Eu confio, entrego e firmo. SALVE O GENERAL DA UMBANDA!!!
Axééééé… dia 23 de abril, dia de São Jorge, DIA DE OGUM
Dia em que o povo reza…
Dia em que o General da Umbanda “vem” para nos proteger.
Dia de Milagre, Dia de Fé. Dia de Festa, Dia de Amor, Dia de Agradecer e Reconhecer!!!
“Coisas” que tento mostrar e inspirar diariamente, pois está em minha essência, em meu estado de vida…enfim, foi uma semana que chorei, que ri, que relembrei, que afirmei, que agradeci e que também lamentei, afinal ter pessoas não acompanhando essa nossa festa me entristece muito.
Maaas, Lei É Lei, Ordem É Ordem, Merecimento É Merecimento.
E é nesse clima de festa, de ordem, de devoção plena que peço licença para contar um dos maiores milagres que aconteceu em minha vida…
Lembro de cada detalhe como se fosse hoje, lembro de tudo, de todo caminho, do tamanho do medo, das inúmeras dúvidas… Aliás, eu era apenas mais uma médium, que gostava de ficar no fim da fila (o terreiro o qual trabalhava tinha centenas de médiuns, portanto, o ambiente era grande e a fila de médiuns também) e que tinha como intenção máxima trabalhar mediunicamente naquele terreiro que tanto gostava e me sustentava. Realmente estava tudo tranquilo, tudo de acordo com minhas necessidades.
Minha família estava bem, meu trabalho estava tranquilo – trabalhava com criação de cães, tinha um canil muito bem estruturado com cerca de 40 cães que amava de paixão, estudava minha Umbanda de todas as formas que podia e conseguia e ainda tinha um Solo Sagrado para me sustentar.
No entanto, um dia a gente tem que aprender a não mandar mais, não é mesmo? Um dia a gente tem que aprender o que realmente representa o livre arbítrio e ainda temos que provar o quanto confiamos na espiritualidade superior, não é isso?
Pois bem, é isso mesmo! Um dia todos terão que aprender e provar tudo “isso”, no entanto, ninguém nunca havia me falado sobre isso.
Conclusão, foi nesse clima que o MAIOR MILAGRE de minha vida aconteceu. Milagre esse que mudou, transformou e alterou toda minha vida e das pessoas que estavam em meu entorno.
Era quinta feira, dia habitual de trabalho. Nada de mais acontecia se não fosse Ogum sussurrar em meu ouvido no mesmo compasso e na mesma vibração de sua manifestação: “Sua vida vai mudar”.
Claro que isso não queria dizer muita coisa, visto meu grau de entrega, ou seja, minha vida já tinha mudado tanto, eu já acreditava tanto, eu já tinha tido tantas provas que esse anúncio repercutiu no meu íntimo de forma harmoniosa. Realmente não discuti relação, não perguntei o que, no que ou de que forma, me coloquei em posição de sentido, abaixei minha cabeça levemente, e afirmei: – Seja feita sua vontade. O Senhor é Meu Pai o qual devo obediência, respeito e confiança.
Foi sim um momento de entrega, foi Divino “ouvir” Ogum, foi Divino… até chegar Exu! Isso mesmo, era gira de Exu.
O atabaque tocou, saudamos os Guardiões, saudamos os Exus e todo o Povo da Esquerda, cantaram-se pontos de chamadas e entre eles cantou-se um ponto que para mim sempre diz muito: balança figueira, balança figueira, balança figueira que eu quero ver Exu cair…
Caramba, lembro da sensação como se fosse hoje, um arrepio da cabeça aos pés, Exu chegando junto, muito junto e dominando todo meu corpo e meus sentidos. E junto à terra, ajoelhado ao chão, chamou a cambone e pediu para anotar algo que eu deveria fazer e que mudaria minha vida totalmente.
Ééé, nessa hora toda minha suposta “tranquilidade” foi pro beleléu… a “coisa” deveria ser séria, discutir relação agora não era uma opção, era impossível.
Enfim, tinha que fazer!
Simples, sempre tudo muito simples, é fazer e pronto, e ponto. Nada a pensar, nada para mandar, nada a desejar, nada, nada e mais nada, só exercer a minha fé e a minha crença plenamente. Essa era minha função, aliás, essa seria minha função daquele dia em diante.
Para compreender melhor esse momento de minha vida, preciso abrir um parêntese para dizer que há anos meu marido esperava receber uma ação trabalhista. Ação essa já percorrida todas as instâncias, já ganha e aguardada ansiosamente por toda minha família.
Rapidamente: eu deveria arrear uma oferenda específica embaixo de uma figueira numa sexta-feira, depois dessa “abertura” arrearia durante 21 segundas-feiras uma oferenda simples para que Exu continuasse dando sustentação. E terminaria fazendo na sexta-feira a mesma oferenda, no mesmo local, debaixo da mesma árvore, só que agora arrearia PARA AGRADECER. E aqui Exu foi incisivo, seria uma oferenda para Agradecer a Mudança de vida que teria.
Ufa… Ainda hoje dá arrepios. Ainda hoje, depois de 15 anos, dá vontade de abaixar a cabeça e respirar fundo. Respirar um fundo de alma, respirar uma força de fé.
Pois bem, passou uma semana e depois de respirar muito e estufar o peito, obrigação É obrigação, e lá fomos, eu e meu marido procurar uma figueira e arrear a primeira oferenda sem saber absolutamente NADA do que aconteceria. Aqui preciso abrir outro parêntese: durante essa semana meu marido, que acompanhava de perto todo o processo trabalhista, viu pela internet que o processo estava a pouco para ser pago, fato que mexeu com nossa imaginação, chegamos a vincular esse acontecimento com a mudança pronunciada.
A oferenda foi feita na sexta feira com muita tranquilidade e devoção. Passou sábado, domingo e… enquanto estava fazendo um curso sobre Umbanda recebo uma ligação do meu marido que estava em uma feira de filhotes de cães e fala: – Lembra do Dr. X, então, ele está aqui comigo e disse que tem preparado um pequeno sitio para trabalhar com criação de cães. Disse que, como conhece nosso trabalho de anos, ficaria muito feliz e satisfeito se comprasse o nosso canil. Aliás, ele afirma que seu interesse por nosso canil é exclusivo, diz que não se interessa por nenhum outro e que a proposta dele é comprar tudo, absolutamente tudo. O que você acha?
Primeira coisa que disse é que não estava ouvindo direito, e depois que ele repetiu toda a proposta eu sentei e pedi um tempo para respirar.
O Dr. X que estava ao lado do meu marido fez pressão, disse que tínhamos que resolver naquela hora, pois na segunda-feira seria o único dia que ele estaria em São Paulo e que conseguiria buscar todos os cães. Disse que suas condições de criação eram boas, com toda infraestrutura e que poderíamos visitar o canil e os cachorros que tanto amávamos a qualquer hora.
Meu marido balançou e também me pressionava e afirmava: – Essa é a mudança! Ele é gente boa e cuidará muito bem dos cachorros!
Decide… Decide… Decide… foi o que ouvi durante mais alguns minutos até que decidi: segunda-feira às 10 horas da manhã não tinha nenhum, absolutamente NENHUM vestígio de cachorro.
Nooooossa… O que fazer? O que estava por acontecer? Como? E agora?
Passamos alguns dias com essas e mais uma dezena de perguntas, claro, sem respostas mas com esperança da ação trabalhista.
E assim aconteceu uma semana, duas semanas até descobrirmos que a possibilidade de meu marido receber a ação trabalhista se tornou inexistente, havia acontecido um erro no sistema, por isso a informação errônea de que o pagamento do processo trabalhista aconteceria logo.
Aí sim, sentimos o peso do nada. Absolutamente NADA!
As oferendas, essas continuavam, toda segunda-feira, com toda devoção. Cada vez mais me entregando e confiando.
O tempo estava passando e as dúvidas aumentando, até que tivemos a ideia de aproveitar o espaço que tínhamos para fazer um Centro de Cultura Umbandista. Na época estava havendo um assustador crescimento das escolas doutrinárias umbandistas.
Pensávamos, o investimento era pouco e para ministrar as aulas convidaríamos pessoas aptas a essa função. Tudo certo e tudo sendo arrumado, com muito trabalho e cheio de capricho.
E para não alongar demais, dia 12 de outubro iríamos inaugurar nosso Centro Cultural, um lugar de estudo, com biblioteca e informações sobre a Umbanda. Nem de longe havia qualquer pensamento além desse.
Chamamos várias pessoas importantes para participar desse dia especial, inclusive chamamos meu pai de santo e sua família, mas sabia que ele era muito ocupado, portanto não contava com a presença dele. E só para lembrar, eu ainda continuava sendo apenas uma médium que trabalhava em favor do próximo toda quinta-feira e continuava fazendo as oferendas semanais.
Dia 12 de outubro, uma terça feira, dia de Oxum, feriado nacional, inaugurava o Centro Cultural até que, com grande, imensa e colossal surpresa meu Pai de Santo, com sua esposa e filha tocam a campainha.
Quase desmaiei, quase desencarnei, quase fugi… Meu único pensamento era: a coisa deve ser séria… Aliás, a coisa piorou quando o vi deitando no chão e batendo cabeça diante de um pequeno altar que tinha.
Fiquei extasiada, era muito para meu coração, mal sabia como me comportar… até que chegou a hora dos agradecimentos e de apresentar a nossa proposta aos convidados.
Eu e meu marido falamos por algum tempo até que meu Pai espiritual começa a falar sobre à importância de novos terreiros, de trabalhar com e pela espiritualidade Superior, de se ter um propósito maior na vida e fala, fala, fala e pede para Pai Elcio de Oxalá (um dos convidados especiais) cantar a Ogum…
Aí não teve jeito, meu corpo arrepiou como nunca havia sentido… meu Pai espiritual incorporou, eu incorporei e quase todos os convidados incorporaram… E eu pensava, sentia e gritava: como assim??? O que está acontecendo??? Não foi isso que programei!!!
Nesse momento, aprendi que temos que aprender a NÃO MANDAR.
Nesse momento vi Ogum firmar o chão e tive que provar o quanto CONFIAVA na Espiritualidade Superior.
Nesse momento aprendi o que realmente representa o livre arbítrio e como é bom NÃO TER livre arbítrio diante de Ogum.
Passado alguns tempo, agora com todos os convidados em terra, meu Pai de Santo fala: – Pronto filha, seu terreiro está aberto.
Rapidamente eu respondi: Não Pai, não é essa a intenção… e sem terminar de falar ele prontamente afirma: a Espiritualidade Superior está muito feliz com esse espaço, Ogum já deu permissão, não tem mais como negar… Claro que você pode esperar um pouco para oficializar e organizar os trabalhos, mas já está determinado. E sobre a questão do tempo, é muito simples, você tem uma semana, sua gira e sua Casa estão abertas!
Gelei, pirei, respirei e “”” coincidentemente”””, a minha última oferenda, aquela que faria embaixo da figueira para AGRADECER a mudança de vida aconteceu na primeira sexta-feira após esse dia 12 de outubro, dia em que foi inaugurado o Centro.
Coincidência?!?!!!
Não, não dá para nem sequer supor que algo foi coincidência… Tudo aconteceu como uma surpreendente exatidão, meu marido teve uma falsa informação que iria receber um dinheiro para que esse fator permitisse vender o canil sem muita dor. A própria venda do canil foi inacreditável, assim como as 21 semanas e a inauguração do Centro.
Agora minha função seria somente exercer a minha fé e a minha crença plenamente.
Ahhh, estava esquecendo de mencionar… não conseguimos ‘fechar’ com nenhum palestrante ou professor para assumir nosso projeto cultural, portanto, adivinhem que “teve” que assumir essa função?
Isso mesmo, Eu! ( estou certa que mais uma vez não existiu coincidência, tá…)
Conclusão: essa Casa é de Guerreiro! Essa Casa é de Exu e Ogum! Essa Casa é de emoção, verdade e devoção!
Essa Casa é para aqueles que acreditam em MILAGRES!
Axé a todos.
Axé especial a todos que fizeram dessa semana algo Divino.
Axé a todos que me escreveram e aos inúmeros relatos de milagres da Umbanda que recebi.
Axé a cada reflexão e a cada suspiro.
por mãe Mônica Caraccio
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