terça-feira, 8 de dezembro de 2015



                          De quem é a Responsabilidade?


Por Alexandre Cumino 

Mais uma vez nos deparamos, na mídia, com a notícia de “Pai de Santo” que “incorporado” atentou contra o pudor. 

Este foi além ainda, abusou sexualmente das próprias filhas, dizendo que estava incorporado com uma entidade da sagrada corrente de Umbanda. 

O respeitado Senhor José Pelintra, conhecido entre nós como “Zé Pelintra”. 

E não adianta dizer que “Zé Pelintra” é isso ou aquilo, poderia ser um “Exu”, poderia ser uma “Pomba Gira”, uma vez incorporado dentro de um contexto de Umbanda há de se ter e dar o respeito ao que é sagrado para milhões de pessoas que lutam e lutaram para fazer saber que UMBANDA É RELIGIÃO, PORTANTO SÓ PODE PRATICAR O BEM. 

Não importa com qual entidade o médium esteja trabalhando, se ele é Umbandista está manifestando algo que não existe fora de um contexto, por isso todos devem procurar saber O QUE É UMBANDA. 

Saber o mínimo ao menos sobre UMA RELIGIÃO, para não ser enganado por estas pessoas que NÃO SÃO UMBANDISTAS. 

A primeira definição do que é Umbanda e que consiste em seu FUNDAMENTO BÁSICO é 

“A MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO PARA A PRÁTICA DA CARIDADE”, afirmação feita em 1908 pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mentor do primeiro templo de Umbanda, Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, incorporado em seu médium Zélio de Moraes. 

Há de se saber o mínimo de sua religião, para afirmar SOU UMBANDISTA ou eu pratico Umbanda. 

Nossos parentes e amigos, os leigos em geral, quando ouvem estas notícias que denigrem nossa religião pensam que não é coisa séria e muito menos sagrada. 

O “SAGRADO” é elemento chave para a compreensão de uma religião e para diferenciar esta de um ato “PROFANO”, talvez por isso Pai Benedito de Aruanda, por meio de seu médium Rubens Saraceni insiste que se diga UMBANDA SAGRADA, não é para criar uma nova Umbanda, mas para que todos tomem consciência de que estamos lidando com algo que é SAGRADO, pois é a manifestação de Poderes e Mistérios do CRIADOR e da CRIAÇÃO. 

Apenas a informação e a conscientização de nossos valores podem nos tirar, definitivamente, desta situação. 

E não falta informação não faltam meios para consegui-la, só não toma conhecimento do que é Umbanda quem não quer. 

Eu estarei aqui até o fim de meus dias na carne a lembrar e repetir as palavras do Caboclo Mirim, por exemplo, em seu médium Benjamim Figueiredo, de que UMBANDA É COISA SÉRIA PARA GENTE SÉRIA. 

E sempre nos deparamos com a questão da responsabilidade e da inconsciência, afinal não são poucos que USAM DA “INCONSCIÊNCIA MEDIÚNICA” para se isentar da responsabilidade, como desculpa para ser IRRESPONSÁVEL. 

Quando estamos incorporados seja de forma consciente ou inconsciente, somos responsáveis e devemos ser responsabilizados POR TUDO que um espírito realiza por meio de minha matéria. 

SE EU NÃO POSSO ME RESPONSABILIZAR NÃO DEVO TRABALHAR, pois com certeza SEREI RESPONSABILIZADO, em todas as instâncias e é certo. 

E quem é inconsciente? 

Como se responsabiliza? 

É muito simples, se eu trabalho com um espírito na Umbanda este espírito DEVE RESPEITAR A MIM E AOS OUTROS SEMPRE. 

Desta forma nunca teremos problemas, trabalhando com ÉTICA, RESPEITO e BOM SENSO. 

Se eu incorporo um guia espiritual é porque ele tem condições, de ser humano, melhores que as minhas, pois quando assim não for se trata de uma entidade a ser doutrinada, que não vai orientar a ninguém se não tem orientação própria. 

E mais uma vez como parte dos fundamentos básicos nos norteamos por mais palavras do Caboclo das Sete Encruzilhadas: 

COM QUEM SABE MAIS APRENDEREMOS E A QUEM SABE MENOS ENSINAREMOS. 

Isso é fundamento! 

Fundamento é base de sustentação, não tem nada a ver com a cor da vela que se usa, se acende a vela com fósforo ou isqueiro, se usa saia ou calça, se incorpora descalço ou calçado. 

Isso são detalhes que dão a cor da diversidade, da pluralidade umbandista. 

FUNDAMENTO É A BASE DA UMBANDA, FUNDAMENTO É A UNIDADE. 

Fundamento é o que nos torna iguais enquanto umbandistas, apesar de nossas diferenças, destas pequenas diferenças. 

É a quebra de um fundamento como a caridade por exemplo que faz com que um trabalho deixe de ser considerado Umbanda. 

É um ato que vai contra a lei dos homens, também, que nos coloca à margem, pois por mais que a gente viva para a espiritualidade, antes vivemos em sociedade, na qual todos temos direitos e deveres. 

Sem esquecer que a liberdade de um termina no exato ponto em que começa a do outro. 

Atitudes de ATENTADO AO PUDOR, EXPOSIÇÃO AO RIDÍCULO, CONSTRANGIMENTO PÚBLICO e FALTA DE RESPEITO ao próximo NÃO SÃO UMBANDA! 

UMBANDA É RELIGIÃO, PORTANTO SÓ PODE PRATICAR ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE O BEM. 

NÃO SE ENGANE E NÃO DEIXE ENGANAR, O CONTRÁRIO DO BEM NÃO É UMBANDA. 

E não adianta racionalizar com afirmações do tipo “o bem é relativo”, estamos falando da intenção absoluta e mais um dos fundamentos de Umbanda: 

“FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM”. 

E se precisamos de mais fundamentos, basta lembrar que na quase totalidade de nossos terreiros está a imagem de Cristo, para nos lembrar que seu mandamento maior também é um de nossos fundamentos: 

AME AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO. 

Cristo está entre nós, assim como Oxalá. 

E para finalizar basta dizer que NÃO EXISTE RELIGIÃO SEM A PREMISSA DA REGRA DE OURO, presente em todas as religiões: 

NÃO FAÇA AO OUTRO O QUE NÃO QUER PARA SI. UMBANDA É RELIGIÃO! 

Quem tiver dúvida procure se informar sobre o que é religião e sobre o que é Umbanda, pois não podemos mais aceitar a ignorância e muito menos a profanação do que é sagrado, de nossa UMBANDA SAGRADA. 

Artigo Publicado no Jornal de Umbanda Sagrada em Julho de 2010.

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