quinta-feira, 29 de outubro de 2015




Contos de Vivekananda






Vou contar-lhes uma história. Uma leoa em busca de presa chegou a um rebanho de ovelhas.

Ao saltar sobre uma delas, deu à luz a um filhote e morreu ali mesmo. 

O leãozinho criado no rebanho comia grama e balia como um cordeiro. Nunca soube que era um leão. 

Um dia, outro leão deparou com o rebanho e ficou espantado de ver aquele enorme leão comendo relva e balindo. 

Ao avista-lo, o rebanho fugiu e, junto, o leão carneiro.

O leão, porém, esperou por uma oportunidade e, um dia, encontrou o leão carneiro adormecido. 

Despertou-o e disse-lhe: - Você é um leão. - O outro respondeu: - Não – e começou a balir como uma ovelha. 

Então o leão intruso levou-o a um lago, pediu-lhe que visse sua própria imagem refletida na água e verificasse se não era parecida com a dele. 

O leão criado no rebanho verificou a semelhança. 

Então o leão forasteiro soltou uns rugidos e pediu ao outro que fizesse o mesmo. 

O leão-carneiro experimentou sua voz e logo estava rugindo com força idêntica: não era mais um carneiro.

Meus amigos, gostaria de dizer-lhes que vocês são fortes como leões.


Suponhamos que vamos todos buscar água em um lago, levando vasilhas em nossas mãos. 


Um leva uma xícara, outro um jarro, um terceiro um balde e assim sucessivamente. 

Todos enchemos nossos recipientes. 

Em cada caso a água naturalmente toma a forma do frasco usado. 

Quem levou uma xícara traz a água em formato de xícara; a água levada na jarra tomou o feitio da jarra. 

De qualquer modo, há apenas água e nada mais em cada recipiente.

Comparativamente, o mesmo sucede com as religiões. 


Nossas mentes são as vasilhas e cada um de nós está procurando alcançar a realização de Deus. 

Deus é como a água, preenchendo diferentes vasilhas. 

Em cada uma, a visão de Deus adquire a forma da vasilha. 

Contudo, ele é um. 

É Deus em cada caso.

Todos ouvimos falar de fraternidade universal e de como instituições e nações se empenham em fazer dela sua bandeira. 

Lembro-me de uma velha história. 

Na Índia, considera-se péssimo tomar vinho. 

Dois irmãos desejaram, certa noite, beber vinho em segredo. 

O tio, homem muito ortodoxo, dormia num quarto próximo ao deles. 

Antes de começar a beber, eles combinaram: “Precisamos conservar-nos silenciosos para não acordar nosso tio”. 

Enquanto bebiam repetiam: - Silêncio! O tio vai acordar – tentando cada um silenciar o outro. 

Como a gritaria aumentasse, o tio despertou, entrou no quarto e descobriu tudo.

Todos nós gritamos como esses bêbados: Fraternidade universal! Somos todos iguais, portanto vamos fundar uma seita. 


– Assim que a seita é fundada, você protesta contra a igualdade, e lá se foi a igualdade.


Fonte: Vivekananda – Professor Mundial, Ed. Madras 

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