PRELÚDIO DA VIDARedação do Momento Espíritahttp://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4083&stat=0
De todas as coisas na vida, nada
há mais preciso do que a morte.
Qualquer criatura que goze de
vida, tem assinalada, em algum momento, a sua morte.
Imparcial como ninguém, ela
arrebata jovens e idosos, desiludidos, sonhadores e idealistas, trabalhadores e
ociosos.
Inoportuna, surge em momentos de
mágica alegria, transformando o ambiente com seus véus de crepe
negro.
Incoerente, leva os mais jovens e
saudáveis, deixando no seu rastro pessoas enfermas e de anos
incontáveis.
Entretanto, o mais terrível não é
a sua ação direta, mas suas consequências, ou seja, o grande vazio que deixa nas
vidas dos que prosseguem na Terra.
A incerteza de que haja um depois
da morte leva muitas pessoas ao desespero, ao abandono de si mesmas, à
depressão.
Walter Lowen foi uma dessas
pessoas. Depois de um convívio de trinta e sete anos, foi separado de sua amada
Selma, de forma inesperada, pelo espectro da morte.
Ele não sabia como continuar
vivendo sem a presença dela. Ela era o seu sol, em torno do qual ele, um pequeno
planeta, realizava sua órbita, dia após dia. Ele se sentia como alguém sozinho
na escuridão.
O médico, percebendo seu estado
emocional desesperador, o fez retornar do mundo de sombras em que se encontrava,
dizendo-lhe: Você tornará a vê-la.
Depois de escutar a curta frase,
Walter começou a pensar que a separação da esposa era algo
temporário.
E tudo ficou mais fácil de ser
suportado. No entanto, foi quando lhe chegou uma carta, que ele se sentiu
profundamente tocado.
Dizia assim: Eu não
conheço a forma da imortalidade. Mas, também, nunca vi o amor, a fé, a
integridade ou qualquer das outras qualidades que dão sentido e beleza à
vida.
Apesar disso, não ponho em
dúvida sua realidade, pois já vivi com elas em ação. A morte não destrói essas
qualidades.
Só se pode perder o amor
quando é retirado de nós. A morte não o tira, pois o amor não tem
limites.
O amor continua conosco,
cercando-nos e fortalecendo-nos, uma força ativa e positiva, uma realidade mais
profunda do que o som de uma voz ou o toque de uma mão, por mais queridas que
sejam essas sensações.
Como é possível, então,
descrer da imortalidade da alma?
Sua esposa vive e continua a
amá-lo, esperando um dia reencontrá-lo para a continuação dessa convivência que
vocês souberam valorizar durante trinta e sete anos,
ininterruptamente.
Nesse dia, Walter retornou à
vida...
* * *
A certeza da Imortalidade é das
mais gratificantes revelações. Confere a certeza do reencontro. Permite que
aquele que permanece jornadeando pelos caminhos do mundo, tenha robustecida a
chama da esperança.
Esperança de que o amor continua,
que o amor ama e vela.
Certeza de que não caminha só, no
mundo. Que, mesmo que reconstrua a sua vida afetiva, ao lado de outro cônjuge, o
amor amado entende e abençoa.
E, afinal, depois de passados os
anos, transcorrido o tempo, chegado o momento da sua própria partida, será
recebido, no mais Além, por quem lá vive e ficou anos aguardando.
Ao chegar, será recepcionado com
um sorriso, um grande abraço e as doces palavras: Que saudade! Há quanto tempo
espero você.
Morte, prelúdio da verdadeira
vida!
Pensemos
nisso.
Redação do Momento Espírita, com
base no artigo Morte, prelúdio da vida, de José Ferraz, da Revista
Internacional de Espiritismo, de fevereiro de 2014.
Em 25.3.2014.
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