OMULU
Omulu é o Orixá que rege a morte, ou no instante da passagem do
plano material para o plano espiritual (desencarne).
É com tristeza que temos visto o temor dos irmãos umbandistas quando é
mencionado o nome do nosso amado Pai Omulu. E no entanto descobrimos que este
medo é um dos frutos amargos que nos foram legados pelos ancestrais semeadores
dos orixás em solo brasileiro, pois difundiram só os dois extremos do mais caridoso
dos orixás, já que Omulu é o guardião divino dos espíritos caídos.
O orixá Omulu guarda para Olorum todos os espíritos
que fraquejaram durante sua jornada carnal e entregaram-se à vivenciação de
seus vícios emocionais.
Mas ele não pune ou castiga ninguém, pois estas
ações são atributos da Lei Divina, que também não pune ou castiga. Ela apenas
conduz cada um ao seu devido lugar após o desencarne.
E se alguém semeou ventos, que colha sua tempestade pessoal, mas
amparado pela própria Lei, que o recolhe a um dos sete domínios negativos,
todos regidos pelos orixás cósmicos, que são magneticamente negativos.
E Tatá Omulu é um desses guardiões divinos que consagrou a si e
à sua existência, enquanto divindade, ao amparo dos espíritos caídos perante as
leis que dão sustentação a todas as manifestações da vida.
Esta qualidade divina do nosso amado pai foi
interpretada de forma incorreta ou incompleta, e o que definiram no decorrer
dos séculos foi que Tatá Omulu é um dos orixás mais "perigosos" de se
lidar, ou um dos mais intolerantes, e isto quando não o descrevem como
implacável nas suas punições.
Ele, na linha da Geração, que é a sétima linha de
Umbanda, forma um par energético, magnético e vibratório com nossa amada mãe
Yemanjá, onde ela gera a vida e ele paralisa os seres que atentam contra os
princípios que dão sustentação às manifestações da vida.
Em Tatá Omulu descobri o amor de Olorum, pois é por
puro amor que uma divindade consagra-se por inteiro ao amparo dos espíritos
caídos. E foi por amor a nós que ele assumiu a incumbência de nos paralisar em
seus domínios, sempre que começássemos a atentar contra os princípios da vida.
Enquanto a nossa mãe Yemanjá estimula em nós a
geração, o nosso pai Omulu nos paralisa sempre que desvirtuamos os atos geradores.
Mas esta "geração" não se restringe só à hereditariedade, já que
temos muitas faculdades além desta, de fundo sexual.
Afinal, geramos idéias, projetos, empresas, conhecimentos,
inventos, doutrinas, religiosidades, anseios, desejos, angústias, depressões,
fobias, leis, preceitos, princípios, templos, etc.
Temos a capacidade de gerar muitas coisas, e se
elas estiverem em acordo com os princípios sustentados pela irradiação divina,
que na Umbanda recebe o nome de "linha da Geração" ou "sétima
linha de Umbanda", então estamos sob a irradiação da divina mãe Yemanjá,
que nos estimula.
Mas, se em nossas "gerações", atentarmos
contra os princípios da vida codificados como os únicos responsáveis pela sua
multiplicação, então já estaremos sob a irradiação do divino pai Omulu, que nos
paralisará e começará a atuar em nossas vidas, pois deseja preservar-nos e nos
defender de nós mesmos, já que sempre que uma ação nossa for prejudicar alguém,
antes ela já nos atingiu, feriu e nos escureceu, colocando-nos em um de seus
sombrios domínios.
Ele é o excelso curador divino pois acolhe em seus
domínios todos os espíritos que se feriram quando, por egoísmo, pensaram que
estavam atingindo seus semelhantes
E, por amor, ele nos dá seu amparo divino até que, sob sua irradiação,
nós mesmos tenhamos nos curado para retomarmos ao caminho reto trilhado por
todos os espíritos amantes da vida e multiplicadores de suas benesses.
Todos somos dotados dessa faculdade, já que todos somos
multiplicadores da vida, seja em nós mesmos, através de nossa sexualidade seja
nas idéias, através de nosso raciocínio, assim como geramos muitas coisas que
tornam a vida uma verdadeira dádiva divina.
Tatá Omulu, em seu pólo positivo, é o curador
divino e tanto cura alma ferida quanto nosso corpo doente. Se orarmos a ele
quando estivermos enfermos ele atuará em nosso corpo energético, nosso
magnetismo, campo vibratório e sobre nosso corpo carnal, e tanto poderá
curar-nos quanto nos conduzir a um médico que detectará de imediato a doença e
receitaria medicação correta.
O orixá Omulu atua em todos os seres humanos,
independente de qual,. seja a sua religião. Mas esta atuação geral e planetária
processa-se através de, uma faixa vibratória especifica e exclusiva, pois é
através dela que fluem as irradiações divinas de um dos mistérios de Deus, que
nominamos de "Mistério da Morte".
Tatá Omulu, enquanto força cósmica e mistério divino, é a
energia que se condensa em torno do fio de prata que une o espírito e seu corpo
físico, e o dissolve no momento do desencarne ou passagem de um plano para o
outro.
Neste caso ele não se apresenta como o espectro da morte coberto
com manto e capuz negro, empunhando o alfanje da morte que corta o fio da vida.
Esta descrição é apenas uma forma simbólica ou estilizada de se
descrever a força divina que ceifa a vida na carne.
Na verdade, a energia que rompe o fio da vida na
carne é de cor escura, e tanto pode parti-lo num piscar de olhos quando a morte
é natural e fulminante, como pode ir se condensando em torno dele, envolvendo-o
todo até alcançar o espírito, que já entrou em desarmonia vibratória porque a
passagem deve ser lenta, induzindo o ser a aceitar seu desencarne de forma
passiva.
O orixá Omulu atua em todas as religiões e em algumas é nominado
de "Anjo da Morte" e em outras de divindade ou "Senhor dos
Mortos".
No antigo Egito ele foi muito cultuado e difundido e foi dali
que partiram sacerdotes que o divulgaram em muitas culturas de então.
Mas com o
advento do Cristianismo
seu culto foi desestimulado já que a religião cristã
recorre aos termos"anjo""arcanjo" para designar as
divindades.
Logo, nada mais lógico do que recorrer ao arquétipo tão temido
do "Anjo da Morte", todo coberto de preto e portando o alfanje da
morte, para preencher a lacuna surgida com o ostracismo do orixá ou divindade
responsável por este momento tão delicado na vida dos seres.
O culto a Tatá Omulu surgiu entre os negros levados como
escravos ao antigo Egito, que o identificaram como um orixá e o adaptaram às
suas culturas e religiões.
Com o tempo, ele foi, a partir desse sincretismo, assumindo sua
forma definitiva, até que alcançou o grau de divindade ligada à morte, à
medicina e às doenças. Já em outras regiões da África, este mistério foi
assumindo outras feições e outros orixás semelhantes surgiram, foram cultuados
e se humanizaram.
*Humanizar-se*significa que o orixá ou a divindade assumiu
feições humanas, compreensíveis por nós e de mais fácil assimilação e
interpretação.
Tatá Omulu não vibra menos amor por nós do que qualquer um dos outros orixás e
está assentado na Coroa Divina, pois é um dos Tronos de Olorum, o Divino
Criador.
Atotô, meu pai!
TRECHOS EXTRAÍDOS DO LIVRO "O CÓDIGO DE UMBANDA"
PAI OBALUAIYÊ
Obaluaiyê é o Orixá que atua na Evolução e seu
campo preferencial é aquele que sinaliza as passagens de um nível vibratório ou
estágio da evolução para outro.
O Orixá Obaluaiyê é o regente do pólo magnético masculino da linha da Evolução,
que surge a partir da projeção do Trono Essencial do Saber ou Trono da
Evolução.
O Trono da Evolução é um dos sete Tronos Essenciais
que formam a Coroa Divina regente do planeta, e em sua projeção faz surgir, na
Umbanda, a linha da Evolução, em cujo pólo magnético positivo, masculino e
irradiante, está assentado o Orixá Natural Obaluaiyê, e em cujo pólo magnético
negativo, feminino e absorvente está assentada a Orixá Nanã Buruquê. Ambos são
Orixás de magnetismo misto e cuidam das passagens dos estágios evolutivos.
Ambos são Orixás terra-água (magneticamente,
certo?). Obaluaiyê é ativo no magnetismo telúrico e passivo no magnetismo
aquático. Nanã é ativa no magnetismo aquático e passiva no magnetismo telúrico.
Mas ambos atuam em total sintonia vibratória, energética e magnética. E onde um
atua passivamente, o outro atua ativamente.
Nanã decanta os espíritos que irão reencarnar e
Obaluaiyê estabelece o cordão energético que une o espírito ao corpo (feto),
que será recebido no útero materno assim que alcançar o desenvolvimento celular
básico (orgãos físicos).
É o mistério "Obaluaiyê" que reduz o
corpo plasmático do espírito até que fique do tamanho do corpo carnal alojado
no útero materno. Nesta redução (que é um mistério de Deus regido por
Obaluaiyê), o espírito assume todas as características e feições do seu novo
corpo carnal, já formado.
Muitos associam o divino Obaluaiyê apenas com o
Orixá curador, que ele realmente é, pois cura mesmo! Mas Obaluaiyê é muito mais
do que já o descreveram. Ele é o "Senhor das Passagens" de um plano
para outro, de uma dimensão para outra, e mesmo do espírito para a carne e
vice-versa.
Já seus pólos magneticos negativos, que são os que
aplicam seus aspectos negativos, estes não descreveremos porque a Umbanda não
lida com os aspectos negativos dele.
Esperamos que os umbandistas deixem de temê-lo e
passem a amá-lo e adorá-lo pelo que ele realmente é: um Trono Divino que cuida
da evolução dos seres, das criaturas e das espécies, e que esqueçam as
abstrações dos que se apegaram a alguns de seus aspectos negativos e os usam
para assustar seus semelhantes.
Estes manipuladores dos aspectos negativos do Orixá
Obaluaiyê certamente conhecerão os Orixás Cósmicos que lidam com o negativo
dele.
Ao contrário dos tolerantes Exus da Umbanda, estes Obaluaiyês Cósmicos
são intolerantes com quem invoca os aspectos negativos do Orixá Maior Obaluaiyê
para atingir seus semelhantes.
E o que tem de supostos "pais de Santo" apodrecendo
nos seus pólos magnéticos negativos só porque deram mau uso aos aspectos
negativos de Obaluaiyê... Bem, deixemos que eles mesmos cuidem de suas lepras
emocionais. Certo?
OFERENDA:
Velas brancas; vinho rosé licoroso, água potável; côco fatiado coberto com mel
e pipocas; rosas, margaridas e crisântemos, tudo depositado no cruzeiro do
cemitério, à beira-mar ou à beira de um lago.
TRECHOS EXTRAÍDOS DO LIVRO "O CÓDIGO DE UMBANDA"
Há uma versão ligeiramente diferente dos mitos de
origem do orixá da doença: lendas atribuem a Nanã a maternidade de um par de
gêmeos, que seriam respectivamente Omulu e Obaluaiê.
De qualquer forma, em todas essas variações persiste a idéia básica do caráter
de Omulu-Obaluaiê: a rejeição pela própria mãe e a necessidade de
independência, de crescer com as próprias forças (mesmo que aceite a versão da
ajuda providencial de Yemanjá). Em variadas narrativas, ao crescer,
Omulu-Obaluaiê rejeitou a companhia e a ajuda de Yemanjá.
O orixá constitui, portanto, uma semelhança nova a Ossâim, no arquétipo do
isolado, do indesejado, do que viveu, apesar de tudo parecer indicar que o
caminho natural dele seria a morte, já que era costume no reino de BENIN (
DAOMÉ) que as crianças nascidas defeituosas fossem jogadas na lagoa, pois se
acreditava que elas não passavam de reencarnações dos espíritos da águas e por isso
não deveriam viver entre os seres humanos comuns, habitantes da terra, do
terreno sólido.
Também em relação a esta lenda se explicam as proibições alimentares de
Omulu-Obaluaiê: o CARANGUEJO e a BANANA-PRATA.
Quando jogado na água, ele foi
atacado por um caranguejo que foi comendo sua pele.
Incapaz de se defender, por ser criança, Omulu-Obaluaiê era
presa do crustáceo até que surgiu Yemanjá.
Essa afastou o bicho, recolheu o garotinho e o salvou,
tratando-o com o óleo da folha da bananeira. Omulu-Obaluaiê sobreviveu, mas
ficou definitivamente marcado, levando consigo cicatrizes desse processo
traumático.
Exatamente essas cicatrizes seriam as responsáveis por um dos signos mais
sombrios associados ao orixá, e pelo fato de seus filhos sempre dançarem com
amplas vestes feitas de palha-da-costa que cobrem praticamente todo seu corpo,
especialmente o rosto, que não deve nunca ser visto por ninguém.
Muita vezes o movimento de seus filhos na dança parece o de uma
pessoa que atravessa sofrimentos terríveis, com tremores, febres, convulsões e
outros sintomas de fraqueza e doença.
Essa imagem de pouca saúde talvez seja responsável pela grande
lista de proibições alimentares ligadas ao orixá: carne de carneiro, peixe de
água doce em geral, diversas frutas, além dos já mencionados: caranguejo e
banana-prata.
A solidão, o jeito soturno é reforçado nas lendas, deixando claro que
Omulu-Obaluaiê é a figura do rejeitado pelo destino, que começou a sofrer desde
o momento do nascimento.
Marcado, rejeitado, ofendido, Omulu-Obaluaiê usa seu terrível
poder para assustar os seres humanos, já que não se considera uma figura
passível de amor, o que é um mito relativamente comum a diferentes mito da
cultura ocidental.
Não se tenha pena dele, porém. Seu poder é devastador e esta à
espreita, sempre pronto para castigar os que não o respeitam, não permitindo
como orixá que o tratem como o trataram como pessoa.
Obaluaiê ou Omulu (os nomes se referem a fases míticas, onde o mesmo deus seria
mais jovem ou mais velho), é o energia que rege as pestes como a varíola,
sarampo, catapora e outras doenças de pele.
Ele representa o ponto de contato do homem (físico) com o mundo
(a terra). A interface pele/ar.
A aparência das coisas estranhas e a relação
com elas.
Ele também rege as doenças transmissíveis em geral. No aspecto
positivo, ele rege a cura, através da morte e do renascimento.
Diz o mito que Obaluaiê é filho de Nana (a lama
primordial de que foram feitas as cabeças - oris- humanas) e Oxalá, tendo
nnascido cheio de feridas e marcas pelo corpo como sinal do erro cometido por
ambos, já que Nana seduziu Oxalá mesmo sabendo que lhe era interditado por ser
ele o marido de Iemanjá.
Ao ver o filho feio e mal formado, coberto de varíola, Nanã o
abandonou à beira do mar, para que a maré cheia o levasse. Iemanjá o encontrou
quase morto e muito mordido pelos peixes, e tendo ficado com muita pena, cuidou
dele até que ficasse curado.
No entanto Obaluaiê ficou marcado por cicatrizes
em todo o corpo, e eram tão feias que o obrigavam a cobrir-se inteiramente com
palhas.
Não se via de Obaluaiê senão suas pernas e braços, onde não fora
tão atingido.
Aprendeu com Iemanjá e Oxalá como curar estas graves doenças.
Assim cresceu Obaluaiê, sempre coberto por palhas, escondendo-se das pessoas,
taciturno e compenetrado, sempre sério e até mal-humorado.
Um dia, caminhando pelo mundo, sentiu fome e pediu às pessoas de
uma aldeia por onde passava que lhe dessem comida e água.
Mas as pessoas,
assustadas com o homem coberto desde a cabeça com palhas, expulsaram-no da
aldeia e não lhe deram nada.
Obaluaiê, triste e angustiado saiu do povoado e continuou pelos
arredores, observando as pessoas.
Durante este tempo os dias esquentaram, o sol
queimou as plantações, as mulheres ficaram estéreis, as crianças cheias de
varíola, os homens doentes.
Acreditando que o desconhecido coberto de palha
amaldiçoara o lugar, imploraram seu perdão e pediram que ele novamente pisasse
na terra seca.
Ainda com fome e sede, Obaluaiê atendeu ao pedido dos moradores
do lugar e novamente entrou na aldeia, fazendo com que todo o mal acabasse.
Então homens o alimentaram e lhe deram de beber, rendendo-lhe muitas
homenagens.
Foi quando Obaluaiê disse que jamais negassem alimento e água a
quem quer fosse, tivesse a aparência que tivesse. E seguiu seu caminho.
Chegando à sua terra, encontrou uma imensa festa dos orixás.
Como não se sentia bem entrando numa festa coberto de palhas, ficou observando
pelas frestas da casa.
Neste momento Iansã, a deusa dos ventos, o viu nesta
situação e, com seus ventos levantou as palhas, deixando que todos vissem um
belo homem, já sem nenhuma marca, forte, cheio de energia e virilidade E dançou
com ele pela noite adentro.
A partir deste dia, Obaluaiê e Iansã-Balé se uniram
contra o poder da morte, das doenças e dos espíritos dos mortos, evitando
desgraças aconteçam aos homens.
Os iorubás acreditam que este mito nos mostra que o mal existe,
que ele pode ser curado, mas principalmente que é preciso ter consciência do
momento em que ele terminou, sabendo recomeçar após um violento sofrimento.
Obaluaiê rege também a força da terra (herdado de sua filiação a
Nanã).
A umidade dela (por suas adoção por Iemanjá) e as doenças das
plantações.
OMULÚ – O ALQUIMISTA DE DEUS
Aos 25 dias do mês de junho do corrente ano, a
mídia anunciou ao mundo a revolucionária descoberta da ciência – O PROJETO
GENOMA conseguiu mapear o código genético do ser humano, o que, segundo os
cientistas responsáveis, trará grandes benefícios para a cura de doenças que
afligem a humanidade.
Contudo, já vem de muito antes, mais precisamente
da Idade Média, a busca do Homem, com pretensão de se tornar Deus, de
experimentos através da Alquimia, na intenção de descobrir o Elixir da Vida
Eterna.
Todavia, diante deste grande avanço científico devemos parar e
refletir: o Homem decifrou o código genético físico, mas, e o Espírito?
Deste só Deus, seu criador, tem o código, fazendo os seres
humanos de nosso planeta encarnarem e desercarnarem num corpo de moléculas
agregadas e perecível (corpo físico), quantas vezes forem necessárias à sua
evolução.
E são estes dois extremos, Encarne (vida física) e
Desencarne (morte física) que Deus colocou sob a supervisão de OMULÚ, O Orixá
da Transformação.
Esta Grande Potência Astral Inteligente, quando
relacionado à vida e à cura, recebe o nome de Obaluayê. Tem sob seu comando
incontáveis legiões de espíritos que atuam nesta Irradiação ou Linha,
trabalhadores do Grande Laboratório do Espaço e verdadeiros cientistas,
médicos, enfermeiros etc., que preparam os espíritos para uma nova encarnação,
além de promoverem a cura das nossas doenças.
Atuam também no plano físico, junto aos
profissionais de saúde, trazendo o bálsamo necessário para o alívio das dores
daqueles que sofrem.
O Senhor da Vida é também Guardião das Almas que
ainda não se libertaram da matéria.
Assim, na hora do desencarne, são eles, os
falangeiros de Omulú, que vêm nos ajudar a desatar nossos fios
de agregação astral-físico (cordão de prata), que ligam o perispírito ao corpo
material.
Os comandados de Omulú, dentre outras funções, são
diretamente responsáveis pelos sítios pré e pós morte física (Hospitais,
Cemitérios, Necrotérios etc.), envolvendo estes lugares com poderoso campo de
força fluidíco-magnético, a fim de não deixarem que os vampiros astrais
(kiumbas desqualificados) sorvam energias do duplo etérico, do tônus vital e do
éter sanguíneo dos corpos físicos em vias de falecerem ou falecidos.
Ao contrário do que alguns poucos desinformados afirmam, a
Irradiação de Omulú faz-se representar aqui no plano terrestre, especificamente
nos terreiros, nas formas fluídico-perispirituais que conhecemos.
São Caboclos, Pretos-Velhos, Crianças e Exus que atuam nesta
Linha, identificando-se com nomes tais como Preto-Velho Pai Benedito da Calunga
Pequena; Caboclo do Cruzeiro das Almas; Tranca-Rua do Cruzeiro das Almas; e
Mariazinha da Pedra Furada.
Terminamos o enfoque, transcrevendo um Ponto Cantado (Curimba)
que é entoado com muito amor e fé:
“Meu doce velhinho, bondoso Orixá
Meu cacurucaia, bondoso atotô,
Traz um alívio ao filho que sofre
Traz uma cura ao filho sofredor
Oh! Zambi ilumina este teu Orixá
Oh! Zambi abençoa este teu curador
Seu bálsamo cura toda enfermidade
Ele traz a água da Tua bondade”
OBALUÁYÉ "Rei dono da Terra" , OMULU "Filho do
Senhor", SAPATA "Dono da Terra" são os nomes dados a SÀMPÒNNÁ
(um título ligado a grande calor - o sol
- também é conhecido como Babá Igbona
= pai da quentura) deus da varíola
das doenças contagiosas, é ligado
simbolicamente ao mundo dos mortos.
Outra corrente os define como: Obaluaye: Obá - ilu; aiye; Rei,
dono, senhor; da vida; na terra; Omolu; Omo-ilu; Rei, dono, senhor; da vida.
Canjanjá na Angola.
Sua DANÇA o Opanijé (cuja tradução é: ele mata qualquer um e
come), como um ser doente onde mostra suas feridas, o céu e a terra, sua lenda,
em outras danças, dança curvado para frente, como que atormentado por dores, e
imitam seu sofrimento, coceiras e tremores de febre.
Seu "ARMA"(emblema) é o Xaxará (Sàsàrà),
espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado
com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias
negativas, bem como "varre" as doenças, impurezas e males
sobrenaturais.
Esta representação nos mostra sua ligação a terra, ao tronco e
ramo das árvores, transporta assim o Asé (axé) preto, vermelho e branco. Está
relacionado com o axé preto (terra), contido no segredo do "ventre
fecundado" e com os espíritos contidos na terra.
Sua CONTAS como Omolu são vermelho, preto e branco, como
Obaluayie o preto e branco, como Xapana, o preto e vermelho.
Também usa o lagidiba, seu colar ritual feito de pequenos discos
preto de chifre de búfalo cortado em rodelinhas, é usado para proteger de
doenças e tem uma conotação de grau hierárquico. Faz muito uso dos cauris
(búzios) em seu brajá (colar de búzios) e nos paramentos.
Em uma região é
ligado a riqueza e patrono dos cauris e conjunto de 16 búzios + 1 da leitura
esotérica "érindílogun".
Owó nlá bànbà - Dinheiro(cauris)grande, imenso
ójísè owó nlá bànlà - Mensageiro da riqueza
owó nlá bànbà - dinheiro grande, imenso
Na Nigéria os owo érindínlogun adoram Obaluaiyé e usam, no punho
esquerdo, uma tira de Igbosu (pano africano) onde são costurados cauris esó.
Sua SAUDAÇÃO é "Atoto" quer dizer; Silêncio, escutai;
hora da devoção.
Sua VESTIMENTA é feita de ìko , é uma fibra de ráfia extraida do
Igí-Ògòrò, a "palha da costa" , elemento de grande significado
ritualístico, principalmente em ritos ligados a morte e o sobrenatural, sua
presença indica que algo deve ficar oculto.
É composta de duas partes o "Filá" e o
"Azé", a primeira parte, a de cima que cobre a cabeça é uma espécie
de capuz trançado de palha da costa, acrescido de palhas em toda sua volta, que
passam da cintura, o Azé , seu asó-ìko (roupa de palha) é uma saia de palha da
costa que vai até os pés em alguns casos, em outros, acima dos joelhos, por
baixo desta saia vai um Xokotô, espécie de calça, também chamado
"cauçulú", em que oculta o mistério da morte e do renascimento.
Nesta
vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas, onde supostamente carrega seus
remédios.
Ao vestir-se com ìko e cauris, revela sua importância e ligação
com a morte.
Sua FESTA ANUAL é o Olubajé, (Olu-aquele que,
ba-aceita, jé-comer ; ou ainda aquele-que-come), são feitas oferendas e são
servidas suas comidas votivas, seus "filhos" devidamente
"incorporados" e paramentados oferecem as mesmas aos
convidados/assistentes desta festa, em folhas de bananeira ou mamona.
Suas QUIZILAS (proibições) mudam de casa para casa, e de nação
para nação; carneiro, peixe de rio de couro, caranguejo, carne de porco,
pipoca, jaca...
Tido como filho de Nanã, no Brasil, sua origem, forma, nome e
culto na África é bastante variado, de acordo com a região, essa variação de
nomes é de conformidade com a região, Obaluaê/Xapanã em Tapá (nupê) chegando ao
território mahi ao norte
do Daomé; Sapata é sua versão fon, trazido pelos
nagôs.
Em alguns lugares se misturam em outros são deuses distintos,
confundido até com Nana Buruku; Omolu em keto e Abeokutá.
Seu parentesco com Oxumare e Iroko é observado em Keto (vindo de
Aisê segundo uns e Adja Popo segundo outros), onde pode se ver uma lança (oko
Omolu) cravada na terra, esculpida em madeira onde figuram esses três
personagens superpostas, também em Fita próximo de Pahougnan, território Mahi,
onde o rei Oba Sereju, recebera o fetiche Moru, tres fetiches ao mesmo tempo
Moru (Omolu), Dan (Oxumare) e seu filho Loko (Iroko).
***OBSERVAÇÃO***
O nome de Obaluaê às vezes é usado especificamente para o Omolu jovem, que é
mais agressivo; Omolu é o nome mais usado para o Omolu velho, mais
introvertido.
Qualidades
Jagun Agbagba
(ligação com Oyá)
Omolu
Obaluayie
Soponna/Sapata/Sakpatá
Afoman/Akavan/Kavungo
(ligação com Exú)
afomo; contagiante,infeccioso
Savalu/Sapekó
(ligação com Nana)
Dasa
Arinwarun
(wariwaru)
título de xapanan
Azonsu/Ajansu/Ajunsu
(ligação com Oxalá, Oxumare)
Azoani
(ligação com Yemanjá e Oyá)
Posun/Posuru
Agoro
Tetu/Etetu
Topodun
Paru
Arawe/Arapaná
(ligação com oyá)
Ajoji/Ajagun
(ligação com Ogun, Oxagian)
Avimaje/Ajiuziun
(ligação com Nana, Ossain)
Ahoye
Aruaje
Ahosuji/Segí
(Ligação com Yemanjá, Oxumare/Besén
LENDAS
(1)
Por causa do feitiço usado por Nanã para engravidar, Omolu nasceu todo
deformado.
Desgostosa com o aspecto do filho, Nanã abandonou-o na beira da
praia,para que o mar o levasse.
Um grande caranguejo encontrou o bebê e
atacou-o com as pinças, tirando pedaços da sua carne.
Quando Omolu estava todo
ferido e quase morrendo, Iemanjá saiu do mar e o encontrou.
Penalizada,
acomodou-o numa gruta e passou a cuidar dele, fazendo curativos com folhas de
bananeira e alimentando-o com pipoca sem sal nem gordura até que o bebê se
recuperou.
Então Iemanjá criou-o como se fosse seu filho.
(2)
Omolu tinha o rosto muito deformado e a pele cheia de cicatrizes.
Por isso,
vivia sempre isolado, se escondendo de todos.
Certo dia, houve uma festa de que
todos os Orixás participavam, mas Ogum percebeu que o irmão não tinha vindo
dançar.
Quando lhe disseram que ele tinha vergonha de seu aspecto, Ogum foi ao
mato, colheu palha e fez uma capa com que Omolu se cobriu da cabeça aos pés,
tendo então coragem de se aproximar dos outros.
Mas ainda não dançava, pois
todos tinham nojo de tocá-lo.
Apenas Iansã teve coragem; quando dançaram, a
ventania levantou a palha e todos viram um rapaz bonito e sadio;e Oxum ficou
morrendo de inveja da irmã.
(3)
Quando Obaluaê ficou rapaz, resolveu correr mundo para ganhar a vida.
Partiu
vestido com simplicidade e começou a procurar trabalho, mas nada conseguiu.
Logo começou a passar fome, mas nem uma esmola lhe deram.
Saindo da cidade,
embrenhou-se na mata,onde se alimentava de ervas e caça, tendo por companhia um
cão e as serpentes da terra.
Ficou muito doente.
Por fim, quando achava que ia
morrer, Olorun curou as feridas que cobriam seu corpo.
Agradecido, ele se
dedicou à tarefa de viajar pelas aldeias para curar os enfermos e vencer as
epidemias que castigaram todos que lhe negaram auxílio e abrigo.
ANIMAIS
cachorro
CARACTERÍSTICAS
reservado, solitário, simples, trabalhador, serviçal, depressivo, doentio.
CORES
Branco, Preto e Vermelho
DIA DA SEMANA
Segunda-feira
DOMÍNIO
A terra, as Epidemias, a Morte
ELEMENTO
Terra
METAL
Chumbo, Barro
PLANTAS
Cuféia (sete sangrias), Erva-de-passarinho, Canela de velho, Quitoco. Zínia,
Cravo de defunto
SÍMBOLOS
Cajado (xaxará), Búzios
SINCRETISMO
São Lázaro (17.12) e São Roque (16.8)
O QUE FAZ
Castiga com Doenças, mas também Cura os Males.
QUEM É
Médico dos Pobres e o Senhor dos Cemitérios.
SAUDAÇÃO
Atotô!
ONDE RECEBE OFERENDAS
No cemitério (geralmente no Cruzeiro).
PRESENTES PREDILETOS
Velas, Charutos, suas Comidas e Bebidas preferidas.
ALIMENTOS
Pipoca, Bife acebolado, Bolinhos de milho, Acaçá, Olubajé. Banana da terra.
BEBIDA
Água, Vinho Tinto
ERVAS
Agoniada: Faz parte de todas as obrigações do deus das endemia e
epidemias. Utilizada no ebori, nas lavagens de contas e na iniciação. Esta erva
purifica os filhos-de-santo, deixando-os livres de fluidos negativos. Na medicina
popular, a mesma é usada para corrigir o fluxo menstrual e combate asma.
Alamanda: Não é utilizada em obrigações, sendo empregada somente
em banhos de descarrego.
Na medicina caseira ela é usada para tratar doenças da
pele: sarna (coceiras), eczema e furúnculos. Para usar é necessário que se
cozinhe as folhas, e coloque chá de folhas sobre a doença.
Alfavaca-roxa: Empregada em todas as obrigações de cabeça e nos
abô dos filhos deste orixá. Muito usada em banhos de limpeza ou descarrego.
A
medicina caseira usa seu chá em cozimento, para emagrecer.
Alfazema : Empregada em todas as obrigações de cabeça. É
aplicada nas defumações de limpeza, usada também na magia amorosa em forma de
perfume.
A medicina popular dita grandes elogios a esta erva, pois ela é excelente
excitante e antiespasmódica.
É usada, também, como reguladora da menstruação.
Somente é aplicada como chá.
Babosa: Muito usada em rituais de Umbanda, mais especificamente
em defumações pessoais.
Para que se faça a defumação, é necessário queimar suas
folhas depois de secas.
Isso leva um certo tempo, devido a gosma abundante que
há na babosa.
A defumação é feita após o banho de descarrego.
Para a medicina
caseira sua gosma é de grande eficácia nos abscessos ou tumores, além de muitas
outras aplicações.
Araticum-de-areia – Malolô: Liturgicamente, os bantos a usam nos
banhos de descarrego, em mistura de outra erva.
A medicina caseira indica a
polpa dos frutos para resolver tumores e o cozimento das folhas no tratamento
do reumatismo.
Arrebenta cavalo: No uso ritualístico esta erva é empregada em
banhos fortes do pescoço para baixo, em hora aberta.
É também usado em magias
para atrair simpatia.
Não é usada na medicina caseira.
Assa-peixe: Usada em banhos de limpeza e nos ebori.
Na medicina
popular ela é aplicada nas afecções do aparelho respiratório em forma de
xarope.
Musgo: Aplicada em todas as obrigações de cabeça referentes a
qualquer orixá.
A medicina caseira aconselha a aplicação do suco no combate às
hemorróidas (uso tópico).
Beldroega: Usada nas purificações das pedras de orixá e,
principalmente as de Exu.
O povo usa suas folhas socadas para apressar a
cicatrização das feridas, colocando-as por cima.
Canena Coirana: Vegetal de excelente aplicação litúrgica, pois
entra em todas as obrigações.
O povo a tem como excelente estimulante do
fígado.
Capixingui: Empregada em todas as obrigações de cabeça, nos abô,
nos banhos de purificação e limpeza e, também nos sacudimentos.
O povo afirma
que o capixingui tem bons efeitos no reumatismo e no artritismoe nos
sacudimentos.
O povo afirma que o capixingui tem bons efeitos no reumatismo e
no artritismo nos sacudimentos.
O povo afirma que o capixingui tem bons efeitos
no reumatismo e no artritismo nos sacudimentos.
O povo afirma que o capixingui
tem bons efeitos no reumatismo e no artritismo (reumatismo articular) utilizado
em banhos, mais ou menos quentes, colocando-se nas juntas doloridas.
Cipó-chumbo: Sem uso na liturgia, porém muito prestigiada na
medicina popular, como xarope debela tosses e bronquites; seu chá é muito
eficaz no combate a diarréias sanguinolentas e à icterícia; seco e reduzido a
pó, cicatriza feridas rebeldes.
Carobinha do Campo: Em alguns terreiros essa planta faz parte do
ariaxé.
A medicina caseira indica o chá de suas folhas para combate coceiras no
corpo e, principalmente coceira nas partes genitais.
Cordão de Frade: É aplicada somente em banhos de limpeza e
descarrego dos filhos deste orixá.
O povo a indica para a cura da asma,
histerismo e pacificador dos nervos. Também combate a insônia.
Cebola do mato: Sem uso ritualístico.
A medicina caseira afirma
que o cozimento de suas folhas apressa a cicatrização de feridas rebeldes.
Celidônia maior: Não possui uso ritualístico.
É indicada pela
medicina caseira como excelente medicamento nas doenças dos olhos, usando a
água do cozimento da planta para banhá-los. Seu chá também é de grande eficácia
para banhar o rosto e dar fim às manchas e panos branco.
Coentro: Muito aplicada como adubo ou condimento nas comidas do
orixá, principalmente na carne e no peixe.
Não é empregada nas obrigações ritualísticas.
A medicina caseira indica esta erva como reguladora das funções digestivas e
eliminadora de gases intestinais.
Cotieira: Não sabemos ao certo se esta erva tem aplicação
ritualística.
Na medicina caseira ela é estritamente de uso veterinário.
Muito
aplicada em cães para purgar e purificar feridas
Erva-Moura: Esta erva faz parte dos banhos de limpeza e
purificação dos filhos do orixá.
Seu uso popular é como calmante, em doses de
uma xícara das de café, duas a três vezes ao dia.
Essa dose não deve ser
aumentada, de modo algum, pois em grande quantidade prejudica.
As folhas
tiradas do pé, depois de socadas, curam úlceras e feridas.
Estoraque Brasileiro: Sua resina é colhida e reduzida a pó.
Este
pó, misturado com benjoim, é usado em defumações pessoais.
Essa defumação
destina-se a arrancar males.
O povo aconselha o pó desta no tratamento das
feridas rebeldes ou ulcerações, colocando o mesmo sobre as lesões
Figo Benjamim: Erva muito usada na purificação de pedras ou
ferramentas e na preparação do fetiche de Exu.
Empregada, também, em banhos
fortes para pôr fim a padecimentos de pessoa que esteja sofrendo obsidiação ou
obsessão.
O povo aplica o cozimento das folhas para tratar feridas rebeldes, e
banhos para curar o reumatismo.
Hortelã brava: Empregada em obrigações de ori, nos abô e nos
banhos de purificação dos filhos deste orixá.
O uso caseiro é utilizada para
combater o veneno de cobras, lacraias e escorpiões.
É eficaz contra gases
intestinais, dores de cabeça e como diurético.
É perfeita curadora de coceiras
rebeldes e tiro acertado nos catarros pulmonares, asma e tosse nervosa,
rebelde.
Guararema: Em terreiros de Umbanda e Candomblé ela é aplicada em
banhos fortes e nos descarrego.
Os galhos da erva são usados em sacudimentos
domiciliares.
Os banhos fortes a que nos referimos são aplicados em
encruzilhadas – na encruzilhada em que se tomar o banho arria-se um mi-ami-ami,
oferecido a Exu.
E deve ser feito em uma encruzilhada tranqüila.
É um banho de
efeitos surpreendentes.
Na medicina caseira esta erva é utilizada para
exterminar abscessos, tumores, socando-se bem as folhas e colocando-as sobre a
tumorização.
O cozimento das folhas é eficaz no tratamento do reumatismo.
Em
banhos quentes e demorados, de igual sorte também cura hemorróidas.
Jenipapo: As folhas servem para banhos de descarrego e limpeza.
A medicina caseira aplica o cozimento das cascas no tratamento das úlceras, o
caldo dos frutos é combatente de hidropsia.
Jurubeba: Somente usada em obrigações com objetivo de descarrego
e limpeza.
Suas folhas e frutos permitem o bom funcionamento do fígado e baço,
garante a sabedoria popular.
Debela e previne hepatite com ou sem edemas.
Mangue Cebola: É usado apenas em sacudimentos domiciliares,
utilizando o fruto, a cebola.
Procede-se assim: corta-se a
cebola em pedaços miúdos e, cantando-se para Exu, espalha-se pela casa, nos
recantos, e sob os móveis.
O povo usa a cebola, fruto do mangue, esmagada sobre
feridas rebeldes.
Mangue vermelho: Usa-se apenas as folhas, em banhos de
descarrego.
O povo a indica como excelente adstringente que possui alto teor de
tanino.
Muito eficaz no tratamento das úlceras e feridas rebeldes, aplicando o
cozimento das folhas em compressas ou banhando a parte lesada.
Manjericão-roxo: Empregado nas obrigações de ori dos filhos
pertencentes ao orixá das endemias.
Colhido e seco, sua folha previne contra
raios e coriscos em dias de tempestades, usando o defumador.
Também é usada
como purificador de ambiente.
Não possui uso na medicina popular.
Panacéia: Entra nas obrigações de ori e banhos de descarrego ou
limpeza.
O povo a aponta como poderoso diurético e de grande eficácia no
combate à sífilis, usando-se o chá.
É indicada também no tratamento das doenças
de pele, darros, eczemas e ainda debela o reumatismo, quando usada em banhos.
Picão da praia: Apenas na Bahia ouvimos falar que esta planta
pertence a Obaluaiê.
Não conhecemos seu uso ritualístico.
A medicina popular
dá-lhe muito prestígio como diurético e eficaz nos males da bexiga. Usada como
chá.
Piteira imperial: Seu uso se limita às defumações pessoais, que
são feitas após o banho.
A medicina popular utiliza as folhas verdes, em
cozimento, para lavar feridas rebeldes, aproximando a cura ou cicatrização.
Quitoco: Usada em banhos de descarrego ou limpeza.
Para a
medicina popular esta erva resolve males do estômago, tumores e abscessos.
Internamente é usado o chá, nos tumores aplica-se as folhas socadas. Muito
utilizada nas doenças de senhoras.
Sabugueiro: Não possui uso ritualístico.
É decisiva no
tratamento das doenças eruptivas: sarampo, catapora e escarlatina.
O cozimento
das flores é excelente para a brotação do sarampo.
Sumaré: Não tem aplicação ritualística ou obrigações litúrgicas.
Porém possui grande prestígio popular, devido ao seu valor curativo, promovendo
com espantosa rapidez a abertura de tumores de qualquer natureza, pondo fim às
inflamações.
É empregado contra furúnculos, panarícios e erisipelas,
regenerando o tecido atacado por inflamações de qualquer origem.
Trombeteira branca: Não possui nenhuma aplicação nas obrigações
de cabeça.
Apenas é usada nos banhos de limpeza dos filhos do orixá da varíola.
Seu uso na medicina popular é pouco freqüente. Aplica-se apenas nos casos de
asma e bronquite.
Urtiga-mamão: Aplicada em banhos fortes, somente em casos de
invasão de eguns.
O banho emprega-se do pescoço para baixo.
Esse banho destrói
larvas astrais e afasta influências perniciosas.
O povo indica esta erva na
cura de erisipela, usando um algodão embebido do leite da planta.
O chá de suas
folhas debela males dos rins.
Velame do campo: Vegetal utilizado em todas as obrigações
principais: ebori, simples ou completo.
Indispensável na feitura de santo e nos
abô dos filhos do orixá.
Na medicina caseira o velame é utilizado como
anti-sifilítico e anti-reumático.
Velame verdadeiro: Possui plena aplicação em quaisquer
obrigações de cabeça e nos abô.
Usada também nos sacudimentos.
A medicina do
povo afirma ser superior a todos os depurativos existentes, além de energético
curador das doenças da pele.
OBRIGAÇÃO * 2 pratos branco (brancos pequenso) em cada prato 1
bife de carré(sem osso),regado com dendê e mel(1 vidro médio de cada serve para
as duas), 2 sacos de pipocas(flor de omulú),que serão espalhadas sob as Obrigações,após
terem sido usadas num banho de descarrego no médium, que serão colocadas cada
uma num pano branco(1/2 m de morim cada),2 velas brancas de 3 dias, 2 copoc
bramcos onde serão oferecidos 2 garrafas de vinho tinto doce(1 para cada um).
Manter o resguardo de 3 dias.
Prece de Abaluaiê
Mestre das almas! Meu corpo está enfermo... minha alma está
abalada.
Minha alma está imersa na amargura de um sofrimento que me destrói
lentamente.
Senhor Omulú! Eu ecoco - Obaluaiê Oh! Deus das doenças, orixá que
surge diante dos meus olhos na figura sofredora de Lázaro - aquele que teve a
graça de um milagre no geste do Divinho Filho de Jesus.
Oh! Mestre dos mestres
Obaluaiê teu filho está enfermo... teu filho se curva diante da tua aura
luminosa.
Na magia do milagre, que virá de tuas mãos santificadas pelo
sofrimento... Socorre-me... Obaluaiê... Dai-me a esperança da tua ajuda.
Para
que me encorage diante do martírio imenso que me alucina.
Faças com que eu não
sofra tanto - Meu Pai Senhor Omulu!
Tu és dono dos cemitérios, tu que és
sentinela do sono eterno, daqueles que foram seduzidos ao teu reino.
Tu que és
guardião das almas, que ainda não se libertou da matéria, ouve a minha súplica,
atende ao apelo angustioso do teu filho que se debate no maior dos sofrimentos.
Salve-me - Irmão Lázaro.
Aqui estou diante da tua imagem sofredora, erguendo a
derradeira prece dos vencidos, conformado com o destino que o Pai Supremo
determinou para que eu suplicasse minha alma no maior dos sofrimentos.
Salve
minha alma desse tormento que me alucina.
Tome meu corpo em teus braços.
Eleva-me para teu reino.
Se achares, porém, que ainda não terminou minha missão
nesse planeta, encoraja-me com exemplo da tua humildade e da tua resignação.
Alivia meus sofrimentos, para que levante deste leito e volte a caminhar.
Eu te
suplico, mestre!
Eu me ajoelho diante do poder imenso de que és portador,
invoco a vibração do Obaluaiê.
A tô tô, Meu Pai, Obaluaiê, Meu Senhor,
ajude-me...
LETRAS DOS PONTOS DE OMULU E OBALUAÊ
Dia 13 de Maio
No dia 13 de maio
meu são Benedito
Cativeiro se acabou
meu São Benedito
Oi saravá seu Atotô
meu são Benedito
Oi viva Deus nosso Senhor
O Velho Omulu
Meu pai Oxalá é o Rei
Venha nos valer
Meu pai Oxalá é o Rei
Venha nos valer
É o velho Omulu
Atotô Obaluaê
É o velho Omulu
Atotô Obaluaê
Atotô Obaluaê Atoto babá
Atotô Obaluaê ele é um Orixa
Atotô Obaluaê Atoto babá
Atotô Obaluaê ele é um Orixa
Venha nos valer
Meu pai Oxalá é o Rei
Venha nos valer
É o velho Omulu
Atotô Obaluaê
É o velho Omulu
Atotô Obaluaê
Atotô Obaluaê Atoto babá
Atotô Obaluaê ele é um Orixa
Atotô Obaluaê Atoto babá
Atotô Obaluaê ele é um Orixa
Ele é um velho
Que mora muito longe
Muito longe
Na sua casa de palha (bis>
Ele chora mironga
Ele chora mironga
Ele chora mironga
No mironguê (bis)
Que mora muito longe
Muito longe
Na sua casa de palha (bis>
Ele chora mironga
Ele chora mironga
Ele chora mironga
No mironguê (bis)
Deus Lhe Abençoe
Quem vê o velho
no caminho toma a benção
Quem vê o velho
no caminho toma a benção
Deus lhe abençoe
Deus lhe abençoe
Deus lhe abençoe
atoto Obaluaê
Deus lhe abençoe
Deus lhe abençoe
Deus lhe abençoe
atoto Obaluaê
no caminho toma a benção
Quem vê o velho
no caminho toma a benção
Deus lhe abençoe
Deus lhe abençoe
Deus lhe abençoe
atoto Obaluaê
Deus lhe abençoe
Deus lhe abençoe
Deus lhe abençoe
atoto Obaluaê
Ele era, mas não era
Mas não era pintassilgo
Ele mora na pedra furada
Mas não era pintassilgo
Mas não era pintassilgo
Ele mora na pedra furada
Mas não era pintassilgo
Abaluaê com Nanã
Eu vim ao mundo
para sofrer
O meu destino
é sobreviver
Oi abre as portas
para receber
Nanã Borouquê
e Abaluaê
para sofrer
O meu destino
é sobreviver
Oi abre as portas
para receber
Nanã Borouquê
e Abaluaê
Se Ele corre os quatro cantos,
Quatro cantos sem parar,
Se Ele corre os quatro cantos
É pra seus filhos ajudar! (3 vezes)
Quatro cantos sem parar,
Se Ele corre os quatro cantos
É pra seus filhos ajudar! (3 vezes)
Omolu aê atotõ, Ele é Orixá!
Omolu aê atotô, Ele é Orixá! (bis)
Omolu aê atotô, Ele é Orixá! (bis)
Ae, aê seu cafunã!
Aê, aê seu cafunâ!
Omolu que vem na gira,
Aé. aé seu cafunã!
Aê, aê seu cafunâ!
Omolu que vem na gira,
Aé. aé seu cafunã!
Quem é dono do baú,
É o mestre Omolu!
Quem é dono do baú,
É o mestre Omolu!
É o mestre Omolu!
Quem é dono do baú,
É o mestre Omolu!
Lá no cemitério,
Numa catacumba,
Eu vi um anjo,
Que caminhava de corcunda!
Numa catacumba,
Eu vi um anjo,
Que caminhava de corcunda!
Pesquisado por
Antonio D´Ogum
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