não vim lhe visitar
Eu estou muito doente
Vim pra você me curar
Se a doença for feitiço
Bulará neste congá
Se a doença for de Deus
Pai Antônio vai curar
Coitado de Pai Antônio
Preto-velho curador
Foi parar na detenção
Por não ter um defensor
Pai Antônio é quimbanda, é curador
Pai Antônio é quimbanda, é curador
É pai de mesa, é curador
É pai de mesa, é curador.”
Salve Pai Antônio
Alex de Oxóssi
contato@rbrj.com.br

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