sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

            Umbanda Sagrada • Parte I


A “Umbanda Sagrada” se tornou uma vertente dentro da grande UMBANDA. Mas antes que se vaticine e dê por encerrado o assunto é importante esclarecer alguns pontos.
O termo “Umbanda Sagrada” se popularizou por meio da obra de Pai Rubens Saraceni. No entanto, nunca houve intenção de criar uma vertente ou seguimento dentro da Umbanda e, ainda assim, isso aconteceu de forma bem natural.
A partir da década de 1980, Rubens Saraceni começou a psicografar romances e livros doutrinários de Umbanda. O autor espiritual que mais se destacou foi Pai Benedito de Aruanda, um “Preto Velho”, e este espírito, ao escrever, sempre se referia à religião desta forma: “Umbanda Sagrada”. Pai Benedito não estava se referindo, em suas obras, a uma nova vertente e sim a toda a Umbanda. Para Ele, toda a Umbanda é Sagrada. Para Rubens Saraceni e Pai Benedito de Aruanda, caso alguém perguntasse de qual Umbanda eles faziam parte ou se referem, a resposta seria, com certeza, “Umbanda Natural”, não por se tratar de uma outra vertente e sim pelo fato de que consideram a Umbanda, como um todo, uma “Religião Natural” o que, na obra de Rubens, se opõe à “Religião Abstrata”. Na “Religião Natural” é possível ver Deus na Natureza, por meio dos Orixás;  na “Religião Abstrata” a relação com Deus faz parte de um processo abstrato e intelectual.
No livro “Código de Umbanda”, Rubens Saraceni, Ed. Madras, pg. 380, existe um capítulo chamado “Umbanda Natural”, no qual podemos ler:
Umbanda Natural = Umbanda Astrológica, Umbanda Filosófica, Umbanda Analógica, Umbanda Numerológica, Umbanda Oculta, Umbanda Aberta, Umbanda Popular, Umbanda Branca, Umbanda Iniciática, Umbanda Teosófica, Umbanda Esotérica.*
Natural é a Umbanda regida pelos Orixás, que são senhores dos mistérios naturais, os quais regem todos os polos umbandistas aqui descritos. Muitos optam por substituir a designação de “Ritual de Umbanda Sagrada”, dada à Umbanda Natural, porque lhes falta uma visão mais ampla do que sejam os Orixás Naturais, regentes divinos de todos os processos religiosos.
Então que fique bem claro que, em essência, para Rubens Saraceni e Pai Benedito de Aruanda, toda a Umbanda é Sagrada, toda a Umbanda é Natural e toda a Umbanda é Divina.
Não houve intenção de criar uma nova vertente. No entanto, identificar-se com a “Umbanda Sagrada” passou a ser um processo muito simples e natural a quem lê, estuda e pratica a Umbanda com base na obra de Rubens Saraceni.
Nota de Alexandre Cumino: Poderíamos citar ainda muitas outras Umbandas como: Umbanda Eclética, Umbanda Cristã, Umbanda Omolocô, Umbanda Tradicional, Umbanda Almas e Angola, Umbanda Cruzada, Umbanda Traçada e etc.

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