Essa é uma dúvida que muitas vezes os médiuns têm.
A forma mais comum é através da incorporação e do firmar o ponto riscado, e do ponto cantado.
E sob a supervisão dos guias chefes.
Mas vamos colocar aqui outras formas.
Na Umbanda, a manifestação dos guias espirituais não ocorre apenas por meio da incorporação (quando o médium cede parcialmente seu corpo para a comunicação direta). Existem diversas formas sutis e simbólicas de identificação e comunicação, especialmente quando o guia ainda está se aproximando, quando o médium está em desenvolvimento, ou quando a incorporação não é necessária.
1. Pela intuição
Os guias podem transmitir ideias, frases, ou sensações mentais sutis.
O médium “sente” ou “sabe” algo sem saber exatamente de onde veio. É uma forma de telepatia espiritual.
Exemplo: o médium pensa numa frase ou conselho típico de um Preto-Velho, e sente uma vibração de calma e sabedoria, isso pode ser o guia se manifestando intuitivamente.
2. Pelas sensações energéticas
Cada linha (Caboclo, Preto-Velho, Criança, Exú, etc.) tem uma vibração característica:
- Caboclos: força, coragem, expansão do peito, firmeza.
- Pretos-Velhos: paz, serenidade, lentidão, acolhimento.
- Crianças (Ibejis): leveza, alegria, vontade de rir ou brincar.
- Exús: energia intensa, firmeza, presença quente, vigilante.
Essas sensações ajudam o médium a perceber quem se aproxima, mesmo sem incorporação.
3. Por meio dos pontos cantados e riscados
Durante os trabalhos, quando se entoam pontos cantados, o guia pode responder com sinais energéticos, arrepios, ou confirmações intuitivas em determinado ponto.
Se for um médium de pemba (risco), o guia pode inspirar o desenho do ponto riscado mesmo sem incorporar.
4. Por sonhos e projeções espirituais
Muitos guias se apresentam primeiramente em sonho, desdobramento, mostrando sua aparência simbólica (um caboclo, um preto-velho, uma criança, etc.) ou transmitindo uma mensagem.
O médium acorda com a sensação nítida de quem era o espírito.
5. Por sinais no ambiente
Os guias podem usar sincronicidades e sinais: uma música que toca na hora certa, um cheiro de ervas, fumo, ou flores típico da linha, ou uma coincidência significativa.
Esses sinais costumam vir acompanhados de uma sensação de presença e paz.
6. Por psicografia ou escrita intuitiva
Alguns médiuns recebem mensagens dos guias pela escrita, sem incorporar.
A mão se move levemente guiada pela inspiração espiritual,uma forma de comunicação mediúnica consciente.
7. Clarividência (vidência espiritual)
A clarividência é a faculdade mediúnica que permite ver o plano espiritual.
O médium pode perceber os guias e outras entidades com os olhos abertos (vidência objetiva) ou em sua mente (vidência subjetiva),enxergando com os olhos da alma.
Quando um guia se aproxima, o médium clarividente pode ver:
- Luzes coloridas ao redor do congá ou da pessoa;
- Formas simbólicas, como penas, cachimbos, cajados, cocares, ou roupas características;
- Imagens parciais, como o rosto, as mãos, ou o contorno luminoso da entidade;
- Cenas espirituais, como matas, cachoeiras, troncos, encruzilhadas, ambientes ligados à vibração do guia.
Por exemplo, ao sentir uma presença e ver uma luz esverdeada acompanhada de imagens de floresta e penas, o médium entende que se trata de um Caboclo.
Já uma luz azulada e uma sensação de serenidade podem indicar um Preto-Velho.
A clarividência não é contínua: ela se manifesta conforme a sintonia vibracional e a necessidade do trabalho espiritual. Muitas vezes, o guia “mostra” apenas o necessário para que o médium reconheça sua presença.
8. Clariaudiência (audição espiritual)
A clariaudiência é a capacidade de ouvir sons espirituais, vozes, ou mensagens telepáticas vindas dos guias.
Esses sons podem ser percebidos dentro da mente (como um pensamento nítido que não é seu) ou, mais raramente, com os ouvidos físicos.
O médium pode ouvir:
- O nome do guia que se apresenta;
- Pontos cantados ou trechos deles, indicando qual linha está se manifestando;
- Mensagens curtas de orientação;
- Sons sutis como risadas, batidas, passos, murmúrios, estalos, que acompanham a presença do guia.
Durante um trabalho, por exemplo, um médium pode ouvir mentalmente o refrão de um ponto de Preto-Velho enquanto sente uma energia tranquila. Essa é uma forma do guia confirmar sua presença sem precisar incorporar.
9. Clariconsciência (ou clarividência intuitiva)
A clariconsciência é uma percepção espiritual mais sutil, ligada à intuição elevada.
O médium não vê nem ouve, mas sabe, uma certeza interna, uma compreensão espontânea e profunda.
É comum que o médium simplesmente reconheça quem está por perto:
“Senti que era o Caboclo Pena Branca”
“Percebi que o Preto-Velho veio me acalmar”
Essa percepção não vem acompanhada de imagens nem sons, mas de um conhecimento interior difícil de explicar, que é acompanhado por uma sensação de paz e familiaridade.
É um tipo de comunicação direta entre a mente do guia e a mente do médium, sem necessidade de palavras ou formas visuais.
10. OLFATIVA (percepção espiritual pelo olfato)
É a faculdade de sentir cheiros espirituais, sem que haja uma causa física presente.
Esses aromas costumam aparecer de maneira repentina e desaparecem logo depois, deixando uma sensação de bem-estar e presença espiritual.
Cada linha de trabalho na Umbanda tem odores característicos, que refletem sua natureza vibratória:
- Caboclos: cheiro de ervas, terra molhada, folhas amassadas, flores do campo.
- Pretos-Velhos: aroma de fumo de rolo, café fresco, ervas medicinais, arruda.
- Crianças (Ibejis): cheiros doces, balas, frutas, flores suaves.
- Exús e Pombagiras: perfumes fortes, fumaça, pólvora, álcool, ou fragrâncias marcantes.
Esses odores são formas de identificação e saudação. Quando o médium sente, por exemplo, o cheiro de fumo e sente calma e respeito, é um Preto-Velho se aproximando. Já o perfume floral e alegre pode indicar um Ibeji.
11. Claripercepção (tato energético ou sensibilidade corporal)
A claripercepção é a capacidade de sentir as energias e presenças espirituais através do corpo físico.
É uma das percepções mais comuns entre os médiuns umbandistas.
Essas sensações variam conforme a linha de trabalho e a vibração da entidade:
- Caboclos: sensação de força, firmeza nas pernas, expansão do peito, vontade de erguer o corpo.
- Pretos-Velhos: peso agradável, calma, lentidão nos movimentos, acolhimento.
- Crianças: leveza, vontade de sorrir, energia vibrante e alegre.
- Exús: calor, firmeza nos pés, atenção aumentada, sensação de poder e segurança.
Muitos médiuns reconhecem seus guias primeiro por essas sensações, antes mesmo de qualquer comunicação mental ou visual.
O corpo se torna uma espécie de antena que capta e traduz a vibração do guia.
Essas percepções, clarividência, clariaudiência, clariconsciência, Olfativa e claripercepção, formam um conjunto de sentidos espirituais que permitem o contato com os guias mesmo sem a necessidade da incorporação.
A Umbanda trabalha com a sintonia vibracional e com a sensibilidade mediúnica, e cada médium, ao longo do seu desenvolvimento, aprende a reconhecer como cada guia se manifesta de forma única e pessoal.
Quanto maior for o tempo que um médium trabalhe com seus guias, mas sutil e profunda será essa sintonia e afinidade. Onde o médium irá reconhecer seus guias com muita facilidade. Através da vivência e experiência.
O estudo mediúnico que abrange a espiritualidade é muito vasto, mas esses seriam os principais meios.
"É de extrema importância que o médium mantenha a mente aberta e trabalhe o medo e a insegurança, para que não bloqueie a percepção e a comunicação com os espíritos.”
Cristina Alves
Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e Cabocla Jupira
Santo André – SP
Mais informações: WhatsApp: (11) 99818-2087
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