quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012


Especialistas tentam decifrar para que servem os pesadelos

Autoconhecimento.Tudo o que acontece no nível onírico tem a função de regular nossas emoções.
Mecanismo onírico ainda suscita pesquisas e investigações
Publicado no Jornal OTEMPO em 22/02/2012
Eles surgem do nada. Alguns são horripilantes, tenebrosos e nos fazem suar e acordar assustados. Na maioria das vezes, são angustiantes. Tentamos gritar, e a voz não sai. A sensação é de queda súbita e livre no abismo. Outras vezes, de aprisionamento. Pesadelo não marca hora e, às vezes, pode, literalmente (inevitável o trocadilho), tornar-se um pesadelo na vida das pessoas. A boa notícia é que os modernos avanços da neurologia já garantem à pessoa o poder de dirigir seus próprios sonhos de forma limitada.
Imagine se, em vez de um algoz, você possa colocar o Rodrigo Santoro ou o Murilo Rosa, por exemplo, no seu sonho ruim. Isso mesmo, os cientistas afirmam que alguém que tenha um pesadelo recorrente pode aprender a substituir seu script aterrorizante por uma versão mais amena.
Bons ou ruins, os sonhos são misturas criadas pelo inconsciente que processa, ordena e guarda emoções do dia, lembranças reprimidas e desejos ocultos.
“Se fossem mera atividade aleatória dos neurônios no córtex cerebral, não seria possível ter sonhos iguais mais de uma vez. Isso prova, como Freud disse, que eles têm significado e são motivados por experiências vividas durante a vigília”, diz o neurocientista Sidarta Ribeiro, 39, chefe do laboratório do Instituto Internacional de Neurociência de Natal e um dos principais pesquisadores do assunto no Brasil.
Persistência. Dizem os especialistas que é comum nos esquecermosdos pesadelos quando acordamos, mas a sensação de impotência e de angústia sem causa aparente perdura e incomoda durante o dia
“Nos levamos os problemas para dormir e trabalhamos durante a noite”, diz Rosalind Cartwright, professora de neurociência da Universidade Rush do Centro Médico de Chicago, que há 50 anos estuda o sono.
Em seu livro “The Twenty-Four Hour Mind” (“A Mente 24 Horas”), ela explica que o cérebro registra as questões emocionais inacabadas do dia e, durante o sono REM (em que os olhos se movem rapidamente e ocorrem os sonhos), as misturas com memórias antigas relacionadas. “O sonho serve para depurar a emoção negativa recente. É como se você limpasse o seu HD para sofrer menos durante o dia”, diz Rosalind.
“Na ioga tibetana, pratica-se sonho lúcido, aquele em que a pessoa tem consciência de estar sonhando, raciocina. Ele se comunica com o meio externo por movimentos oculares ou do polegar e decide o conteúdo do enredo”, diz Sidarta Ribeiro.
Outra técnica é a incubação do sonho pesquisada pela primeira vez nos anos 1990 por Deirdre Barret, da Harvard Medical School. Segundo a psicóloga, o paciente deve escrever seu problema em uma frase curta e colocar a anotação perto da cama. Antes de dormir, revise o problema e, deitado, visualize a questão. Enquanto cai no sono, deve dizer a si mesmo que quer sonhar com o problema. Ao acordar, deve ficar deitado, observando se há resquícios de sonho, e anotar o que lembrar.
Terapia semelhante é a de ensaio da imagem, desenvolvida por Barry Krakow, do Centro Maimonides de Artes e Ciência do Sono, no Novo México (EUA). Consiste em, no estado de vigília, relembrar o pesadelo em detalhes e escrevê-lo mudando o seu fim para um desfecho agradável ou até para um sonho diferente. Depois, a pessoa deve ensaiar a nova versão uma vez por dia, por 20 minutos, durante duas semanas.
Para a psicanalista lacaniana Fani Hisgail, há uma longa estrada a se percorrer “entre o sonho contado, que é o material trabalhado em terapia cognitiva, e o sonho sonhado, que guarda elementos recalcados”. Pesadelos nos dão pistas. Anote-os.
Números
58% das mulheres e 37% dos homens têm pesadelos.
80% das pessoas têm pesadelos esporádicos em resposta ao estresse.
10% dos adultos têm pesadelos frequentes que persistem em média por 12 anos.
PSICOLOGIA
Muitos adultos têm sonho ruim quando fazem tudo errado
Os pesadelos dependem da faixa etária. “Quando acontecem com bebês, são naturais. A consciência do bebê ainda é muito frágil e, para ele, o mundo é muito ameaçador, não é mais cor-de-rosa, como no útero. O bebê tem frio, fome, calor, dor, sente-se abandonado pela mãe”, explica o psicólogo Fernando Rocha Nobre. “Esse choque de realidade faz com que a psique produza sonhos para ajustar as emoções à realidade”, diz.
Depois dessa fase, os pesadelos são expressões do inconsciente para nos mostrar algo. “Os sonhos revelam que não estamos agindo ou reagindo da maneira como deveríamos. Surgem quando você se acomodou em algum momento da vida, adaptou-se a isso e não consegue se renovar. Mostram que você está agindo de maneira inadequada para a situação presente e que precisa se atualizar”, afirma Rocha Nobre.
O psicólogo explica que toda atualização gera dor. “As pessoas não mudam sem sofrimento, sem dor. Pode ser que as mudanças venham através de imagens de morte e, em geral, expressam angústia e dor. Se a pessoa não tiver a sensação de morte, não consegue mudar e, se muda, isso ocorre apenas no mental ou racional”, diz.
Por isso, afirma Rocha Nobre, é comum acordarmos com uma sensação vaga de angústia, de inadequação ao mundo. “O que não desconfiamos é que, durante a noite, pesadelos nos atormentaram para nos pedir mudanças já”. (AED)

Capítulo VIII de O Livro dos Espíritos

Os sonhos são o produto da emancipação da alma, que se torna mais independente pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de clarividência indefinida, que se estende aos lugares os mais distantes ou que jamais se viu, e algumas vezes mesmo a outros mundos. Daí também a lembrança que retraça na memória os acontecimentos verificados na existência presente ou nas existências anteriores. A extravagância das imagens referentes ao que se passa ou se passou em mundos desconhecidos, entremeadas de coisas do mundo atual, formam esses conjuntos bizarros e confusos que parecem não ter nem senso, nem nexo. A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas decorrentes da lembrança incompleta do que nos apareceu no sonho. Tal como um relato ao qual se tivessem truncado frases ou partes de frases ao acaso: os fragmentos restantes, sendo reunidos, perderiam toda significação racional.

404. Que pensar da significação atribuída aos sonhos?

Os sonhos não são verdadeiros, como entendem os ledores da sorte, pelo que é absurdo admitir que sonhar com uma coisa anuncia outra. Eles são verdadeiros no sentido de apresentarem imagens reais para o Espírito, mas que, freqüentemente, não têm relação com o que se passa na vida corpórea. Muitas vezes, ainda, como já dissemos, são uma recordação. Podem ser. enfim, algumas vezes, um pressentimento do futuro, se Deus o permite, ou a visão do que se passa no momento em outro lugar, a que a alma se transporta. Não tendes numerosos exemplos de pessoas que aparecem em sonhos para advertir parentes e amigos do que lhes está acontecendo? O que são essas aparições, senão a alma ou o Espírito dessas pessoas que se comunicam com a vossa?
Quando adquiris a certeza de que aquilo que vistes realmente aconteceu, não é isso uma prova de que a imaginação nada tem com o fato, sobretudo se o ocorrido absolutamente não estava no vosso pensamento durante a vigília?
Percebemos que ao lermos os fragmentos acima, somos levados a crer que a significação dos sonhos não passam de demonstrações oportunistas para tirar proveito de alguém, em raras situações pode ser uma mensagem de Deus, mas sejamos racionais e vamos tentar viver nossas vidas sem atropelos.

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