O VIRTUAL
E O REAL
Estamos vivendo um
período em que dois mundos se confundem: o virtual e o real.
Muitas pessoas,
especialmente jovens, adolescentes e crianças, dedicam horas do seu dia no
mundo virtual.
Por falta de alguém
que lhes oriente ou lhes faça companhia no mundo real, buscam suprir essa
carência na Internet.
Batem longos
papos... virtuais. Olhos nos olhos? Não. Talvez nem se
conheçam.
Trocam abraços
apertados, mas não sentem o calor humano.
Enviam flores...
virtuais. Sem perfume, sem textura, sem graça...
É um mundo atraente,
porque oferece uma grande variedade de opções e exige esforço mínimo.
Nesse mundo, gastam
horas e horas sem perceber que o tempo passou.
Sentam-se
confortavelmente diante de um microcomputador e viajam pelo mundo... sem
sair de casa.
Não é preciso
enfrentar problemas no trânsito, nem pagar passagem, nem sofrer com a chuva,
com o calor ou o frio.
Muitos entram pelas
portas desse fascinante mundo virtual em plena luz do sol e só se dão conta que
já raiou um novo dia quando o sono avisa que a madrugada chegou.
Nesse mundo em que
amigos imaginários se encontram, pouco importa a realidade de uns e de outros.
Eles não se conhecem,
ou se conhecem pouco, mas trocam inúmeras informações, nem sempre verdadeiras,
pois isso não tem tanta importância.
Vivem intensamente
esse mundo, onde a imaginação tem asas...
Onde se pode fazer o
que se deseja sem que ninguém saiba. Conectar-se com os mais variados
assuntos e obter prazeres imaginários.
Poderíamos até dizer
que para alguns esse mundo virtual é mais fascinante que a realidade.
Mas será que o uso
desmedido desse recurso não está nos tornando insensíveis, falsos, viciados,
promíscuos?
Será que não estamos
navegando em águas sombrias e perigosas?
A Internet é um avanço
importante para facilitar nossa vida e abrir novas portas de comunicação e
integração entre criaturas.
No entanto, não surgiu
para que fechemos a porta do mundo real..
Não surgiu para que
evitemos o contato físico com nossos familiares, nossos vizinhos e amigos.
O mundo virtual, por
mais atraente que seja, não tem calor, nem perfume, não tem a vibração da
natureza, nem o brilho do sol.
É um mundo onde tudo é
válido... Mas nem tudo é verdade.
Sem o contato pessoal
não se pode perceber o apoio num sorriso, a compaixão num olhar, o calor de um
aperto de mão, nem a docilidade de um gesto de ternura.
Quem se isola no mundo
virtual acaba perdendo a sensibilidade e desenvolvendo a indiferença diante dos
acontecimentos reais..
A Internet surgiu para
abrir novas possibilidades em nossas vidas, e não para que nos isolemos em
casa, fugindo da realidade para viver da imaginação.
Nossa caixa de
mensagens pode estar abarrotada de beijos, abraços, bom dia e boa noite, feliz
aniversário e outras felicitações... Virtuais.
Isso tudo pode ser
deletado com apenas um clique ou com um defeito qualquer na máquina.
Mas quando um abraço
aproxima dois corações e uma voz deseja um bom dia com convicção, os registros
ficam gravados na alma, onde nada, nem ninguém, pode apagar.
Por todas essas
razões, abra as portas e as janelas para que o sol penetre em sua vida.
Note os
vizinhos... Eles podem estar precisando de alguém que lhes diga: “olá! Tenha um bom dia!” Ouça
o choro ou a gargalhada de seus irmãos. Eles são reais e não estão no mesmo
lar que você por acaso.
Não se tranque em seu
mundo virtual.
Sinta o perfume das
flores...
Ouça o canto dos
pássaros...
Ande na areia e deixe
a espuma das ondas tocar seus pés...
Vivendo intensamente o
mundo real, você perceberá que o mundo virtual terá outro significado em sua
vida.
Um significado mais
belo e mais abrangente.
Deixará de ser fim
para ser um excelente meio de progresso.
Pense nisso!
Texto da equipe de Redação do Momento Espírita.
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