"O Anjo da Guarda é um Anjo pessoalque têm por função nos velar, proteger, inspirar e acompanhar"
Archibald Joseph Macintyre em seu livro “Os Anjos, Uma Realidade Admirável” apresenta de forma resumida as condições da questão CXIII da Suma Teológica, que é de São Tomás de Aquino, o maior teólogo da Igreja Católica e considerado “Doutor Angélico”, desencarnado em 1274, como podemos ver abaixo:
• 1. Os homens são custodiados pelos Anjos. Isto porque, como o conhecimento e as aflições dos homens podem variar muito, vindo a desencaminhá-los do bem, foi necessário que Deus destinasse anjos para a guarda dos homens, de modo que, por eles, fossem homens orientados, aconselhados e movidos para o bem. Pelo afeto ao pecado, os homens se afastam do instinto do bem natural e do cumprimento dos preceitos da lei positiva e podem também desobedecer às inspirações que os Anjos bons lhes dão invisivelmente, iluminando-os para que pratiquem o bem. Por isso, se um homem vem a perder-se, isso se deve atribuir à malícia do homem e não à negligência ou incapacidade do Anjo da Guarda.
• 2. A cada homem custodiado, corresponde um Anjo Custódio distinto. Cada Anjo tem sob sua responsabilidade uma alma que lhe compete procurar salvar.
• 3. O Anjo da Guarda livra constantemente seu protegido de inumeráveis males e perigos tanto da alma quanto do corpo, dos quais o homem não se dá conta. Vimos como Jacob se dirigiu a José (Gen 48,10): “Que o Anjo que me livrou de todos os males abençoe a essas crianças.”
• 4. O Anjo da Guarda impede que o demônio nos faça o mal que desejaria fazer-nos. Lembremo-nos da história de Tobias mencionada neste e no capítulo 3.
• 5. O Anjo da Guarda suscita continuamente em nossas almas pensamentos santos e conselhos saudáveis (conforme se lê em Gen. 16,18; At. 5,8,10).
• 6. O Anjo da Guarda leva a Deus nossas orações e pedidos, não porque Deus onisciente, necessite disso para conhecê-los, mas para que ouça benignamente. Implora por iniciativa própria os auxílios divinos de que iremos necessitar, sem que disso nos demos conta e sem que, muitas vezes venhamos a saber que recebemos esses auxílios (ver Tobias c.3 e 12; Atos c.10).
• 7. O Anjo da Guarda ilumina nosso entendimento, proporcionando-nos as verdades, de um modo mais fácil e compreensível, mediante o influxo que pode exercer em nossos sentidos interiores.
• 8. O Anjo da Guarda nos assistirá particularmente na hora da morte quando mais dele iremos necessitar.
• 9. Os Anjos da Guarda, segundo opinião piedosa de grandes teólogos, acompanham as almas de seus protegidos ao purgatório e ao céu depois da morte, como acompanhavam as almas dos antigos patriarcas ao “Seio de Abraão”, expressão que simboliza a união com o pai.
De fato, a igreja apoiando e confirmando essa crença, na cerimônia da encomendação da alma a Deus, ao descer o corpo à sepultura, como última oração, reza: “Ide a seu encontro Anjos do Senhor; recebei sua alma e conduzi-a presença do Altíssimo...; que os Anjos te conduzam ao seio de Abraão.”
• 10. O Anjo da Guarda, ainda, segundo a opinião de muitos teólogos, atendem às orações dirigidas pelos fiéis à alma de seu custodiado quando esta se encontra no purgatório, “em estado não de socorrer, mas de ser socorrida”(2-2 Q.83 a. 11. ad 3). Por isso, as súplicas dirigidas às almas do purgatório são das mais eficazes, pois são impetradas pelo Anjo da Guarda da alma a quem se recorre.
• 11. O Anjo da Guarda acompanhará eternamente no Céu a seu custodiado que alcançou a salvação, “não mais para protege-lo, mas para reinar com ele” (1.Q.113 a.4) e “para exercer sobre ele algum mistério de iluminação”(1 Q,108 a. 7 ad 3).
• 12. O Anjo da Guarda não pode livrar-nos das penas e cruzes desta vida, enquanto Deus em sua infinita bondade no-las tiver mandado ou permitido, para nossa provação, santificação e purificação. Mas nos ajudará a suportar pacientemente, resignadamente e até mesmo alegremente as provações, encaradas como nossa modesta participação de solidariedade no Mistério da Redenção da Humanidade, o qual se realizou plenamente no Sacrifício do Calvário, com a morte de Jesus.
• 13. O Anjo da Guarda nos protege contra a malícia humana, a injustiça, a hipocrisia, a falsidade, a mentira, a injustiça e os ciúmes daqueles que nos querem prejudicar. Sua veneração e invocação sempre nos hão de valer. Na religião de Umbanda há o costume de se acender uma vela branca ao Anjo da Guarda, oferecendo água e mel. O que pode ser feito de forma simples e como prática espiritual de proteção na presença do Anjo da Guarda, fortalecendo o vínculo entre ele e nós.
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