quarta-feira, 10 de julho de 2019

Quando devo fazer parte de um Terreiro, segundo o Sacerdote Alan Barbieri

Qual o melhor momento para fazer parte de um terreiro?

O terreiro sempre vai ao encontro daquele que está em busca dele, ainda que inconscientemente. Seja pelos instantes que duram uma consulta ou por anos a fio, a corrente espiritual aceita sem pestanejar qualquer pessoa. Qualquer uma. Faz parte de sua filosofia o acolhimento incondicional que pouco se importa com as qualificações terrenas consideradas ideais para a convivência em grupo. Partindo deste princípio que declara o quão desprendidas de preconceitos são as entidades de luz, torna-se mais fácil entender as motivações do Alto para despertar em indivíduos completamente divergentes e desprovidos de ligações externas a faísca da caridade religiosa. O chamado dos espíritos de luz é facultativo, portanto pode ser recusado caso o médium acredite que não está preparado para aceitar esse compromisso ou tenha plena certeza que sua contribuição para com o mundo inclua outras formas de auxilio. Tal convite estará em latência, pacientemente esperando ser benquisto em algum momento, sem no entanto obrigar seu convidado a tomá-lo como certeza através de punições físicas, monetárias ou emocionais – e quem diz o contrário definitivamente ainda não entrou em contato com as nuances de altruísmo e honestidade verdadeiras desses companheiros do astral. 
Nada que promove a tirania e a supremacia de determinada classe pode ser considerado umbanda em razão da natureza singela da religião que não reconhece na enganação seus valores mais básicos. Isso significa que é inválido os argumentos mirabolantes usados por individuos para vincularem consulentes em busca de respostas ao seus “templos”, retirando a autonomia dos próprios sobre seus corpos e suas decisões. Cabe unicamente ao recebedor da oferta feita pela espiritualidade pura, livre de distorções humanas, optar pelo segmento litúrgico e começar a mover-se em direção aos preparativos para sua iniciação. As demais rotas que levam à entrada, aquelas que geralmente envolvem a obrigatoriedade por motivos diversos, são tão dispensáveis no momento quanto fadadas ao fracasso no futuro.
São os bons sentimentos inexplicáveis que reverberam por cada célula do corpo, as sensações curiosas que bailam na boca do estômago e os pensamentos certeiros que pipocam para todos os lados que indicam para o âmago a hora certa para entrar e iniciar a jornada mediúnica. Nada mais do que isso. Descobrir que quer fazer parte de uma corrente deve ser exatamente como se apaixonar pela primeira vez: não há dúvidas ou incertezas; apenas uma ânsia incontrolável por arriscar.
Pai Alan Barbieri

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