Terreiro de Umbanda não é restaurante e nem open-bar.
Sabemos que em datas comemorativas há a realização de algumas festas e louvações aos Orixás e guias.
Onde as pessoas levam comidas, e agrados como prova de devoção.
Mas infelizmente isso tem aberto precedentes para algumas pessoas tirarem proveito, ou usarem como meio e não como um fim, agindo como verdadeiros “pombos”.
Pessoas que aparecem nos terreiros só nessas datas comemorativas, nas demais giras, simplesmente somem, não fazem uma doação sequer, ou mesmo perguntam se o terreiro necessita de uma ajuda ou auxílio.
O propósito real espiritual fica esquecido e desmerecido diante de tantos jogos de interesses.
Já ouvi comentários que honestamente é inacreditável a falta de vergonha alheia.
Citarei algumas:
Vou no terreiro de pai ou mãe ciclano, porque hoje tem festa de Exú e Pombogira, e tem bebida e comida a vontade.
Chegou a festa de Cosme e Damião, preciso buscar meus doces, hoje vou no terreiro X, amanhã vou no terreiro Y.
Uhuuu! Festa de Ogum, bora comer feijoada até explodir.
A comida, os alimentos que são servidos no terreiro, após preparados são cruzados e abençoados pelos guias chefes. Que se tornam verdadeiros remédios para cura espiritual. São alimentos abençoados e sagrados. Deveriam ser vistos com mais respeito.
Muitos guias se vocês observarem não comem, apenas cruzam os alimentos, colocando neles os bálsamos do mundo espiritual, tornando verdadeiros remédios. E essa é a verdadeira satisfação dos guias, ver a alegria e cura das pessoas.
Não ligamos de matar a fome de ninguém. Mas o principal objetivo não é o alimento do corpo Físico e sim o alimento da Alma.
Conheço dirigentes que aboliram essas festas comemorativas, pois se cansaram de lidar com gente oportunista e interesseira. Fora que nestas datas há terreiros que tem médiuns que trabalham muito, e outros que só aparecem para usufruir, causando um desgaste na harmonia entre os médiuns.
Por outro lado, há dirigentes que usam das datas e festas comemorativas como um verdadeiro chamariz e marketing, para atrair novos “clientes” e adeptos, usando como degrau financeiro.
O principal objetivo dessas festas comemorativas é elevar nossa sintonia, mostrando ao nossos Orixás e Guias nossa devoção, fé, amor e gratidão por tantas bênçãos, recebidas e alcançadas.
O verdadeiro adepto e devoto, participa dessas festas com esse objetivo, gosta de participar, levando flores, bebidas. comidas, colabora nas preparações etc.
Deixando tudo lindo, e com uma energia maravilhosa.
Esse deveria ser o verdadeiro propósito.
Mas infelizmente para alguns é outra coisa.
Por isso, que alguns alcançam suas bênçãos e graças. Porque trataram o sagrado com o devido respeito e devoção.
Um guia verdadeiro não vem em terra, para se empanturrar ou se embebedar.
Eles vem para curar, abençoar, compartilhar, doar. Ensinar sobre fé, devoção, e caridade.
E aprendam, não é quantidade, luxo, que faz um terreiro abençoado e sim a fé, a caridade, o amor que existe nele.
Em um terreiro humilde pode ter mais energia e bênçãos do que um terreiro luxuoso, com mesas fartas etc.
Que muitas vezes exploram seus médiuns, pedindo quantias exorbitantes de dinheiro, e alimentos, simplesmente para mostrar status e aparência.
Porque a espiritualidade não se engana, ela sabe onde está a verdadeira fé, missão e propósito.
Cristina Alves
Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e Cabocla Jupira
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