quarta-feira, 6 de janeiro de 2016



                                                  Preto Velho e Erês !


Então, Preto Velho ou Preta Velha é um grau dentro da Umbanda, eles trazem o mistério ancião, eles trabalham a humildade, a sabedoria, eles nos ensinam isso como uma doutrina de impacto, você aprende a respeitar o mais velho, o Preto Velho, o que ele representa, você aprende a respeitar isso. 

E quando nós estamos incorporados do Preto Velho, é, nós recebemos um pouco desse mistério. 

Então, o trabalho de Umbanda é um trabalho muito peculiar, quando a gente incorpora, trabalha incorporado é muito comum que os consulentes tenham problemas muito parecidos com os nossos problemas e nossos guias incorporados parecem ter solução para tudo, com paciência, com tranquilidade, com amor, com uma palavra, com carinho, às vezes tudo que o consulente precisa é um abraço do Preto Velho, então eles tem isso para oferecer, eles têm essa força. 

A gente costuma usar para Preto Velho: vela branca ou vela bicolor, eles usam guias que podem ser: guias pretas e brancas ou guias feitas de lágrimas de Nossa Senhora ou terço ou rosário, são muito rezadores, mandingueiros – mandingueiro no sentido de rezador – trabalham com água, com erva, com pedra. 

A gente vê muito o sinal da cruz nos seus pontos riscados porque a cruz é um símbolo de Obaluayê e eles trabalham o mistério ancião que é o mistério que está dentro da força de Obaluayê e Nanã. 

Assim como o símbolo de Caboclo é a flecha e a flecha está ligado ao mistério de Oxóssi, então esse simbolismo enriquece. 

Nos pontos riscados de Preto Velho você vai ver cruzes ou cruzeiro e também símbolos dos outros Orixás como estrela, sol, montanha, coração, que vai revelar no campo de quem aquele Preto Velho está trabalhando, um ponto riscado pode ser: o ponto riscado do Preto Velho ou ponto riscado de trabalho. 

Então, nós temos Pretos Velhos que trabalham na força de todos os Orixás, o mistério ancião, o mistério Preto Velho é de Obaluayê, mas tem Preto Velho d Oxalá, de Oxum, de Oxóssi, de Xangô, de Yemanjá, de Nanã, no entanto não é tão fácil identificar. 

Com Caboclo você fala “Caboclo Sete Montanha – de Xangô”, você fala “Caboclo do Fogo – de Xangô”, “Caboclo do Sol – de Oxalá e de Xangô”, “Caboclo Tupã – de Oxalá”. 

Agora, Preto Velho: Pai João – o nome não revela, Vó Maria – o nome não revela, Pai Joaquim – o nome não revela, só se ele falar “Sou Pai Joaquim do Cruzeiro” – aí sim, cruzeiro é de Obaluayê, “Pai Joaquim das Almas – almas de Obaluayê”, “Pai Joaquim do Mar – é de Yemanjá”, “Pai Joaquim da Cachoeira”, “Pai Joaquim das Matas”, “Pai Joaquim da Montanha”, então às vezes o Preto Velho revela quem é o seu Orixá, mas na maioria das vezes o nome não revela, então só durante, trabalhando com ele durante algum tempo é que a gente vai saber. 

Agora, existem aqueles Pretos Velhos que a gente chama Preto Velho Quimbandeiro. 

O que é um Preto Velho Quimbandeiro? 

É um Preto Velho que trabalha bastante com a Esquerda, que tem uma ligação com a Esquerda, é um Preto Velho que trabalha bastante junto com os Exus. 

É, um Preto Velho muito Quimbandeiro é Pai Cipriano porque aí tem uma relação com São Cipriano que as pessoas dizem “O livro de São Cipriano é um livro de magia negra”, o livro de São Cipriano é livro que conta a história de São Cipriano e tem um monte de receita que não era de São Cipriano, então essa é a verdade e São Cipriano é um homem que se tornou um santo. 

Então, fala a linha dos Pretos Velhos está ligada a Obaluayê, Nanã Buroquê, está ligada ao Pai Omulu também, a linha dos Pretos Velhos em muitas literaturas aparece como: Obaluayê sincretiza com São Lázaro, Omulu sincretiza com São Roque, Nanã sincretiza com Sant’Ana, mas tem uma ligação forte também com São Cipriano – o santo – pela questão de serem mandingueiros os Pretos Velhos, rezadores, eles representam uma magia também, são praticantes de magia. 

Então, São Cipriano é um santo de fato, ele não é representante da magia negra, ele é um santo e aí Pai Cipriano vai ser um Preto Velho que é bastante quimbandeiro. 

Agora, qualquer Preto Velho pode ser quimbandeiro, então há Pretos Velhos que trabalham bastante com a Esquerda, aí que a gente fala que é Preto Velho Quimbandeiro, que é aquele que tem essa facilidade de lidar. 

E há uma linha no astral de Preto Velho Quimbandeiro, então independente de quem seja o seu Preto Velho há trabalhos que é possível chamar os Pretos Velhos Quimbandeiros, que são o quê? 

Pretos Velhos que são quebradores de demanda, Pretos Velhos que são mandingueiros, Pretos Velhos que são feiticeiros – da boa feitiçaria, da boa magia. 

A gente falou sobre Caboclos e é a mesma coisa, dentro da linha de Caboclos a gente também tem Caboclo velho. 

Então, há no astral Caboclos que estão no mistério ancião - um Caboclo velho é um Caboclo que traz o mistério ancião. 

Então, recapitulando: no mistério Caboclo nos temos Caboclos anciãos, Caboclos Quimbandeiros. 

O Caboclo ancião geralmente se apresenta como um pajé, um curador, esses Caboclos velhos muitos deles trabalham com a marca ou maracá que é o chocalho, trabalham com o cachimbo, muitos deles trabalham com reza, com erva. 

Então, Caboclo velho geralmente é um Caboclo benzedor, um Caboclo curador, um Caboclo pajé. 

Há a linha de Caboclos Africanos são os Caboclos que tem uma ligação, é, forte com Omulu, geralmente Caboclos Africanos também são Caboclos Quimbandeiros. 

Quem é o Caboclo Quimbandeiro? 

É um Caboclo que trabalha bastante com a Esquerda, entre os Caboclos Quimbandeiros alguns são muitos conhecidos como Seu Pantera Negra é considerado: O Caboclo Quimbandeiro. 

Mas, há Caboclos que são muitos quebradores de demanda como Seu Cobra Coral, como Seu Ventania, como Seu Gira Mundo, considerados Quimbandeiros que não são o Caboclo Quimbandeiro, mas que fala “É esse Caboclo é bastante Quimbandeiro”, no sentido de dizer: esse Caboclo quebra bastante demanda. 

Mas, há no astral falanges de Caboclos Quimbandeiros, de Caboclos velhos e que podem ser chamadas, claro, quando o Caboclo chefe da casa tem condição de falar: 

“Nós vamos chamar agora uma falange de Caboclo Quimbandeiro. 

Há Terreiros de Umbanda que trabalham como falanges de Caboclo velho pra fazer trabalho de cura, então isso são recursos de Umbanda. 

As linhas de Umbanda, elas tem ramificações, tem Preto Velho de todos os Orixás porque tem uma parte de Preto Velho Quimbandeiro, tem uma parte de Preto Velho curador, então tem Guias que tem especialidades num ou outro campo.

A gente vai, falamos sobre Caboclos, sobre Preto Velho, vamos agora começar a falar sobre as crianças, então para na próxima aula a gente dar continuidade a essas linhas de trabalho.

Quem são as crianças na Umbanda? 

As crianças representam o mistério infantil, diferente de Caboclo e Preto Velho, criança não é exatamente um espírito plasmado de criança porque as crianças são entidades realmente infantis, não são alguém,  se comportando de maneira infantil, mas são, as crianças são entidades realmente infantis, então as crianças na Umbanda, boa parte delas são seres encantados que nunca encarnaram. 

Todos nós, humanos, somos seres naturais da dimensão humana, antes de ser um natural, nós fomos encantados. 

Então, os encantados eles são infantis em relação a nós, as crianças de Umbanda são encantados que estão entrando na realidade humana. 

Algumas crianças já encarnaram, uma ou outra vez, mas não foram adultos, muito raramente você tem uma criança – criança de Umbanda: êre – que já foi um adulto. 

Inclusive, êre é uma palavra que vem do Candomblé, do culto de Nação, êre é um estado
de infantilidade. 

Quem é o êre? 

Na origem da palavra quando no Candomblé alguém faz uma camarinha, essa pessoa vai ser iniciada no Candomblé - morrer e nascer outra vez simbolicamente - então, no momento em que ela está morrendo para o profano e nascendo para o sagrado começa a se comportar de maneira infantil, isso é chamado de estado de êre, é diferente de incorporar uma criança. 

Porque se o Orixá daquele adepto é Ogum, ele vai entrar em estado de êre na força de Ogum. 

A gente não, a gente recebe uma criança, a criança pode ser chamada de êre por dizer: é um espírito que está naquele estado infantil. 

Ibeji ou Ibejí são os Orixás gêmeos considerados infantis e crianças na África, então Ibeji é o Orixá. 

Nós não incorporamos o Orixá, incorporamos uma criança, um espírito, uma entidade infantil, mas também é chamado de Ibeji pela relação com o Orixá Ibeji que não é um dos quatorze, mas é um Orixá que existe, um par de Orixás, um casal de Orixás. 

Ibeji quer dizer gêmeos na língua Yorubá, então Ibeji é uma força representante do mistério encantado, dos encantados, não da encantaria Gêge, não dos encantados de um Candomblé Gêge, mas encantados de seres encantados que são anteriores a nós, são infantis em relação a nós assim são as crianças que nós incorporamos. 

Cosme e Damião são dois santos Católicos, Doun não é santo Católico, Doun não existe na Igreja Católica, Doun foi adicionado a Cosme e Damião dentro da religião de Umbanda. 

Então, Ibeji tem um irmão, um terceiro irmão de Ibeji na cultura Yorubá chama: Dou, daí surgiu Doun – Cosme, Damião e Doun. 

Diz o pai Ronaldo Linares que tem uma história que no Rio de Janeiro perto da Tenda Nossa Senhora da Piedade havia uma primeira lojinha de artigos de Umbanda e santos populares e tinha lá Cosme e Damião e um rapaz que trabalhava na loja quebrou uma estátua de Cosme e Damião e sobrou um pequeninho e ele colocou na frente de uma outra estátua de Cosme e Damião grande. E todo mundo perguntava:

 “Quem é esse pequeninho?”, todos sabiam que Cosme e Damião são considerados padroeiros das crianças e que guarda a linha das crianças na Umbanda e aí colocaram o pequeninho e aí ficou parecendo Cosme e Damião e uma criancinha, representando as crianças da Umbanda – criancinha por ser pequeno, mas é igual os outros dois grandes. 

No Rio de Janeiro Cosme e Damião era chamado de Dois Dois e diz que o menino chamou de Dois Um e aí de Dois Um pra Doun, de Doun pra Dou - e mais ou menos ninguém sabe muito bem como é essa história e é contado por pai Ronaldo que é merecedor de todos os nossos créditos da sua integridade, da sua verdade - então, Cosme, Damião e Doun, Doun representa as crianças, tem êre que tem o nome de Doun, é, tem êre que é chamado de cosminho. 

Então, quem são nossos êres, nossos Ibejis, nossos cosminhos, nossos douns? 

São crianças e ponto final. 

Crianças encarnadas? 

Um ou outro encarnou, mas não necessariamente eles precisam ter encarnados, eles são aqueles que trazem o mistério infantil, o mistério criança. 

De quem é esse mistério infantil? 

O mistério infantil pertence à Oxumaré. 

Não é o mistério de Ibeji? 

Também é o mistério de Ibeji, mas dentro dos quatorze Orixás identificando a partir dos quatorze Orixás está no mistério de Oxumaré e ponto final.


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