sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Cuidados que nós precisamos ter no carnaval

Algo místico, humano e Divino!

eazyy






Axééé, hoje trago ‘um assuntão’… Quero compartilhar minhas conclusões e contextualizar algumas relações da vida trazendo mais responsabilidade, leveza e respeito a todos nós. Começo falando sobre a “dualidade das festas”.
Acredito ser interessante abrir esse assunto para que reflitamos sobre nossos valores, atos e sentimentos durante as festas e principalmente neste período de carnaval e quaresma.
Pensem comigo, a festa é uma presença constante e marcante em nossas vidas, é antes de qualquer coisa e acima de tudo um ato coletivo, festejamos quando nos socializamos. Tem realidade e dinâmica própria, é um ato extra-ordinárioextra-temporal e extra-lógico. 
Uma festa propicia uma espécie de ‘parada’ na vida cotidiana, inclusive pede que contemplemos o momento atual e que esqueçamos o mundo real para transformá-lo em um mundo de esperança onde a imaginação fica livre e à vontade. É símbolo de alegria e do amor que, muitas vezes por nossas próprias forças, não conseguimos tornar definitivo ou contínuo. É um cenário de atos, vozes, imagens e símbolos que se integram numa harmoniosa conjunção com o presente e o passado. Aliás, uma verdadeira festa é aquela que celebra a vida, a conquista, que contempla e comemora encontros. É algo místico.
É fato que nas festas se vive o “tempo das emoções intensas”.
Inclusive, em muitas religiões as festas fazem parte do ritual sagrado, pois é através das festas que o ser humano supera o cansaço e a monotonia da vida e se abre à transcendência, é o encontro entre o Ser e o Divino.
O próprio Candomblé é uma religião que, entre tantas atribuições, têm as festas como parte intrínseca, fundamental e Sagrada. É um conjunto de atividades, de atos, danças e músicas sagradas que reúne seus fiéis, muitas vezes por vários dias, como um ciclo próprio, alimentando o espírito e a alma por um longo período.
É tão forte o sentido das festas para o Candomblé que a própria palavra candomblé significa, segundo Eduardo De Lascio em seu livro Candomblé – um caminho para o conhecimento, ‘festa’ ou ‘nome que se dá ao local onde são realizadas’.
Lascio também afirma em seu livro que para a Umbanda o ciclo de festas é composto de inúmeros encontros ordinários, também chamados de giras ou sessões.
E aí vale lembrar a frase de São João Crisóstomo que dizia: ‘Ubi caritas gaudet, ibi est festivitas’ ou seja: onde a caridade irradia a sua alegria, aí temos a festa “.
No entanto, muitas pessoas se aproveitam das festas para fazerem delas momentos de excessos e aí, o frenesi, a orgia, as drogas, o esbanjamento e a destruição tornam-se partes integrantes da essência da festa, vertendo para o negativismo desenfreado.
Inclusive as festas são verdadeiros atos mágicos, portanto extremamente duais. E se pararmos para pensar, muitas vezes as festas geram em nós um intenso sentimento de alegria, mas outras vezes geram um intenso sentimento de tristeza, não é mesmo?
É fato que nas festas nossas emoções são tão evidenciadas, que as pessoas amam e odeiam vigorosamente, festejam e brigam freneticamente e ainda sorriem e choram compulsivamente muitas vezes sem nenhum discernimento.
Temos o exemplo do carnaval que tem como origem na comemoração da alegria, das conquistas, da prosperidade, da fertilidade do solo, momento em que os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses, mas acaba sendo relacionado por muitos como ‘deleite dos prazeres da carne’, marcado pela expressão “carnis valles”, formando a palavra “carnaval” (em grego “carnis” significa carne e “valles” significa prazeres).
Hoje em dia poucos vivenciam o encanto do carnaval, poucos festejam a prosperidade e compreendem o sentido poético, antropológico, cultural e social dessa festa e cada vez mais personagens como colombinas e pierrôs, perdem força e expressão deixando em seus lugares a vulgaridade e a indecência.
Bebidas, drogas e o sexo irresponsável tornam-se parte integrante desse momento que, para nós que conhecemos e entendemos as questões energéticas e espirituais, que conhecemos as Leis da Atração, da Afinidade e da Ação e Reação, é um verdadeiro suicídio espiritual.
Aliás – aqui vem o segundo assunto – não posso deixar de mencionar e afirmar que nesses dias abrem-se intensos e grandiosos portais negativos e espíritos de baixíssimos níveis adentram nossas faixas vibratórias atuando facilmente nos seres encarnados.
São dias delicados e difíceis dentro do contexto espiritual, energético e vibracional, muitas magias negativas se potencializam através das atitudes prazerosas das pessoas – principalmente dos médiuns – ou ainda são ativados exatamente nos momentos mais sórdidos. Portanto, toda vigilância é pouca.
Estar nas giras, fazer delas lindos e fortes momentos de fé e doutrina intima e pessoal é FUNDAMENTAL!!! Não se pode bobear, a energia fica muito densa, avalie-se!
O que quero ressaltar é que, para vivenciarmos somente o lado positivo das festas, precisamos entender que Lévi-Strauss tinha total razão quando afirmava: festa não é somente boa para dela participar, é também boa para pensar, pensar os fundamentos do vínculo coletivo, o que faz sociedade. Enfim, o bom de uma festa é pôr em cena gestos, versos, sabedorias e memórias.
Esta é, sem duvida, uma forma de evocar o próprio mistério do viver e do viver feliz.Junto com todo esse saber e cheios de atitudes, estar nos terreiros também é sem duvida uma atitude inteligente e Divina.
Axééé…
por Mãe Mônica Caraccio

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